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2 REFERENCIAL TEÓRICO

4.2 LOCAL DO ESTUDO

A presente pesquisa foi realizada na Disciplina de Neurocirurgia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM).

A história do HC-UFTM remonta ao ano de 1967 quando a Santa Casa de Misericórdia de Uberaba foi incorporada à então Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro (FMTM). Após sua ampliação em 1982 foi reinaugurado como Hospital-Escola da FMTM. Já em 2005, quando da transformação da faculdade (FMTM) em Universidade (UFTM) passou a ser chamado de Hospital de Clínicas da UFTM. Desde 2013 é gerido pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH).

Atualmente conta com 302 leitos divididos entre enfermarias, UTI e Pronto Socorro (adulto e pediátrico) além de 5 anexos ambulatoriais com 180 consultórios (BRASIL, 2016).

Sua área de cobertura é o território do Triângulo Mineiro Sul formado por 27 municípios que totaliza uma população de 697.812 habitantes e corresponde a 3,56% da população mineira, compondo 5,5% do produto interno bruto (PIB) mineiro (MINAS GERAIS, 2015).

Assim, o HC-UFTM é o único hospital do Triângulo Mineiro Sul que oferece atendimento de alta complexidade (incluindo neurocirurgia) exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL, 2016).

Responsável pelo atendimento de todas as doenças neurocirúrgicas tanto de urgência/emergência quanto eletivas, a Disciplina de Neurocirurgia do HC-UFTM realiza mais de 450 cirurgias por ano e ainda se dedica à formação de futuros neurocirurgiões através do Programa de Residência Médica em Neurocirurgia.

4.3 FONTE DE DADOS E AMOSTRA DO ESTUDO

A Disciplina de Neurocirurgia do HC-UFTM através de seus neurocirurgiões assistentes confecciona seu próprio arquivo diário, a partir do prontuário dos pacientes avaliados, internados, ou que permaneceram sob seguimento conjunto da equipe de Neurocirurgia durante permanência no hospital.

Para os dados desta pesquisa foram analisados todos os prontuários do referido arquivo entre as datas 01 de janeiro de 2007 e 31 de dezembro de 2017, sendo utilizado os critérios de inclusão e exclusão listados:

• Critérios de inclusão:

 Pacientes vítimas de TCE atendidos pela Disciplina de Neurocirurgia do HC- UFTM com data de admissão e alta hospitalar entre 01 de janeiro de 2007 e 31 de dezembro de 2017

 Pacientes de ambos os sexos  Pacientes de todas as idades

• Critérios de exclusão:

 Ausência de dados de identificação (nome e número de registro hospitalar)  Ausência de dados demográficos (sexo e idade)

 Ausência de dados admissionais (data da admissão hospitalar e pontuação Escala de Coma de Glasgow à admissão inferindo a gravidade do TCE)

 Ausência de dados do desfecho (data da alta hospitalar ou do óbito do paciente).

Para o registro do valor sérico da creatinina coletada e processada nas primeiras 24 horas de admissão o pesquisador utilizou os computadores da Disciplina de Neurocirurgia para acessar o aplicativo “Esmeralda Visual” (esmeralda.hctm.ebserh.net/ev) disponível no HC-UFTM. A referida dosagem foi realizada através do método colorimétrico no aparelho COBAS 6000 – Módulo C501 (Roche-Hitachi®). Os valores de referência da creatinina sérica encontram-se no Quadro 2. Cabe ressaltar que a ausência do exame de creatinina não foi critério de exclusão.

Quadro 2 - Valores de referência da dosagem sérica de creatinina por sexo e idade utilizados no laboratório central do HC-UFTM, Uberaba-MG, Brasil 2019

IDADE SEXO mg/dL (Unidade convencional)

Recém-nascidos (prematuros) 0,29-0,85 2-12 m 0,17-0,42 1- < 5 anos 0,24-0,5 5-<7 anos 0,32-0,59 7 – 15 0,40-0,87 Adultos Feminino Masculino 0,50-1,20 0,70-1,40

Fonte: Laboratório de Patologia Clínica do HC-UFTM, 2019

4.4 INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS E PROCEDIMENTOS

O instrumento para coleta dos dados foi elaborado pelo pesquisador, sendo constituído por cinco partes: identificação, dados demográficos/etiológicos, dados clínicos, dados tomográficos e dado laboratorial. Este instrumento de coleta e seu respectivo dicionário constam no APÊNDICE A.

A primeira parte, denominada “Identificação”, contempla o número da ordem de catalogação do paciente na pesquisa, as iniciais do nome completo e o registro geral (RG) do paciente no hospital.

Na segunda parte, denominada “Dados demográficos/etiológicos”, foram averiguadas as variáveis: sexo, idade em anos completes, faixa etária (conforme

quadro 3), data e dia da semana de admissão hospitalar, data da alta hospitalar contabilizando a duração da internação, as causa gerais do trauma (trânsito, queda, violência e causas não especificadas), e causas específicas (atropelamento, queda de altura e da própria altura, bicicleta, caminhão, carro, moto, ônibus, agressão física, ferimento por arma branca (FAB), ferimento por arma de fogo (FAF) e mergulho em água rasa).

Quadro 3 - Divisão da idade por faixas, como parte do instrumento de coleta de dados, Uberaba-MG, Brasil, 2019

Faixa etária Idade (em anos)

Crianças 0 a 14 anos completos

Jovens 15 a 25 anos completos

Adultos Jovens 26 a 40 anos completos

Adultos 41 a 59 anos completos

Idosos 60 anos ou mais

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019

Na terceira parte, denominada “Dados Clínicos”, foram registrados: a pontuação baseada na Escala de Coma de Glasgow à admissão (inferindo a gravidade do TCE) de acordo com o quadro 4; o desfecho do paciente (óbito/não óbito); a realização de neurocirurgia (sim/não); traumas associados foram registrados quanto a existência (sim/não informado), o número (1, 2 ou 3) e o local (tórax, abdômen; ortopédico, face, partes moles/superficiais e trauma raquimedular (TRM).

Quadro 4 - Gravidade do TCE baseado na Escala de Coma de Glasgow, Uberaba- MG, Brasil, 2019

Gravidade do TCE Escala de Coma de Glasgow (ECG)

Leve 13 á 15

Moderado 9 à 12

Grave 3 à 8

Na quarta parte, denominada “Dados tomográficos”, foram transcritas as impressões registradas pelo neurocirurgião após análise tomográfica à respeito do local e tipo da fratura craniana (listado no Quadro 5) e da presença ou ausência de: alteração tomográfica, contusão cerebral, hematoma epidural (HED), hematoma subdural (HSD), hemoventrículo, lesão axonal difusa (LAD), hemorragia subaracnóidea traumática (HSAt), inchaço cerebral, pneumoencéfalo e fratura craniana.

Quadro 5 - Denominação do local e dos tipos de fraturas cranianas nas vítimas de TCE no Triângulo Mineiro Sul, Uberaba-MG, Brasil, 2019

Tipo da fratura Local da Fratura

Linear Fronto-parietal Frontal Fronto-temporal Fronto-basal Temporal Base

Occipital Occipito-temporal Parietal

Afundamento Parieto-occipital Parieto-temporal Múltiplas Fronto-orbitária

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019

Na quinta e última parte, denominada “Dado Laboratorial”, foi registrado o valor da dosagem sérica de creatinina (mg/dL) emitido em até 24 horas após a admissão do paciente.

Utilizando este instrumento de coleta de dados, o pesquisador, com auxilio de alunos do programa de iniciação científica do curso de medicina da UFTM selecionou, catalogou e analisou a amostra durante o primeiro e segundo semestre de 2018.

4.5 PROCEDIMENTOS ÉTICOS

A pesquisa foi aprovada através de parecer consubstânciado do Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) na Plataforma Brasil (CAAE: 71686517.4.0000.5154; número do parecer: 2.295.218) vide ANEXO A.

Por ser tratar de coleta de dados secundários (prontuários), houve a dispensa do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

4.6 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DE DADOS

Após a aplicação dos instrumentos de coleta, os dados foram inseridos em uma planilha do programa Excel 2016®. Posteriormente organizados e analisados com auxílio do software Statistical Package for Social Sciences® for Windows versão 23.0

As variáveis categóricas foram apresentadas como o número absoluto e/ou percentual de indivíduos da amostra. O teste do qui-quadrado (aderência) foi usado para comparar a distribuição de frequência entre os grupos de dados. Para determinar a associação entre variáveis categóricas foi utilizado o teste do qui- quadrado (independência). Para avaliar os principais preditores de óbito e gravidade do TCE, foi realizada análise de regressão logística. Os dados contínuos são apresentados como média e intervalo de confiança de 95% (IC95%), sendo analisados através de Equações de Estimação Generalizadas (GEE) usando correlação não estruturada e estimação por máxima verossimilhança (com teste post hoc de Sidak). A curva ROC (Receiver Operating Characteristic) e área sob a curva (AUC) foram usadas para avaliar a precisão das medidas da dosagem sérica de creatinina para prever o óbito. A sensibilidade (expressa em porcentagem) foi definida como a proporção de óbito e resultados elevados de creatinina (>1.18 mg/dL) do total de óbito. Especificidade (expressa em porcentagem) foi definida como uma proporção de sobreviventes e resultados baixos de creatinina do total de sobreviventes. A discriminação das curvas ROC foi classificada da seguinte forma: 0,7 ≤ ROC <0,8 = discriminação regular, 0,8 ≤ ROC <0,9 = boa discriminação e ROC ≥ 0,9 = excelente discriminação (baseado em (HOSMER JR.; LEMESHOW; STURDIVANT, 2000).

5 RESULTADOS

Para que a exposição dos resultados seguisse um método mais didático, as informações coletadas foram divididas, conforme exposto na metodologia, nos seguintes blocos: dados demográficos, dados etiológicos, dados clínicos e dados tomográficos.

Visando facilitar o entendimento visual, alguns gráficos foram confeccionados em formatos de linhas contínuas, muito embora seus dados representados não sejam pontuais.

Os resultados relativos ao dado laboratorial dosagem sérica de creatinina foram expostos à parte dado a sua peculiaridade científica e estatística.

Aplicados os critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados um total de 1347 pacientes.

5.1 DISTRIBUIÇÃO GERAL DA AMOSTRA

• Dados demográficos

A idade mediana na amostra foi de 34 anos (p25-p75: 22-49 anos) e a média de 36,4 anos (35,4-37,5). Predominou a faixa etária dos adultos jovens (29,7%; p<0,001). Quando somados os percentuais das faixas etárias mais prevalentes verificou-se que 74,5% da amostra variou dos 15 aos 59 anos. Predominou o sexo masculino (82,1%; p<0,001).

Quanto ao dia da semana de admissão hospitalar das vítimas de TCE, observou-se aumento do número de admissões nos finais de semana (sexta-feira, sábado e domingo), prevalecendo o domingo (20%; p<0,001).

Esses dados foram esquematizados, para um melhor entendimento, na Tabela 1 e nos Gráficos 1 e 2.

Tabela 1 - Distribuição geral das vítimas de TCE no Triângulo Mineiro Sul de acordo com dados demográficos, Uberaba-MG, Brasil, 2019

Variáveis Total (%) P NÚMERO DE PACIENTES 1347 (100%) SEXO <0,001 Masculino 1106 (82,1%) Feminino 241 (17,9%) IDADE

Mediana e intervalo interquartil (p25-p75) 34,0 (22,0-49,0)

Média (IC:95%) 36,4 (35,4-37,5) FAIXA ETÁRIA <0,001 Crianças 156 (11,6%) Jovens 296 (22,0%) Adultos jovens 400 (29,7%) Adultos 307 (22,8%) Idosos 188 (14,0%) DIA DE ADMISSÃO <0,001 Domingo 270 (20,0%) Segunda-feira 172 (12,8%) Terça-feira 175 (13,0%) Quarta-feira 145 (10,8%) Quinta-feira 164 (12,2%) Sexta-feira 174 (12,9%) Sábado 247 (18,3%)

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019

Nota: p: grau de significância; IC: intervalo de confiança;

Gráfico 1 - Distribuição geral das vítimas de TCE no Triângulo Mineiro Sul quanto a faixa etária em números percentuais, Uberaba-MG, Brasil, 2019

Gráfico 2 - Distribuição geral do número de admissões hospitalares das vítimas de TCE no Triângulo Mineiro Sul de acordo com o dia da semana de internação, em números absolutos, Uberaba-MG, Brasil, 2019

Fonte: Elaborado pelo autor Nota: nº:número

• Dados etiológicos

A distribuição geral da amostra demonstrou de forma significante o predomínio dos acidentes de trânsito (57,2%), seguidos das quedas (23,8%) e das causas violentas (13,1%) como etiologia do TCE (Gráfico 3).

Gráfico 3 - Distribuição geral das vítimas de TCE no Triângulo Mineiro Sul de acordo com a causa geral do trauma em números percentuais, Uberaba-MG, Brasil, 2019

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019 Nota: NE: não especificado

Na distribuição das causas específica do TCE, em relação aos acidentes de trânsito, predominaram aqueles envolvendo motocicletas (21,9%), seguido dos acidentes envolvendo carros (16,9%) e atropelamentos (12,3%). Quando o TCE foi relacionado a quedas, a queda de altura (13,9%) superou a queda da própria altura (9,4%). Quando relacionados à violência a agressão física (8%) predominou (Gráfico 4 e Tabela 2).

Gráfico 4 - Distribuição geral das vítimas de TCE no Triângulo Mineiro Sul de acordo com a causa específica do trauma em números percentuais, Uberaba-MG, Brasil, 2019

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019

Nota: NE: não especificado, FAF: ferimento por arma de fogo, FAB: ferimento por arma branca

Tabela 2 - Distribuição geral das vítimas de TCE no Triângulo Mineiro Sul de acordo com dados etiológicos, Uberaba-MG, Brasil, 2019

Variáveis Total (%) P NÚMERO DE PACIENTES 1347 (100%) CAUSA DO TRAUMA <0,001 Trânsito 771 (57,2%) Queda 320 (23,8%) Violência 177 (13,1%) NE 79 (5,9%) CAUSA ESPECÍFICA <0,001 Moto 295 (21,9%) Carro 228 (16,9%) De altura 187 (13,9%) Atropelamento 166 (12,3%) Própria altura 127 (9,4%) Agressão física 108 (8,0%) NE 79 (5,9%) Bicicleta 68 (5,0%) FAF 38 (2,8%) FAB 30 (2,2%) Caminhão 10 (0,7%)

Mergulho águas rasas 6 (0,4%)

Ônibus 2 (0,1%)

Carroça 2 (0,1%)

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019

Nota: NE: não especificado, FAF: ferimento por arma de fogo, FAB: ferimento por arma branca P: grau de significância

• Dados tomográficos

A distribuição geral dos dados tomográficos mostra que 1052 (78,1%) pacientes vítimas de TCE tiveram alguma alteração ao exame tomográfico do crânio. Considerando o universo total dos pacientes, as alterações tomográficas mais prevalentes foram as contusões cerebrais (30,7%), seguidas das fraturas cranianas (27,2%) e da HSAt (21,1%) com significância estatística (p<0,001) (Gráfico 5)

Gráfico 5 - Distribuição geral das vítimas de TCE no Triângulo Mineiro Sul de acordo com a alteração tomográfica de crânio em números percentuais, Uberaba-MG, Brasil, 2019

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019

Nota: TC: tomografia computadorizada de crânio; HED: hematoma extradural; HSD: hematoma subdural; LAD: lesão axonal difusa; HSAt: hemorragia subaracnóidea traumática; *significância p<0,001

Dos 367 pacientes que apresentaram alguma fratura craniana, 81,7% eram fraturas lineares a as demais fraturas em afundamento. Quanto ao local dessas fraturas, prevaleceram as fraturas temporais (24,8%) e frontais (21,8%). Todos os dados apresentaram também significância estatística (p<0,001) (Gráfico 6).

Gráfico 6 - Distribuição geral das vítimas de TCE no Triângulo Mineiro Sul de acordo com a local da fratura craniana na tomografia de crânio em números percentuais, Uberaba-MG, Brasil, 2019

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019 Nota: *significância p<0,001

• Dados clínicos

Em relação aos dados clínicos, observou-se que predominou o TCE leve, seguido do TCE grave e moderado respectivamente (Gráfico 7).

Gráfico 7 - Distribuição geral das vítimas de TCE no Triângulo Mineiro Sul de acordo com a gravidade do TCE, em números percentuais, Uberaba-MG, Brasil, 2019

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019 Nota: *: significância

O período de internação variou de 0 a 205 dias. A mediana do tempo de internação foi de 6 dias (p25:2; p75:15) e a média foi de 11 dias (IC: 10,2-11,8)

Na amostra, 17,3% dos pacientes foram à óbito. Foi realizado procedimento neurocirúrgico em 21,3% dos casos. Havia descrição em prontuário de 500 pacientes com algum tipo de trauma associado (extracraniano), correspondendo a 37,1% do total. Destes, a maioria (68%) apresentou apenas um trauma extracraniano, 26% dois traumas associados e 6% 3 traumas associados (Tabela 3). Predominou o trauma ortopédico seguido do trauma de tórax e face (Gráfico 8).

Tabela 3 - Distribuição geral das vítimas de TCE no Triângulo Mineiro Sul de acordo com dados clínicos, em números percentuais, Uberaba-MG, Brasil, 2019

Variáveis n (%) P NÚMERO DE PACIENTES 1347 (100%) GRAVIDADE DO TCE <0,001 Leve 763 (56,6%) Moderado 172 (12,8%) Grave 412 (30,6%) DESFECHO <0,001 Óbito 233 (17,3%) Não óbito 1114 (82,7%) NEUROCIRURGIA <0,001 SIM 287 (21,3%) NÃO 1060 (78,7%) TRAUMA ASSOCIADO <0,001 Sim 500 (37,1%) NI 847 (62,9%)

NÚMERO TRAUMAS ASSOCIADOS (n: 500) <0,001

1 340 (68,0%)

2 130 (26,0%)

3 30 (6,0%)

NI 847

LOCAL TRAUMA ASSOCIADO (n: 500) <0,001

Abdômen 55 (11%)

Face 109 (21,8%)

NI 847 -

Ortopédico 237 (47,4%)

TRM 80 (16%)

Partes moles / externos 44 (8%)

Tórax 165 (33%)

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019

Gráfico 8 - Distribuição do local do trauma extracraniano nas vítimas de TCE no Triângulo Mineiro Sul, em números percentuais, Uberaba-MG, Brasil, 2019

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019

Nota: * significância p<0,001; TRM: trauma raquimedular 5.1 DISTRIBUIÇÃO POR SEXO

• Dados demográficos e sexo

Quando feita a análise dos dados demográficos proporcional ao sexo, observou-se claro predomínio (p<0,001) da faixa etária dos jovens, adultos jovens e adultos no sexo masculino. Crianças e idosos proporcionalmente foram maioria no sexo feminino do que no masculino (Gráfico 9 e Tabela 4).

Gráfico 9 - Distribuição da faixa etária das vítimas de TCE no Triângulo Mineiro Sul de acordo com o sexo, em números percentuais (%), Uberaba-MG, Brasil, 2019

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019 Nota: *significância p<0,001

A mediana de idade foi maior no sexo masculino. Não houve diferença significante do número de admissões hospitalares por dia da semana em relação ao sexo (Tabela 4).

Tabela 4 - Distribuição dos dados demográficos das vítimas de TCE no Triângulo Mineiro Sul de acordo com o sexo, Uberaba-MG, Brasil, 2019

Variáveis SEXO P Masculino (%) Feminino (%) NÚMERO DE PACIENTES 1106 (82,1%) 241 (17,9%) <0,001 IDADE 0,026 Mediana (p25-p75) 34,0 (23,0-49,0) 30,0 (16,0-52,5) FAIXA ETÁRIA <0,001 Crianças 99 (9,0%) 57 (23,7)* Jovens 253 (22,9%) 43 (17,8%) Adultos jovens 345 (31,2%) 55 (22,8%)* Adultos 266 (24,1%) 41 (17,0%)* Idosos 143 (12,9%) 45 (18,7%)* DIA DE ADMISSÃO 0,353 Domingo 226 (20,4%) 44 (18,3%) Segunda-feira 137 (79,7%) 35 (14,5%) Terça-feira 145 (82,9%) 30 (12,4%) Quarta-feira 114 (10,3%) 31 (12,9%) Quinta-feira 128 (11,6%) 36 (14,9%) Sexta-feira 144 (13,0%) 30 (12,4%) Sábado 212 (19,2%) 35 (14,5%)

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019 Nota: P: grau de significância

• Dados etiológicos e sexo

Referente à análise dos dados etiológicos do TCE em relação ao sexo, os acidentes envolvendo motocicletas (23,6%) predominaram no sexo masculino, seguidos dos acidentes envolvendo carros e quedas de altura (ambos com 14,6%). No sexo feminino os acidentes de carro (27,8%), os atropelamentos (18,3%) e as quedas da própria altura (10,8%) prevaleceram (Gráfico 5).

Gráfico 10 - Distribuição das causas etiológicas específicas nas vítimas de TCE no Triângulo Mineiro Sul de acordo com o sexo, em números percentuais (%), Uberaba- MG, Brasil, 2019

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019

Nota: *significância p<0,001; NE: não especificado, FAF: ferimento por arma de fogo, FAB: ferimento por arma branca

Tabela 5 - Distribuição dos dados etiológicos das vítimas de TCE no Triângulo Mineiro Sul de acordo com o sexo, Uberaba-MG, Brasil, 2019

Variáveis SEXO P Masculino (%) Feminino (%) NÚMERO DE PACIENTES 1106 (82,1%) 241 (17,9%) <0,001 CAUSA GERAL 0,112 Trânsito 620 (56,1%) 151 (62,7%) Queda 268 (24,2%) 52 (21,6%) Violência 155 (14,0%) 22 (9,1%) NE 63 (5,7%) 16 (6,6%) CAUSA ESPECÍFICA <0,001 Moto 261 (23,6%) 34 (14,1%)* Carro 161 (14,6%) 67 (27,8)* De altura 161 (14,6%) 26 (10,8%) Atropelamento 122 (11,0%) 44 (18,3%)* Própria altura 101 (9,1%) 26 (10,8%) Agressão física 91 (8,2%) 17 (7,1%) NE 63 (5,7%) 16 (6,6%) Bicicleta 62 (5,6%) 6 (2,5%)* FAF 34 (3,1%) 4 (1,7%) FAB 29 (2,62%) 1 (0,4%)* Caminhão 10 (0,9%) 0

Mergulho águas rasas 6 (0,5%) 0

Ônibus 2 (0,2%) 0

Carroça 2 (0,2%) 0

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019

Nota: NE: não especificado, FAF: ferimento por arma de fogo, FAB: ferimento por arma branca P: grau de significância; *

• Dados tomográficos e sexo

Em relação a distribuição das alterações tomográficas quanto ao sexo, observou-se significante predomínio de TC alterada no sexo masculino (79,2%; p: 0,036). Não houve diferença quanto ao tipo de alteração tomográfica, ao local ou tipo de fratura craniana (Tabela 6).

Tabela 6 - Distribuição dos dados tomográficos das vítimas de TCE no Triângulo Mineiro Sul de acordo com o sexo, Uberaba-MG, Brasil, 2019

Variáveis SEXO P Masculino (%) Feminino (%) NÚMERO DE PACIENTES 1106 (82,1%) 241 (17,9%) <0,001 TC ALTERADA 876 (79,2%) 176 (73,0%) 0,036 TC Contusão 338 (30,6%) 75 (31,1%) 0,864 TC HED 137 (12,4%) 20 (8,3%) 0,073 TC HSD 202 (18,3%) 33 (13,7%) 0,090 TC Hemoventrículo 21 (1,9%) 4 (1,7%) 0,803 TC LAD 60 (5,4%) 13 (5,4%) 0,985 TC HSAt 228 (20,6%) 56 (23,2%) 0,366 TC Inchaço cerebral 136 (12,3%) 25 (10,4%) 0,404 TC Pneumoencéfalo 59 (5,3%) 11 (4,6%) 0,625 TC Fratura 307 (27,8%) 60 (24,9%) 0,381 TC LOCAL FRATURA (n: 367) 0,597 Base 10 (3,3%) 1 (1,7%) Frontal 67 (21,8%) 13 (21,7%) Fronto-basal 15 (4,9%) 3 (5,0%) Fronto-orbitária 8 (2,6%) 1 (1,7%) Fronto-parietal 2 (0,7%) 0 (0,0%) Fronto-temporal 18 (5,9%) 1 (1,7%) Múltiplas 4 (1,3%) 1 (1,7%) N 799 ( - ) 181 ( - ) Occipital 47 (15,3%) 10 (16,7%) Occipto-temporal 0 (0,0%) 1 (1,7%) Parietal 41 (13,4%) 7 (11,7%) Parieto-occipital 5 (1,6%) 3 (5,0%) Parieto-temporal 14 (4,6%) 4 (6,7%) Temporal 76 (24,8%) 15 (25,0%) TIPO FRATURA (n:367) 0,681 Linear 251 (81,8%) 49 (81,7%) Afundamento 56 (18,2%) 11 (18,3%) N 799 ( - ) 181 ( - )

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019

Nota: TC: tomografia computadorizada de crânio; HED: hematoma extradural; HSD: hematoma subdural; LAD: lesão axonal difusa; HSAt: hemorragia subaracnóidea traumática; N: não ocorrer o evento; p: grau de significância

• Dados clínicos e sexo

Quanto a distribuição dos dados clínicos de acordo com o sexo, observou- se que a média do tempo de internação foi maior no sexo masculino (11,3 dias; IC: 11,1-11,5; p<0,001) (Gráfico 11).

Gráfico 11 - Tempo médio de internação nas vítimas de TCE no Triângulo Mineiro Sul de acordo com o sexo, em números percentuais (%), Uberaba-MG, Brasil, 2019

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019

Nota: * significância; Sexo masculino: média 11,3 dias (IC: 11,1-11,5); Sexo feminino: média 9,5 dias IC: 9,1-9,9); p<0,001

Não houve diferença estatística da gravidade do TCE quanto ao sexo, apesar da tendência de predomínio do TCE grave no sexo masculino.

A necessidade de neurocirurgia e o desfecho óbito prevaleceram no sexo masculino, ao passo em que a ocorrência de traumas associados, independente do número não mostra predileção por sexo. Quanto ao local do trauma associado notou-se que os traumas de face foram proporcionalmente maiores no sexo masculino e o TRM no sexo feminino (Tabela 7).

Tabela 7 - Distribuição dos dados clínicos das vítimas de TCE no Triângulo Mineiro Sul de acordo com o sexo, Uberaba – MG, Brasil, 2019

Variáveis SEXO P Masculino (%) Feminino (%) NÚMERO DE PACIENTES 1106 (82,1%) 241 (17,9%) <0,001 DURAÇÃO DA INTERNAÇÃO Média IC (95%) 11,3 (11,1-11,5) 9,5 (9,1-9,9) <0,001 GRAVIDADE DO TCE 0,057 Leve 611 (55,2%) 152 (63,1%) Moderado 142 (12,8%) 30 (12,4%) Grave 353 (31,9%) 59 (24,5%) DESFECHO 0,005 Óbito 205 (18,5%) 28 (11,6%) Não óbito 901 (81,5%) 213 (88,4%) NEUROCIRURGIA <0,001 Sim 255 (23,1%) 32 (13,3%) Não 851 (77,9%) 209 (86,7%) TRAUMA ASSOCIADO 0,415 Sim 405 (36,6%) 95 (39,4%) NI 701 (63,4%) 146 (60,6%) NÚMERO TRAUMAS (n: 500) 0,529 1 279 (68,9%) 61 (64,2%) 2 104 (25,7%) 26 (27,4%) 3 22 (5,4%) 8 (8,4%) NI 701 146

LOCAL TRAUMA ASSOCIADO (n: 500)

Abdômen 41 (7,4%) 14 (10,2%) 0,193

Face 98 (17,7%) 11 (8,0%) 0,008

NI 701 ( - ) 146 ( - )

Ortopédico 190 (34,4%) 47 (34,3%) 0,638

TRM 56 (10,1%) 24 (17,5%) 0,006

Partes moles / externos 34 (6,1%) 10 (7,3%) 0,505

Tórax 134 (24,2%) 31 (22,6%) 0,944

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019

Nota: p: grau de significância; IC: intervalo de confiança; NI: não informado; TRM: trauma raquimedular

5.2 DISTRIBUIÇÃO POR FAIXA ETÁRIA

• Dados demográficos e faixa etária

Em relação à distribuição dos dados demográficos quanto à faixa etária, demonstrou-se predomínio do sexo masculino em todas as faixas etárias (Gráfico 12).

Gráfico 12 - Distribuição do sexo das vítimas de TCE no Triângulo Mineiro Sul de acordo com a faixa etária, em números percentuais (%), Uberaba-MG, Brasil, 2019

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019 Nota: *significância p<0,001

Não houve diferença estatística no número de admissões hospitalares por dia da semana em relação à faixa etária. A Tabela 8 reforça esses dados.

Tabela 8 - Distribuição dos dados demográficos das vítimas de TCE no Triângulo Mineiro Sul de acordo com a faixa etária, Uberaba-MG, Brasil, 2019

Variáveis Faixa etária P

Crianças (%) Jovens (%) Adultos Jovens (%) Adultos (%) Idosos (%)

Total 156 (100%) 296 (100%) 400 (100%) 307 (100%) 188 (100%) SEXO <0,001 Feminino 57 (36,5%) 43 (14,5%) 55 (13,8%) 41 (13,4%) 45 (23,9%) Masculino 99 (63,5%) 253 (85,5%) 345 (86,2%) 266 (86,6%) 143 (76,1%) DIA DA SEMANA 0,07 Segunda 31 (19,9%) 44 (14,9%) 42 (10,5%) 37 (12,1%) 18 (9,6%) Terça 14 (9,0%) 32 (10,8%) 52 (13,0%) 40 (13,0%) 37 (19,7%) Quarta 16 (10,3%) 23 (7,8%) 42 (10,5%) 35 (11,4%) 29 (15,4%) Quinta 17 (10,8%) 29 (9,8%) 49 (12,3%) 42 (13,7%) 27 (14,4%) Sexta 22 (14,1%) 35 (11,8%) 52 (13,0%) 36 (11,7%) 29 (15,4%) Sábado 25 (16,0%) 66 (22,3%) 74 (18,5%) 57 (18,6%) 25 (13,3%) Domingo 31 (19,9%) 67 (22,6%) 89 (22,3%) 60 (19,5%) 23 (12,2%)

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019

Nota: p: grau de significância

• Dados etiológicos e faixa etária

Referente à distribuição dos dados etiológicos do TCE quanto a faixa etária observou-se predomínio dos acidentes de trânsito em todas as faixas etárias exceto nos idosos nos quais prevaleceram as quedas. Como segunda causa mais comum do TCE nos jovens e adultos jovens identificou-se aquelas relacionadas à violência.

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