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LINGUAGEM DOCUMENTÁRIA: ACESSO A INFORMAÇÃO

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LINGUAGEM DOCUMENTÁRIA: ACESSO A INFORMAÇÃO

mos relacionais", que indicam "classes" do discurso afins às preposições ou conjunções da L N . A trans- formação, pela análise codificada CODOC, de um texto natural em linguagem predicativa — já vimos que o texto compreende argumentos e relações como aR1 b R2 c R1. . . — traduz-se em re- presentações como a dos "estemas" de Tesnière ( 7 5 ) . Fornecem elas, no dizer de Pagès, um "como

andaime para a análise lógico-semântica da estru- tura das linguagens naturais" e, na LD em apreço, ajudam, particularmente, a segmentar as frases e classificar as palavras em predicados, argumentos, termos lógicos. É o que se infere, quanto às sen- tenças "a casa é nova" e "le feu vert indique la voie libre" (o sinal verde indica a via livre), dos respectivos diagramas:

Pe predicado do tipo "epíteto" Pa predicado do tipo "atributo"

Pro — i como "pro" em pronome, substituto d e . . . (double)

6. 8 — Das palavras-chave às "frases-chave" em

Braffort e Leroy.

Não menos elucidativas se afiguram as observações de Braffort e Leroy concernentes à codificação documentária. Os sistemas de classificação impli- cam "a possibilidade de estabelecer uma hierar- quia das disciplinas segundo a forma de "árvore", no sentido da teoria dos grafos.

Ora, as interdisciplinas, as atividades científicas "oblíquas", levam à atual transmutação da "árvore de Porfírio" em sistemas de múltiplos entrelaça- mentos (boucles) — melhor "diríamos" reticulados. Vejam-se as clássicas observações de Piaget ( 7 9 ) sobre a epistemologia, bem assim a síntese de Queneau para a "Encyclopédie de la Pléiade". Donde o aparecimento de esquemas não só com estruturas algo diversas das classificações tradi- cionais mas também fundados em palavras-chave, umas e outras a serem denominadas "thesauri" e descritores" em termos documentários mais recen- tes. "Rubricas" como Ferro(mina de), ferro (nos

compostos químicos), dotadas muitas vezes de

esclarecimentos, ou seja, das citadas "notas de es- copo" com que obviamos as polissemias, oferecem

em tais noções, inclusas entre parênteses, a base do sistema de relações. Apõem-se às palavras-chave esse grupo de elementos puramente relacionais, o que permite se conceba como a LN se amolda à análise documentária. "On a besoin du langage, mais pas de tout le langage. Le problème est donc de trouver une solution optimale", diz Braffort. É de observar-se que tal linguagem se compõe, de fato, de umas tantas sublinguagens relativamente diferentes, em consonância com as subdivisões do pensamento. Na classificação alfa-numérica de Braffort, o conjunto de índices (cotes) associado a cada "rubrica" representa o vocabulário, consis- tindo a sintaxe nas relações algébricas a que satis- fazem as "cotes". A estrutura é bidimensional, com cinco colunas intituladas "Fenômenos inter-escala- res, comunicações", "Escala corpuscular", "nu- clear", "atômica e molecular" e "macroscópica", e cinco linhas, atinentes respectivamente a "Proble- mas teóricos", "Produção de fenômenos", "Medida de fenômenos", "Descrição de fenômenos" e "Utilização de fenômenos". A denotaria "Problemas teóricos inter-escalares"; B, "corpusculares"; F, "Produção de fenômenos inter-escalares", e assim por diante, omitindo-se o i.

Subentende o sistema "propriedades sintáticas do tipo inflexivo (declinação, conjugação)". Assim, "propriedades químicas dos elementos" traduzir-se-ia por TABx, em que AB é o símbolo clássico do elemento e x um sufixo numérico atinente à prepa-

ração do corpo, seus óxidos etc. Note-se que quando o vocabulário e a sintaxe são ricos — caso do do- mínio técnico-científico atual — urge fixá-los acu- radamente. Mais conveniente seria, então, associá-los

ao diagrama, que para o artigo Tutilisation des réacteurs nucléaires pour les productions des radio- éléments artificieis" poderia ter a disposição:

Inventariar a imensa família de classificações e de relações que as estruturam, enquanto organizações paradigmáticas, ou enquanto subjacentes às arti- culações do discurso, no eixo sintagmático, escapa- ria, por muitos ângulos, ao nosso propósito, que é antes a interseção do plano da linguagem com o da documentação do que o levantamento exaus- tivo de ambos.

Não há, porém, como omitir duas ou três ilustrações e comentários finais a esse respeito, evitada, em- bora, qualquer insistência quanto a obras de fato fundamentais para a taxonomia bibliográfica, quais sejam as de Sayers, Bliss, Ranganathan, Mills e os trabalhos que resultaram do "Classification Research Group (CRG)". Elas, sob muitos aspectos, pode- riam ter sido tanto quanto as citadas anteriormente, o ponto de partida de nossa indagação.

6. 9 — Modelo de Gardin para os léxicos documen-

mentários

Entre as últimas, afigura-se-nos de primordial re- levância para o estudo da lexicografia "documen- tária", em sua oposição à natural, o modelo pro- posto por Gardin, a que já nos reportamos. Os conjuntos de termos naturais vêm a ser agrupados em ordem não-significativa, como a alfabética, e

teremos glossários, vocabulários especializados e si-

milares; ou podem ser organizados graças a afini- dades semântica, e teremos dicionários de sinônimos, de idéias afins, thesauri, entre outras formas. O mesmo ocorre com os "léxicos documentários", em

referência aos quais — assinala-se o fato na tipo- logia em questão — há duas correntes, uma tradi- cional, em que não se torne explícita a corres- pondência entre os termos da LN e da LD, e outra que visa a inventariá-las.

Por outro lado, é clássica a distinção, endossada por Gardin, entre classificações unidimensionais e pluridimensionais, conforme se estruturarem numa só, ou em mais do que uma dimensão. Por dimen- sões de uma organização entende-se a natureza das relações analíticas, paradigmáticas, que a consti- tuem, ou, em outras palavras, da relação dos termos à classe a que pertencem.

Um passo adiante nessa caracterização, e cabe enu- merar, entre as unidimensionais, as reais, sistemas taxonômicos no estilo dos das ciências naturais, onde, de fato, uma só relação informa todos os ní- veis, e as aparentes, em que a multiplicidade se oculta sob a unidade. As multidimensionais abar- cam, além das organizações semânticas, que refle- tem definições correntes e, em última análise, a ordem natural, as "sintáticas", fundadas não na essência, mas na função das entidades num dado campo de observação — tais são as classificações

de facetas. Há, por fim, classificações mixtas, em

que alternam os pontos de vista essenciais e fun- cionais, e, entre elas, os esquemas dito analítico- sintéticos, tais como o concebe Gardin.

No quadro à esquerda, ao qual convertemos o dia- grama de Gardin, tornam-se patentes algumas des- sas relações entre os "léxicos":

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