• Nenhum resultado encontrado

Capitulo II Estudo empírico

6. Limitações e sugestões para estudos futuros

A abordagem de cariz qualitativa deste estudo permitiu dar voz àqueles que vivenciaram as situações e compreender os seus significados e perceções face ao acontecimento e suas consequências. Estes dados podem permitir um aprofundamento da compreensão do processo de resiliência face à lesão cerebral, compreensão que pode ser particularmente útil para os profissionais de saúde e/ou responsáveis por projetos de intervenção neste domínio. Apresenta-se como sugestão para futuros estudos, a triangulação da informação, incluindo a abordagem dos familiares dos participantes, assim como dos profissionais de saúde, de forma a obter-se também a perspetiva destes em relação a esta temática. Os resultados do estudo e a própria experiência da investigadora que, enquanto estagiária do CRPG, acompanhou um grupo durante todo o programa, sugerem que, de fato, os programas de reabilitação neuropsicológica podem fazer a diferença na promoção da resiliência na maioria dos participantes. Contudo, tal não pode ser cabalmente demonstrado neste estudo. De modo a avaliar de forma mais rigorosa o impacto (eficácia e eficiência) de projetos de intervenção no âmbito da reabilitação neuropsicológica, assim como as suas relações recíprocas com a resiliência, seria importante implementar estudos com uma abordagem quantitativa, de natureza

53 longitudinal e/ou experimental: participantes seriam avaliados antes e depois da intervenção e/ou comparados com outras vítimas de lesão cerebral com características semelhantes sem intervenção (grupo de controlo). O estudo da resiliência e as caraterísticas a ela associadas afiguram-se de extrema relevância tanto para pessoas com lesões cerebrais ou outras situações adversas, como também, no âmbito da psicologia, como ciência promotora do desenvolvimento humano.

Referências bibliográficas

Bardin. L. (2009). A análise de conteúdo (3ª ed). Lisboa: Edições 70.

Bonanno, G. A. (2004). Loss, trauma, and human resilience: Have we underestimated the human capacity to thrive after extremely aversive events? American Psychologist, 59, 20-28, doi: 10.1037/0003-066X.59.1.20

Bonanno, G. A, Galea, S., Bucciarelli, A., & Vlahov, D. (2007). What predicts psychological resilience after disaster? The role of demographics, resources, and life stress. Journal of Consulting and Clinical Psychology, 75, 671-682, doi: 10.1037/0022-006X.75.5.671.

Bonanno, G. A., Kennedy, P., Galatzer-Levy, I. R., Lude, P., & Elfström, M. L. (2012). Trajectories of resilience, depression, and anxiety following spinal cord injury. Rehabilitation psychology, 57, 236-247, doi: 10.1037/a0029256.

Campbell-Sills, L., Cohan, S. L., & Stein, M. B. (2006). Relationship of resilience to personality, coping, and psychiatric symptoms in young adults. Behaviour Research and Therapy, 44, 585-599, doi:10.1016/j.brat.2005.05.001

Centro de Reabilitação Profissional de Gaia (2006). Programa de Reabilitação Neuropsicológica – área de clientes individuais. Documento Institucional CRPG. Coimbra, S. (2008). Estudo diferencial de autoeficácia e resiliência na antecipação da

vida adulta. (Tese de doutoramento). Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, Universidade do Porto, Porto.

Novamente (2014). Estudo prospetivo sobre o impacto sociofamiliar do Traumatismo Crânio-encefálico, retirado em 5 de Outubro de 2014 de http://www.novamente.pt/wp- content/uploads/2014/10/estudo_2014_final.pdf.

54 Eriksson, G., Tham, K., & Fugl-Meyer, A. R. (2005). Couples' happiness and its relationship to functioning in everyday life after brain injury. Scandinavian Journal of Occupational Therapy, 12, 40-48, doi: 10.1080/11038120510027630

Fergus, S. & Zimmerman, M.A. (2005). Adolescent Resilience: A framework for understanding healthy development in the face of risk. Annual Review Public Health, 26, 399-419. doi: 10.1146/annurev.publhealth.26.021304.144357.

Folkman, S., & Moskowitz, T. (2004). Coping: Pitfalls and promise. Annu. Rev. Psychol., 55, 745-774, doi: 10.1146/annurev.psych.55.090902.141456.

Friborg, O., Hjemdal, O., Rosenvinge, J. H., & Martinussen, M. (2003). A new rating scale for adult resilience: what are the central protective resources behind healthy adjustment? International Journal of Methods in Psychiatric Research, 12, 65-76, doi:10.1002/mpr.143.

Garmezy, N. (1987). Stress, competence, and development: continuities in the study of schizophrenic adults, children vulnerable to psychopathology, and the search for stress−resistant children. American Journal of Orthopsychiatry, 57, 159-174, doi: 10.1111/j.1939-0025.1987.tb03526.x.

Gomes, A. P. (2006). A importância da resiliência na (re) construção das famílias com filhos portadores de deficiência: o papel dos profissionais da educação/reabilitação. Saber (e) Educar, 11, 49-71.

Guerreiro, S., Almeida, I., Fabela, S., Dores, A. R., & Castro-Caldas, A. (2009). Avaliação de 5 Anos de Reabilitação Neuropsicológica no Centro de Reabilitação Profissional de Gaia (CRPG). Revista Essa, 8/9, Edições Colibri.

Junqué, C., Bruna, O., & Mataró, M. (2001). Traumatismos Crânio-encefálicos: Uma Abordagem da Neuropsicologia e Fona-audiologia (1ª ed). São Paulo: Santos Editora.

Liebenberg, L. & Ungar, M. (2009). Introduction: The challenges of researching resilience. In L. Liebenberg & M. Ungar (Eds.), Researching resilience (pp.2-25). Toronto: University of Toronto Press.

Luthar, S., Cicchetti, D., & Becker, B. (2000). The construct of resilience: A Critical Evaluation and Guidelines for Future Work. Child Development, 71, 543-562, doi: 10.1111/1467-8624.00164

55 Mateer, C. (2006). Introducción a la rehabilitación cognitiva. In J. Laprilla (Ed.), Rehabilitacíon Neuropsicológica (pp. 1-14). México: Editorial el Manual Moderno.

Maia L, Correia C., Leite, R. (2009). Avaliação e Intervenção Neuropsicológica – Estudos de Caso e Instrumentos. Lisboa: Lidel Edições.

Mancini, A. D., & Bonanno, G. A. (2006). Resilience in the face of potential trauma: Clinical practices and illustrations. Journal of Clinical Psychology, 62, 971 – 985, doi: 10.1002/jclp.20283.

Martins, H. H. T. S. (2004). Metodologia qualitativa de pesquisa. Educação e Pesquisa, 30, 289-300, doi: 10.1590/s1517-97022004000200007.

Masten, A. S. (2001). Ordinary magic: Resilience processes in development. American Psychologist, 56, 227-238, doi: 10.1037//0003-066X.56.3.227.

Masten, A. S. (2014). Global perspectives on resilience in children and youth. Child development, 85, 6-20, doi: 10.1111/cdev.12205.

Newman, R. (2003). Providing direction on the road to resilience. Behavioral Health Management, 23, 42-43, doi:10.1037/e301142003-045.

Newman, R. (2005). APA’s resilience initiative. Professional Psychology: Research and Practice, 36, 227-229, doi: 10.1037/0735-7028.36.3.227.

Oddy, M. (1999). Rearranged marriages: marital relationships after head injury. Brain injury, 13, 785-796, doi:10.1080/026990599121179.

Pascual-Leone A., Amedi A, Fregni F., & Merabet B., (2005). The plastic human brain

cortex. Annu Rev of Neurosci 28, 377-401, doi:

10.1146/annurev.neuro.27.070203.144216.

Prigatano, P. (1999). Principles of Neuropsychological Rehabilitation. New York: Oxord University Press.

Quale, A. J., & Schanke, A. K. (2010). Resilience in the face of coping with a severe physical injury: A study of trajectories of adjustment in a rehabilitation setting. Rehabilitation Psychology, 55, 12, doi 10.1037/a0018415.

Quivy, R., & Camenhoudt, L., (2008). Manual de investigação em ciências sociais (5ª ed.). Lisboa: Gradiva- Publicações S.A.

56 Richardson, G. E. (2002). The metatheory of resilience and resiliency. Journal of Clinical

Psychology, 58, 307-321, doi: 10.1002/jclp.10020.

Rutter, M. (1987). Psychosocial resilience and protective mechanisms. American Journal of Orthopsychiatry, 57, 316-331, doi: 10.1111/j.1939-0025.1987.tb03541.x.

Rutter, M (1990). Psychosocial resilience and protective mechanisms. In J. Rolf, A. S. Masten, & D. Cicchetti (Eds.), Risk and protective fators in the development of psychopathology (pp. 181-214). Cambridge University Press.

Rutter, M. (1999) Resilience concepts and findings: implications for family therapy. Journal of Family Therapy, 21, 119-144, doi: 10.1111/1467-6427.00108

Rutter, M. (2012). Resilience as a dynamic concept. Development and psychopathology, 24, 335-344, doi:10.1017/S0954579412000028

Santos, M. E., De Sousa, L., & Castro-Caldas, A. (2012). Epidemiologia dos traumatismos crânio-encefálicos em Portugal. Ata médica portuguesa, 16, 71-6.

Simpson, G., & Jones, K. (2012). How important is resilience among family members supporting relatives with traumatic brain injury or spinal cord injury?. Clinical rehabilitation, 27, 367-377, doi: 10.1177/0269215512457961.

Teram, E. & Ungar, M. (2013). Not just the master discourse: A case for holistic case studies of youth resilience. In L. Liebenberg & M. Ungar (Eds.), Researching resilience (pp.103-128). Toronto: University of Toronto Press.

Vera, R. S. (2012). Resiliência, enfrentamento e qualidade de vida na reabilitação de indivíduos com lesão medular (Tese de Doutoramento). Universidade de Brasília, Brasília.

Vieira, R., Hora, E., Oliveira, D., Ribeiro, M., & de Sousa, R. (2013). Calidad de vida de las víctimas de trauma craneoencefálico seis meses después del trauma. Rev. Latino- Am. Enfermagem 21, 1-8, doi: 10.1590/s0104-11692013000400006.

Walsh, F. (1998). Strengthening family resilience. New York: The Guilford Press.

Walsh, F. (2003) Family resilience: A framework for clinical practice. Family Process, 42, 1-18, doi: 10.1111/j.1545-5300.2003.00001.x

57 Williams, M. W., Rapport, L. J., Millis, S. R., & Hanks, R. A. (2014). Psychosocial outcomes after traumatic brain injury: Life satisfaction, community integration, and distress. Rehabilitation psychology, 59, 1-9, doi: 10.1037/a0037164.

White, B., Driver, S., & Warren, A.M. (2008). Considering resilience in the rehabilitation of people withtraumatic disabilities. Rehabilitation Psychology, 53, 9-17, doi: 10.1037/0090-5550.53.1.9.

White, B., Driver, S., & Warren, A. M. (2010). Resilience and indicators of adjustment during rehabilitation from a spinal cord injury. Rehabilitation Psychology, 55, 23-32, doi: 10.1037/a0018451.

Wilson, B. (2003). Neuropsychological Reabilitation: Theory and Practice. The Netherlands: Swets & Zeitlinger Publishers..

Wilson, B. A. (2008). Neuropsychological rehabilitation. Annual Review of Clinical Psychology, 4, 141-162, doi: 10.1146/annurev.clinpsy.4.022007.141212.

Yunes, M.A.M. (2003). Psicologia positiva e resiliência: O foco no indivíduo e na família. Psicologia em Estudo, 8, 75-84, doi:10.1590/s1413-73722003000300010.

Documentos relacionados