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Literatura Citada

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LITERATURA CITADA

5. Literatura Citada

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CAPÍTULO 2

Vacas leiteiras mestiças suplementadas a pasto no período de transição seca-águas: excreções de bases purinas, síntese de proteína microbiana, níveis plasmáticos de

glicose e uréia e excreção de uréia ¹

Wellington Samay de Melo ², Antonia Sherlânea Chaves Véras 3,4, Marcelo de Andrade Ferreira 3,4, Dulciene Karla de Andrade Silva 5

1

Projeto financiado pela FACEFE, UFRPE e pela Fazenda Riacho do Papagaio; 2 Doutorando em Zootecnia; 3 Professor do DZ/UFRPE; 4 Bolsista de Produtividade do CNPq; 5 Professor da UAG/UFRPE.

RESUMO: Objetivou-se avaliar excreções de bases purinas, as sínteses microbianas de nitrogênio e proteína bruta, e suas eficiências; os níveis plasmáticos de glicose e uréia; assim como as excreções de uréia de vacas leiteiras mestiças suplementadas a pasto no período de transição seca-águas. Utilizaram-se oito vacas mestiças tricoss (Gir/Holandês/Pardo Suíço) sem composição genética definida, produção média de 15 kg/dia e peso vivo médio de 500 kg; distribuídas em dois quadrados latinos. O período experimental durou 60 dias (quatro períodos de 15 dias). Os seguintes suplementos foram ofertados: silagem de milho + concentrado; palma + concentrado; silagem de milho + farelo de soja; e palma + farelo de soja. A área da pastagem utilizada foi de 53 ha, com predominância de capim Brachiaria decumbens sp. Os suplementos utilizados equilibram os níveis plasmáticos de glicose e uréia, assim como a excreção de uréia na urina e no leite. A semelhança nas excreções de bases purinas pelos animais proporciona sínteses de nitrogênio e de proteína bruta microbiana semelhantes. A eficiência de síntese de proteína bruta microbiana de vacas suplementadas a pasto no período de transição seca-águas apresenta média geral de 146,20 g PBMic/Kg NDT.

Palavras-Chave: Brachiaria decumbens, concentrado, palma forrageira, silagem de milho, uréia.

Crossbred dairy cows supplemented in pasture on dry-water transition period: purine derivatives excretion, microbial protein synthesis, glucose and urea plasmatic levels

and urea excretion

ABSTRACT: This study evaluated the intake and apparent digestibility of nutrients, production and chemical composition of milk, as well as the additional cost of the supplements, in crossbred dairy cows on pasture during the dry-water transition. It was used eight cows (Gyr/Holstein/Brown Swiss) without defined genetic composition, average production of 15 kg/day and average live weight of 500 kg; distributed in two latin squares. The experimental period lasted 60 days (four periods of 15 days). The following treatments were offered: corn silage + concentrate; forage cactus + concentrate, corn silage + soybean meal, and forage cactus + soybean meal. The pasture area used had 53 ha, with Brachiaria

decumbens sp. Stapf predomination. The use of the supplements balances glucose and urea

plasmatic levels, as well as the urea excretion in urine and milk. There was similarity in the supplements nitrogen metabolism, consequently, nitrogen and of rude protein microbial synthesis they were similar. The efficiency of synthesis of microbial rude protein in cows receiving supplements on grazing in the drought-waters transition period shows an average of 146,20 g MicRP/Kg TDN.

Keywords: Brachiaria decumbens, concentrate, corn silage, forage cactus, urea.

1. Introdução

A eficiência de produção microbiana e o fluxo microbiano são fatores determinantes da fração protéica que alcança o intestino delgado (Ferreira et al., 2009). A produção e eficiência microbiana também são afetadas pela quantidade de matéria orgânica fermentada no rúmen (Véras et al., 2008); deste modo, a disponibilidade e a sincronização de compostos nitrogenados e energia são imprescindíveis.

Existe a necessidade de um diagnóstico para monitorar a adequação da nutrição protéica, oferecendo a oportunidade para otimizar a eficiência de utilização de nitrogênio para produção de proteína no leite e emissão de nitrogênio no ambiente (Pina et al., 2006). Há crescente interesse em minimizar perdas de compostos nitrogenados e, nas condições brasileiras, em reduzir os custos de produção, por meio da utilização de compostos nitrogenados não-protéicos, além da possibilidade de comprometimentos reprodutivos (Oliveira et al., 2001).

A proteína dietética é amplamente degradada no rúmen, que gera grande quantidade de amônia, que, em parte, é incorporada pelos microrganismos (principalmente aqueles que degradam carboidratos estruturais) na forma de proteína microbiana (Oliveira et al., 2007). Os requerimentos em proteína metabolizável dos ruminantes são atendidos pela proteína microbiana produzida no rúmen, pela proteína dietética que escapa a fermentação ruminal e pela proteína endógena (NRC, 2001). Contudo, a maior parte dos aminoácidos absorvidos pelos ruminantes é proveniente da proteína microbiana sintetizada no rúmen (Chizzotti et al., 2007).

A eficiência microbiana pode ser representada pela produção de células microbianas (número ou massa) sintetizadas por unidade de substrato utilizada (Cabral et al., 2008). Neste sentido, o NRC (2001) expressa a eficiência microbiana em função dos nutrientes digestíveis totais (NDT).

O crescimento microbiano depende da transferência de energia da fermentação de carboidratos para o processo biossintético, por exemplo, de síntese de proteína microbiana (Russell et al., 1992). A disponibilidade de carboidratos no rúmen é muito importante e tem grande efeito sobre a utilização dos compostos nitrogenados, pois as bactérias ruminais podem incorporar os aminoácidos e fermentá-los como fonte de energia.

Vacas de menor produção são mais dependentes da proteína microbiana que vacas de maior produção, podendo responder, de maneira mais eficaz, à utilização da fonte de nitrogênio não-proteíco (Teixeira & Salvador, 2004).

A proteína sintetizada no rúmen possui excelente perfil de aminoácidos e composição pouco variável (NRC, 2001); portanto, a única alternativa para alteração do perfil em aminoácidos que atinge os intestinos é por meio do aumento de fontes protéicas que escapam à degradação ruminal.

Considerando que o incorreto balanceamento protéico na dieta resulta em aumentos na concentração de uréia sérica e na excreção urinária de compostos nitrogenados, esforços têm sido feitos para estimar a excreção urinária de nitrogênio e nitrogênio ureíco no leite, bem como determinar a produção microbiana por meio da coleta spot de urina (Chizzotti et al., 2007).

Dietas que maximizam a síntese de proteína microbiana (Melo et al, 2007) e o estudo dos mecanismos relacionados (Ferreira et al., 2009) são importantes por serem diretamente associados ao desempenho animal. Com a manipulação da relação volumoso:concentrado é possível alterar os processos fermentativos e maximizar a eficiência de síntese microbiana, assim como a eficiência de utilização dos nutrientes dietéticos (Pereira et al, 2008).

Objetivou-se estudar diferentes suplementos quanto à síntese de proteína microbiana, os níveis plasmáticos de glicose e uréia e as concentrações de uréia no leite e na urina de vacas leiteiras mestiças em pastagem de capim Brachiaria decumbens Stapf. no período de transição seca-águas.

2. Material e Métodos

O experimento foi realizado de 23/01 22/03/2008 na Fazenda Riacho do Papagaio, situada no município de São João – PE, pertencente à mesorregião fisiográfica de Garanhuns, integrante da bacia leiteira pernambucana. Para tanto, foram utilizadas oito vacas mestiças (tricross), sem padrão genético definido (Holandês/Gir/Pardo Suíço), após pico de lactação (três meses de lactação), e respectivamente, apresentavam média de 15 kg/dia e 500 kg para produção de leite e peso vivo.

O período experimental teve duração de 60 dias divididos em quatro sub-períodos de 15 dias cada, sendo dez para a adaptação dos animais aos suplementos e cinco para coleta de dados, caracterizado como de transição seca-águas. Durante a execução do experimento foram registradas as seguintes precipitações: um; sete; 81 e 210 mm, nos primeiro, segundo, terceiro e quarto períodos, respectivamente.

Foi utilizada área de pastagem com 53 hectares divididos em dois piquetes (um com 30 hectares e outro com 23 hectares) que eram constituídos predominantemente por

Brachiaria decumbens Stapf. (média de 92,13%), com disponibilidade média de 4,23

toneladas/hectare e altura média de 21,46 cm (Mendes, dados não publicados).

Para ajuste da taxa de lotação foram utilizadas 12 vacas leiteiras em lactação com peso vivo médio de 500 kg e produção média de 10 kg/dia, que somadas as oito vacas experimentais proporcionaram uma lotação de aproximadamente 1UA/hectare.

Os suplementos consistiram de diferentes fontes de energia (silagem de milho ou palma forrageira) associadas a diferentes fontes protéicas: a) concentrado formulado para 27,75% de proteína bruta com os seguintes ingredientes: fubá de milho (15%), farelo de algodão (20%), farelo de trigo (30%), farelo de soja (35%) e uréia; e b) farelo de soja + uréia.

Na Tabela 1 é apresentada a composição bromatológica dos ingredientes que constituíram os suplementos e da extrusa; na Tabela 2 são mostradas as proporções dos alimentos nos suplementos, enquanto na Tabela 3 é apresentada a composição bromatológica dos suplementos.

O fornecimento dos suplementos foi na forma de mistura completa. O sal mineral foi fornecido em quantidade fixa (100g/dia) e a uréia variável (de 72 a 242 g/dia) de acordo com o tratamento, ambos misturados no concentrado. Os suplementos consistiram de: silagem + concentrado (S + C); palma forrageira + concentrado (PF + C); silagem + farelo de soja (S + FS); e palma forrageira + farelo de soja (PF + FS).

Tabela 1. Composição bromatológica dos ingredientes dos suplementos e da extrusa Ingredientes

Nutrientes

Silagem Milho Concentrado Palma Farelo Soja Extrusa

MS (%) 25,74 90,54 11,46 90,05 20,96 MO¹ 94,94 94,53 90,92 92,57 89,04 PB¹ 4,90 27,75 3,13 50,30 9,74 NNP¹ 1,19 2,53 1,14 4,60 2,37 FDN¹ 49,82 31,47 27,50 14,58 67,42 PIDN¹ 2,36 6,89 1,75 12,69 4,82 FDA¹ 31,30 21,65 14,56 8,57 36,98 EE¹ 2,52 4,74 1,95 2,46 1,88 MM¹ 5,06 5,47 9,08 6,39 10,96 CNF¹ 37,85 30,59 58,34 25,23 6,85 CHOT¹ 87,68 62,05 86,32 39,81 77,34

¹= % na MS; Concentrado com 27,75% PB (constituído por farelo de soja, farelo de algodão, fubá de milho e farelo de trigo, 35%; 20%; 15 % e 30 %, respectivamente).

Tabela 2. Proporção dos ingredientes nos suplementos Suplementos Ingredientes (%MS) S + C PF + C S + FS PF + FS Concentrado 62,66 53,39 - - Farelo Soja - - 26,48 20,31 Palma - 45,24 - 77,15 Silagem Milho 36,42 - 71,11 - Uréia 0,93 1,36 2,40 2,54

S + C = silagem de milho com concentrado; PF + C= palma com concentrado; S + FS = silagem de milho com farelo de soja; PF + FS= palma com farelo de soja.

Tabela 3. Composição bromatológica dos suplementos Suplementos Ingredientes (% MS) S + C PF + C S + FS PF + FS MS (%) 47,25 21,97 33,58 14,32 MO¹ 94,39 91,12 93,95 90,64 PB¹ 21,77 20,05 23,48 19,75 NNP¹ 2,95 3,23 4,46 4,35 EE¹ 3,81 3,41 2,23 2,00 MM¹ 5,12 7,03 4,87 8,30 FDN¹ 37,87 29,25 39,30 24,19 FDA¹ 24,02 18,15 21,92 12,97 CNF¹ 31,81 42,73 30,44 50,13 CHOT¹ 68,17 72,19 66,00 74,68 • NDT(%) 72,60 72,21 64,32 65,83

S + C = silagem de milho com concentrado; PF + C= palma com concentrado; S + FS = silagem de milho com farelo de soja; PF + FS= palma com farelo de soja; ¹= % na MS; • NDT estimado.

A dieta total foi formulada de acordo com o NRC (2001), para atender às exigências de vacas com 500 kg de PV e produção média de 15 kg de leite/dia (4% de gordura e 3% de proteína verdadeira), considerando-se atividade de pastejo em área plana. Para tanto, foi considerado um consumo de pasto de 1,5% do peso vivo, pressupondo-se teores de 5% e 55% de proteína bruta (PB) e nutrientes digestíveis totais (NDT), respectivamente. O déficit observado foi balanceado nos suplementos.

A palma foi picada manualmente em pedaços pequenos para permitir melhor aderência aos outros ingredientes. A silagem foi retirada do silo no momento do fornecimento para evitar fermentações indesejáveis quando do contato com o oxigênio.

As vacas foram ordenhadas manualmente às quatro horas da manhã, momento em que recebiam 50% da suplementação. Por volta das seis horas eram conduzidas ao pasto, permanecendo até às 13:30h, quando retornavam ao centro de manejo para o restante da suplementação, fornecida às 14:30h. A segunda ordenha foi realizada às 15:00h. Às 17:30h os animais eram reconduzidos à pastagem, onde pernoitavam permanecendo até às 03:30h.

As vacas experimentais recebiam a suplementação em baias individuais, local onde também eram ordenhadas. Estas baias mediam 2,70 m de comprimento, 2,00 m de largura, altura da frontal de 1,90 m e altura dos fundos de 2,30 m. Os cochos de pneus de borrachas, presos a estacas, possuíam diâmetro de 94 cm e profundidade de 40 cm.

Nas baias foram disponibilizados baldes com capacidade de 25 litros para o fornecimento de água, à vontade, durante a suplementação e melhorar o suprimento deficiente das aguadas dos piquetes utilizados.

Das amostras compostas de leite foi retirada uma alíquota de 10 mL e em um béquer foram adicionados 5 mL de ácido tricloroacético a 25% para desproteinização do leite, então congeladas, e posteriormente, analisadas as concentrações de uréia e alantoína.

As amostras de urina e sangue foram coletadas no quinto dia de cada período de coleta, sendo realizadas quatro horas depois da suplementação matinal.

As amostras “spot” de urina foram obtidas por micção espontânea. Numa alíquota de 10 mL de urina foram adicionados 40 mL de ácido sulfúrico 0,036N. O procedimento de conferência do pH ideal (pH < 3) foi executado para conservação dos derivados de purina e evitar solidez do ácido úrico. Quando o pH estava acima de três, gotas de ácido sulfúrico puro eram adicionadas até atingir o pH almejado. As amostras de urina então foram congeladas, e posteriormente, utilizadas para análises de creatinina, uréia, alantoína e ácido úrico.

As amostras de sangue foram retiradas da veia jugular, utilizando-se tubos de

vacutainer com anticoagulante. A centrifugação imediata do sangue foi realizada a 2.000

rpm durante 15 minutos, sendo o plasma retirado com pipetas e armazenado em tubos

Kits comerciais da marca Doles® foram utilizados para a determinação dos níveis plasmáticos de glicose e uréia; na urina, utilizaram-se para determinar uréia, ácido úrico e creatinina; e no leite desproteinado, determinaram-se as concentrações de uréia. Foram seguidas as recomendações do fabricante na elaboração dos protocolos.

Para concentrações de alantoína, no leite desproteinado e na urina, utilizaram-se o método colorimétrico, elaborado por Fugihara et al. (1987), descrito por Chen & Gomes (1992).

Para as leituras dos constituintes do sangue, leite e urina, foi utilizado um analisador bioquímico semi-automático (espectrofotômetro) modelo BIO-2000 da marca Bioplus®, sendo a leitura em absorbância e em ponto final.

Na estimativa do volume urinário foi utilizada a seguinte equação: VU = (EDC x PV)/CCU, onde EDC = excreção diária de creatinina (mg/kgPV); PV = peso vivo; e CCU = concentração de creatinina na urina (mg/L). Neste trabalho adotaram-se uma EDC média de 25 mg/kgPV (Silva et al., 2001; Valadares et al., 1999).

A excreção total de derivados de purinas (PuriTo) foi calculada pela equação: PuriTo = AlaU + AlaL + AcUri; onde, AlaU = alantoína na urina; AlaL = alantoína no leite; e AcUri = ácido úrico na urina. Todas as variáveis expressas em mmol/dia.

As purinas absorvidas (PuriAb), mmol/dia, foram calculadas a partir da excreção de

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