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A Lei Complementar n.101, 4 maio de 2000 trouxe às administrações públicas a responsabilidade na gestão, pelo menos na teoria a lei estipula uma disciplina fiscal aos governos, seja ele Federal ou mesmo os subnacionais.

Mais conhecida como LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) ela pode ser entendida como um código de conduta para os gestores públicos (CRUZ, 2003). Essa lei impõe limites e condições para o uso de recursos públicos. Tal lei restringe os gastos excessivos dos governantes, disciplinando para o equilíbrio fiscal, prevenindo déficits imoderados e reiterados, de forma a assegurar a saúde financeira do Estado.

Dentro da LRF, além da imposição de limites de gastos públicos, a lei impõe limites ao endividamento público. O limite foi fixado pelo senado federal através da resolução no40, de 20 de dezembro de 2001. Baseado no artigo 52 da constituição federal que,

Compete privativamente ao Senado Federal: [...]

V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Senado Federal - Constituição Federal de 1988 Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;

VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo poder público federal;

VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno;

IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

Tal limite tem como parâmetro a Receita Corrente Liquida (RCL) em relação aos limites da Divida Consolidada Líquida (DCL).

De acordo com a resolução no40, no seu art. 1º item V define Dívida Consolidada Liquida como: dívida pública consolidada, deduzidas as disponibilidades de caixa, as aplicações financeiras e os demais haveres financeiros. Ainda no art. 1º e § 2º a dívida consolidada não inclui as obrigações existentes entre as administrações diretas dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios e seus respectivos fundos, autarquias, fundações e empresas estatais dependentes, ou entre estes.

O art. 2º da LRF define Receita Corrente Liquida como: o somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes, deduzidos:

Conforme os Itens e parágrafos do art. 2º da resolução no 40/01.

I - nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional;

II - nos Estados e nos Municípios, a contribuição dos servidores para o custeio do seu sistema de previdência e assistência social e as receitas provenientes da compensação financeira citada no § 9º do art. 201 da Constituição Federal.

§ 1º Serão computados no cálculo da receita corrente líquida os valores pagos e recebidos em decorrência da Lei Complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996, e do Fundo previsto pelo art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.

§ 2º Não serão considerados na receita corrente líquida do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e de Roraima os recursos recebidos da União para atendimento das despesas com pessoal, na forma dos incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição Federal e do art. 31 da Emenda Constitucional nº 19, de 1998.

§ 3º A receita corrente líquida será apurada somando-se as receitas arrecadadas no mês de referência e nos 11 (onze) meses anteriores, excluídas as duplicidades.

§ 4º Entende-se por mês de referência o mês imediatamente anterior àquele em que a receita corrente líquida estiver sendo apurada.

O art. 3º da resolução 40/01 do Senado federal, diz que a DCL dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, ao final 15º ano, iniciado em 2001, não poderá exceder, respectivamente, a:

I - no caso dos Estados e do Distrito Federal: 2 (duas) vezes a receita corrente líquida, definida na forma do art. 2º; e

II - no caso dos Municípios: a 1,2 (um inteiro e dois décimos) vezes a receita corrente líquida, definida na forma do art. 2º. Parágrafo único.

A resolução estabelece “punições” aos entes da federação que não cumprirem os incisos I e II estipulado na resolução 40/01, tal inobservância por parte dos Estados, Distrito federal e Municípios, ficarão sujeitos às disposições do art. 31 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 que define:

I - estará proibido de realizar operação de crédito interna ou externa, inclusive por antecipação de receita, ressalvado o refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária;

II - obterá resultado primário necessário à recondução da dívida ao limite, promovendo, entre outras medidas, limitação de empenho, na forma do art. 9o.

§ 2º Vencido o prazo para retorno da dívida ao limite, e enquanto perdurar o excesso, o ente ficará também impedido de receber transferências voluntárias da União ou do Estado.

§ 3º As restrições do § 1º aplicam-se imediatamente se o montante da dívida exceder o limite no primeiro quadrimestre do último ano do mandato do Chefe do Poder Executivo.

§ 4º O Ministério da Fazenda divulgará, mensalmente, a relação dos entes que tenham ultrapassado os limites das dívidas consolidada e mobiliária.

§ 5º As normas deste artigo serão observadas nos casos de descumprimento dos limites da dívida mobiliária e das operações de crédito internas e externas

Portanto, de acordo com esta resolução, a Dívida Consolidada Líquida (DCL) dos estados não poderá, ao final do 15º ano (iniciado em 2001), exceder a duas vezes a sua Receita Corrente Líquida (RCL) e os resultados referentes aos valores do Estado de Santa Catarina serão apresentados no capítulo 4, da análise da Dívida Pública Catarinense.

3 – ECONOMIA BRASILEIRA E CATARINENSE – 1930 a 2008

Esta seção tem como objetivo expor o cenário político e econômico do Brasil e de Santa Catarina, no período de 1930 a 2008 de forma a auxiliar na orientação temporal das análise dos resultados apresentados no capítulo 4.

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