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3 DIRETIVAS DE PROJETO DE ABATEDOUROS

3.1 LOCALIZAÇÃO DE ABATEDOUROS

A determinação da localização física da indústria trata-se, na maioria dos casos, de escolher entre um numero finito de alternativas possíveis aquela que demonstre ser a mais vantajosa nos objetivos que norteiam a implantação da indústria (DO VALLE, 1975, p. 34).

A localização da indústria é definida em duas etapas, pela delimitação sucessiva de duas áreas distintas. Na primeira área, a mais ampla, define-se a região onde se deverá implantar a indústria1. Levando em consideração razões de ordem econômica, além de aspectos técnicos, prevalecerão na determinação desta região, que definirá a macrolocalização da indústria. Após definir a macrolocalização, parte-se para a escolha do local efetivo onde se implantará a indústria, local este denominado de microlocalização. Nesta área mais restrita, contida na área da macrolocalização, a solução do problema de localização estará intimamente ligada às condições físicas que o terreno escolhido deverá propiciar em facilidade de acesso, qualidade do solo, características de relevo e proximidade de suprimento de insumos tais como matéria prima, água, energia elétrica, mão de obra, entre outros. Além desses dados, uma série de outros fatores não poderão ser omitidos, sob pena de se incorrer em escolha que em curto prazo poderá se mostrar inadequada.

3.1.2 Macro-Localização da indústria

A determinação da localização mais vantajosa para uma indústria privada de processamento de pescado com fins lucrativos será, logicamente, ditada pela busca da

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Deve-se atentar para o fato de que o termo “Indústrias”, apresentado pelo autor, faz referência ao termo “Sistemas de Abatedouros de Pescado”. Trata-se de uma adequação analógica, da metodologia do autor para o caso abordado pelo presente trabalho.

máxima rentabilidade para o capital a ser investido (DO VALLE, 1975, p. 34). O autor explica que a necessidade, muitas vezes presente, de se reduzir a um mínimo o investimento inicial requerido até a entrada em operação das unidades de produção pode, sob certos aspectos, condicionar essa localização. E ainda, que a influência futura dessa economia inicial não deve, contudo, comprometer a eficiência operacional da indústria ao longo de sua vida útil.

Sendo assim, a macrolocalização devera, portanto, levar em consideração uma série de fatores e motivações conforme citados por Do Valle (1975, p. 35): custo e eficiência dos transportes; dimensão e localização das áreas de mercado; custo da terra; custo e disponibilidade de mão de obra; disponibilidade e qualidade de água; disponibilidade e custo da energia; suprimento de matérias primas; eliminação de resíduos; motivações fiscais e financeiras; vantagens e desvantagens das aglomerações industriais; fatores intangíveis; entre outros.

3.1.3 Análise teórica da localização

A análise metódica dos fatores que permitam definir a localização mais vantajosa de uma empresa tem levado muitos estudiosos da área à formulação de teorias, visando quantificar as diversas influências exercidas pelo espaço geográfico sobre as atividades econômicas (DO VALLE, 1975, p. 47). Essas teorias locacionais visam, segundo o autor, em primeiro lugar, dar uma resposta mais precisa possível à pergunta “onde produzir”, uma vez que se tenha respondido às perguntas “o que” e “para quem produzir”, e desde que se disponha de meios para decidir sobre “quanto” e “como produzir”. Sendo assim, Do Valle (1975, p. 49) explica que, em resumo, os fatores locacionais que tornam uma região ou um determinado local mais adequado que outro para a implantação da indústria podem ser sucintamente classificados em:

1. Custos de transporte (de matérias-primas, de produtos acabados, de subprodutos, de resíduos e de escoamento da produção);

2. Custos e disponibilidade de insumos (matéria-prima, energia elétrica, mão de obra, água em quantidade e qualidade suficiente, serviços, entre outros.);

3. Áreas de mercado;

4. Fatores diversos, tangíveis ou intangíveis (recursos de capital, política governamental de incentivo ao desenvolvimento regional, facilidades administrativas e comerciais).

3.1.4 Localização e o meio ambiente

A preservação do meio ambiente, mais frequentemente caracterizada pela ausência da chamada “poluição ambiental”, terá que ocupar posição de destaque no processo de escolha de locais para a implantação de indústrias (DO VALLE, 1975, p. 52). Com vistas a reduzir as causas da degradação ambiental e consequentemente dos recursos naturais.

3.1.5 Microlocalização da indústria

Uma vez determinada a região onde deverá ser implantada a indústria, o próximo estágio do projeto deverá ser orientado para a definição exata do local da implantação, mediante a escolha do terreno que a indústria ocupará dentro da dentro daquela área, definindo-se assim sua microlocalização (DO VALLE, 1975, p. 53). Ainda segundo o autor, na microlocalização prevalecerão os estudos técnicos, nos quais, o processo de escolha do terreno que será adquirido deve ter inicio com a definição aproximada da área livre requerida e com a listagem dos requisitos mínimos que o terreno deverá apresentar, principalmente quanto:

 Relevo e declividade;

 À resistência e qualidade do solo;

 A vias de acesso e de comunicação;

 A serviços públicos; e

 A insumos industriais (água, energia elétrica, matéria prima).

Chega-se, então, ao estagio de seleção do terreno definitivo, após um cuidadoso estudo comparativo que segundo Do Valle (1975, p. 55) deverá ainda levar em conta:

 Situação legal da propriedade;

 Existência, no terreno, de quaisquer gêneros de construção civil;

 Existência de áreas cultivadas, jazidas ou outros recursos relativos à exploração, cuja qual ainda deverá ser finalizada pelo proprietário anterior;

 Existência de faixas de domínio ou de direitos de servidão;

 Existência de restrições quanto ao gabarito máximo das edificações;

 Custos globais para o investidor com a extensão, até o terreno da indústria, de linhas de transmissão, adutoras, sistemas de distribuição de água e de luz;

 Existência de limitações físicas e legais para o trafego de veículos que demandem a indústria;

 Riscos de inundação e de avalanche ou de deslizamentos de terra e pedra sobre os limites do terreno.

Podemos assim concluir sobre a visão de Do Valle (1975, p. 56) que a análise das vantagens e desvantagens apresentadas pelos diversos locais alternativos conduzirá à escolha do local que melhor atenda aos interesses da empreendedora e que se integre, de forma adequada, nos planos de desenvolvimento porventura existentes para a região.

3.1.6 Reconhecimento da região e do local

A seleção do local definitivo par a nova indústria deve incluir de acordo com Do Valle (1975, p. 56) o envio à região de missões de reconhecimento, as quais assumem na maioria dos casos grande importância prática, além de permitir aferir algumas premissas que determinam a escolha da região.