• Nenhum resultado encontrado

Loiça de mesa de porcelana e de cerâmica

No documento 6º RELATÓRIO DA COMISSÃO (páginas 33-43)

II. Análise dos sectores em causa

2. Loiça de mesa de porcelana e de cerâmica

NC 6911 10 e NC 6912 00

Tal como em anos anteriores, foi difícil obter estatísticas e informações pormenorizadas sobre estes dois artigos específicos, por três razões principais:

- o relato das estatísticas é normalmente efectuado pelos produtores sobre toda a gama de produção, o que significa que os dados são normalmente expressos em termos dos códigos NC 6911+6912+6913 combinados

- muitos produtores têm relutância em divulgar informações que consideram comercialmente sensíveis às suas federações, em especial durante o período mais recente ou ainda em curso de acerrada concorrência que levou à falência de uma série de empresas

- existem muitos pequenos produtores que não são membros de nenhuma

federação havendo que estimar a sua parte de produção.

Por conseguinte, foram utilizadas diversas fontes de informação na compilação do presente relatório.

A Situação do sector da loiça de mesa de cerâmica na UE

1. Estrutura do sector comunitário da loiça de mesa de cerâmica

O fabrico de produtos de cerâmica tende a estar muito concentrado do ponto de vista geográfico. Tal devia-se inicialmente ao facto de a produção se ter desenvolvido perto das fontes de matérias-primas e de energia. Embora tal tenha deixado de ser o factor decisivo para a localização, existem ainda grandes concentrações em Staffordshire e, nomeadamente, na cidade de Stoke-on-Trent no Reino Unido, na Baviera na Alemanha, no Limousin em França, e perto de Maastricht nos Países Baixos.

O sector da loiça de mesa de cerâmica é dominado pelas pequenas e médias empresas, muitas das quais diminuíram de dimensão nos últimos anos. Existem, no entanto, alguns grandes produtores, três dos quais são provavelmente os maiores produtores mundiais. Estes produtores fabricam uma vasta gama de produtos, que variam muito consoante o produtor e dependem em grande medida do gosto do público e do rendimento disponível. Embora a produção do sector da loiça de mesa represente geralmente cerca de um décimo da produção total da indústria de cerâmica, tem empregado tradicionalmente cerca de um quarto do número total de postos de trabalho, sendo, dos seis subsectores da cerâmica, o de maior coeficiente de mão-de-obra e, por conseguinte, especialmente sensível aos efeitos da concorrência desleal.

2. Evolução da produção e do consumo aparente

Os valores a seguir apresentados dizem respeito ao conjunto dos sectores de cerâmica. Infelizmente, a partir de 1998, não estão disponíveis dados para certas categorias normalmente fornecidos pela indústria, pelo que não foi possível efectuar o cálculo do consumo aparente da UE para 1999. 1996 1997 1998 1999 Produção 25506,9 25429,4 25260,2 Exportações extra-UE 4614,4 5205,5 5130,3 5156,4 Importações extra-UE 1396,5 1640,7 1783,7 1988,6 Consumo aparente 22289,0 21864,6 21913,6 Vendas da UE no mercado interno 20892,5 20223,9 20129,9 Parte de mercado da UE 93,73% 92,50% 91,86% Parte de mercado das importações 6,27% 7,50% 8,14% Emprego directo 306614 277234 262000 N° de empresas 2000

A título comparativo, são fornecidas informações semelhantes sobre a louça de mesa (mais uma vez a indústria não forneceu muitas informações):

Unidades: milhões de€ 1996 1997 1998 1999 Produção 2800,0 Exportações1 extra-UE2 1014,8 710,5 1147,8 805,8 1091,6 743,9 1027,7 668,9

Importações1111 extra-UE2222 736,7 448,8 875,0 513,7 945,7 541,1 1062,9 584,7 Consumo aparente 2521,9 Vendas da UE no mercado interno Parte de mercado da UE Parte de mercado das importações 29,2% Emprego directo N° de empresas 3. Evolução do emprego

Tal como referido no ponto A.1, os sectores da louça de mesa e dos artigos de ornamentação representam tradicionalmente cerca de um décimo do valor da produção total de cerâmica, mas mais de um quarto em termos do pessoal empregado. Os custos da mão-de-obra podem representar até 60% dos custos totais nalguns domínios.

O número de postos de trabalho na totalidade da indústria de cerâmica diminuiu em 10% entre 1995 e 1998, embora se tivessem já verificado perdas de postos de trabalho significativas no início da década de 90. Segundo a Federação Europeia dos Produtores de Cerâmica, a situação no sector dalouça de mesa era muito pior do que a média e os dados fornecidos sugerem que o pessoal empregado diminuiu em 46% só entre 1997 e 1999. São a seguir indicados os dados correspondentes aos últimos dois anos para os Estados-Membros que produzem louça de mesa e em relação aos quais há dados disponíveis.

Estado-Membro 1998 1999

Alemanha 16 850 16 448

Grécia N/A 206

Espanha N/A 2 500

França 3 425 3 234 Itália 4 400 4 200 Luxemburgo 925 856 Países Baixos 591 461 Portugal 16 000 N/A Reino Unido 16 000 15 000 Total 58 191 42 905

Em virtude de não existirem dados disponíveis relativamente a alguns Estados-Membros para os dois anos e alguns dados serem estimativas, não é possível proceder a uma comparação imediata. Não obstante, os dados confirmam a tendência anunciada no 5° relatório concluído em Maio de 1999. Este relatório referia uma redução global de 25% do pessoal empregado no sector de louça de mesa da UE, com a previsão de que essa tendência se mantivesse até ao final de 1999. A previsão foi confirmada pelos factos, tendo sido comunicadas perdas adicionais de postos de trabalho nalguns países.

O 5° relatório continha também um registo pormenorizado das perdas de postos de trabalho nalguns Estados-Membros. Por razões diversas, não se dispõe dessas informações para efeitos do 6° relatório, embora tenham sido obtidas certas informações sobre a Alemanha e o Reino Unido, os dois principais intervenientes europeus na indústria de louça de mesa de cerâmica.

Alemanha

O pessoal empregado na indústria de cerâmica alemã no seu conjunto tem diminuído de modo constante nos últimos anos, com uma redução de 13%, de 43 000 para 37 400 entre 1995 e 1999. Segundo as informações fornecidas por um sindicato alemão, o volume de negócios na indústria de louça de mesa de cerâmica alemã está a diminuir e a situação geral seria muito pior se não fossem os bons resultados a nível das exportações conseguidos pelos produtores alemães. Entre 1995 e 1999, a quantidade de pessoal empregado diminuiu 22%, de 20 985 para 16 448.

As importações de todos os produtos de cerâmica na Alemanha correspondem a 40% do consumo, embora para os segmentos inferior e intermédio essa percentagem ultrapasse os 50%.

Reino Unido

O pessoal empregado na indústria de cerâmica britânica, no seu conjunto, tem também diminuído de modo constante desde há alguns anos. Actualmente, mais de metade concentra-se no distrito de Staffordshire, "the Potteries", dos quais 43% só na

cidade de Stoke-on-Trent. De todos os postos de trabalho no sector da produção em Stoke-on-Trent, 46% são no sector da indústria de cerâmica (o que constitui uma redução em relação a 1996 quando a percentagem era de 53%). Em termos gerais, o número total de postos de trabalho na indústria da cerâmica na cidade diminuiu de 45 300 em 1975 para apenas 16 700 em 1998. Com uma tão forte concentração numa única indústria numa só cidade, os efeitos da concorrência desleal fazem-se sentir rapidamente. Desde o 5°relatório, que revelou uma perda significativa de postos de trabalho no Reino Unido no ano e meio que decorreu até Maio de 1999, foram anunciados 37 despedimentos no sector da louça de mesa em Staffordshire no Verão de 1999, 270 no Natal de 1999 e 135 mesmo antes das férias de Verão de 2000.

Embora as perdas de postos de trabalho não possam ser atribuídas unicamente ao efeito das importações a baixos preços, não há dúvidas de que estas para tal contribuíram de modo significativo. O facto de as importações se efectuarem em grandes volumes e a baixos preços, em especial da China, foi frequentemente citado por muitas empresas, oralmente e em declarações na imprensa, como uma causa das perdas dos postos de trabalho.

B Sensibilidade em relação às importações chinesas

1. Evolução das importações e das exportações

Os dados a seguir apresentados dizem respeito às importações dos dois produtos objecto de contingente, ou seja, a louça de mesa e a louça de cozinha de porcelana ou china, classificados no código NC 6911 10 e a louça de mesa de cerâmica, louça de cozinha, outros artigos domésticos e de toilete, excepto de porcelana e china, classificados no código NC 6912 00. Os dados cobrem as importações provenientes das fontes mais tradicionais, incluindo a China, sendo indicados alguns outros países do Sudeste Asiático para efeitos de comparação.

As importações totais provenientes destes países aumentaram entre 15% e 20% em relação aos níveis de 1998. As importações totais provenientes da China aumentaram um pouco menos - entre 11% e 18% - embora ainda representem a principal fonte de importações destes dois produtos na União Europeia.

No momento em que os contingentes foram introduzidos, as importações da China concentraram-se num número limitado de Estados-Membros, embora esta situação se tenha recentemente modificado. Em 1999, registaram-se vendas dos produtos do código NC 6911 10 em todos os Estados-Membros excepto no Luxemburgo, e dos produtos do código NC 6912 00 em todos os Estados-Membros, embora nalguns casos em quantidades

45% das vendas do código NC 6911 10 foram comunicadas pelos Países Baixos e pela Alemanha. Contudo, no passado, foi frequentemente sugerido que as vendas aos Países Baixos são frequentemente enviadas para o Reino Unido. Das importações do código NC 6912 00, 60% concentraram-se na Alemanha e no Reino Unido.

Importações extra-UE em 1999: EUR 15 Fonte: COMEXT

NC 6911 10 NC 6912 00 Toneladas % importações totais Toneladas % importações totais China 44371 28,0 34678 25,9 Taiwan 6194 3,9 11983 8,9 Tailândia 5363 3,4 28469 21,2 Roménia 13145 8,3 13251 9,9 Polónia 26433 16,7 7681 5,7 Brasil 825 0,5 7053 5,3 Indonésia 7340 4,6 2861 2,1 Malásia 1817 1,1 2017 1,5 Turquia 4760 3,0 2564 1,9 República Checa 21954 13,8 665 0,5 Filipinas 3608 2,3 937 0,7 Hong Kong 2294 1,4 840 0,6 Total extra-UE 158674 100,0 134123 100,0

Embora se trate de dados oficiais relativos às importações da China disponíveis no COMEXT, ignora-se se tal reflecte uma verdadeira evolução das importações, por duas razões:

- pensa-se que os produtores chineses desviam as sua exportações para a Europa através de outros países. Por exemplo, foram comunicadas 2302 toneladas de produtos do código NC 6911 10 e 840 toneladas de produtos do código NC 6912 00 como tendo sido importadas de Hong Kong em 1999, um aumento significativo em relação ao ano anterior, embora não exista aí produção de louça de mesa. As importações provenientes de Hong Kong chegaram à UE a preços semelhantes, ou até inferiores, às das importações provenientes da China (ver mais adiante para informações adicionais). Também existem provas de que no

passado, nomeadamente em feiras comerciais, alguns produtores chineses venderam louça decorada na Indonésia que vinha posteriormente para a Europa como sendo de origem indonésia. O mesmo parece passar-se com importações provenientes da Índia;

- o facto de os contingentes serem expressos em toneladas ocorre em detrimento do facto de os produtos terem diminuído consideravelmente de peso nos últimos anos. Os ensaios regulares de laboratório das importações chinesas realizados por um produtor dinamarquês sugerem que o peso médio por peça diminuiu significativamente, por vezes até dois terços. Deste modo, embora os contingentes de importação possam não ter sido inteiramente tidos em consideração em termos de toneladas, é provável que o número actual de unidades do produto chinês importado tenha aumentado significativamente. Infelizmente, é impossível verificar isto no COMEXT, por este não prever a comunicação por unidade no que diz respeito a este produto.

Em relação às exportações destes dois produtos pelos produtores europeus, os dados a seguir apresentados revelam fornecimentos aos seus principais mercados tradicionais, sendo a China indicada para efeitos de comparação. À semelhança do que acontecia anteriormente, as vendas da UE no mercado chinês são mínimas, dado que o mercado chinês é praticamente auto-suficiente. Além disso, o mercado é protegido por direitos de importação elevados – actualmente 30% sobre os produtos objecto de contingente, comparativamente aos direitos aduaneiros da UE que se situam entre 5% e 12%. Na última oferta de direitos aduaneiros efectuada no contexto das negociações para a adesão da China à Organização Mundial do Comércio, os direitos aduaneiros chineses para o código NC 6911 10 10 só atingirão o seu nível final, 12%, que é também o actual direito da UE, em 2005. O direito aplicável à posição NC 6912 não baixará para além dos 15%, e não antes de 2004. Por conseguinte, as importações na China beneficiarão ainda de uma protecção considerável durante alguns anos.

Exportações extra-UE em 1999: EUR 15 Fonte: COMEXT

NC 6911 10 NC 6912 00

Toneladas % Importações totais

Toneladas % Importações totais

E.U.A. 8645 22,9 78916 67,3 Austrália 899 2,4 4347 3,7 Canadá 773 2,0 4412 3,8 Japão 2209 5,8 4337 3,7 Israel 1505 4,0 1577 1,3 Suíça 4322 11,4 3622 3,1 Noruega 1277 3,4 2943 2,5 Polónia 662 1,8 1279 1,1 República Checa 9752 25,8 577 0,5 Turquia 835 2,2 804 0,7 China 43 0,1 113 0,1 Total extra-UE 37802 100,0 117223 100,0

Como se pode concluir dos dados acima expostos, os EUA são um mercado importante para os produtores europeus de louça de mesa. Os produtores de artigos de hotelaria continuam a obter resultados especialmente bons nos mercados americanos não obstante os direitos aduaneiros muito elevados que continuam a ser aplicados (não só nos EUA, mas também noutros mercados). Em 10 anos, as negociações do Uruguay Round só conseguiram reduções de 35% para 25% para os artigos de hotelaria de porcelana e de china, e para 28% para outros artigos. Estes níveis são pelo menos o dobro dos direitos aduaneiros correspondentes da UE. Nos últimos anos houve indícios de que os exportadores chineses estão também a tentar conquistar os mercados norte-americanos com importações a baixos preços, agravando a situação para os exportadores da UE nesse mercado, que foram praticamente afastados nalguns domínios.

2. Preços

Os preços de venda dos artigos de louça de mesa chineses importados sempre foram muito inferiores aos preços europeus, tanto para a porcelana como para a china e a faiança, não tendo 1999 constituído excepção, como é claramente demonstrado pelo quadro a seguir apresentado.

1996 1997 1998 1999 Chinesa 1,19 1,41 1,34 1,38 NC 6911 Intra-EU 5,32 5,24 5,08 4,51 Chinesa 1,17 1,43 1,51 1,43 NC 6912 Intra-EU 2,06 2,12 2,60 2,57

É de notar que os preços de venda médios europeus foram calculados pela primeira vez neste relatório a partir dos dados COMEXT. Por conseguinte, dizem respeito aos preços médios da UE dos 15 enquanto no passado eram fornecidos pela indústria para um número limitado de Estados-Membros. Alguns dos dados são, pois, diferentes dos que figuravam em relatórios anteriores, não podendo com eles ser comparados.

No que diz respeito aos dois artigos objecto de contingente, os preços médios de venda para 1999 foram os seguintes:

€/kg Fonte: COMEXT

Chinesa Intra-EU

NC 6911 10 1,38 4,51

NC 6912 00 1,43 2,57

Para efeitos de comparação, os preços de venda médios das importações comunicados por Hong Kong para estes dois artigos foram os seguintes:

NC 6911 10 € 1,77 por kg

NC 6912 00 € 1,24 por kg

3. Problema de contrafacção

Um dos problemas que os produtores de louça de mesa da UE tiveram de enfrentar ao longo dos anos é que muitas destas importações chinesas que estão a chegar ao mercado a preços bastante inferiores aos dos produtos europeus são reproduções integrais dos modelos produzidos pelas empresas comunitárias. Por conseguinte, o consumidor pode ficar confrontado com dois produtos quase idênticos a preços muito diferentes e fabricados segundo regras muito diferentes.

4. Parecer da indústria comunitária

O sector da louça de mesa de cerâmica é representado a nível europeu pela FEPF, a

Fédération Européenne des Industries de Porcelaine et de Faïence de Table et d'Ornementation, que, por sua vez, é membro da Cérame-Unie, a associação geral de

fabricantes de produtos de cerâmica da União Europeia. A FEPF realizou a sua reunião geral anual em Junho de 2000, e chegou à seguinte posição comum: parece justificar-se a continuação dos contingentes de louça de mesa existentes e, simultaneamente, a realização de um melhor controlo nas fronteiras, dado que:

- as práticas comerciais desleais, tais como os preços muito baixos das importações chinesas, a contrafacção frequente, e o desvio de produtos através de outros países, continuam a ser um fardo para a indústria da louça de mesa da UE, que sofre as consequências

- parece que o Acordo UE-China sobre a adesão à OMC não garante o fim do sistema comercial estatal chinês e a redução dos direitos aduaneiros para as importações na China é insuficiente para permitir aos produtores comunitários exportarem para este país, compensando os prejuízos causados pelas exportações chinesas a baixos preços para a UE e para outros países

- considera que a importação de louça de mesa chinesa na UE constitui uma questão tão sensível quanto as importações dos têxteis nos EUA, em relação aos quais considera que deve haver uma cláusula de salvaguarda. Se os EUA conseguirem alcançar um cláusula de salvaguarda de dez anos para as importações dos produtos têxteis chineses, por exemplo, então a Cérame-Unie procuraria obter o mesmo tratamento para as importações de louça de mesa chinesa na UE

- é do parecer que os produtos importados da China e de outros países terceiros deveriam estar sujeitos à mesma legislação na matéria que os produtores comunitários, o que não acontece actualmente, e constitui uma discriminação contra os produtores internos. No caso da louça de mesa de cerâmica, tal implica, nomeadamente, a Directiva 84/500/CE relativa à aproximação das legislações dos Estados-Membros respeitantes aos objectos cerâmicos destinados a entrar em contacto com os géneros alimentícios (que estabelece limites sobre a quantidade de chumbo e cádmio) e a Directiva 89/109/CE relativa à aproximação das legislações dos Estados-Membros respeitantes aos materiais e objectos destinados a entrar em contacto com os géneros alimentícios.

Esta última directiva prevê, nomeadamente, que esses materiais e artigos sejam acompanhados do nome comercial ou da marca comercial registada do fabricante ou produtor, ou do importador. Dado que essa informação não é normalmente fornecida com as importações chinesas, a Cérame-Unie considera que os produtores comunitários estão mais uma vez a ser objecto de discriminação negativa.

5. Parecer dos importadores

A União das Associações dos Vendedores Grossistas de Vidro e Cerâmica e a Associação do Comércio Externo consideram que a continuação da existência dos contingentes para a louça de mesa deixou de ser necessária dado que o estado global da indústria europeia melhorou consideravelmente em resultado da racionalização, redução da dimensão e relocalização da produção na Europa Central e Oriental, bem como no Extremo Oriente, onde as remunerações por hora de trabalho são 70% a 80% inferiores às praticadas na Comunidade.

6. Conclusão

A presença de importações a baixos preços de louça de mesa originária da China continua ser uma questão muito sensível para a indústria de louça de mesa de cerâmica da UE, com efeitos potenciais claramente disruptivos. A racionalização da indústria de mesa comunitária prossegue com a consequente perda constante de postos de trabalho e, num período crítico como este, o sector continua a estar sujeito aos efeitos das importações a baixos preços.

A Comissão propôs, no entanto, às autoridades chinesas um calendário para a eliminação progressiva das restrições quantitativas aplicáveis aos produtos industriais não têxteis originários da China, o que implica para os dois produtos de louça de mesa de cerâmica um aumento anual de 15% entre 2001 e 2004 com uma supressão completa dos contingentes em 2005. Em conformidade, os contingentes para os códigos NC 6911 10 e NC 6912 00 para 2001 deverão ser 15% mais elevados do que os existentes em 2000. Segundo o calendário proposto, os contingentes não deverão ser suprimidos antes de 2005.

No documento 6º RELATÓRIO DA COMISSÃO (páginas 33-43)

Documentos relacionados