• Nenhum resultado encontrado

3.9. LICENCIAMENTO AMBIENTAL

3.9.2. Licenciamento Ambiental na Bahia

O licenciamento ambiental no Estado da Bahia atualmente está sob a responsabilidade do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA), autarquia criada pela Lei Estadual 11.050, de 06 de junho de 2008, vinculada à SEMA – Secretaria de Meio Ambiente, que analisa e emite o parecer técnico referente ao licenciamento e do CEPRAM – Conselho Estadual de Meio Ambiente, pioneiro no Brasil, criado pela Lei Estadual Nº 3.163 de 04 de outubro de 1973, que deliberam sobre a expedição da licença ambiental requerida (CARDOSO-2001 e site do IMA4-2010).

O INEMA tem como finalidade executar a Política Estadual de Meio Ambiente e de Proteção à Biodiversidade do Estado da Bahia, instituída pela Lei Estadual Nº 10.431 de 20 de dezembro de 2006, vigente desde 20 de março de 2007. Esta lei foi regulamentada pelo decreto 11.235 de 10 de dezembro de 2008 e posteriormente introduziu as seguintes alterações:

a) Simplificação da Licença de Alteração (LA) e da renovação da Licença de Operação (RLO) das atividades e empreendimentos que implementem planos e programas voluntários de gestão ambiental e práticas de produção mais limpa visando à melhoria contínua e ao aprimoramento do desempenho ambiental.

b) Licenciamento de caráter geral para atividades de natureza e impactos ambientais semelhantes, mediante cumprimento de norma emitida previamente pelo órgão ambiental competente, elaboradas a partir de estudos e levantamentos específicos, ficando essas atividades desobrigadas da obtenção de licença.

c) Criou Termo de Compromisso de Responsabilidade Ambiental (TCRA), documento de caráter declaratório, registrado no órgão competente, no qual o empreendedor se compromete a cumprir a legislação ambiental, de biodiversidade e de recursos hídricos, no que se refere aos impactos ambientais decorrentes da sua atividade.

d) Transferiu ao INEMA as licenças para empreendimentos de Médio Porte, que antes eram da competência do CEPRAM.

e) Estabeleceu a Regularização Ambiental através de Termo de Compromisso (TC), em casos específicos.

Os principais marcos legislativos do estado da Bahia relacionados aos licenciamentos ambientais, pode ser verificado no Quadro 7.

Quadro 7- Principais marcos legislativos da Bahia relacionado aos licenciamentos

ambientais.

Lei Nº 3.163, de 04 de outubro de 1973

Criou o 1º conselho estadual do CEPRAM. Lei Delegada Nº 31 de 03 de

março de 1983

Criou o CRA5 – Centro de Recursos Ambientais. Nova Lei Ambiental Estadual

Nº 7.799 de 07 de fevereiro de 2001

Revogada em dezembro de 2006.

Lei Nº 8.538 de 20 de dezembro de 2002

Criou a antiga SEMARH – Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, atual INGÁ - Instituto das Águas e do Clima. Lei Estadual Nº 10.431 de 20

de dezembro de 2006

Dispôs sobre a Política de Meio Ambiente e de Proteção à Biodiversidade do Estado da Bahia e deu outras providências Lei Estadual Nº 11.050, de 06

de junho de 2008

Alterou a denominação, a finalidade, a estrutura organizacional e de cargos em comissão da antiga Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMARH (atual INGÁ – Instituto das Águas e do Clima) e das entidades da Administração Indireta a ela vinculadas; criou o IMA – Instituto de Meio Ambiente do Estado da Bahia (atual INEMA) e deu outras providências.

Portaria Nº 13.278 de 04 de agosto de 2010

Definiu os procedimentos e a documentação necessária para requerimento junto ao órgão ambiental do estado da Bahia dos

atos administrativos para regularidade ambiental de

empreendimentos e atividades no Estado da Bahia. Lei Nº 12.377 de 28 de

dezembro de 2011

Alterou a Lei Nº 10.431, de 20/12/2006, que dispôs sobre a Política Estadual de Meio Ambiente e de Proteção à Biodiversidade, a Lei nº 11.051, de 06 de junho de 2008, que Reestruturou o Grupo Ocupacional Fiscalização e Regulação, e outras.

As modalidades de permissão (Licenciamento Ambiental) existentes atualmente no Estado da Bahia são:

 Licença Ambiental  Autorização Ambiental

 Termo de Compromisso de Responsabilidade Ambiental.

Tipos de Licença Existentes:

-Licença de Localização (LL), também denominada como Licença Prévia (LP).

A Licença Prévia ou de Localização é a primeira das licenças do processo, concedida na fase preliminar, correspondente ao planejamento do empreendimento ou atividade com o propósito de aprovar a sua localização e concepção, atestar a sua viabilidade ambiental e estabelecer os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidas nas próximas fases de sua implantação (AGRA FILHO, MARINHO, SANTOS, CUNHA, FERREIRA, & ORRICO, 2008).

- Licença de Implantação (LI). Em outros estados do Brasil denomina-se Licença de Instalação.

A LI se fundamenta nas informações constantes no projeto executivo do empreendimento. É uma etapa de desdobramento e detalhamento do projeto básico e de concepção básica apreciado na Licença Prévia (LP) ou de Localização (LL). Assim, tem como objetivo analisar o projeto de implantação, correspondente ao

projeto executivo do empreendimento e suas intervenções no meio ambiente, bem como as ações para prevenção, minimização e controle de impactos ambientais decorrentes da implantação. Autoriza o empreendedor a implantar seu empreendimento ou atividade conforme as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo-se as medidas de controle ambiental determinadas para a implantação, a permissão para aquisição do terreno e início de suas obras, observando-se as restrições que terão de ser cumpridas (MARINHO, AGRA FILHO, CUNHA, & PASSOS, 2010).

- Licença de Operação (LO)

Ocorre na fase de operação da atividade. Concedida para a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do cumprimento das exigências constantes das licenças anteriores e estabelecimento das medidas de controle ambiental e condicionantes a serem observados para essa operação (SOUZA, 2002).

Quando expira o prazo de validade da Licença de Operação e após a verificação do cumprimento das exigências constantes da LO anterior e estabelecimento das medidas de controle ambiental e condicionantes a serem observados; é concedida a Renovação da Licença de Operação (RLO) (SOUZA, 2002).

- Licença de Alteração (LA) e Licença de Implantação da Operação (LOA)

Concedida para a ampliação, diversificação, alteração ou modificação de empreendimento, atividade ou processo regularmente existente. Após alteração o empreendimento é passível de Licença de Operação da Alteração – LOA (SOUZA, 2002).

- Licença Precária de Operação (LPO)

Poderá ser expedida, a critério do IMA, válida por 120 dias, para avaliar a eficiência das medidas adotadas pela atividade na fase inicial de operação. Esta licença não é prorrogada (SOUZA, 2002).

- Licença Simplificada (LS)

Concedida para a localização, implantação e operação de empreendimentos e atividades de micro ou pequeno porte, excetuando-se aqueles considerados de potencial risco à saúde. A Licença Simplificada poderá ser concedida para quaisquer

das fases do empreendimento, como uma única licença, devendo ser requerida antes do início da sua implantação. No caso de ampliação, diversificação, alteração ou modificação de empreendimento ou atividade sujeita a LS, a atualização dar-se-á através de novo requerimento desta mesma modalidade (SOUZA, 2002).

- Licença Conjunta (LC)

Concedida para dois ou mais empreendimentos similares, vizinhos ou integrantes de polos industriais, projetos agrícolas, urbanísticos ou planos de desenvolvimento já aprovados pelo órgão governamental competente, desde que definida a responsabilidade legal pelo conjunto de empreendimento ou atividades. A LC será expedida através do CEPRAM ou através do IMA6, nas fases de localização, implantação ou operação, e quando se tratar de empreendimentos ou atividades de titularidades distintas, será seguida das licenças individualizadas, relativas à implantação e operação dos empreendimentos e atividades, ou do TCRA, quando couber (DECRETO 11.235/08).

Outros tipos de Permissões Ambientais Existentes: Autorização Ambiental (AA):

É um ato administrativo pelo qual o IMA estabelece as condições para a realização ou operação de empreendimentos, atividades, pesquisas e serviços de caráter temporário, a execução de obras que não impliquem em instalações permanentes, bem como aquelas que possibilitem a melhoria ambiental, conforme definidos em regulamento. Quando a atividade, pesquisa ou serviço de caráter temporário passar a configurar-se como de caráter permanente, deve ser requerida a Licença Ambiental pertinente em substituição a Autorização Ambiental expedida (CARDOSO, 2002).

Termo de Compromisso de Responsabilidade Ambiental (TCRA)

Utilizado para atividades que não exijam avaliação prévia para aprovação da localização, sendo suficiente a comprovação de que obedece os critérios e diretrizes municipais. Este tipo de modalidade de permissão ambiental é normalmente utilizada em fontes poluidoras de caráter difuso ou que não gerem efluentes de processo (sólidos, líquidos e gasosos) (CARDOSO, 2002).

6