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Linhas de atuação do educador de infância para potenciar o

Capítulo III. Desenvolvimento da Competência de Escrita

3.1. Enquadramento teórico

3.1.3. Linhas de atuação do educador de infância para potenciar o

A aprendizagem da escrita é um processo que se vai adquirindo ao longo do tempo. Desde cedo muitas crianças começam a contatar com a escrita, na rua, em casa, no Jardim de Infância, etc…

A aquisição desta competência demora algum tempo a ser realizada até o seu processo ser positivo.

“As crianças não aprendem espontaneamente, nem por si mesmas. Aprendem reflexivamente porque alguém as põe em situação de pensar” (Curto, Morillo, Teixidó, 2000, p. 92). Ou seja, as crianças vão aprendendo ao longo dos tempos, porque têm alguém a estimulá-las, pois o Educador e o professor, ao longo dos anos de aprendizagem, são os responsáveis ativos do seu desenvolvimento. É nesta linha que as Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar (2002, p. 69) referem que “Se a escrita e a leitura fazem parte do quotidiano familiar de muitas crianças que assim aprendem para que serve ler e escrever, todas as crianças deverão ter oportunidade de ter estas experiências na educação pré-escolar.”

Todas as crianças devem aprender a ler e a escrever em casa e na escola e para que isto posso acontecer o Educador também tem de desempenhar algumas funções que desenvolvam estas duas competências, pois, tal como nos dizem Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar (1997, p. 69) “a atitude do educador e o ambiente que é criado devem ser facilitadores de uma familiarização com o código escrito. Neste sentido, as tentativas de escrita mesmo que não conseguidas, deverão ser valorizadas”.

Mata (2008, p. 55) defende que os ambientes sejam propícios à aprendizagem das crianças e para isso têm de ser ricos e estimulantes em relação à atividade de escrita. Sendo assim, refere que o ambiente deve apresentar determinadas caraterísticas, tais como:

- “deve ser positivo, facilitador da exploração”, ou seja, deve sempre ser um ambiente que encoraje as criança e as motive a trabalhar a competência de escrita.

- “deve ser estimulante para a utilização real da escrita”, pois, a criança deve entender quando estamos a escrever para uma função efetiva, como por exemplo um postal no dia do pai ou uma carta para uma visita de estudo.

- “o adulto, para além de estimular, encorajar e apoiar as explorações e tentativas de escrita, deve estar atento às necessidades de cada criança, dando respos ta às suas questões e solicitações”.

- “ o ambiente deve promover a reflexão e confronto com diferentes formas e estratégias de escrita”.

Para que se desenvolva a escrita no Pré-Escolar o Educador deve criar algumas atividades. Para a autora referida acima, o Educador deve dar à criança oportunidades para que esta possa escrever livremente, podem ser jogos, envelopes, cadernos, entre outros materiais de modo a os ir variando, isto para que a criança se possa interessar. Outra das atividades que podem ser desenvolvidas é o Educador escrever juntamente com as crianças, uma história, uma carta, etc., e o Educador escrever à frente delas servindo assim de modelo, pois estas vão observar a sua escrita.

Uma atividade que também é fundamental é o uso do computador. Quando a Educadora escreve no computador e as crianças observam, pois, vão aperceber-se da orientação da escrita, ou seja, que escrevemos da esquerda para a direita e de cima para baixo.

Para as atores Martins e Nisa (1998, p. 80) também é fundamental que a criança se aproprie da escrita em idade Pré-Escolar, pois, defendem que “ as experiências educativas no jardim-de-infância, ou na escola primária são determinantes neste desenvolvimento”.

Enumeramos assim algumas atitudes / atividades / princípios orientadores que estas autoras acham fundamentais e que podem desenvolver a competência de escrita nas crianças.

O Educador deve fornecer um tempo para a escrita do grupo, onde pode dar folhas às crianças para estas poderem escrever livremente e à sua maneira, podem escrever várias coisas, como letras ou textos, o que acharem que devem escrever. Neste tipo de atividade as crianças podem desenvolver algumas competências relacionadas com a escrita, pois, podem perceber que a escrita tem como objetivo transmitir mensagens, também pode entender a relação da escrita com o oral, pensar antes de escrever.

A leitura de vários modelos de leitura também é muito importante. Devem também ser escritas diante das crianças cartas, recados, pois, assim a criança vai começar a ganhar noção de que a competência escrita é algo que nos pode au xiliar na memória.

Na sala de aula deve existir uma biblioteca, e uma hora do dia deve ser dedicada à mesma, para que as crianças tenham contactos com os livros, revistas, livros de receitas…

Devem ser construídos os mapas das presenças e serem as criança s a irem colocar as mesmas. Com estes dois tipos de atividades, segundo as autoras citadas acima (1998, p. 87), “estas práticas contribuem para que as crianças adquiram razões e sentidos para a aprendizagem da linguagem escrita”.

Um bom ponto de desenvolvimento para o contato com a escrita é a leitura de histórias feita pelo Educador e ao mesmo tempo serem mostradas as imagens e o texto. Assim a criança tem um contato visual e começa a aperceber -se que o desenho é diferente da escrita e que este serve para transmitir mensagens, tal como defendem as autoras Martins e Niza (1998, p. 88) “quando ouvem ler histórias as crianças estão a familiarizar-se com a organização da linguagem escrita e estão a aprender a prestar atenção à mensagem linguística enquanto fonte principal de significado”.

Por último, estas autoras defendem que para desenvolver a competência de escrita, devemos pedir às crianças que peçam aos pais e tragam de casa algu ns materiais de escrita, como revistas, jornais, entre outros. No Jardim a Educadora realiza a atividade com as crianças e organiza estes materiais por categorias, e aí podem ser organizados vários jogos. Segundo as autoras (1998, p. 89) citadas acima este tipo de atividade pode “levar as crianças a sentirem que a escola valoriza o escrito existente em casa e levá- las a perceber que o ambiente que as cerca pode servir para ajudar a aprender a ler e a escrever”.

3.2. Avaliação da Competência de Escrita numa Amostra por