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CAPÍTULO 6 APLICAÇÃO DA TÉCNICA DE ANÁLISE DE ATORES NA

6.3 COLETA E MANIPULAÇÃO DOS DADOS

6.3.1 Lista das partes interessadas

Devido ao tamanho da população, a disponibilidade dos entrevistados e como a intenção é somente testar a metodologia, esse estudo de caso não definiu uma amostra representativa probabilisticamente, mas sim escolheu aleatoriamente em virtude de suas disponibilidades os técnicos e especialistas que conhecem a fundo a temática para representar a opinião dos atores. Este trabalho considerou como técnicos - profissionais ou estudantes - com titulação mínima de Mestres em Transportes e como especialistas - profissionais com Doutorado – e que atuam como professores no PPGT.

Após a realização de três pré-testes a técnica para a coleta de dados escolhida, em função de sua praticidade e do cronograma do escopo desta dissertação, foi o diálogo com stakeholders (EBRAICO, 2003). Segundo Ebraico (2003) o diálogo não precisa necessariamente ser feito com cada ator, sua metodologia também aceita a entrevista com

representantes de um grupo de atores ou com técnicos e/ou especialistas que tem prerrogativas de conhecimento sobre o tema e seus atores. Esta técnica ainda evita conforme Ebraico (2003) o juízo de valores na constatação da força do ator, ou seja, seu nível de interesses e de poder.

Nos primeiro pré-teste o instrumento de coleta foi um brainstorming, no segundo o instrumento de coleta foi um formulário de aplicação não presencial, os dois não tiveram o êxito necessário para a aplicação da pesquisa.

A primeira experiência foi caótica o grupo selecionado para o brainstorming, não recebeu informações em tempo hábil suficiente para “vistas” sobre a metodologia de coleta de dados, sobre o projeto e nem dos objetivos da pesquisa, gerando dificuldades, conflitos na aplicação do pré-teste e ainda o tempo previsto para a atividade foi ultrapassado em virtude da falta de informação, agrupar todos entrevistados em uma mesma sala para a realização da dinâmica foi outra dificuldade enfrentada. Já no segundo a aplicação de um formulário se revelou mais eficiente do que a primeira técnica, contudo os entrevistados tiveram dificuldade em entender a metodologia, principalmente no que tange a ponderação do nível de “interesse e poder”, por desconhecerem os papeis de alguns atores listados por eles como relevantes, outra dificuldade identificada foi que alguns entrevistados não retornaram os formulários de entrevista.

Enfim no terceiro pré-teste o instrumento de coleta foi um formulário de entrevista de aplicação direta, porém tanto presencial como também não presencial, ou seja, alguns tiveram que ser enviados via e-mail devido à falta de disponibilidade dos especialistas e dos técnicos e outros foram aplicados presencialmente. Para sanar os problemas detectados nos pré-testes foi encaminhado junto ao formulário de entrevista um guia com a função da maioria dos atores presentes no Campus – guia formulado através das informações contidas no Portal universitário de Brasília (2008) - e ainda foram sanadas algumas dúvidas dos entrevistados que surgiram. Mesmo assim não foi possível obter retorno de todos os formulários, mas os que foram recebidos serviram ao propósito desse trabalho. A manipulação dos dados, nesta fase, foi feita na base do software “Excel” da Microsoft através da função estatística “modo”, ou seja, essa função lista os valores que se apresentavam com maior freqüência em uma lista ou intervalo de dados.

Além de mapear atores que são relevantes ou não para o patrocínio político do projeto a pesquisa identificou o nível de poder, interesse e o posicionamento dos atores que eram indicados pelos entrevistadores como relevantes.

Segue abaixo uma planilha – confeccionada segundo Grass (2006) - listando os atores tidos como relevantes, seu nível de poder, interesse e o seu posicionamento conforme opinião dos especialistas, como se trata de uma aplicação superficial da metodologia em virtude dos recursos da pesquisa, como por exemplo, tempo e disponibilidade dos entrevistados, a coluna “poder” não vai ser desmembrada em governabilidade - poder de fogo - e em capacidade – poder de recursos – e a coluna “interesse” não vai ser desmembrada em tipo de interesse (Quadro 7):

Quadro 7: Lista de Atores

ATORES PODER INTERESSE POSICIONAMENTO

Baixo Alto Baixo Nulo Alto Oponente Aliado

Reitoria X X X

Programa de Pós-Graduação em Transporte (PPGT) X X X

Secretaria de Planejamento (SPL) X X X

CEFTRU X X X

Diretoria de Orçamento (DOR) X X X

Diretoria Técnica de Extensão (DTE) X X X

ONG’s X X X

Prefeitura do Campus (PRC) X X X

Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) X X X

Conselho Comunitário de Segurança X X X

Alunos (Usuários do Campus) X X X

Funcionários UNB (ASFUB) X X X

Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS) X X X

Faculdade de Tecnologia (FT) X X X

Conselhos Superiores X X X

Assessoria de Comunicação (ASC) X X X

Rádio e Televisão Universitária (RAD) X X X

Decanato de Extensão (DEX) X X X

Decanato de Assuntos Comunitários (DAC) X X X

Decanato de Ensino de Graduação (DEG) X X X

Demais Cursos do Campus da UnB X X X

Núcleos de pesquisas X X X

Departamentos da UnB X X X

Institutos X X X

Fonte: Adaptada de Grass (2006).

O único ator que foi apontado pelos entrevistados como possíveis oponentes ao projeto foram às empresas de transporte público, que segundo a pesquisa deveriam oferecer mais ônibus nos períodos entre fluxos e uma linha gratuita ligando à rodoviária e o Campus de

quinze e quinze minutos, porém esse estudo de caso por limitação de recursos da pesquisa não englobou este atores, pois faz parte do ambiente externo ao Campus.

Os atores da lista acima foram organizados em grupos para facilitar a análise como, por exemplo, o grupo “Demais cursos”, “Núcleos de pesquisas”, “Departamentos da UnB” e “Institutos”.

Algumas observações sobre esta planilha são necessárias, primeiramente a planilha só engloba atores internos devido à limitação de recursos da pesquisa, segundo, todos os dados foram fielmente retiradas de técnicos e especialista sobre o assunto o que pode gerar algumas informações a princípio estranhas para especialistas externos ao Campus da UnB, por isso é necessário salientar que cada Campus tem suas próprias características. E por fim a planilha englobou somente os atores que os entrevistados elegeram como relevantes à elaboração do plano estratégico para a gestão da mobilidade sustentável do Campus da UNB, baseado no planejamento estratégico participativo, por isso alguns atores que desta forma são pertinentes ao estudo de transportes podem não ter sido englobado pela planilha.

6.3.2 Divisão das partes interessadas em grupos

Com base na lista confeccionada na etapa anterior foi possível dividir os atores em grupos e confeccionar a seguinte matriz 2x2:

Quadro 8: Matriz 2x2 - Binômio “poder verso interesse”

“ELEVADO PODER/ELEVADO INTERESSE (+,+)”

Reitoria

Programa de Pós-Graduação em Transportes (PPGT) Secretaria de Planejamento (SPL)

CEFTRU

Diretoria de Orçamento (DOR) Diretoria Técnica de Extensão (DTE) ONG’s

Prefeitura do Campus (PRC)

“ELEVADO PODER/BAIXO INTERESSE (+,-)”

Conselhos Superiores

Assessoria de Comunicação (ACS) Rádio e Televisão Universitária (RAD) Decanato de extensão (DEX)

Decanato de Assuntos Comunitários (DAC) Decanato de Ensino de Graduação (DEG)

“BAIXO PODER/ELEVADO INTERESSE (-,+)”

Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) Conselho Comunitário de Segurança

Alunos (Usuários do Campus) Funcionários UnB

Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS) Faculdade de Tecnologia (FT)

“BAIXO PODER/BAIXO INTERESSE (-,-)”

Demais Curso do Campus Departamentos da Unb Institutos

O ator “Núcleos de pesquisas” foi o único Stakeholder que teve seu nível de interesse apontado como “nulo” pelos entrevistados, então este estudo descartou o mesmo para evitar discrepâncias na analise, porém vale ressaltar que o mesmo pode mudar seu nível de interesse para “baixo” ou “alto”, já que a opinião dos atores segundo Qualman (1997) é dinâmica.

6.3.3 Hierarquizar as partes interessadas de cada grupo conforme