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2.1.3 Governança de TI

2.1.3.2 Linhas de Pesquisa em Governança de TI

A Governança de TI tem sido objeto de diversos estudos acadêmicos e as linhas de pesquisa que têm se destacado são:

a) Alinhamento estratégico entre TI e as funções das organizações: (Henderson, Venkatraman, 1993; Hirschheim, Schwarz, Todd, 2006);

Henderson e Venkatraman (1993) argumentam que a inabilidade de se compreender o valor do investimento em TI decorre da falta de alinhamento entre os negócios e as estratégias de TI das organizações. Os autores consideram estratégia tanto a formulação das decisões até a implementação de estruturas e capacidades da empresa. Consideram que o alinhamento estratégico não é um evento, mas um processo de contínua adaptação e mudança e está relacionado à capacidade da organização de alavancar tecnologia para se diferenciar dos competidores. De acordo com o modelo de alinhamento estratégico dos autores há necessidade de dois tipos de integração entre o negócio e TI. Primeiro a integração estratégica que trata das funcionalidades de TI como suporte a estratégia de negócio. Segundo a integração operacional que lida com a ligação entre os processos e infra- estrutura de negócios e os processos e infra-estruturas de TI.

Já Hirschheim, Schwarz e Todd (2006) entendem que alcançar o alinhamento entre o negócio e TI tem se mostrado um forte desafio gerencial. Argumentam que uma perspectiva de Marketing pode ser valiosa para o gerenciamento do relacionamento TI/Negócios. De acordo com os autores os conceitos de preço, produto, cliente, praça e promoção são úteis para o

contexto de TI e propõem um modelo de maturidade de Marketing para os executivos de TI avaliarem como melhorar o relacionamento deles com seus correspondentes na área de negócios.

b) Papel de TI: estratégia ou eficiência operacional: (Ferreira e Ramos, 2005);

Ferreira e Ramos (2005) após revisão bibliográfica concluem que não existem estudos que demonstrem claramente qual o impacto de TI na produtividade das organizações, ou que mensurem seus retornos tangíveis e intangíveis sem haver dúvida. Assim não é possível identificar se TI é uma commodity ou se possui diferencial competitivo. Os estudos apresentados pelos autores têm a intenção de elucidar alguns conceitos e trazer à tona contradições e dualidades existentes quando no contexto de TI.

c) Gerenciamento de Nível de Serviço: (Van Grembergen, De Haes, Amelinckx, 2003);

Os autores defendem que as empresas, a fim de evitar problemas com serviços, devem estabelecer níveis de serviços e que esses devem ser expressos em termos da área de negócio. Indicam a utilização do COBIT como framework de suporte ao processo de gerenciamento de níveis de serviços e o Balanced Scorecard como conceito mensurador e gerenciador desse processo.

d) O valor de TI para o negócio: (Luftman, 2003; Tallon, Kraemer e Gurbaxani, 2000);

Luftman (2003) reafirma a importância da necessidade de mensurar o valor de TI. Tecnologia da Informação na empresa só faz sentido se melhorar a qualidade, entregar novos serviços, diminuir o ciclo de produção, incrementar o valor para os acionistas e melhorar a satisfação do cliente. A mensuração do valor de TI pode ser apurada por meio de medidas financeiras

tradicionais como Retorno sobre o Investimento (ROI) e Valor Presente Líquido (NPV) ou por meio da análise opções. Afirma que as limitações do ROI estão relacionadas as possibilidades de manipulação gerencial e a falta de reflexo das circunstâncias econômicas durante a vida do projeto. Para a NPV as limitações decorrem do uso de uma taxa fixa da época do cálculo, por não considerar benefícios intangíveis e, da mesma forma que o ROI, por não refletir mudanças econômicas durante a vida do projeto. Com relação à análise de opções, as dificuldades residem no domínio da técnica, restrita apenas a especialistas financeiros. O autor apresenta, também, a corrente que defende a adoção de um processo de gerenciamento de portfólio como garantia para se alcançar resultados esperados pelo negócio, para melhoria do valor da empresa, para que seja considerado um nível de riscos aceitáveis e para que haja alinhamento com as estratégias de negócios.Outra possibilidade de mensuração do valor de TI é o ABC – Activity-Based Costing. Entretanto o ABC não satisfaz inteiramente a análise de todos os processos e atividades de TI. Uma variação do ABC é o TCO – Total Cost of Ownership. O TCO faz parte do framework ABC e é focado apenas em custo. Sua limitação é que ele não enfatiza a criação de valor. O autor conclui o Capítulo enfatizando a importância de alavancar os ativos de TI visando vantagens competitivas e enfatizando que a Governança de TI é uma responsabilidade compartilhada de TI e do negócio.

O trabalho de Tallon, Kraemer e Gurbaxani (2000) é baseado na orientação por processos. Os autores propõem um modelo para avaliar o impacto de TI em atividades críticas de negócio dentro da cadeia de valor. Segundo esse modelo as metas corporativas, o alinhamento estratégico e práticas de gerenciamento de TI são chaves para a determinação dos benefícios de TI para os processos de negócio.

Foi conduzida uma pesquisa ampla com o objetivo de avaliar, a partir da percepção dos executivos de 304 grandes empresas, o conjunto de hipóteses relacionadas abaixo, onde são associadas às metas corporativas, práticas de gestão e a percepção do valor da TI sobre um conjunto dos principais processos de negócio da empresa.

As hipóteses são as seguintes:

H1: Executivos nas empresas com metas focadas para TI perceberão maiores níveis do valor da TI para o negócio.

H2: Executivos nas empresas com metas focadas para TI perceberão maiores níveis de alinhamento estratégico.

H3: Altos níveis de alinhamento estratégico contribuem para altos níveis do valor da TI para os negócios.

H4: Empresas com metas mais focadas para TI farão grande uso da avaliação de investimentos.

H5: Empresas que usam técnicas de avaliação de investimentos alcançarão altos níveis de alinhamento estratégico.

H6: O uso de técnicas de avaliação pós-implantação suporta níveis maiores de percepção do valor de TI para o negócio do que o uso de técnicas de avaliação pré-implantação.

A pesquisa partiu da premissa de que, na ausência de dados objetivos sobre o retorno de TI, a percepção dos executivos de negócio oferece uma importante alternativa para apontar áreas da empresa onde a TI está criando valor.

O instrumento utilizado para capturar essa percepção foi um questionário organizado em três blocos:

O primeiro bloco busca classificar as metas corporativas da empresa quanto ao foco estratégico atribuído a TI,

O segundo bloco avalia o alinhamento estratégico da empresa e as práticas de avaliação de investimentos,

O terceiro bloco avalia o valor da TI para os processos de negócio. e) Segurança Digital: (Bernardes e Moreira, 2005)

Os autores descrevem um modelo baseado na estrutura de decisão dos sistemas de informação gerencial a fim de incluir no planejamento estratégico, os riscos relacionados à infra-estrutura de TI. São utilizados os frameworks COBIT, a norma ISSO 17799 para a definição dos objetivos de controle a

serem implementados e foi utilizado o modelo ITIL para definir os processos responsáveis pela implementação desse novo modelo.