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5 METODOLOGIA, RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 MÉTODO

Neste trabalho, os dez Improvisos para piano foram investigados em relação às proporções existentes entre as partes componentes dentro de uma mesma peça (intraopus) e entre todas as peças do conjunto (extraopus).

Foi aplicado o sistema de proporções proposto por Charles Madden, em relação à seção áurea (MADDEN, 2005) e as razões de meio, terço e dois terços propostas por Elizabeth Rangel (SOUZA, 1995). Outras eventuais relações encontradas são também apresentadas, para fins de comparação.

Os Improvisos foram analisados a partir de duas abordagens: a) a partir da partitura, estabelecendo-se como unidade-padrão o número de pulsos de cada peça, sendo assinaladas as proporções encontradas em cada peça (intraopus) – proporção espacial; b) a partir de uma gravação, tomando-se como unidade-padrão a divisão temporal de segundos – proporção temporal (intra- e extraopus).

Em relação à seção áurea, foram utilizados os procedimentos propostos por Madden (2005), assim resumidos:

b) multiplicar o total por SA e SA² (respectivamente seção áurea e seção áurea secundária – Quadro 2);

c) arredondar para o número inteiro mais próximo (unidade de tempo); d) marcar a unidade de tempo correspondente a SA e SA²;

e) determinar se existem pontos estruturais significativos (harmônicos ou seccionais).

O número total de unidades-padrão (pulsações ou segundos) foi usado como referência, também, para as relações de meio, terço e dois terços. No processo de arredondamento, quando valor = 0,5 considerou-se a aproximação para a unidade de tempo mais importante, hierarquicamente, dentro do compasso. Foi considerado o valor de

φ

= 1,618 (ou √ ).

Potência de φ Potência de SA Valor numérico

1 1 1,000

1/φ SA 0,618

1/φ² SA² 0,382

Quadro 2 – Valores numéricos da seção áurea. (MADDEN, 2005, p. 23)

Priorizou-se a estrutura formal como principal elemento valorizador de proporção (MADDEN, 2005, p. 27), embora outros elementos tenham sido também investigados e aceitos, quando existentes: harmonia, textura, dinâmica, agógica, ritmo, alturas extremas e condução de vozes (SANTIAGO, 2002, p. 175; ADAMS, 1996, p. 246). Como estrutura formal entende-se a divisão da peça em eventos característicos que definam claramente sua organização – cadências, fermatas ou eventos harmônicos que caracterizem divisões de seção.

As divisões e a localização espacial dos eventos proporcionais principais encontram-se dispostas no Quadro 3. A localização temporal encontra-se no Quadro

4, sendo o tempo de execução de todo o conjunto de vinte e quatro minutos e oito segundos (1438 s).

Improviso Número total de

pulsações SA SA² 1/2 1/3 2/3 I 261 161 100 130 87 174 II 153 95 58 76 51 102 III 155 96 60 77 52 103 IV 204 126 78 102 68 136 V 171 106 65 85 57 114 VI 104 64 40 52 35 69 VII 191 118 73 95 64 128 VIII 123 76 47 61 41 82 IX 66 41 25 33 22 44 X 112 70 43 56 38 75

Quadro 3 – Localização espacial dos elementos proporcionais.

Improviso total de Tempo

execução SA SA² 1/2 1/3 2/3 I 186 115 71 93 62 124 II 214 132 82 107 71 142 III 131 81 50 65 44 87 IV 145 90 55 72 48 97 V 74 46 28 37 25 49 VI 156 97 59 78 52 104 VII 193 119 74 96 64 128 VIII 143 88 55 71 48 96 IX 88 54 34 44 30 58 X 115 71 44 57 38 77 Total 1438 888 549 718 479 958

Quadro 4 – Localização temporal dos elementos proporcionais.

5.2 MATERIAIS

Os gráficos a seguir foram concebidos de maneira a facilitar a visualização dos eventos estruturais significativos para a aplicação das proporções. Os níveis e subníveis frasais (semifrases, frases, períodos e seções) encontram-se nas linhas inferiores ao gráfico, contendo a soma dos compassos que os compõem. As linhas curvas sobre o gráfico representam apenas uma ligação visual destas estruturas

frasais. A linha central do gráfico representa a divisão em compassos e mostra tanto o número de compassos quanto as mudanças de fórmula de compasso. As proporções encontram-se como linhas retas verticais, superiores à linha principal, indicando as proporções principais de um terço, Seção Áurea Secundária (SA²), meio, Seção Áurea (SA) e dois terços. Outras proporções, que recaem próximas ou sobre eventos estruturais mais significativos, podem ser, eventualmente, indicadas. As linhas em preto (plano mais baixo) indicam as proporções espaciais (a partir da partitura) e as linhas em vermelho (plano mais elevado), as proporções temporais (a partir de gravação). O(s) evento(s) estrutural(is) mais significativo(s) está(ão) assinalado(s) com um pequeno círculo abaixo da linha principal.

56 IMPROVISO I

Data de composição/ Dedicatória 1948 / Nayde Alencar Sá Pereira

Caráter /Tempo indicado/Compasso inicial Calmo q = 84-88 C

Estrutura formal {[4+4+6] [(4+4)+(4+3+4)+(4+4)]} {[(4+5)+(4+4)] [4+3]}

57 IMPROVISO II

Data de composição/Dedicatória 1960 / José Eduardo Martins

Caráter/Tempo/Compasso inicial Lentamente q = 72 C

Estrutura formal {1+(4+4)+[(4+1)+(4+1)]+(4+3)} {[(4+4)+3]}

58 IMPROVISO III

Data de composição/Dedicatória 1970 / Sonia Muniz

Caráter/tempo indicado/Compasso inicial Nostálgico q = 66 C

Estrutura formal [(4+4)+(4+4)+1] [(4+4)+(3+3)+(2+2+2+1)]

59 IMPROVISO IV

Data de composição/Dedicatória 1970 / Stephanie Fischer

Caráter/Tempo indicado/Compasso inicial Saudoso q = 72 C

Estrutura formal [2+(4+4)+(4+4)] [(4+4)+(4+4)+4] [(4+4)+(4+1)]

60 IMPROVISO V

Data de composição/ Dedicatória 1981 / Amaral Vieira

Caráter/Tempo indicado/Compasso inicial Alegre

h

= 80 3/4

Estrutura formal [(4+5)+4+(4+2+6+3)] [(4+5)+4+(4+2+4)]

61 IMPROVISO VI

Data de composição/Dedicatória 1974 / Helenice Audi

Caráter/Tempo indicado/Compasso inicial Tristonho

q

= 100 2/2

Estrutura formal {[(4+4)+(4+4)] [(4+4)+5]} {(4+5+5)+(3+1+3)}

62 IMPROVISO VII

Data de composição/Dedicatória 1978 / Maria Luisa Póvoa da Cruz

Caráter/Tempo indicado/Compasso inicial Tranqüilo

q

= 80 2/2

Estrutura formal [(7+5)+(6+3)] [(4+8+2)+(5+2)]

63 IMPROVISO VIII

Data de composição/Dedicatória 1980 / Raulice Bahia

Caráter/Tempo indicado/Compasso inicial Profundamente triste

q

= 66 C

Estrutura formal [(4+3+3)+(4+4)] [(4+4)+5]

64 IMPROVISO IX

Data de composição/Dedicatória 1975 / Zuleika Rosa Guedes

Caráter/Tempo indicado/Compasso inicial Melancólico

q

= 92 2/2

Estrutura formal [(4+4)+(4+4)] [(4+4)+(5+4)]

65 IMPROVISO X

Data de composição/Dedicatória 1981 / Araceli Chacon

Caráter/Tempo indicado/Compasso inicial Dengoso

h

= 72 2/2

Estrutura formal [(6+6)+(6+7)] [(6+6)+(6+8)+4]

5.3 RESULTADOS

5.3.1 FATORES DE COESIVIDADE

Embora não tenha sido possível o acesso às gravações originais das quais os Improvisos foram transcritos e nem se saiba com certeza se e quais deles foram alterados ou planejados – embora se possa presumir que alguns foram trabalhados durante ou após a transcrição7, e provavelmente os Improvisos V e X foram prévia e

parcialmente planejados (GROSSI, 2002, p. 142), – pode-se perceber pela análise apresentada que elementos gerais – caráter, tempo indicado, fórmula de compasso e padrões rítmicos – promovem a coesão e a coerência do conjunto de Improvisos, garantindo uma unidade global (Quadros 5 e 6):

a) todas as indicações de caráter – exceto a do Improviso V (Alegre) – referem-se a expressões que remetem a qualidades de intimidade e recolhimento;

b) a média dos tempos indicados gira em torno de 72 pulsos por minuto, o que indica um andamento geral moderado;

c) a fórmula de compasso predominante é a quaternária (mesmo no Improviso V predomina uma pulsação, resultante da configuração da escrita, que soa como 6/8 – binária composta).

Como se pode notar, há uma uniformidade que permeia os Improvisos, garantindo um equilíbrio entre as obras e criando uma atmosfera geral de regulari- dade que permite o encadeamento entre uma peça e outra sem interrupções bruscas. Mesmo o caráter mais animado dos Improvisos V e X vem complementar

7 Em carta de 15/01/1972 a Marion Verhaalen, Guarnieri comenta a respeito dos Improvisos III e IV que “[...] na

transcrição, conservei tudo como nasceu, naturalmente modifiquei, para melhor, a harmonia, ou melhor, enriqueci um pouco” (grifo meu) (apud GROSSI, 2002, p. 71).

este equilíbrio, proporcionando um elemento de contraste que não interfere na estrutura geral.

Improviso Caráter Tempo Compasso inicial

I Calmo q= 84-88 C II Lentamente e = 72 C III Nostálgico q = 66 C IV Saudoso q = 72 C V Alegre h = 80 3/4 VI Tristonho q = 100 2/2 VII Tranqüilo q = 80 2/2

VIII Profundamente triste q = 66 C

IX Melancólico q = 92 2/2

X Dengoso h = 72 2/2

Quadro 5 – Relação de caráter, tempo e fórmula de compasso dos Improvisos.

Os padrões rítmicos sincopados aparecem em todos os Improvisos, sendo a fórmula mais utilizada a do padrão 3 – 3 – 2, que ocorre nos Improvisos de I a VI e no X. A fórmula 1 – 2 – 1 surge nos Improvisos VII, VIII e X e a fórmula 2 – 3 – 3, que aparece somente no Improviso IX é, note-se, o inverso ou retrógrado da primeira (Quadro 6).

Padrão Rítmico Improvisos

q. eq q = qk qk q (3 – 3 – 2) I a VI e X

q h q ou (Î h q =ä q e = Å e x) (1 – 2 – 1) VII, VIII e X

e e qk q. (2 – 3 – 3) IX

Os elementos idiomáticos – comumente englobados sob o termo genérico de estilo e que caracterizam a linguagem musical do compositor (padrões de confi- guração melódica, harmônica, rítmica, contraponto etc.) – embora sejam fatores importantes no estabelecimento de coesão e coerência num texto musical, não são suficientes para manter tal coerência e coesividade durante o curso de uma obra (intraopus) ou conjunto de obras (extraopus). Além destes fatores genéricos, o compositor tem de lançar mão de recursos que são desenvolvidos e apresentados durante o planejamento composicional e que exercem a função de estabelecer ligações e relações entre as diversas partes da obra.

No caso dos Improvisos, dois elementos se destacam como principais fatores coesivos:

a) a distribuição e organização seqüencial das peças no conjunto; b) a citação e referenciação de configurações melódicas e harmônicas;

A não observância da ordem cronológica de composição na distribuição das dez peças visa estabelecer relações de unidade e diversidade na seqüência de execução. A aproximação estilística dos Improvisos I e II, a proximidade de caráter e de textura entre os Improvisos III e IV, VI e IX e a relação de ambiência dos Improvisos VII e VIII permitem que eles sejam agrupados de tal maneira que se estabeleça um fluxo ordenado de execução, equilibrado pela colocação estratégica dos Improvisos V e X, mais movidos e contrastantes, compostos no mesmo ano e mais próximos estilisticamente (Figura 16).

Figura 16 – Relações de organização dos Improvisos.

A junção de pares I e II, III e IV, VII e VIII estabelece unidade por contigüidade e a separação dos pares V e X, VI e IX estabelece diversidade e cria coerência a longa distância.

Em relação à referenciação ou citação, duas situações se apresentam:

a) referenciação de configuração melódica – as terças que estruturam o Improviso VII são referenciadas nos compassos finais (29 a 31) do Improviso VIII.

b) citação de configuração harmônica – Guarnieri utiliza uma seqüência harmônica oriunda da escala menor melódica ascendente (com elevação do sexto grau) para estabelecer pontos de referência distribuídos em várias peças, criando elementos de coesão (Figura 17). Estas citações surgem nos compassos 9 e 10 do Improviso III e reaparecem nos compassos 23 a 25 do Improviso IV, nos compassos 1 e 2, 30 a 32 e 34 a 36 (invertido) do Improviso VI, disfarçadamente nos compassos 19 a 21 do Improviso VII, ao longo de todo o Improviso X e nos compassos 1 a 3, 17 a 19 e 30 a 31 do Improviso IX. Deve-se notar que esta abordagem permite considerar os três primeiros compassos do Improviso IX como parte desta configuração harmônica, uma vez que, na edição de 1988 (GUARNIERI, 1988, p.18) e no manuscrito (GROSSI, 2002, anexos) o fa e o sol aparecem sem o sustenido (#). Pode-se cogitar um possível erro por distração ou de revisão.

5.3.2 PROPORÇÕES

As representações da organização estrutural e formal dos Improvisos demonstram uma preferência pessoal do compositor por desenvolvimentos mono- temáticos de células rítmicas e melódicas simples sobre estruturas derivadas da forma A B A, em que a parte B não é independente ou contrastante, mas uma variante da parte A (A A’ A), a exemplo do que ocorre em outras obras (SANTIAGO, 2002, p. 153; GROSSI, 2002, p. 72; FIALKOW, 1995, p. 93).

As demarcações dos eventos proporcionais em relação à Seção Áurea e à Seção Áurea Secundária mostram resultados mais irregulares, sendo as relações encontradas na partitura representadas nos gráficos 1 e 2. No eixo das abscissas encontra-se o número total de pulsações de cada Improviso e no eixo das ordenadas encontra-se a localização da Seção Áurea, em preto, e da localização do evento estrutural principal, em vermelho, a partir dos dados contidos nos Quadros 7 (preto) e 8 (vermelho)8.

Improviso Número total de

pulsações SA SA² IX 66 41 25 VI 104 64 40 X 112 69 43 VIII 123 76 47 II 153 95 58 III 155 96 60 V 171 106 65 VII 191 118 73 IV 204 126 78 I 261 161 100

Quadro 7 – Localização espacial da Seção Áurea e Seção Áurea Secundária.

8 Nos Quadros 7, 8, 9 e 10, os Improvisos foram ordenados em ordem crescente relativa aos valores de SA e

Nos gráficos 1 e 2, a Seção Áurea e a Seção Áurea Secundária foram obtidas com a divisão das abscissas (número de pulsações

obtido pelas fórmulas: a) b) Gráfico 1 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 0

Nos gráficos 1 e 2, a Seção Áurea e a Seção Áurea Secundária foram obtidas com a divisão das abscissas (número de pulsações

obtido pelas fórmulas:

a) para a Seção Áurea (Gráfico 1): (

b) para a Seção Áurea Secundária (Gráfico 2): (

Gráfico 1 – Relação entre Seção Áurea e eventos estruturais. 50

Improviso

Quadro 8

Nos gráficos 1 e 2, a Seção Áurea e a Seção Áurea Secundária foram obtidas com a divisão das abscissas (número de pulsações

obtido pelas fórmulas:

para a Seção Áurea (Gráfico 1): (

para a Seção Áurea Secundária (Gráfico 2): (

Relação entre Seção Áurea e eventos estruturais. 100 Improviso IX VI X VIII II III V VII IV I Quadro 8. Localização

Nos gráficos 1 e 2, a Seção Áurea e a Seção Áurea Secundária foram obtidas com a divisão das abscissas (número de pulsações

para a Seção Áurea (Gráfico 1): (

para a Seção Áurea Secundária (Gráfico 2): (

Relação entre Seção Áurea e eventos estruturais. 150 Evento(s) principal(ais) (puls.) 33 33 52 72 109 71 96 98 73 57 Localização espacial

Nos gráficos 1 e 2, a Seção Áurea e a Seção Áurea Secundária foram obtidas com a divisão das abscissas (número de pulsações

para a Seção Áurea (Gráfico 1): (

y = x/φ²

para a Seção Áurea Secundária (Gráfico 2): (

Relação entre Seção Áurea e eventos estruturais. 200 Evento(s) principal(ais) (puls.) 61 115 149 153 165

espacial dos eventos estruturais principais

Nos gráficos 1 e 2, a Seção Áurea e a Seção Áurea Secundária foram obtidas com a divisão das abscissas (número de pulsações =

x

) pelo eixo das ordenadas,

= x/φ²

)

para a Seção Áurea Secundária (Gráfico 2): (

y = x/φ

Relação entre Seção Áurea e eventos estruturais. 250

dos eventos estruturais principais

Nos gráficos 1 e 2, a Seção Áurea e a Seção Áurea Secundária foram obtidas ) pelo eixo das ordenadas,

= x/φ

)

300

dos eventos estruturais principais.

Nos gráficos 1 e 2, a Seção Áurea e a Seção Áurea Secundária foram obtidas ) pelo eixo das ordenadas,

Seção Áurea Eventos

Nos gráficos 1 e 2, a Seção Áurea e a Seção Áurea Secundária foram obtidas ) pelo eixo das ordenadas,

Gráfico 2

Para as relações temporais realizada em estúdio

apenas a localização da pulsação na partitura pela divisão de tempo em No eixo das abscissas encontra

segundos,

preto, e da localização, na gravação, do evento estrutural principal, em vermelho (Gráficos 3 e 4), a partir dos dados contidos no

0 20 40 60 80 100 120 140 160 0

Gráfico 2 – Relação entre Seção Áurea Secundária e eventos estruturais.

Para as relações temporais realizada em estúdio

apenas a localização da pulsação na partitura pela divisão de tempo em No eixo das abscissas encontra

segundos, e no eixo das ordenadas encontra

preto, e da localização, na gravação, do evento estrutural principal, em vermelho (Gráficos 3 e 4), a partir dos dados contidos no

50

Relação entre Seção Áurea Secundária e eventos estruturais.

Para as relações temporais

realizada em estúdio – os gráficos são obtidos d

apenas a localização da pulsação na partitura pela divisão de tempo em No eixo das abscissas encontra

e no eixo das ordenadas encontra

preto, e da localização, na gravação, do evento estrutural principal, em vermelho (Gráficos 3 e 4), a partir dos dados contidos no

Improviso V IX X III VIII IV VI I VII II Quadro 9 – (em segundos) 100

Relação entre Seção Áurea Secundária e eventos estruturais.

Para as relações temporais – obtidas gráficos são obtidos d

apenas a localização da pulsação na partitura pela divisão de tempo em No eixo das abscissas encontra-se o número total de tempo

e no eixo das ordenadas encontra

preto, e da localização, na gravação, do evento estrutural principal, em vermelho (Gráficos 3 e 4), a partir dos dados contidos no

Improviso total de Tempo execução 74 88 115 131 143 145 156 186 193 214

– Localização temporal da Seção Áurea e Seção (em segundos).

150

Relação entre Seção Áurea Secundária e eventos estruturais.

obtidas a partir de gráficos são obtidos de

apenas a localização da pulsação na partitura pela divisão de tempo em se o número total de tempo

e no eixo das ordenadas encontra-se a localização da Seção Áurea, em preto, e da localização, na gravação, do evento estrutural principal, em vermelho (Gráficos 3 e 4), a partir dos dados contidos nos Quadro

Tempo total de execução SA 46 54 115 71 131 81 143 88 145 90 156 97 186 115 193 119 214 132

Localização temporal da Seção Áurea e Seção 200

Relação entre Seção Áurea Secundária e eventos estruturais.

a partir de gravaçã

maneira semelhante apenas a localização da pulsação na partitura pela divisão de tempo em

se o número total de tempos

se a localização da Seção Áurea, em preto, e da localização, na gravação, do evento estrutural principal, em vermelho

Quadros 9 (preto) e 1 SA SA² 6 28 54 34 71 44 81 50 88 55 90 55 97 59 115 71 119 74 132 82

Localização temporal da Seção Áurea e Seção 250

gravação (GUARNIERI, 2007) semelhante, alterando apenas a localização da pulsação na partitura pela divisão de tempo em

s de cada Improviso se a localização da Seção Áurea, em preto, e da localização, na gravação, do evento estrutural principal, em vermelho

(preto) e 10

SA²

Localização temporal da Seção Áurea e Seção Áurea Secundária 300

(GUARNIERI, 2007) , alterando- apenas a localização da pulsação na partitura pela divisão de tempo em segundos

Improviso, em se a localização da Seção Áurea, em preto, e da localização, na gravação, do evento estrutural principal, em vermelho

(vermelho) Áurea Secundária Seção Áurea Eventos (GUARNIERI, 2007) -se segundos. , em se a localização da Seção Áurea, em preto, e da localização, na gravação, do evento estrutural principal, em vermelho (vermelho).

Gráfico 3 Gráfico 4 0 20 40 60 80 100 120 140 160 0 0 20 40 60 80 100 120 140 160 0

Gráfico 3 – Relação temporal entre Seção Áurea e eventos estruturais.

Gráfico 4 – Relação temporal entre Seção Áurea Secundária e eventos estruturais. 50

50

Improviso

Quadro 1

temporal entre Seção Áurea e eventos estruturais.

Relação temporal entre Seção Áurea Secundária e eventos estruturais.

50 100 50 100 Improviso V IX X III VIII IV VI I VII II

Quadro 10 – Localização temporal dos eventos estruturais principais.

temporal entre Seção Áurea e eventos estruturais.

Relação temporal entre Seção Áurea Secundária e eventos estruturais.

100 150 100 150 Evento(s) principal(ais) 39 36 49 54 77 50 42 39 94 142

Localização temporal dos eventos estruturais principais.

temporal entre Seção Áurea e eventos estruturais.

Relação temporal entre Seção Áurea Secundária e eventos estruturais. 150 150 Evento(s) principal(ais) 90 103 86 102 146

Localização temporal dos eventos estruturais principais.

temporal entre Seção Áurea e eventos estruturais.

Relação temporal entre Seção Áurea Secundária e eventos estruturais. 200

200

Localização temporal dos eventos estruturais principais.

Relação temporal entre Seção Áurea Secundária e eventos estruturais. 250

250

Localização temporal dos eventos estruturais principais.

Seção Áurea Eventos

Seção Áurea Eventos Localização temporal dos eventos estruturais principais.

Com relação à análise temporal, torna-se possível uma abordagem de todo o conjunto (extraopus), pelo fato de haver uma unidade-padrão constante: o segundo. Aplicando-se as relações ao tempo total de execução (1438 s), obtém-se a seguinte configuração (Quadro 11):

a) A Seção Áurea recai sobre 135 sdo Improviso VI;

b) A Seção Áurea Secundária recai sobre 16 sdo Improviso IV; c) A metade situa-se a 39 s do Improviso V;

d) O primeiro terço encontra-se a 80 sdo Improviso III; e) O segundo terço está a 49 sdo Improviso VII.

Improviso SA SA² 1/2 1/3 2/3 Total 888 549 718 479 958 VI 135 - - - - IV - 16 - - - III - - - 80 - V - - 39 - - VII - - - - 49

Quadro 11 – Localização temporal global das proporções.

5.4 DISCUSSÃO

Apesar das relações matemáticas e do rigor que se estabelecem neste tipo de análise, é praticamente impossível excluir algum grau de arbitrariedade no que diz respeito às divisões e determinação e delimitação dos eventos que devem ser considerados mais significativos (ADAMS, 1996, p. 242). Tais limitações – princi- palmente as derivadas de coerções formais (estilo linear, predomínio de contraponto,

preferência por desenvolvimento de elementos monotemáticos) – poderiam criar um obstáculo à abordagem das proporções, gerando resultados diferentes conforme a variação da interpretação da natureza e localização destes eventos mais signi- ficativos.

Todavia, parte-se do princípio de que tal tipo de trabalho é relevante para levantar questionamentos justamente sobre estes problemas, uma vez que os trabalhos existentes na área focam-se sobre aspectos estruturais ou temporais, mas não existem trabalhos correlacionando as duas abordagens (MADDEN, 2005).

Os resultados9 nos mostram que existe uma grande variação e uma

divergência significativa entre as abordagens estrutural e temporal. Essa amplitude de variação é esperada no sentido em que os fluxos temporais expressos na partitura comportar-se-ão de maneira diferente durante a execução, devido tanto a fatores agógicos intrínsecos, imanentes à partitura (fermatas, ralentandos) quanto a fatores relacionados ao intérprete (variações de execução e de concepção da obra).

Talvez aqui resida o maior problema em relação à análise de proporções, principalmente no que tange à escolha e estabelecimento de critérios de análise (HOWAT, 1983, p. 70). Além do mais, numa obra planejada dentro de um processo composicional mais prolongado, pode-se aventar a hipótese de que o compositor tenha utilizado relações proporcionais específicas como processo de elaboração de sua obra, mas torna-se difícil sustentar tal hipótese em obras improvisadas, como é o caso da maioria destes Improvisos.

No Quadro 12, podem-se comparar os valores temporais estimados pela indicação metronômica e os valores reais de uma gravação. Os valores que mais se

distanciam do estimado (II, IV, VII e VIII, por exemplo) representam os Improvisos que possuem um maior número de fermatas e variações agógicas mais extensas. Pode-se também perceber que mesmo nos Improvisos em que os valores se aproximam (I, III e IX), as relações proporcionais que se estabelecem na partitura e na gravação diferenciam-se bastante (Figuras 6 a 15, p. 56 a 65).

Improviso Número de pulsações metronômica Indicação

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