CAPÍTULO V – CONCLUSÕES
5.3. Limitações do Estudo
O curto espaço de tempo foi, sem dúvida, a grande limitação do estudo.
Relativamente à operacionalização do projeto, importa referir que era intenção inicial desenvolver a linguagem oral das crianças num curto espaço de tempo e isso
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realmente foi possível. No entanto se tivesse havido mais tempo, os resultados poderiam ser provavelmente mais evidentes. Poderiam ter sido realizados testes mais complexos e abranger um maior número de Domínios Linguísticos e capacidades, alcançando então uma avaliação mais pormenorizada do nível da linguagem oral e poderiam ter sido implementadas mais atividades com o objetivo de fomentar este desenvolvimento, o que ocasionaria maior evolução nestes domínios.
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PARTE 3 – REFLEXÃO FINAL SOBRE A PRÁTICA DE ENSINO
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REFLEXÃO
Neste ano letivo, no segundo semestre, foi me proposto o desafio de estagiar, três dias por semana, no contexto de Educação Pré-Escolar anteriormente caracterizado, durante, aproximadamente, 18 semanas.
Apesar de todas as dificuldades sentidas e vividas, este foi um ano, não só de enriquecimento a nível profissional, como também, de muito enriquecimento pessoal. Aprendi imenso com as crianças assim como com a equipa educativa da sala. Foram muitos os momentos de trabalho árduo, compensados com a vivacidade e vontade de aprender das crianças, com a sua alegria, brincadeiras e acima de tudo com o amor e carinho com que sempre nos trataram.
São vários os pontos positivos que posso destacar desta prática profissional, o primeiro é sem dúvida o fato de estarmos a trabalhar a pares, o que proporciona planificações muito mais ricas em atividades e ocasiona muitas mais experiências uma vez que existe uma partilha de ideias entre dois elementos. O segundo é o ter uma educadora cooperante que esteve sempre presente na sala, a auxiliar e a demonstrar como lidar com as divergências que iam surgindo, revelando sempre disponibilidade em ajudar e fazendo com que me sentisse sempre à vontade. O terceiro ponto positivo é o fato de, todas as semanas, alternadamente, os professores da Prática de Ensino Supervisionada, me irem observar, referindo posteriormente nas reuniões os aspetos que não tinham sido bem conseguidos na intervenção e que portanto deveria melhorar, reforçando ainda assim, alguns dos aspetos positivos.
As intervenções, na sua grande maioria, foram bem-sucedidas, conseguindo envolver as crianças em todas as atividades, sendo notório no grupo a euforia, o empenho, a criatividade e a vontade de participar nas atividades propostas e foi sempre uma preocupação, na elaboração das mesmas, que estas englobassem um carácter científico e lúdico e fossem adequadas às necessidades do grupo.
O projeto de investigação foi mais um dos pontos positivos que quero destacar. Apesar do excessivo trabalho que já tinha com o estágio, foi muito gratificante elaborar este estudo pois foi um projeto que me enriqueceu enquanto futura profissional de
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educação de infância, uma vez que permitiu refletir sobre a importância que um educador tem no estímulo e desenvolvimento da linguagem oral nas crianças e que tipo de atividades lúdicas se pode realizar para promover este desenvolvimento.
O balanço que faço desta minha experiência no pré-escolar é muito positivo e mostrou-me, claramente, que fiz a opção correta quando escolhi esta área para a minha formação. Apesar das dificuldades e entraves que ocasionalmente foram surgindo, foi um ano repleto de aprendizagens e emoções, que seguramente ficaram gravadas para sempre na nossa memória e coração.
76 REFEÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Enciclopédia de Educação Infantil: Recursos para o desenvolvimento do currículo escolar – volume III . (1993). Rio de Mouro: Editora Nova.
Albuquerque, F. (2000). À Descoberta da Palavra Redondinha - A Linguagem na Primeira infância. Porto: Porto Editora.
Biklen, S., & Bogdan, R. (1994). Investigação Qualitativa em Educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora.
Bogdan, R., & Biklen, S. (1994). Investigação Qualitativa em Educação - Uma Introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora.
Carvalho, A., & Marques, J. (2002). Novas Metodologias em Educação. Porto: Porto Editora.
Duarte, I. (2008). O Conhecimento da Língua: Desenvolver a Consciência Linguística. Lisboa: Ministério da Educação.
Esteves, L. M. (2008). Visão Panorâmica da Investigação-Ação. Porto: Porto Editora.
Estrela, A. (1994). Teoria e Prática de Observação de Classes - Uma estratégia de Formação de Professores. Porto: Porto Editora.
García, S., Gil, P., & Zaloña, P. (1993). Enciclopédia de Educação Infantil: Recursos para o desenvolvimento do currículo escolar – volume III - Comunicação Linguística. Rio de Mouro: Editora Nova.
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Martens, D. M. (2009). Research and Evaluation in Education and Psychology:Integrating Diversity With Quantitative, Qualitative, and Mixed Methods. Sage.
ME. (1997). Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar. Lisboa: Ministério da Educação.
Menyuk, P. (1987). Language development : knowledge and use. Boston : Foresman.
Papalia, D. E., & Olds, S. W. (1998). O Mundo da Criança. São Paulo: Makron Books do Brasil Editora Ltda.
Pereira , M., & Hage, S. (2006). Desempenho de crianças com desenvolvimento típico de linguagem em prova de vocabulário expressivo. São Paulo: Revista CEFAC.
Rigolet, S. A. (1998). Para uma Aquisição Precoce e Optimizada da Linguagem - Linhas de orientação para crianças até aos 6 anos. Porto: Porto Editora.
Rigolet, S. A. (2000). Os Três P - Precoce, Progressivo, Positivo. Porto: Porto Editora.
Roncato, C. C., & Lacerda, C. B. (2005). Possibilidades de desenvolvimento de linguagem no espaço da Educação Infantil. São Paulo: Disturbios do Comunicação.
Sim-Sim, I. (1998). Desenvolvimento da Linguagem. Lisboa: Universidade Aberta.
Sim-Sim, I. (2010). Avaliação da linguagem Oral - Um contributo para o conhecimento do desenvolvimento linguístico das crianças portugueses. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
Sim-Sim, I., Silva, A. C., & Nunes, C. (2008). Linguagem e Comunicação no Jardim-de- Infância. Lisboa: Ministério da Educação.
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ANEXOS
I
Anexo A
II Data: 21 de Março de 2012 Área(s) e Domínio(s) de Ensino e aprendizagem Competência/Objetivos Atividades (Estratégia/ sequência/descrição da atividade/organização do grupo) Recursos materiais/espaço s físicos Avaliação
Domínio da linguagem oral e da abordagem da escrita
1. Desenvolver a temática “O dia da árvore” 1.1. Aprimorar a linguagem oral; 1.2. Alargar o capital lexical; 1.3. Adquirir um maior domínio da expressão e comunicação; 1.4. Melhorar a capacidade de pronuncia e articulação de palavras;
Com as crianças sentadas em volta da mesa e a estagiária inicia com um diálogo com as crianças, transmitindo que neste dia começa a primavera e, posto isto coloca a seguinte pergunta às crianças, “O que sabemos sobre a Primavera?” e, a partir desta pergunta, inicia a construção de um mapa conceptual, em conjunto com as crianças (anexo 13). Sala de atividades: Mesa; Cadeiras; Cartaz; Imagens da primavera. Responde adequadamente às perguntas colocadas; Constrói frases coerentes;
III Data: 18 de Abril de 2012 Área(s) e Domínio(s) de Ensino e aprendizagem Competência/Objetivos Atividades (Estratégia/ sequência/descrição da atividade/organização do grupo) Recursos materiais/espaço s físicos Avaliação
Domínio da linguagem oral e da abordagem da escrita 2. Alargar as redes conceptuais e semânticas associadas a cada palavra; 2.1. Descobrir relações semânticas entre as palavras; 2.2. Associar palavras pela relação de antonímia; 2.3. Atribuir significado a uma palavra;
Com as crianças sentadas em volta da mesa a estagiária transmite às crianças que irá contar uma história “Contrários” (anexo 11). Esta história servirá como introdução ao tema “Antónimos”.
Após a leitura da história serão colocadas as seguintes questões às crianças:
Questões de interpretação literal De que nos fala a história?
Como era o bico da cegonha? E do papagaio?
Como era a girafa? E a formiga? E a baleia como era? E o cão? E estas palavras são iguais? Tem o mesmo significado?
Seguidamente serão formadas 2
Sala de atividades: Mesa; Cadeiras; História; Cartas com as imagens. Consegue associar os antónimos;
Identifica as relações que existem entre as palavras; Reconhece o significado das palavras.
IV equipas, a equipa A e a equipa B.
Cada elemento da equipa A terá uma carta onde está representada uma das imagens da história e, cada elemento da equipa B terá uma carta que representam os contrários das cartas da equipa A. O elemento da equipa A diz o que está representado, por exemplo, uma menina a chorar o elemento da equipa B que tiver a carta antónimo, ou seja, a menina a rir tem de se levantar e dizer.
V Data: 23 de Abril de 2012 Área(s) e Domínio(s) de Ensino e aprendizagem Competência/Objetivos Atividades (Estratégia/ sequência/descrição da atividade/organização do grupo) Recursos materiais/espaços físicos Avaliação
Domínio da linguagem oral e da abordagem da escrita 3. Alargar as redes conceptuais e semânticas associadas a cada palavra; 3.1. Descobrir relações de hierarquia entre as palavras; 3.2. Compreender o significado das palavras;
Em grande grupo as crianças terão de ordenar palavras da que tem um significado mais geral para um significado mais particular, enquadrado no tema “Meios de transporte”. A estagiaria irá questionar, inicialmente, as crianças relativamente aos locais onde se podem movimentar os meios de transporte. Seguidamente irá mostrar as imagens dos locais de deslocação (ar, terra e mar), e as crianças terão de identificar e colocar no cartaz que estará fixado na sala e que irá conter escrito no centro “Meios de Transporte”. Posteriormente a estagiária vai mostrando diferentes meios de transporte, as crianças, terão de identificar o transporte e
Sala de Atividades Mesa; Cadeiras; Imagens. Estabelece relações de hierarquia entre as palavras; Reconhece o significado das palavras.
VI 4. Alargar as redes conceptuais e semânticas associadas a cada palavra; 4.1. Descobrir relações de hierarquia entre as palavras; 4.2. Compreender o significado das palavras; 4.3. Promover o progressivo controlo da tesoura;
onde este se desloca e colocar no cartaz. Exemplo: Meios de transporte – meio terrestre – carro (anexo 6).
As crianças sentam-se em volta da mesa e a estagiária propõe que as crianças elaborem um registo para assim avaliar se estas compreenderam a atividade realizada da parte da manhã relativa aos hiperónimos. Serão distribuídas folhas diferentes, umas com o “ar” representado, outras com o “mar” e outras com a “terra”, e também folhas onde se encontrarão diferentes meios de transportes (anexo 8). As crianças devem recortar os transportes que se movimentam no espaço que tem representado na folha e colarem. Sala de atividades: Mesa; Cadeiras; Folhas com os locais de movimentação dos transportes; Folha com diferentes meios de transporte; Tesoura; Cola. Estabelece relações de hierarquia entre as palavras; Reconhece o significado das palavras;
VII Data: 30 de Abril de 2012 Área(s) e Domínio(s) de Ensino e aprendizagem Competência/Objetivos Atividades (Estratégia/ sequência/descrição da atividade/organização do grupo) Recursos materiais/espaço s físicos Avaliação
Domínio da linguagem oral e da abordagem da escrita 5. Identificar disparates nas frases; 5.1. Proporcionar momentos de interação verbal; 5.2. Reconhecer incoerências nas frases; 5.3. Construir frases mais corretas e completas; 6. Alargar o capital lexical;
As crianças continuam sentadas em volta da mesa e a estagiária transmite às crianças que irá dizer várias frases e que estas deverão identificar e levantar a placa vermelha (anexo 5), sempre que a estagiária disser frases que são disparates, e explicar o porquê de a frase ser um disparate.
Exemplo: O carro é um meio de transporte aéreo; Os bonecos de neve que tínhamos na nossa sala eram verdes; A semana passada comi uma banana vermelha; É no inverno que costumam nascer as flores.
Posteriormente a estagiária irá realizar um jogo de cartas com as crianças (anexo 6). Num dos lados
Sala de atividades: Mesa; Cadeiras; Placas vermelhas; Sala de atividades: Cartas; Participa ativamente no diálogo; Responde adequadamente às perguntas colocadas; Identifica as frases disparatadas; Identifica o que vê na imagem;
VIII 6.1. Promover a concentração; 6.2. Proporcionar momentos de interação verbal; 6.3. Atribuir significado a uma palavra; 6.4. Descrever características e funções de objetos;
da carta existe uma imagem e no outro lado pontos – entre 1 a 6. Desenrolar do jogo: Irá existir 6 baralhos, um para cada um dos pontos, em cima da mesa com as imagens viradas para baixo e os pontos para cima. Uma das crianças lança um dado e, perante o número de pontos, terá que procurar a carta correspondente a esses pontos. Ao virar a carta, terá que nomear o que vê na imagem e dizer para que serve; Dado; Cadeiras; Mesas. Identifica a função e características do que observa na imagem.
IX Data: 9 de Maio de 2012 Área(s) e Domínio(s) de Ensino e aprendizagem Competência/Objetivos Atividades (Estratégia/ sequência/descrição da atividade/organização do grupo) Recursos materiais/espaços físicos Avaliação
Domínio da linguagem oral e da abordagem da escrita 7. Alargar as redes conceptuais e semânticas associadas a cada palavra; 7.1. Descobrir relações semânticas entre as palavras; 7.2. Agrupar as palavras em famílias semânticas 7.3. Atribuir significado a uma palavra; 7.4. Promover o progressivo controlo da tesoura;
Posteriormente a estagiária irá organizar o grupo em pares. A cada par de crianças será atribuído uma família semântica (frutas, animais aquáticos, animais terrestres, transportes terrestres, transportes aéreos, legumes e flores). Em seguida, serão distribuídas folhas com imagens, pertencentes ou alheios ao grupo de família semântica, e uma folha que representa a família semântica (ar, mar, horta, fruteira e campo), a cada um dos pares (anexo 12). As crianças devem identificar as que correspondem à família que lhes foi atribuída, recortar e colar. No final e em grande grupo, a estagiária irá explorar os registos de forma que as crianças justifiquem o porquê de pertencerem a determinado grupo.
Sala de atividades: Mesa, Cadeiras; Folhas com as imagens; Tesoura; Cola; Folha que representa a família semântica; Agrupa corretamente as palavras consoante a família semântica pertencente; Reconhece o significado das palavras;
X
Anexo B
XI Caro(a) Encarregado(a) de Educação
Chamo-me, Ana Filipa Seixas, sou aluna do curso de Mestrado em Educação Pré- Escolar da Escola Superior de Educação, e presentemente no âmbito da Unidade Curricular Prática de Ensino Supervisionada II (PES II), encontro-me a desenvolver um estudo intitulado “Desenvolvimento da Linguagem Oral no Pré-escolar”.
Ao longo das várias sessões, irei realizar diversas atividades de forma a fomentar o desenvolvimento da linguagem oral do grupo, como o conto e reconto de histórias, trava- línguas, leitura de poesia infantil, adivinhas, entre outras. Nesse sentido, Poderá ser necessário proceder à filmagem das atividades com a finalidade única e exclusiva de se proceder à recolha de dados, como através de filmagens e fotografias, para análise posterior.
Assim, venho solicitar-lhe a autorização para que o(a) seu (sua) filho(a) participe no referido estudo e em caso afirmativo, peço o favor de preencher o destacável deste documento e de o devolver à professora do seu (sua) filho(a).
Gostaria de salvaguardar que todos os registos recolhidos serão utilizados dentro da maior confidencialidade e exclusivamente para a realização do estudo. Coloco-mo ao dispor para qualquer informação suplementar através do meu telemóvel 913641860, ou através da Educadora Cooperante da Escola, professora Ana Cristina Silva.
Agradeço desde já a sua compreensão, Com os melhores cumprimentos
Ana Seixas
……… Autorização do Pai, Mãe ou Encarregado de Educação
Autorizo o meu educando, ____________________________________ a participar no estudo. _______________________________________
XII
Anexo C
XIII
Definição Nominal (o que é isto? O que está a fazer?)
Responsável pela avaliação:
Identificação do jardim-de-infância: Data:
Grupo:
Nome da criança:
Itens Resposta da criança Categoria da resposta Cotação atribuída
Vaca Pinguim Banana Cenoura Joelho Dentista Mergulhar Descansar Regar Pintar TOTAL
XIV
Definição Verbal (o que é?)
Responsável pela avaliação:
Identificação do jardim-de-infância: Data:
Grupo:
Nome da criança:
Itens Resposta da criança Categoria da resposta Cotação atribuída
Vaca Pinguim Banana Cenoura Joelho Dentista Mergulhar Descansar Regar Pintar TOTAL
XV
Anexo D
XVI
Itens Imagens
Vaca
Pinguim
XVII
Cenoura
Joelho
Dentista
XVIII
Descansar
Regar
XIX
Anexo E
XX
COMPRIDO
Oh! Que bico tão comprido
a branca cegonha tem!
Com ele pesca no lago,
pesca, pesca e pesca bem
Apanha sapos e rãs,
peixes de prata também.
Que rica cana de pesca
a branca cegonha tem!
CURTO
Oh! Mas que bico tão curto
tem o verde periquito.
É feito para dar beijinhos,
é feito para ser bonito.
Oh! Mas que bico tão curto…
Chega-lhe bem para trepa,
chega-lhe bem para comer
e chega-lhe bem para palrar.
ALTO
Mas que girafa tão alta!
Tem uma nuvem no céu
pousada sobre a cabeça,
a servir-lhe de chapéu.
XXI
Tocar no sino da torre
é divertido, não é?
Diz ao amigo guindaste,
à amiga chaminé.
BAIXO
A formiguinha, tão baixa,
vive mesmo junto ao chão.
Tem medo de se afogar
quando faz chichi um cão.
Passa por baixo da porta,
pela greta da janela,
vê tudo quanto fazes,
sem nunca reparares nela.
GORDO
Olha a baleia tão gorda!
Rebenta qualquer balança.
Mas, apesar de ser gorda,
dentro do mar até dança.
É gorda, não tem cintura,
é gorda não tem pescoço.
É gorda e por ser tão gorda
parece que nem tem osso.
XXII
MAGRO
Ai, este cão é tão magro
que lhe chamam trinca-espinhas.
Anda na rua, à procura
do cheiro bom das cozinhas
É leve, leva-o o vento,
tem a barriga vazia
Queria comer um bife,
mas deram lhe melancia.
DURO
A casca da tartaruga
é dura, dura a valer,
parece uma pedra verde
onde ela se foi esconder
Não a arranha qualquer gato,
não a trinca qualquer cão.
Como um escudo, duro, duro,
é a sua protecção.
MOLE
Ai, que mole é a minhoca,
não tem osso nem tem espinha,
parece mesmo um esparguete
depois de vir da cozinha
XXIII
até me faz impressão.
Mas ela é que não se importa,
é mole mas fura o chão.
GRANDE
O elefante é tão grande
que não cabe no portão,
não cabe no meu quartinho,
não cabe no camião
o elefante é tão grande
e tem tão grande o nariz
que ele entra pela janela
e dá um duche ao Luís.
PEQUENO
A pulga é tão pequena!
Nem a consigo avistar
e só sei onde ela está
quando começa a picar.
Pula da mão para a barriga,
salta do pé para a boca.
Ai, pulga, pequena pulga
que já me deixaste louca!
XXIV
VAGAROSO
Por que és tão vagaroso,
caracol, meu caracol,
quando te peço para pores
os teus pauzinhos ao sol?
O sol não espera por ti,
a noite já vai cair.
Como tu não te despachas,
caracol, eu vou dormir.
RÁPIDO
Que rápida vai a lebre,
corre, corre sem parar
quando vê uma raposa,
prontinha para a caçar.
Foge do lobo na serra,
do cão e do caçador,
sempre depressa, depressa,
faça frio, faça calor.
FEIO
O sapo feio, tão feio,
viu-se ao espelho no laguinho.
- Ai, mas que bicho tão feio
está aqui, é meu vizinho!
XXV
da horrível criatura.
- Que bom eu não ser assim,
tenho tão linda figura!
BONITO
Que borboleta bonita!
Ao vê-la fico feliz.
Pousa nos cravos, nas rosas,
na ponta do meu nariz.
E espalha a sua beleza
como um perfume no ar.
Que borboleta bonita…
Nunca a irei apanhar!
RICO
Este cachorro é tão rico
como rico é o seu dono.
Tem uma cama de penas
para dormir um bom sono.
Tem uma coleira de ouro
só rói osso de marfim,
come a cada refeição
sete bifes e um pudim.
POBRE
Tão pobre é o ratinho
XXVI
Não tem queijo, não tem pão,
só tem uma ratoeira.
O ratinho pobre, pobre,
sonha às vezes com riqueza:
sonha com as migalhinhas
que há debaixo da mesa.
MAU
Aqui está o lobo mau
das histórias de encantar,
com dentes tão afiados
como facas a cortar.
O que come os cabritinhos,
faz os meninos chorar.
Talvez não fosse tão mau,
se alguém lhe desse um jantar
BOM
Aqui está o bom golfinho
que não faz mal a ninguém
e brinca com as crianças
nadando daqui para além.
O que acompanha os navios,
saltando no azul do mar
e se vê alguém em perigo,
se atira logo para o salvar.
XXVII
PRETO
Aquela pantera negra
é preta como o carvão,
é tão escura como a noite
e a estrada de alcatrão.
Não a consegues achar
se cair a escuridão.
Então só verás seus olhos
que brilham como um clarão.
BRANCO
Olha, tão branco na neve
o branco urso polar,
branco quando está quieto,
e quando está a pular.
Tudo é branco à sua volta,
até o mar, feito gelo.
Ficou tão branco de frio?
Será preciso aquecê-lo?
QUENTE
Ah, como está quente, quente
o gato junto à lareira.
Gosta tanto do calor
que não sai da sua beira.
XXVIII