• Nenhum resultado encontrado

3 MÉTODO

5.4 Limitações e sugestões de pesquisa futura

A metodologia selecionada para o trabalho de pesquisa apresenta algumas limitações. Primeiro, o fato de ter delimitado o estudo à relação de poucas variáveis pode dar como resultado alguns problemas estatísticos devido à omissão de outras variáveis que, a priori, são consideradas como não determinantes. Isto ocasionaria que o componente residual do modelo a estimar seja grande, podendo levar a resultados ou conclusões estatísticas errôneas ao momento de testar a hipóteses da pesquisa.

Por tanto, é claro que apesar da exatidão das estimações há fenômenos que não se podem capturar. Por isso, uma técnica que enriqueceria mais o estudo é fazer uso de métodos experimentais, usando grupos focais, técnicas de associação de marcas e/ou questionários; assim, se obteriam resultados mais precisos, pois com eles se poderia modelar com maior exatidão a conduta humana.

Segundo, outra limitação que se pode apresentar neste trabalho está relacionada ao fato de que quando se está usando a variável dependente “acidentes de trânsito devido ao consumo de álcool” esta não discrimina o tipo de álcool que foi consumido. Assim, por exemplo, um acidente poderia ter sido devido a um motorista ou pedestre que bebeu outra bebida alcoólica que não seja cerveja. Este fato, se ocorreu com maior freqüência, poderia distorcer a relação estabelecida entre as variáveis usadas “investimento em publicidade televisiva de cervejas” e a variável dependente mencionada.

Finalmente, como agenda de pesquisas futuras se sugere levar em conta que, em princípio, as estatísticas que se empregaram para a estimação se referem só a acidentes de trânsito sem diferenciar idade nem sexo das pessoas implicadas. Seria importante agregar essas características em futuras pesquisas, pois, como se viu no referencial

56 teórico, a publicidade acostuma estar dirigida principalmente para o público jovem e masculino, sendo esta faixa populacional a que apresenta mais casos de acidentes por consumo de álcool.

Apesar disso, ainda não há pesquisas na região que confirmem um impacto direto sobre as variáveis que se trabalharam aqui. Ademais, fazendo uma diferenciação por características é mais provável obter uma relação estatisticamente mais significativa tanto no nível individual de cada uma das variáveis como no nível conjunto, pois se contaria com maior informação para trabalhar.

Além disso, resta por fazer um estudo no nível nacional e com dados mais atualizados. A dificuldade de ter informação nova faz que se percam novas relações que puderam dar-se nos últimos anos, tendo em conta que a partir do ano 2004 as empresas produtoras de bebidas alcoólicas no Peru passaram a se autoregular em relação ao conteúdo da sua publicidade. Neste sentido, adicionalmente, falta trabalhar o tema de regulação da publicidade de forma bem mais exaustiva.

Também, o estabelecimento da Lei Seca no ano passado e a obrigatoriedade das revisões técnicas periódicas da população de automóveis no 2008 conduziram a uma diminuição dos acidentes. Levar em conta aqueles dois fatos e tendo dados de acidentes por tipo de população, assim como dados de investimento em publicidade de cervejas mais atuais poderia servir para isolar de melhor forma os efeitos das regulações e legislações do mesmo efeito que tem o investimento em publicidade nos acidentes de trânsito.

57

REFERÊNCIAS

ALVAREZ, R. Estadística multivariante y no paramétrica con SPSS. Aplicación a las

Ciencias de la Salud. Madrid: Díaz de Santos, 1995.

ATKIN, CH. Mass Communication Effects on Drinking and Driving. Surgeon

General's Workship on Drink Driving, Background Papers, p 15-34, 1988.

AUSTIN, E.W; HUST, S.J. Targeting adolescents? The content and frequency of alcoholic and nonalcoholic beverage ads in magazine and video formats: November 1999-April 2000. J Health Commun, v. 10, n. 8, p. 769-85, 2005.

BANCO INTERNACIONAL DE RECONSTRUCCIÓN Y FOMENTO/BANCO MUNDIAL, Las prioridades de la salud. Washington, DC : Banco Mundial, 2006.

BLESSA, R. Merchandising no Ponto de Venda. São Paulo: Atlas, 2005.

BRAMONT-ARIAS, L. Código Penal. Lima : Normas Legales, 2008.

BREED, W; WALLACK, L; GRUBE, J. Alcohol advertising in college newspapers: A 7 –year follow- up. Journal of American College Health, n. 38, p. 255-262, 1990.

CHALOUPKA, F; SAFFER, H. Tobacco Advertising: Economic Theory and international evidence. NBER Working Papers, 1999. Disponível em: http://www.nber.org/papers/w6958.pdf. Acesso em 15.05.2008.

CHEN, M.J; GRUBE, J; BERSAMIN, M; WAITERS, E; KEEFE, D. Alcohol advertising: what makes it attractive to youth? Journal of health communication, v. 10, p. 553- 565, 2005.

COLLINS, R.L; ELLICKSON, P.L; MCCAFFREY, D; HAMBARSOOMIANS, K. Early adolescent exposure to alcohol advertising and its relationship to underage drinking. J Adoles Health, v.40, n. 6, p. 527-34, 2007.

58 COLLINS, R; SCHELL, T; ELLICKSON, P; MCCAFFREY, D. Predictors of beer advertising awareness among eighth graders. Society for the Study of Addiction to

Alcohol and Other Drugs, v. 98, p. 1297- 1306, 2003.

DISEASE CONTROL PRIORITIES PROJECT. Risk Factors. World Bank: Washington DC, 2006.

EDWARDS, G. Alcohol policy and the public good. Section 3: Policy issues.

Addiction, v. 92, s. 1, p. S73-S79, 1997.

FISHER, J; COOK, P. Advertising, alcohol, consumption, and mortality. An Empirical

Investigation. Connecticut: Greenwood Press, 1995.

GUJARATI, D. Econometría. Santafé de Bogota: McGraw- Hill, 1997.

GREENE, W. Econometric Analysis. New Work: Prentice Hall, 2003.

HACKER, G. Liquor advertisements on television: Just say no. Journal of Public Policy

& Marketing, v. 17, n. 1, p. 139- 142, 1998.

HAKIM, S; SHEFER, D; HAKKERT A.S; HOCHERMAN, I. A critical review of macro models for road accidents. Technion I.I.T., n. 88-075, 1988.

HAMPSON, S; SERVENSON, H; BURNS, W; SLOVIC, P; FISHER, J. Risk perception, personality factors and alcohol use among adolescents. Personality and

Individual Differences, n. 30, p. 167- 181, 2001.

HASTINGS, G; ANDERSON, S; COOKE, E, GORDON, R. Alcohol marketing and young people’s drinking: a review of the research. J Public Health Policy, v. 26, n. 3, p. 292- 295, 2005.

HURTZ, S.Q; HENRIKSEN, L; WANG, Y; FEIGHERY, E.C; FORTMANN, S.P. The relationship between exposure to alcohol advertising in stores, owning alcohol promotional items, and adolescent alcohol use. Alcohol, v. 42, n.2, p.143-149, 2007.

INSTITUTO NACIONAL DA CONCORRÊNCIA E DA PROTEÇÃO DA PROPRIEDADE INTELECTUAL, (INDECOPI). Texto único ordenado del decreto

59 http://www.indecopi.gob.pe/ArchivosPortal/estatico/legislacion/ccd/tuo691.pdf. Acesso em 17.07.2008.

INSTITUTO CUANTO. Perú en Números 2007. Lima: Instituto Cuanto, 2008.

IPEA e DENATRAN. Impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas

rodovias brasileiras – Relatório Executivo. Brasilia: IPEA/DENATRAN/ANTP, 2006.

JERNINGAN, D.H; OSTROFF, J; ROSS, C. Alcohol advertising and youth: a measured approach. J Public Health Policy, v. 26, n. 3, p. 312-325, 2005.

KELLY, K; SLATER, M; KARAN, D. Image Advertisements’ influence on adolescents’ perceptions of the desirability of beer and cigarettes. Journal of Public

Policy & Marketing, v. 21, n. 2, p. 295- 304, 2002.

LIBAN, C.B; VINGILIS E.R; BLEFGEN, H. The Canadian drinking-driving countermeasure experience. Accid Anal Prev, v. 19, n. 3, p. 158-181, 1987.

MCCLURE, A.C; DAL CIN, S; GIBSON, J; SARGEANT, J.D. Ownership of alcoholbranded merchandise and initiation of teen drinking. Am J Prev Med, V. 30, n. 4, p. 277-83, 2006.

MÉNDIZ, A. Diferencias conceptuales entre publicidad y propaganda: una aproximación etimológica. Questiones Publicitarias, v. 1, n. 12, p. 43-61, 2008.

MINISTERIO DE SALUD DEL PERÚ. Plan Nacional de la Estrategia Sanitaria

Nacional de Accidentes de Tránsito - ESNAT 2009-2012. Lima: Ministerio de Salud,

ESNAT, 2009.

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL; PROCURADORIA DA REPÙBLICA EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS/ SP. Ação Civil Pública. Inquérito Civil Púbico Nº

1.34.014.000019/2008-29. Disponível em:

http://www.fabriciobolzan.com.br/artigos.php?id=8. Acesso em 26.06.2009.

MONTEIRO, M. Alcohol y salud pública en las Américas: un caso para la acción. Washington, D.C: OPS, 2007.

60 MURRY, J; STAM, A ; LAVSTOVICKA, J. Evaluating and Driving Advertising Campaign with a Sample Survey and Time Series Intervention Analysis. Journal of the

American Statistical Association, v. 88, n. 421, p. 50- 56, 1993.

NAIMI, T ; BREWER, R ; ALI, M. Binge Drinking Among US Adults. Journal of

American Medical Association, v. 289, n. 1, p. 70-75, 2003.

NATIONAL HIGHWAY TRAFFIC SAFETY ADMINISTRATION. Traffic Safety Facts:Research Note. Disponível em: http://www-nrd.nhtsa.dot.gov/Pubs/810821.PDF. Acesso em 11.05.2008.

NOVA SCOTIA DEPARTMENT OF HEALTH PROMOTION AND PROTECTION. Literature Review – Role of Advertising on Alcohol Consumption Among Youth.

Research Power Inc. , 2009

ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD. Informe sobre la situación mundial de

la seguridad vial: es hora de pasar a la acción. Ginebra: Organización Mundial de la

Salud, 2009

PIKO, B; GIBBONS, F. Behavioral and psychosocial influences of risk perception among Hungarian adolescents. International Journal of Public Health, n. 53, p. 131- 138, 2008.

PINSKY, I; PAVARINO FILHO, R. A apologia do consumo de bebidas alcoólicas e da velocidade no trânsito no Brasil: considerações sobre a propaganda de dois problemas de saúde pública. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, v. 29, n.1, p. 110-118, 2007.

PINSKY, I; EL JUNDI, S. O impacto da publicidade de bebidas alcoólicas sobre o consumo entre jovens: revisão da literatura internacional. Revista Brasileira de

Psiquiatria, v. 30, n. 4, p. 362-374, 2008.

PROCTOR, D.C; BABOR, T.F; XUAN, Z. Effects of cautionary messages and vulnerability factors on viewers’ perceptions of alcohol advertisements. J Stud Alcohol, v. 66, n. 5, p. 648-657, 2005.

61 ROTHSCHILD, M; MASTIN, B; MILLER, T. Reducing alcohol-impaired driving crashes through the use of social marketing. Accident Analysis and Prevention, v. 38, p.1218- 1230, 2006.

SAFFER, H. Alcohol Advertising and Motor Vehicle Fatalities. NBER Working

Papers, n. 4708, 47, 1994. Disponível em: http://www.nber.org/papers/w4708. Acesso

em 15.05.2008.

SAFFER, H. Alcohol Advertising and Motor Vehicle Fatalities. The Review of

Economics and Statistics, v. 79, n. 3, p. 431-442, 1997.

SAFFER, H. Alcohol advertising and Youth. Journal of Studies on Alcohol, n. 14, p. 173-181, 2002.

SILVA, T.C. A respeito da propaganda de bebidas alcoólicas. Jus Navigandi, v. 7, n.61, 2003. Disponível em: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=3601. Acesso em 18.06.2008.

SNYDER, L.B; MILICI F.F; SLATER, M; SUN, H; STRIZHAKOVA, Y. Effects of alcohol advertising exposure on drinking among youth. Arch Pediatr Adolesc Med, v. 160, n. 1, p. 18-24, 2006.

STIGLER, G. The economics of information. Journal of Political Economy, v. 69, n. 3, p.213-25, 1961.

TAVARES, A; MEMDES, S. e COSTA, C. Reckless driving in Portugal: The deterrent impact of increased penalties on traffic accidents. EUROPEAN SOCIETY OF CRIMINOLOGY CONFERENCE, 2005, Cracow (mimeo).

TAY, R. Drink driving and publicity campaigns: are the policy recommendations sensitive to model specification? Accident Analysis and Prevention, n. 37, p. 259-266, 2005.

TAY, R; OZANNE, L. e SANTIONO, J. Advertising and road safety: A segmentation approach. ANZMAC 2000: VISIONARY MARKETING FOR THE 21ST CENTURY: FACING THE CHALLENGE, 2000.

62 VARGAS, D. e VILLAR, M. Development and validation of a scale attitudes towards alcohol, alcoholism and alcoholics. Revista Latino-americana Enfermagem, v. 16, n. 5, p. 895- 902, 2008.

VERGARA, S. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. São Paulo: Atlas, 2007.

WEINTRAUB, E; CHEN, M.J; GRUBE, J. Why does alcohol advertising influence underage drinking? The role of desirability, identification and skepticism. Journal of

adolescents health, n.38, p. 376-384, 2006.

WHITE, J. Crash, Boom, Bang. The Determination of Fatal Car Accidents. Economics

421, 2005

YANOVITSKY, I; STRYKER, J. Mass Media, Social Norms and Health Promotion Efforts. A Longitudinal Study of Media Effects on Youth Binge Drinking.

Communication Research, v. 28 n. 2, p.208-239, 2001.

YOUNG, D; BIELINSKA-KWAPISZ, A. Alcohol prices, consumption, and traffic fatalities. National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism, 2003.

Documentos relacionados