Este estudo também possui algumas limitações que abrem possibilidades para pesquisas futuras explorarem.
Do ponto de vista metodológico, pode-se apontar o procedimento de coleta de dados, online como algo que pode ter trazido algum nível de viés para os resultados, uma vez que os estudos não foram aplicados em ambiente controlado e, por mais que tenha sido controlado o perfil dos participantes, não é possível garantir a homogeneidade que haveria em um estudo em laboratório com outro método de recrutamento. Por outro lado, Peterson (2001) alerta que respostas vindas de um grupo muito homogêneo poderiam fazer com que fosse necessária a replicação do estudo em outras amostras aleatórias, de maneira a dar maior credibilidade aos resultados.
Outro ponto importante é que se utilizou para as manipulações apenas texto e, segundo Amit, Algom e Trope (2009), palavras são representações abstratas, enquanto imagens são representações concretas, o que pode fazer com que o processamento de imagens seja facilitado em pessoas em baixo nível de abstração, enquanto o processamento de palavras seja facilitado entre as pessoas em alto nível de abstração. Uma vez que foi manipulado justamente o nível de abstração, seria interessante testar manipulações também com imagens em próximos estudos.
De um ponto de vista mais teórico, trabalhou-se o fenômeno em questão sob a ótica da economia clássica, CLT e framing; contudo, outros suportes teóricos poderiam ter sido examinados para melhor entender os resultados obtidos. Por exemplo, não foi trabalhada a questão de overload information que poderia fazer com que, a partir de determinado ponto, ambientes exageradamente descritos tivessem um efeito inverso ao esperado nesta pesquisa. Outra questão a ser trabalhada poderia ser assimetria informacional, uma vez que os consumidores que observam um ambiente descrito com poucos atributos poderiam perceber algum tipo de risco vinculado à falta de informação disponibilizada.
Por trabalhar-se com ambientes de serviço, poderia ser interessante analisar como valor e motivação hedônico e utilitário poderiam afetar os resultados obtidos. Outro caminho seria replicar este estudo em serviços claramente hedônicos versus utilitários, de maneira a comparar os resultados.
REFERÊNCIAS
ADAVAL, R.; WYER Jr., R. Conscious and Nonconscious Comparisons with Price anchors: effects on Willingness to Pay for Related and Unrelated Products, Journal of Marketing Research, v. 48, p. 355-65, 2011.
AMIT, E.; ALGOM, D; TROPE, Y. Distance-dependent processing of pictures and words. Journal of experimental psychology, v. 138, n. 3, p. 400-415, 2009.
BAKER, J.; et al. The influence of multiple store environment cues on perceived merchandise value and patronage intentions. Journal of Marketing, v. 66, p. 120-141, 2002.
BAKER, J. Examining the informational value of store environments. In: SHERRY, J. F. Service scapes. Chicago: NTC/Contemporary Publishing, 1998. p. 55-79
BELTRAMINI, R. F. Advertising Perceived Believability Scale, in Proceedings of the Southwest Marketing Association, Daniel R. Corrigan, Frederic B., 1982
BETTMAN, J. R. Memory Factors in Consumer Choice: a review. Journal of Marketing, v. 43, p. 37-53, 1979.
BITNER, M. J. Servicescapes: the impact of physical surroundings on customers and employees. Journal of Marketing, v. 56, p. 57-71, 1992.
BITNER, M. J. Evaluating Service Encounters: The Effects of Physical Surroundings and Employee Responses. Journal of Marketing, v. 54, p. 69–82, 1990.
BRONIARCZYK, S. M. Product Assortment, in Handbook of Consumer Psychology, New York: CRC Press, p.755–77, 2008.
BUSSAB, W. O.; MORETTIN, P. A. Estatística básica. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2011
CERVO, L. A.; BERVIAN, P. A.; SILVA, R. Metodologia cientifica. 6. ed. São Paulo: Pearson, 2006.
CHATTERJEE, P.; ROSE, R. Do payment mechanisms change the way consumers perceive products?, Journal of Consumer Research, v. 38, 2012.
CHERNEV, A. Decision Focus and Consumer Choice among Assortments, Journal of Consumer Research, v. 33, p. 50–59, 2006.
CHERNEV, A. When More Is Less and Less Is More: The Role of Ideal Point Availability and Assortment in Consumer Choice, Journal of Consumer Research, v. 30, p. 170–83, 2003. COLLIS, J.; HUSSEY, R. Pesquisa em administração: Um guia prático para alunos de graduação e pós-graduação. 2.ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.
CRESWELL, J. W. Projeto de pesquisa: Métodos qualitativo, quantitativo e misto. 3.ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.
DHAR, R.; KHIM, E. Y. Seeing the forest or the trees: implications of construal level theory for consumer choice. Journal of Consumer Psychology, v. 17, n. 2, p. 96-100, 2007.
EYAL, T., et al.The pros and cons of temporally near and distant action. Journal of Personality and Social Psychology, v. 86, p. 781–795, 2004.
FISKE, S. T. Schema-Triggered affect: applications to Social Perception, in: CLARK, M. S.; FISKE, S. T. Affect and Cognition. Hillsdale, NJ: Lawrence Erl-baum Associates, p. 55-78, 1982.
FISKE, S.T.; TAYLOR, S.E. Attribution theory: theoretical refinements and empirical observations. In Social Cognition. New York: McGraw-Hill, 1991.
FUJITA, K.; et al. Influencing Attitudes toward Near and Distant Objects, Journal of Experimental Social Psychology, v. 227, n. 21, p. 9044-9062, 2008.
FUJITA, K., et al.. Spatial distance and mental construal of social events. Psychological Science, v. 17, p. 278-282, 2006.
GADE, C. Psicologia do consumidor e da propaganda. São Paulo: Editora Pedagógica Universitária, 2000.
GIGLIO, E. M. O comportamento do consumidor. 2 ed. São Paulo: Pioneira Thompson Learning, 2002.
GOODMAN, J, K.; MALKOC, S. A. Choosing, here and now versus there and later: the moderating role of psychological distance on assortment size preferences. Journal of Consumer Research, v. 39, p. 751-768, 2012.
GOURVILLE, J. Pennies-a-Day: The Effect of Temporal ReFraming on Transaction Evaluation. Journal of Consumer Research, v. 24, p. 395-408, 1998.
HAIR, J. F. et al. Fundamentos de métodos de pesquisa em administração. Porto Alegre: Bookman, 2005.
HENDERSON, M. D.; et al. Transcending the “here”: the effect of spatial distance on social judgment. Journal of Personality and Social Psychology, v. 91, n. 5, p. 845-856, 2006.
HERNANDES, J. M. C.; BASSO, K.; BRANDÃO, M. M. Pesquisa experimental em marketing. Revista Brasileira de Marketing, v. 13, n. 2, p. 98-117, 2014.
HOLBROOK, M. B. What is Consumer Research? Journal of Consumer Research, v. 14, p. 128-132, 1987.
HUBER, J.; MCCANN, J. The impact of inferential beliefs on product evaluations. Journal of Marketing Research, v. 19, p. 324-33, 1982.
KETTLE, K. L.; HAUBL, G. The Signature Effect: Signing Influences Consumption-Related Behavior by Priming Self-Identity. Journal of Consumer Research, v. 38, p. 474-89, 2011. KIVETZ, Y., TYLER, T. R. Tomorrow I‟ll be me: The effect of time perspective on the activation of idealistic versus pragmatic selves. Organizational Behavior and Human Decision Processes, v. 102, p. 193-211, 2007.
KOTLER, P. Atmospherics as a marketing tool. Journal of Retailing. v. 49, n. 4, p. 48-64, 1973- 1974.
LARAN, J.; DALTON, A. N.; ANDRADE, E. B. The Curious Case of Behavioral Backlash: Why Brands Produce Priming Effects and Slogans Produce Reverse Priming Effects. Journal of Consumer Research, v. 37, p. 999-1014, 2011.
LIBERMAN, N., et al.. The effect of level of construal on temporal distance. Journal of Experimental Social Psychology, v. 43, p. 143–149, 2007.
LIBERMAN, N., SAGRISTANO, M., TROPE, Y. The effect of temporal distance on level of construal. Journal of Experimental Social Psychology, v. 38, p. 523–535, 2002.
LIBERMAN, N., TROPE, Y. The role of feasibility and desirability considerations in near and distant future decisions: A test of temporal construal theory. Journal of Personality and Social Psychology, v. 75, p. 5–18, 1998.
LIVIATAN, I., TROPE, Y., LIBERMAN, N. Interpersonal similarity as a social distance dimension: implications for perception of others‟ actions. Journal of experimental social psychology, v. 44, n. 5, p. 1256-1269, 2008.
LOUDON, D. L., BITTA, A. J. D. Comportamiento del consumidor: conceptos y aplicaciones. (4a. ed.). México: McGraw-Hill, 1995.
KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de Marketing: A Bíblia do Marketing. 12ª edição. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
MALHOTRA, N. K. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. 720 p.
MEIRELLES, D. S. O conceito de serviço. Revista de Economia Política, v. 26, n. 1, p. 119- 136, 2006.
MOWEN, J. C.; MINOR, M. S. Comportamento do consumidor. São Paulo: Prentice Hall, 2003.
NISBETT, R. E.; ROSS, L. Human inference: strategies and shortcomings of social judgment. Englewood Cliffs, NJ: Prentice Hall, 1980.
NUNALLY, J. Psychometric theory. New York: Mc Graw-Hill, 1978.
PACHAURI, M. Consumer behavior: a literature review. The Marketing Review, v. 2. P. 319- 355, 2002.
PETERSON, R. A. On the use of college students in social science research: insights form a second-order meta-analysis. Journal of Consumer Research, n. 28, p. 450-461, 2001.
POYNOR, C.; WOOD, S. Smart Subcategories: How Assortment Formats Influence Consumer Learning and Satisfaction. Working Paper, Katz Graduate School of Business, p. 1-48, 2011. PYNDICK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 7. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2009. RATNESHWAR, S.; SHOCKER, A. D. Substitution in Use and the Role of Usage Context in Product Category Structures, Journal of Marketing Research, v. 28, p. 281–295, 1991.
ROEHM, M L.; ROEHM, H A. The influence of redemption time frame on responses to incentives. Journal of the Academy Marketing Science, v. 39, p. 363-375, 2011.
SHARMA, A. The effects of priming cues in sales interactions: additional perspectives. Journal of Personal Selling and Sales Management, v. 16, p. 49-52, 1996.
SHIV, B.; CARMON, Z.; ARIELY, D. Placebo effects of marketing actions: consumers may get what they pay for. Journal of Marketing Research, v. 42, n. 4, p. 383-393, 2005.
SMITH, P. K., TROPE, Y. You focus on the forest when you‟re in charge of the trees: Power priming and abstract information processing. Journal of Personality and Social Psychology, v. 90, p. 578–596, 2006.
SOLOMON, M. O Comportamento do Consumidor: Comprando, Possuindo e Sendo, Bookman, 5ª edição, SP, 2002.
THOMAS, M., CHANDRAN, S., TROPE, Y. The effects of temporal distance on purchase construal. Unpublished manuscript, Cornell University, 2006. Disponível em: <<https://www.google.com.br/webhp?sourceid=chrome-instant&ion=1&espv=2&ie=UTF-
8#q=The%20effects%20of%20temporal%20distance%20on%20purchase%20construal.%20thom as>>. Acesso em: 10 ago. 2014.
TROPE, Y., LIBERMAN, N. Temporal construal and time-dependent changes in preference. Journal of Personality and Social Psychology, v. 79, p. 876–889, 2000.
TROPE, Y., LIBERMAN, N. Temporal construal. Psychological Review, v. 110, n. 3, p. 403,421, 2003.
TROPE, Y.; LIBERMAN, N. Construal Level Theory and Psychological Distance, Psychological Review, v. 117, n. 2, p. 440-463, 2010.
TROPE, Y.; LIBERMAN, N.; WAKSLAK, C. Construal levels and psychological distance: effects on representation, prediction, evaluation, and behavior, Journal of Consumer Psychology, v. 17, n. 2, p. 83-95, 2007.
VAN OSSELAER, S. M. J.; ALBA, J. W. Consumer Learning and Brand Equity. Journal of Consumer Research, v. 27, p. 1-16, 2000.
WAKSLAK, C. J., et al.. Seeing the forest when entry is unlikely: Probability and the mental representation of events. Journal of Experimental Psychology, v. 135, p. 641–653, 2006.
XU, J.; JIANG, Z.; DHAR, R. Mental representation and perceived similarity: how abstract mindset aids choice form large assortments. Journal of Marketing Research, v. 50, p. 548-559, 2013.
ZEITHAML, V. Consumer perceptions of price, quality, and value: a means-end models and synthesis of evidence. Journal of Marketing, v. 52, p. 2-22, 1988.