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Linearidade

No documento DISSERTAÇÃO DE MESTRADO (páginas 39-44)

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.4. Validação de métodos cromatográficos

3.4.1. Linearidade

Corresponde à capacidade do método analítico em fornecer resultados diretamente proporcionais às concentrações do analito na amostra, dentro de uma determinada faixa de aplicação. Essa relação matemática de proporcionalidade pode ser expressa como uma equação de reta chamada de curva analítica. A linearidade deve ser determinada pela análise de no mínimo cinco concentrações diferentes, devido aos erros associados. Um coeficiente de correlação maior que 0,999 é considerado como evidência de um ajuste ideal dos dados para a linha de regressão [39].

3.4.2. Sensibilidade

Descreve o quanto a resposta varia com a variação da concentração do analito. Esta grandeza pode ser expressa por intermédio da inclinação (coeficiente angular) da curva analítica. No caso de uma reta, quanto maior o ângulo de inclinação da reta, mais sensível será o método. A sensibilidade depende da natureza do analito e da técnica de detecção utilizada [41].

3.4.3. Precisão

Avalia a dispersão de resultados entre ensaios independentes, repetidos para uma mesma amostra, amostras semelhantes ou padrões, em condições definidas. A precisão pode ser considerada em três níveis:

• Repetitividade (Precisão intra-corrida): é a concordância entre os resultados de medições sucessivas de um mesmo método, efetuadas sob o mesmo procedimento, mesmo analista e mesma instrumentação num curto intervalo de tempo. O INMETRO recomenda sete ou mais repetições [41] sugere no mínimo nove determinações para a verificação da repetitividade. Deve ser contemplado o intervalo linear do método, ou seja, três concentrações (baixa, média e alta) em triplicata, ou no mínimo seis determinações a uma concentração similar ao valor esperado.

• Precisão intermediária (Precisão intercorrida): indica o efeito das variações dentro do laboratório devido a eventos como diferentes dias, analistas, equipamentos ou uma combinação destes fatores. Para a determinação da precisão intermediária, recomenda-se a realização dos experimentos em no mínimo de dois dias diferentes com analistas diferentes.

• Reprodutibilidade (Precisão interlaboratorial): grau de concordância entre os resultados dos estudos colaborativos entre laboratórios diferentes. É considerada em situações como a padronização de métodos analíticos.

A precisão pode ser obtida através da estimativa do desvio padrão relativo (DPR), ou coeficiente de variação (CV), de acordo com a Equação 3.

100 CMD

DP

CV(%)= × Equação 3

Onde DP é o desvio padrão absoluto e CMD é a concentração média determinada.

3.4.4. Exatidão

Representa o grau de concordância entre os resultados individuais encontrados em um determinado ensaio e um valor de referência aceito como verdadeiro. A exatidão é calculada como porcentagem de recuperação da quantidade conhecida do analito adicionada à amostra, ou como a diferença

porcentual entre as médias e o valor verdadeiro aceito, acrescida dos intervalos de confiança. [39-41].

A exatidão do método deve ser verificada a partir de nove determinações contemplando o intervalo linear do procedimento, ou seja, três concentrações: baixa, média e alta, com três réplicas de cada. A exatidão é expressa pela Equação 4:

100 C C Exatidão N ME × = Equação 4

Onde CME é a concentração média experimental e CN é a concentração

nominal [40].

3.4.5. Faixa de aplicação

Corresponde ao intervalo entre os níveis inferior e superior de concentração do analito no qual foi demonstrado ser possível a determinação com a precisão, exatidão e linearidade exigidas, sob as condições especificadas para o ensaio. Normalmente é derivado do estudo de linearidade e depende do uso em questão. É estabelecido pela confirmação de que o método apresenta exatidão, precisão e linearidade adequadas quando aplicados a amostras contendo quantidades de substâncias dentro do intervalo especificado. [39-41].

3.4.6. Limite de detecção (LD)

Representa a menor concentração do analito em exame que pode ser detectado, mas não necessariamente quantificado, sob as condições estabelecidas. É estabelecido por meio da análise de soluções de concentrações conhecidas e decrescentes do analito, até o menor nível detectável. A estimativa do limite de detecção pode ser feita com base na relação de três vezes o ruído da linha base. O limite de detecção pode ser determinado pela Equação 5:

IC 3 DP LD= a×

Equação 5

Em que DPa é o desvio padrão do intercepto com o eixo Y de, no

às do suposto limite de quantificação ou obtido a partir da curva analítica proveniente da análise de um número apropriado de amostras; IC é a inclinação da curva analítica. [41]

3.4.7. Limite de quantificação (LQ)

É a menor quantidade do analito em uma amostra que pode ser determinada sob as condições experimentais estabelecidas.

O limite de quantificação é estabelecido por meio da análise de soluções contendo concentrações decrescentes do analito até o menor nível determinável com precisão e exatidão aceitáveis. Pode ser expresso pela

Equação 6:

IC 10 DP

LQ= a× Equação 6

Em que, DPa é o desvio padrão do intercepto com o eixo Y de, no

mínimo, três curvas analíticas construídas a partir de concentrações do analito próximas às do suposto limite de quantificação ou obtido a partir da curva analítica proveniente da análise de um número apropriado de amostras; IC é a inclinação da curva analítica. [41].

3.5. Quimiometria

A quimiometria é uma área que se refere à aplicação de estatística multivariada para tratamento de dados químicos. Segundo Kowalski, “é uma disciplina química que emprega métodos matemáticos e estatísticos para planejar ou selecionar experimentos de forma otimizada e para fornecer o máximo de informação química com a análise de dados obtidos” [42].

Com a sofisticação das técnicas instrumentais, impulsionada pela grande disponibilidade de microprocessadores e microcomputadores no laboratório químico, o número de dados que podem ser obtidos a partir de uma medição analítica cresceu muito. Deste modo tornaram-se necessários tratamentos matemáticos e estatísticos mais complexos a fim de relacionar os sinais obtidos com os resultados desejados. [43].

Atualmente, instrumentos modernos fazem a aquisição de inúmeras variáveis em uma única amostra, como, por exemplo, um cromatograma de uma amostra complexa que apresenta centenas de picos. Deste modo, a necessidade de novas ferramentas matemáticas e estatísticas mais sofisticadas para tratar esse grande número de dados e extrair informações relevantes a partir deles cresceu rapidamente, dando origem à quimiometria [42].

As análises quantitativas que eram realizadas na maioria das vezes por "via úmida", como titulação, precipitação e reações específicas, que são demoradas e muitas vezes pouco precisas, estão cada vez mais sendo substituídas por técnicas instrumentais como: Ressonância Magnética Nuclear, Espectroscopia no Infravermelho, Espectroscopia no Ultravioleta/visível, Cromatografia, Espectrometria de Massas, etc., que aliam a velocidade de análise a uma boa qualidade de resultados. Nessas técnicas instrumentais não é obtida uma informação direta do resultado, mas sim uma grande quantidade de sinais (curvas, picos) que podem ser tratados, matemática ou estatísticamente, para uma possível quantificação das várias espécies presentes.

Muita ênfase tem sido dada aos sistemas multivariados, nos quais podem ser medidas muitas variáveis simultaneamente, ao se analisar uma dada amostra. Nesses sistemas, a conversão da resposta instrumental no dado

químico de interesse requer a utilização de técnicas de estatística multivariada, álgebra matricial e análise numérica. Essas técnicas se constituem na melhor alternativa para a interpretação de dados e para a aquisição do máximo de informação sobre o sistema.

Neste trabalho foram utilizadas as seguintes ferramentas quimiométricas: Hierarchical Cluster Analysis (Análise Hierárquica de Agrupamentos – HCA), Principal Component Analysis (Análise de Componentes Principais – PCA), Partial Least Squares (Regressão por Mínimos Quadrados Parciais – PLS), Soft Independent Modeling of Class Analogy (SIMCA) e Full Fatorial Design (Planejamento Fatorial Completo – FFD) aliado a Response Surface Methodology (Metodologia de Superfície de Resposta – RSM). Estas ferramentas viabilizaram a escolha das melhores condições experimentais para análise cromatográfica, além de permitir a previsão da qualidade e dos parâmetros físico-químicos do óleo diesel.

3.5.1. Metodologia de superfície de respostas de aperfeiçoamento de

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