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LOCAIS ONDE TÊM SIDO APLICADA A TÉCNICA CwD

problemas ocorridos durante a perfuração, especialmente em reservatórios depletados e em poços que apresentam perda de circulação e de estabilidade do poço. Apesar do sucesso em diversos locais no mundo, ainda há um grande potencial que pode ser desenvolvido para o aumento da eficiência dessa nova técnica. Um reservatório que apresente as características mencionadas é um local com potencial para a aplicação da perfuração com revestimento.

Essa técnica tem sido utilizada em diversos locais ao redor do mundo. Logo abaixo, alguns desses locais são citados.

5.1 TESTES NO BRASIL

Quatro testes foram realizados no nordeste brasileiro utilizando o sistema recuperável de perfuração com revestimento. O primeiro e o quarto testes foram feitos em terra, enquanto que o segundo e o terceiro foram avaliados no mar. O objetivo dos testes foi introduzir a tecnologia no Brasil, e verificar sua eficiência em zonas com perda de estabilidade da formação e perda de circulação. Durante os testes realizados, o receio de que o revestimento não suportasse o desgaste da perfuração foi refutado.

A conclusão desses testes foi que a perfuração com revestimento apresentou grande potencial para a perfuração em zonas problemáticas, mas o sistema ainda era susceptível a falhas mecânicas dos equipamentos (PLÁCIDO et al, 2005).

Os pontos positivos observados foram a redução do tempo de manobra, maior segurança nas operações na plataforma, eliminação da maior parte das manobras e da operação de raspagem, além da constatação da eficiência da perfuração direcional com revestimento.

Dentre os pontos negativos está a limitação mecânica do raspador em rochas duras e abrasivas, a necessidade de se melhorar a operação de recuperação do BHA, gama escassa de equipamentos e procedimentos de emergência durante a operação.

Os testes foram realizados entre 2003 e 2005, ou seja, havia muito espaço para melhorias na aplicação do sistema e muitos dos problemas encontrados já foram solucionados bem como

maior experiência foi adquirida com a tecnologia, aumentando assim o potencial para o sucesso operacional (PLÁCIDO et al, 2005).

5.2 DOMOS DE SAL

A natureza impermeável do sal faz com que se torne uma boa armadilha para a acumulação de hidrocarbonetos (OFFSHORE ENGINEER, 2008). Portanto é necessário que se desenvolva procedimentos e equipamentos que permitam se perfurar através das desafiadores camadas de sal de maneira ágil e eficiente.

Nesse estudo de caso, poços convencionais localizados no domo de sal de Chachaloula, no sul do estado de Louisiana, apresentaram problemas de estabilidade e perda de circulação durante a perfuração de domos de sal. Alguns desses poços tiveram de sofrer múltiplos desvios antes de atingir a profundidade alvo, enquanto outros foram abandonados (VELTRI et al, 2007).

Dois poços foram perfurados utilizando-se a perfuração com revestimento em 2005. Os dois poços atingiram com sucesso o alvo, onde o segundo apresentou uma economia de 25% se comparado a média dos poços convencionais perfurados em condições similares.

O sistema empregado foi o recuperável, com o controle direcional sendo feito por um Rotary steerable. Durante a perfuração, algumas falhas nos componentes ocorreram, mas o reparo foi realizado sem a necessidade de retirada da coluna de revestimento.

A formação encontrada é altamente inclinada e apresenta falhas que são envolvidas por domos de sal, apresentando assim uma boa armadilha para a acumulação de hidrocarbonetos. No entanto, a geologia complexa e a mudança nas tensões tectônicas apresentam um desafio a perfuração (VELTRI et al, 2007). Esse domo de sal está localizado a uma profundidade de 1000 pés abaixo da superfície.

O sal apresenta plasticidade e pode se deformar rapidamente, causando eventos de prisão de coluna, perda de estabilidade do poço e controle do poço. Desse modo, a perfuração com revestimento pode ser uma ótima ferramenta na perfuração através do sal, pois os benefícios observados nessa técnica mitigam justamente vários dos problemas existentes na perfuração em uma camada de sal.

Os poços foram perfurados até a profundidade de 7200 pés. A seção de superfície do poço foi perfurada convencionalmente até 2500 pés, onde o revestimento de 9 5/8” foi descido.

Desse ponto, o revestimento de 7” foi usado para se perfurar o intervalo de produção. Foi observada uma significante diminuição na incidência de eventos de prisão de coluna e perda de circulação nesse intervalo.

O maior problema relatado foram falhas mecânicas ocorridas na operação, como no sistema de Rotary steerable. Embora o primeiro poço tenha sido equivalente ao pior poço convencional, o segundo se equiparou ao melhor dos poços convencionais, o que indica que a familiarização do pessoal com a tecnologia apresenta grande potencial no aumento da eficiência do sistema (VELTRI et al, 2007).

5.3 ZONAS DE PERDA DE CIRCULAÇÃO

O campo de Lima, no offshore da Indonésia, encontrava grandes problemas para perfurar e revestir seção de 8 ½” devido a severa perda de circulação enfrentada.

O sistema de perfuração com revestimento não recuperável foi escolhido para superar esse problema após operações de sidetracking serem mal sucedidas. O benefício de utilizar esse sistema nessas condições é que a cimentação do revestimento pode ser iniciada assim que a profundidade alvo é atingida, prevenindo a perda de circulação que poderia ocorrer caso o revestimento precisasse ser descido durante uma manobra.

O revestimento de 7” foi utilizado para perfurar a seção problemática, e o prosseguimento da perfuração sendo realizado utilizando-se técnicas convencionais.

A operação se revelou um sucesso, atingindo a profundidade final que havia sido planejada. A técnica de perfuração com revestimento apresentou grandes benefícios ao ser utilizado nessa seção, pois reduziu a perda de fluido para a formação, mitigou o hole pack-off da formação bem como eventos de prisão de coluna além de ter diminuído o tempo não- produtivo do poço (AUGUSTINA et al, 2013).

5.4 SUL DO TEXAS

Essa aplicação foi realizada no sul do Texas, com uma junção da perfuração com revestimento com o método de perfuração sub balanceada, o que permite a perfuração de zonas depletadas e de alta pressão intercaladas umas ás outras em apenas uma fase.

A exploração e produção no sul do Texas não é um fato novo, durante cerca de 50 anos poços tem sido perfurados e completados nessa região. A estrutura da maioria dos poços apresenta múltiplas zonas de arenito de baixa permeabilidade como zona de produção.

A atividade recente têm se concentrado em campos maduros, com alto volume de gás presente. A geologia complexa, baixa permeabilidade e produção de diversos intervalos sendo realizada simultaneamente ocasiona uma incerteza na predição das pressões encontradas, o que torna a perfuração mais complexa (GORDON et al, 2005).

No primeiro momento esse método foi empregado para resolver problemas de controle de poço e de perda de circulação além da inabilidade de se instalar liners, na reentrada de poços já existentes.

A experiência com o programa de reentrada foi transferida para o sul do Texas. Com o surgimento de problemas relacionados à depleção do reservatório. Perda de circulação nas zonas depletadas intercaladas com zonas de alta pressão ocasionaram problemas em relação ao controle do poço, o que sempre prejudica do ponto de vista do custo.

A dificuldade de predição das pressões das formações de subsuperfície devido a geologia complexa significaram a adição de uma liner de contingência no programa de revestimento, o que levou a uma escalada nos custos totais dos poços (GORDON et al, 2005).

Devido a essa incerteza e ao pré-tratamento realizado com fluidos de perda de circulação, era comum que a perfuração fosse realizada com até 6000 psi de sobre balanço para evitar a descida do liner.

No entanto, esse sobre balanço afetou a economia dos poços a ponto de ser necessária a diminuição da densidade do fluido de perfuração. Com isso, grande parcela do poço se encontrava na condição sub balanceada, o que dificultava a manobra para a descida do revestimento de produção.

Esse fato fez com que a perfuração com revestimento fosse escolhida como solução para o problema, e hoje a perfuração com revestimento sub balanceada pode ser vista como uma importante ferramenta para prever problemas não planejados ocorridos durante a perfuração.

A redução nos custos de perfuração chegou a 30%, tornando reservas menores que antes não eram exploradas em zonas viáveis economicamente (GORDON et al, 2005).

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