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4. METODOLOGIA

4.2 O LOCAL DO ESTUDO

O presente estudo foi desenvolvido nas Unidades Básicas de Saúde do município de Florianópolis – SC. Escolhi realizar a pesquisa neste município por ser onde resido, e na atenção básica por ser a área de atuação profissional que desperta o meu interesse, conforme pontuei na introdução desta dissertação.

4.2.1 Município de Florianópolis – SC

Florianópolis é a capital de Santa Catarina e está localizada no centro-leste do Estado, sendo banhada pelo Oceano Atlântico. Grande parte do município (97,23%) está situada na Ilha de Santa Catarina. A sua economia é baseada nas atividades de comércio, prestação de serviços públicos, indústria de transformação e turismo. A área do município, compreendendo a parte continental e a ilha, é de 436,5 km². A ilha possui uma forma alongada e estreita, com litoral bastante recortado e relevo formado por cristas montanhosas e descontínuas, compondo assim seus atrativos turísticos naturais. A porção continental, com área de 12,1 km2 limita-se a oeste com o município de São José. As características climáticas são típicas do litoral sul brasileiro, com as estações do ano bem definidas e chuvas distribuídas uniformemente durante o ano. O verão geralmente apresenta o maior índice pluviométrico, com precipitações elevadas de janeiro a março. A temperatura média anual é de 20,4º C, sendo fevereiro o mês mais quente. A média das máximas do verão varia de 28 a 31º C e, a média das mínimas do inverno, de 7,5 a 12º C (BASTO; KAWASE, 2007).

O município de Florianópolis oferece assistência à saúde pública pela rede SUS através das Unidades Básicas de Saúde.

4.2.2 Atendimento à criança nas Unidades Básicas de Saúde de Florianópolis – SC

O município de Florianópolis possui 50 Unidades Básicas de Saúde (UBS), as quais estão distribuídas administrativamente em cinco Distritos Sanitários de Saúde (centro, norte, continente, leste e sul) com área de abrangência e geoprocessamento definidos (PREFEITURA MUNICIPAL DE FLORIANÓPOLIS, 2011). Cada Distrito possui sua sede gerencial e é responsável pela vigilância e acompanhamento do desempenho da atenção à saúde pelas equipes de saúde da sua área de abrangência (BASTOS; KAWASE, 2007). O município conta com um total de 117 equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF), 12 equipes do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), 62 equipes de ESF com equipe de Saúde Bucal modalidade I e 4 equipes de ESF com equipe de saúde bucal modalidade II (CNES, 2013).

De acordo com os dados do censo demográfico IBGE 2010, a estimativa é que, em 2012, o município de Florianópolis possuiria 4.743 crianças até um ano de idade, sendo que 2.393 seriam do sexo masculino e 2.350 do sexo feminino, correspondendo a 1,09% da população geral de Florianópolis – SC (PREFEITURA MUNICIPAL DE FLORIANÓPOLIS, 2013d).

A mortalidade por grupo de causas e faixa etária da população residente em Florianópolis aponta que, na faixa etária de crianças menores de um ano de vida no ano de 2011, tivemos 46 mortes, sendo que em sua maioria causadas por alguma afecção originada no período perinatal (25), seguida de malformações congênitas e anomalias cromossômicas (13), doenças do aparelho respiratório (5), doenças do sistema nervoso (2) e causas externas de morbidade e de mortalidade (1). Além disso, a morbidade por grupo de causa e faixa etária apresenta como primeira causa a Gravidez, Parto e Puerpério (PREFEITURA MUNICIPAL DE FLORIANÓPOLIS, 2013e).

A ESF, no ano de 2011, realizou 19.120 consultas de acompanhamento e crescimento a crianças, 3.120 atendimentos de puerpério e 27.748 consultas de pré-natal (DATASUS, 2013). Preocupados em atender essa população, o município de Florianópolis criou, em 1997, o Programa Capital Criança, o qual tem como objetivo reduzir a “morbidade e o número de mortes evitáveis nos grupos materno e infantil de zero a 10 anos de idade, por meio do redirecionamento e qualificação da assistência à saúde”; visando, assim, uma atenção integral à “mulher no seu ciclo gravídico e puerperal à criança” (FLORIANÓPOLIS, 2005, p.4)

O programa é desenvolvido nas UBS, tendo articulação com os demais níveis de complexidade, proporcionando uma maior cobertura das ações de promoção e prevenção em saúde. As ações do Capital Criança dão-se início no pré-natal, nas UBS, nas quais as consultas são realizadas por médicos e enfermeiras, organizam grupos de gestantes utilizando esses momentos para discussão de temas como: aleitamento materno, cuidados com o recém-nascido, alimentação na gravidez, cuidados pré-natais, sinais de trabalho de parto, entre outros. As gestantes em trabalho de parto e/ou atingindo 41 semanas são encaminhadas para as maternidades existentes em Florianópolis. Após o nascimento, ainda na maternidade, é realizada uma visita de um Agente Educador, o qual aplica a vacina BCG e da Hepatite B e faz o agendamento de uma consulta neonatal, entre o 5º e o 7º dia de vida do recém-nascido, com dia e hora marcada; encaminham à UBS para dar continuidade ao esquema vacinal e realizar o teste do pezinho (FLORIANÓPOLIS, 2005).

Contudo, é dado o seguimento ao acompanhamento dos recém- nascidos e puérperas por meio de algumas ações preconizadas como: agendamento de consultas mensais para o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança. No primeiro ano de vida, são preconizadas 13 consultas, além de agendamento de consulta odontológica, segurança nutricional (Programa de leites especiais e Hora de comer), realização de busca ativa para crianças faltosas e monitoramento dos recém-nascidos (FLORIANÓPOLIS, 2005). Assim, o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento das crianças até um ano de vida deve ser realizado pela ESF e Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF), “desde o acolhimento, a vigilância nutricional, a imunização, entre outros”, sendo as consultas de puericultura de competência dos médicos e enfermeiras (FLORIANÓPOLIS, 2005, p.13).

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