• Nenhum resultado encontrado

MÉDIA MENSAL DA PRECIPITAÇÃO E DE DIAS CHUVOSOS NO PERÍODO DE 1976 A

CARACTERISTICAS FÍSICAS E SOCIAIS COMO ATRATIVOS DO AGROTURISMO

MÉDIA MENSAL DA PRECIPITAÇÃO E DE DIAS CHUVOSOS NO PERÍODO DE 1976 A

Figura 7 - Gráfico da Média Mensal da Precipitação e de Dias Chuvosos no Período de 1976 a 2011. Fonte: INCAPER (2013).

Venda Nova do Imigrante tem relevo bastante íngreme, mais de metade da área do município tem declividade acima de 30%. Sua sede está a 730 metros de altitude. (INCAPER, 2011, p.8)

Por possuir esse relevo íngreme, o cuidado nas práticas de uso e conservação do solo devem ser redobrados, para evitar que as atividades agrícolas e agropecuárias nesse município não cause erosão. É importante que elas sejam realizadas de maneira correta, para que áreas estratégicas não sejam desmatadas a fim de também protegerem o solo. Dessa forma, os recursos hídricos também são preservados, pois toda essa massa de solo que em virtude da erosão iria parar nos rios, permanece em seu devido lugar. Portanto, práticas agrícolas e agropecuárias nessa área devem ser realizadas com mais cautela, de maneira a minimizar os impactos que podem gerar.

Exatamente por seu relevo acidentado, no passado, o acesso a essa região era difícil, isso colaborou para que a vegetação fosse mais preservada, a vegetação nativa foi mantida em maior quantidade do que em outras áreas. E, hoje, essas belezas naturais são atrativos de Venda Nova do Imigrante e da Região Sudoeste

Serrana, as quais têm sido, cada vez mais, exploradas via Agroturismo e pelo denominado turismo de aventura4.

A bacia que compõe a hidrografia do município é a do Itapemirim, sendo a rede hidrográfica formada principalmente pelos rios: Castelo, São João de Viçosa e Caxixe, com pequenos afluentes distribuídos por todo o município. (IJSN perfil dados gerais, p.581).

Segundo dados do Incaper (2011), a precipitação média anual nos últimos 10 anos no município foi de 1.460 mm. Como já vimos também, por Venda Nova do Imigrante ter ainda áreas preservadas de vegetação nativa, e apresentar várias nascentes, é um município importante por estar na cabeceira, já que sua rede hidrográfica é uma das contribuintes da Bacia do Rio Itapemirim.

Os rios que cortam o município compõem as paisagens e contribuem para tornar toda a região mais atrativa, pois suas áreas encachoeiradas atraem os que gostam de explorar a natureza em busca de diversão nesses ambientes.

Ao contar a história da colonização de Venda Nova do Imigrante, Zandonadi (1992) descreve as várias etapas pelas quais o município passou, desde o início com os mineradores em busca de ouro e pedras preciosas, na etapa denominada de bandeirismo. Após esse período, já no século XIX, tem início a fase em que os fazendeiros de origem portuguesa vindos das regiões cafeeiras do Rio de Janeiro ali se localizam até a chegada dos imigrantes italianos, fundadores do município, responsáveis por seu progresso e seus principais traços sociais, econômicos e culturais.

4 Turismo de Aventura compreende os movimentos turísticos decorrentes da prática de atividades de

aventura de caráter recreativo e não competitivo.( BRASIL, Ministério do Turismo. Segmentação do Turismo: Marcos Conceituais. Brasília: Ministério do Turismo, 2006).

Figura 8 - Fotografia de Imigrantes italianos Fontes: Zandonadi (1992).

Os mineradores e bandeirantes entraram nessa região no início do século XVIII, mas como não foram obtidos muitos êxitos na busca por ouro e pedras preciosas, a exploração da mineração voltou-se para áreas de Minas Gerais. Além disso, eles enfrentaram resistência por parte dos índios. Foi apenas no século XIX que os fazendeiros de origem portuguesa entram nessa história. Esses fazendeiros vieram em busca de terras mais férteis para a produção do café e encontraram nessa região condições propícias e estabeleceram-se formando suas fazendas. Essas fazendas usavam mão de obra escrava e em 1888 com o fim da escravidão se viram em dificuldades sem condições de manter as lavouras, assim muitas delas foram postas à venda.

Todos os antigos fazendeiros viram embargado o processo das atividades agrícolas nas propriedades porque era o escravo que desempenhava o trabalho braçal da lavoura e, com a abolição da escravatura, em 1888, ficaram sem meios de ir para a frente. Desta forma, começaram a vender suas propriedades. Essa foi a razão que atraiu ao lugar a colônia italiana de

Alfredo Chaves e Domingos Martins que possuíam terras montanhosas, áridas, proporcionando uma fraca produção; eles viviam ansiosos para se interiorizarem nas terras férteis do Alto Castelo. (ZANDONADI, 1992, p.63)

Assim, a partir de 1892 as terras das antigas fazendas começaram a ser compradas pelas primeiras famílias a chegar onde hoje é Venda Nova do Imigrante. Esses imigrantes substituíram o regime latifundiário das grandes fazendas por propriedades trabalhadas em caráter familiar.

Antes de chegarem à região do Alto Castelo, esses imigrantes ao desembarcar no Brasil foram para as áreas de Araguaia e Matilde, porém as terras aí encontradas não eram tão férteis, e eles passaram por dificuldades. Com o passar do tempo eles foram se interiorizando, e como vimos foram comprando áreas das antigas fazendas dos portugueses e então chegaram aonde hoje é Venda Nova do Imigrante, local onde encontraram condições propícias, com solo fértil, água, porém tinham que desbravar a região que ainda possuía grande parte das terras cobertas por mata virgem.

Ao se instalarem começaram a desenvolver as lavouras de café, além de plantarem milho, feijão, e outros produtos necessários à subsistência. Era importante que eles produzissem boa parte do que consumiam, pois o acesso às demais localidades era difícil. Castelo era a localidade de comércio mais perto, e mesmo assim o acesso era por uma estrada de chão, feita pelos próprios moradores. Aos poucos, as estradas foram sendo melhoradas. Castelo, que ainda pertencia a Cachoeiro do Itapemirim, se emancipou em 1928, após passar a centralizar o comércio de café da região, e assim as condições dos imigrantes e do futuro município foram melhorando progressivamente, com a maior facilidade de acesso, trocas comerciais e outros fatores.

O fato de ter sido colonizada por imigrantes italianos e possuir a história que estamos descrevendo e analisando, mais uma vez, contribui para o desenvolvimento do Agroturismo. Esses imigrantes trouxeram e imprimiram suas características culturais típicas, que hoje são um diferencial, por terem sido preservadas pelos seus descendentes. Os moradores ainda preservam traços culinários como os pratos típicos, os quitutes, que aprenderam com os antepassados, as danças, as músicas, os jogos que ainda são lembrados nas datas festivas no município. Tudo isso

desperta o interesse dos turistas que buscam conhecer um pouco mais esse local e sua população de hábitos culturais diferentes.

Figura 9 - Apresentação de dança típica, jogo e instrumento antigo, durante a festa da polenta. Fonte: Jornal da festa da Polenta (2012).

Até se tornar um município o caminho foi longo. Inicialmente, vimos que Venda Nova e Conceição do Castelo pertenciam a Castelo que se emancipara em 1928 após se tornar um centro importante de comércio de café na região. Porém, com a construção da BR 262, e com sua inauguração em 1957 os distritos de Venda Nova e Conceição do Castelo tiveram um rápido crescimento. Então, em 1963, depois de muita campanha popular, conseguiram a emancipação, deixando de pertencer a Castelo. Criou-se o município de Conceição do Castelo do qual Venda Nova passou a ser distrito.

Quando ainda pertencia a Castelo, Venda Nova já possuía representantes na Câmara de vereadores, e a essa altura os descendentes dos imigrantes italianos entendiam que essa era a única maneira de defender seus interesses e buscar amenizar os problemas que enfrentavam. Além disso, já cultivavam o desejo de se emancipar. Depois de se tornar distrito de Conceição do Castelo essa vontade só cresceu, e a união dos moradores de Venda Nova em prol do desenvolvimento do

local foi atingindo vários setores à consciência política foi alcançando cada vez mais pessoas.

O crescimento econômico do distrito foi admirável e em pouco tempo seu desenvolvimento superava o da sede Conceição do Castelo. Foi quando na década de 1980 vendo a possibilidade de se auto-sustentar como município, começaram a realizar os primeiros esforços para emancipar Venda Nova. Assim em 5 de novembro de 19875 a Assembleia Estadual votou por unanimidade, a Emancipação Política de Venda Nova. Em 20 março de 1988 foi realizado o Plebiscito da emancipação do distrito. E, finalmente, o município foi criado no ato da Lei n° 4.069 de 06/05/19886, desta forma o distrito passou a ser um município. Na criação foi adicionado o do Imigrante ao nome do município, pois já existia um município próximo a Belo Horizonte que se chamava Venda Nova. Então mais uma vez os moradores se reuniram ao lado da Igreja Matriz e decidiram que o nome do município seria Venda Nova do Imigrante, uma homenagem aos principais responsáveis pela colonização do lugar.

Vimos que houve um empenho da comunidade, uma união dos moradores por buscarem a emancipação do então distrito. Essa união é uma característica peculiar da comunidade desse município que se verifica até os dias atuais como veremos a seguir. Outro ponto a destacar é o espírito associativista7 da população local. Em Venda Nova do Imigrante, a comunidade sempre foi muito unida em prol do bem comum, talvez por conta de sua história e trajetória de formação inicial, como já vimos. Quando os imigrantes chegaram à nova terra tinham muita vontade de transformar e fazer dar certo para garantirem sua sobrevivência e de suas famílias.

As dificuldades que encontraram ao chegar à região da futura Venda Nova do Imigrante, para erguerem suas casas, formarem suas lavouras, construírem locais necessários à comunidade, como Igreja e escola, sempre foram enfrentadas em

5

Informações disponíveis em ZANDONADI, Máximo. Venda Nova do Imigrante 100 anos da colonização italiana no Sul do Espírito Santo. 1ª ed. Belo Horizonte: Copyright, 1992.

6

Informação disponível no site da Prefeitura Municipal de Venda Nova do Imigrante: www.vendanova.es.gov.br. Acesso em novembro de 2012.

7

O município possui a Associação das Voluntárias Pró Hospital Padre Máximo; a Afepol, (Associação Festa da Polenta); essas são duas das associações que o município possuí com voluntários que trabalham em prol de benefícios para a comunidade.

associação, com os famosos mutirões, uma família ajudando a outra, até mesmo nos serviços da lavoura como destaca Zandonadi (1992) no trecho a seguir: “havendo, em algumas famílias, atraso na colheita motivado por doença familiar, a ajuda gratuita aos demais, através de mutirão, dependia tão somente de um aviso durante as missas dominicais.” (p.141).

Figura 10 - Foto da inauguração da igreja em 1938, construída pelos imigrantes. Fonte: Zandonadi (1992).

Dessa forma, essa é uma marca da sociedade local, que ainda cultiva as parcerias e o voluntariado como práticas constantes na comunidade. Como exemplo temos no município a associação das voluntárias do Hospital Padre Máximo, que trabalham com artesanatos visando ajudar na manutenção do hospital. Além disso, a maior festa da cultura Italiana no Estado do Espírito Santo acontece no município, é a famosa Festa da Polenta, toda a concepção e realização da festa são feitas pela Afepol (Associação da Festa da Polenta) são voluntários que trabalham e arrecadam fundos que serão revertidos em benéfico da população.

Figura 11 - Festa da Polenta 2010; evento realizado por voluntários do município. Fonte: Afepol (2010).

Esse espírito associativista também contribui na prática do Agroturismo. O município possui a Agrotur, Associação do Agroturismo de Venda Nova do Imigrante, da qual são associados a maior parte dos produtores que trabalham com a atividade, a associação busca fortalecer os produtores, representá-los perante os órgãos governamentais, busca parcerias, oferece cursos. Além disso, durante nossas incursões em trabalho de campo, vimos que muitos produtores têm um espírito de parceria forte, pois em suas lojas encontrávamos artigo de outros produtores, sendo sempre prestativos em dar informações sobre como chegar até as demais propriedades. O que ajuda a divulgar o trabalho de todos.

A religião predominante no município de Venda Nova do Imigrante é a católica segundo dados do IBGE do ultimo senso, dos 20.447 habitantes, 16.908 são católicos. Essa também é uma herança dos imigrantes italianos, que desde que chegaram sempre cultivaram a fé e nunca deixaram suas crenças se perderem, tanto que em 1908 construíram a primeira capela, dedicada a São Pedro, padroeiro do município até hoje. A religião eles trouxeram da Itália, mas não deixaram de praticar e manter seus ritos na nova terra. As missas aos domingos, mais que um

momento de fé são um momento de encontro da comunidade, onde se discutem assuntos importantes, problemas da comunidade são comentados, as novidades partilhadas, além de aproveitarem para cantar as músicas da terra dos antepassados, beber e conversar com os amigos.

O fato de conservarem tradições e costumes, como músicas em italiano nas missas de domingo com o Coral Santa Cecília, os encontros no pátio da igreja após a missa das 9 horas, são sempre regadas a vinho, acompanhada da cantoria de músicas trazidas pelos primeiros imigrantes, fatos que também se tornam um atrativo a mais aqueles que visitam o município.

Figura 12 - Coral Santa Cecília, em uma apresentação durante missa na comunidade. Fonte: Rádio FMZ (2013).

O município foi emancipado em maio de 1988 e desde então sua população vem crescendo progressivamente, em 1991 o município contava com 12.036 habitantes, em 2000 com 16.165, em 2007 com 18.610 e em 2010 contava com uma população de 20.447 habitantes como podemos ver na tabela a seguir:

TABELA 1- EVOLUÇÃO POPULACIONAL DE VENDA NOVA DO IMIGRANTE

1991 2000 2010

População total 12.036 habitantes 16.165 habitantes 20.447 habitantes População rural 7.002 habitantes 6.253 habitantes 5.638 habitantes População urbana 5.034 habitantes 9.912 habitantes 14.809 habitantes Fonte de dados: IBGE

Segundo os dados do senso, trabalhados pelo Instituto Jones dos Santos Neves, o município de Venda Nova do Imigrante, teve um aumento populacional de 2000 para 2010 de 4.282 pessoas. No último senso a população registrada foi de 20.447 habitantes, dos quais 10.335 eram homens e 10.112 eram mulheres. A população urbana e rural também sofreu alterações. Em 2000 61,32% da população era urbana e 38,68% era rural. Em 2010 a população urbana aumentou para 72,43% e a rural diminuiu, registrando 27,57%. Mostrando que a população rural deste município vem decrescendo e consequentemente a urbana tem crescido. Como podemos ver na tabela a seguir:

TABELA 2- POPULAÇÃO RESIDENTE, POR GÊNERO E SITUAÇÃO DE DOMICÍLIO Gêneros e Situação de Domicílio 2000 2010 Nº % Nº % Total 16.165 100,00 20.447 100,00 Homens 8.284 51,25 10.335 50,55 Mulheres 7.881 48,75 10.112 49,45 Total 16.165 100,00 20.447 100,00 Urbana 9.912 61,32 14.809 72,43 Rural 6.253 38,68 5.638 27,57 Fonte: Dados do Universo Censo 2000 e 2010- IBGE.

Elaboração:Instituto Jones dos Santos Neves-IJSN.

Tabela 2: População residente, por Gênero e situação de domicílio.

A População residente no município por raça ou cor, no ano de 2010, demonstrou que 61,90% da população se declarou como branca, 4,86% como preta, 0,60 como amarela, 32,49% como parda e 0,16% como indígena. O que reflete a descendência italiana forte que o município apresenta, justificando o predomínio de brancos na maior parte da população, descendentes desses imigrantes que se declaram como branca.

A taxa de urbanização do município em 2000 era de 61,32 e em 2010 de 72,43 o que mostra que o município está se urbanizando ao longo do tempo. A razão de sexo diminuiu passou de 105,11 em 2000 para 102,21 em 2010, o que

mostra que a quantidade de homens em relação às mulheres diminuiu, ou seja, a cada 100 mulheres em 2000 existiam 105,11 homens já em 2010 para cada 100 mulheres havia 102, 21 homens. O que está de acordo com os dados populacionais de porcentagem de homens e mulheres no município, já ditos anteriormente.

Ao analisar a estrutura etária da população, chama a atenção o fato de o município ter uma população jovem, no geral. No entanto, observamos a diminuição na porcentagem das faixas etárias iniciais de 0 até 14 anos, população economicamente inativa. A porcentagem das faixas etárias de 15 a 19 anos e de 20 a 24 anos também sofreu uma pequena queda. Nas demais faixas etárias, o que verificamos, no geral, foi um aumento, mostrando que a população tem envelhecido mais. Portanto parte da população ativa cresceu, mas as faixas etárias que também fazem parte da população economicamente inativa, de 65 anos ou mais cresceu como um todo. (ver tabela 3)

TABELA 3-ESTRUTURA ETÁRIA DA POPULAÇÃO DE VENDA NOVA DO IMIGRANTE Faixa etária 2000 2010 Total % Total % Total 16.165 100,00 20.447 100,00 Menor de 1 ano 267 1,65 242 1,18 1 a 4 anos 1.109 6,86 1.011 4,94 5 a 9 anos 1.495 9,25 1.491 7,29 10 a 14 anos 1.669 10,32 1.690 8,27 15 a 19 anos 1.669 10,32 1.845 9,02 20 a 24 anos 1.645 10,18 1.880 9,19 25 a 29 anos 1.396 8,64 1.875 9,17 30 a 34 anos 1.389 8,59 1.805 8,83 35 a 39 anos 1.281 7,92 1.615 7,90 40 a 44 anos 1.070 6,62 1.525 7,46 45 a 49 anos 858 5,31 1.390 6,80 50 a 54 anos 627 3,88 1.141 5,58 55 a 59 anos 465 2,88 857 4,19 60 a 64 anos 414 2,56 637 3,12 65 a 69 anos 302 1,87 466 2,28 70 a 74 anos 250 1,55 375 1,83 75 a 79 anos 129 0,80 261 1,28 80 anos ou mais 130 0,80 341 1,67 Fonte: Dados do Universo Censo 2000 e 2010- IBGE.

Elaboração:Instituto Jones dos Santos Neves-IJSN. Tabela 3:Estrutura etária da população.

Quanto ao nível educacional, o grau de instrução ensino fundamental incompleto teve crescimento tanto no rural como no urbano, mas foi mais significativo no urbano. O ensino fundamental completo teve uma diminuição nos dois espaços em relação a 2000, o número de pessoas com esse grau de escolaridade em 2010 foi menor que em 2000.

O ensino médio incompleto foi um nível de escolaridade que aumentou entre os moradores do município. Em 2000 apenas 244 pessoas tinham esse nível educacional já em 2010 esse número passou para 478, o aumento mais significativo foi no urbano. Com o ensino médio completo o número de pessoas também cresceu tanto no rural como no urbano. O crescimento foi bem considerável em 2000 apenas 995 pessoas no município tinham esse grau de instrução em 2010 esse número passou para 1923.

O número de pessoas com o ensino superior incompleto também cresceu tanto no rural como no urbano. Em 2000 eram 85 pessoas, e em 2010 eram 333. Mas o grau de escolaridade que cresceu de forma muito significativa e que chamou bastante atenção foi o ensino superior ou mais. Em 2000, apenas 417 pessoas com 25 anos ou mais tinham esse grau de escolaridade sendo que destes 355 eram da zona urbana e 62 da zona rural, já em 2010 o número passou para 1116 destes 1019 são moradores do urbano e 97 do rural.

O crescimento desse nível de instrução está relacionado com a chegada de instituições de ensino superior privadas, a exemplo da Faveni (Faculdade de Venda Nova do Imigrante), que começou suas atividades no município em 2000, a Univeneto (Faculdade Regional Serrana), que iniciou suas atividades em 2001 e, mais recentemente, foi construído um campus do IFES (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo), que começou as suas atividades em 2010.

Essas instituições facilitaram o acesso ao maior grau de instrução para os moradores do município que agora não precisam mais sair de seu local de origem para realizar um curso superior. Ainda existem poucas opções de curso nessas faculdades. Administração e Administração rural, na Univeneto. Administração, Ciências Contábeis, Pedagogia e MBA em Gestão Empresarial na Faveni. Porém essas opções estão atendendo boa parte dos moradores que buscam ampliar sua

qualificação e que não possuem condições de sair do município, contribuindo assim para aumentar o grau de instrução da população de Venda Nova do Imigrante.

A maior parte dos moradores ocupados no ano de 2010 tem faixa de rendimento de até 1 salário mínimo, 43,51% das pessoas. A segunda maior parcela 32,37% das pessoas tem rendimento de mais de 1 a 2 salários mínimos. Ou seja 75,88% da população ocupada no município recebe entre menos de 1 e até dois salários mínimos. A porcentagem de pessoas que recebem mais do que isso são menores, variando entre 9,07% que recebem mais de dois e até 3 salários mínimos e 0,35% que recebem mais de 20 salários mínimos. Portanto, o que vimos é que grande parte da população ocupada têm renda menor que três salários mínimos.

Analisando a distribuição da população ocupada em porcentagem pelas atividades agrupadas, nos dois períodos podemos fazer algumas observações. Uma das mais significativas é que a porcentagem de pessoas ocupadas com atividades ligadas a agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura diminuiu de maneira significativa de 2000 para 2010. No primeiro período essas atividades ocupavam 43,58% da população e no segundo apenas 28,70%. O que mostra que cada vez menos pessoas estão se ocupando em atividades dessa natureza. Parte disso deve-se ao avanço nos meios de produção que diminuem a necessidade de mão de obra, mas, sobretudo o fato de menos pessoas estarem investindo e realizando atividades dessa natureza.

Outra alteração mais significativa foi o crescimento no número de atividades mal especificadas que passaram de 0,00% para 5,07% em 2010. Cresceu também a porcentagem de pessoas realizando outras atividades que em 2000 era de 13,34% e