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3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA

Existem vários modos de se realizar uma pesquisa. Um deles é o estudo de caso, sendo um método prioritário em situações em que o pesquisador não tem controle sobre os eventos, ou quando o tem, é de pouco controle. Esse tipo de estudo é contemporâneo, de modo que o seu estudo é “o caso” e assim terá mais variáveis de interesse, podendo ser constituído por casos únicos ou múltiplos, sendo útil como um método avaliativo. (Yin, 2015).

Segundo Yin, (2005), o estudo de caso pode ser importante estratégia metodológica para a pesquisa em ciências humanas, pois permite ao investigador um aprofundamento em relação ao fenômeno estudado, revelando nuances difíceis de serem enxergadas “a olho nu”. Além disso, o estudo de caso favorece uma visão holística sobre os acontecimentos da vida real, destacando-se seu caráter de investigação empírica de fenômenos contemporâneos

Os estudos Transversais visualizam a situação de uma determinada população em um momento específico da realidade descrevendo a situação em um dado momento. Esses estudos possibilitam a primeira análise identificada dentro de uma população e podem elencar fatores associados (ou não) a um desfecho existente em diferentes graus de associação. Uma

das vantagens deste tipo de estudo é a rapidez com que se consegue o retorno dos dados obtidos (Aragão, 2013).

O método quantitativo apresenta uma descrição numérica de tendências, atitudes, valores ou opiniões de uma determinada população. A partir dos resultados pode-se generalizar ou fazer afirmações sobre a população estudada (Creswell, 2010) e são fundamentais quando pouco se sabe sobre um determinado assunto (Aragão, 2013). Um dos objetivos é dar conhecimento aos profissionais de um determinado setor ou área sobre dados demográficos (Aragão, 2013).

A unidade estudada foi um pronto atendimento hospitalar na cidade de São Paulo que funciona vinte e quatro horas por dia e tem como objetivo concentrar os atendimentos de saúde de complexidade intermediária, compondo uma rede organizada em conjunto com a atenção básica, atenção hospitalar, atenção domiciliar e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Oferece estrutura com raio-X, eletrocardiografia, pediatria, laboratório de exames e leitos de observação. Presta atendimento resolutivo e qualificado aos pacientes acometidos por quadros agudos ou agudizados de natureza clínica e presta o primeiro atendimento aos casos de natureza cirúrgica e de trauma, estabilizando os pacientes e realizando a investigação diagnóstica inicial, de modo a definir a conduta necessária para cada caso, bem como garantir o referenciamento dos pacientes que necessitarem de atendimento. Mantem pacientes em observação, por até vinte e quatro horas, para elucidação diagnóstica ou estabilização clínica e encaminha aqueles que não tiveram suas queixas resolvidas com garantia da continuidade do cuidado para internação em serviços hospitalares de retaguarda, por meio da regulação do acesso assistencial.

Para garantir e suportar toda esta estrutura, a unidade de pronto atendimento possui um quadro com no mínimo 9 profissionais médicos (5 diurnos e 4 noturnos), com uma média 10.125 atendimentos médicos/mês, aproximadamente 55 mil exames de análises clínicas/mês e um valor de incentivo financeiro em torno de R$ 500.000,00 mês.

3.2 PROCEDIMENTOS DE COLETA DOS DADOS 3.2.1 LOCAL

O local da análise foi um pronto atendimento hospitalar particular localizado no município de São Paulo

A população de referência foi constituída por processos de um pronto atendimento e a seleção dos processos foi definida por critério de implantação do método Design Thinking. O pesquisador foi autorizado a utilizar os dados do projeto; porém, com restrições e acesso parcial aos dados e indicadores dos processos para a realização da pesquisa. O período estimado foi de Julho à Novembro de 2019, considerando a confecção do relatório de pesquisa em Dezembro de 2019 e sua apresentação em Janeiro de 2020.

3.2.3 INSTRUMENTO DE PESQUISA

Foi realizada uma pesquisa do tipo Survey e o instrumento utilizado como forma de coletar os dados foi um questionário estruturado fechado, com perguntas ditocômicas (sim/não) para avaliar as características dos processos e seus indicadores.

Segundo Günther (2003) o instrumento utilizado no survey, o questionário, pode ser definido como “um conjunto de perguntas sobre um determinado tópico que não testa a habilidade do respondente, mas mede sua opinião, seus interesses, aspectos de personalidade e informação biográfica”.

Na elaboração de um questionário para um survey para Günther (2003), deve-se partir da seguinte reflexão: qual o objetivo da pesquisa em termos dos conceitos a serem pesquisados e da população-alvo?

Verifica-se que os objetivos de uma pesquisa levam necessariamente à relação conceito/item e à relação população-alvo/amostra. Os dois binômios são correspondentes: item e amostra constituem a parte prática dos termos abstratos conceito e população, respectivamente. No desenvolvimento precisam ser tratados paralelamente e, ao determinar os itens em função dos conceitos subjacentes, há que se levar em conta o binômio população-alvo/amostra, da mesma maneira que a determinação da amostra a partir de uma população-alvo exige consideração do binômio conceito/item (Günther, 2003), conforme Figura 12:

Figura 12: Estágios principais de um survey Fonte: Schuman & Kalton, 1985, p. 641

Dessa forma, partindo dos objetivos, formulam-se perguntas a serem respondidas por meio da pesquisa. As perguntas são transformadas operacionalmente em variáveis e indicadores, apresentadas ao respondente em forma de itens. Assim, perpassando os itens, se estabelece a relação entre o objetivo de uma pesquisa e os conceitos pesquisados, enquanto as respostas representam o grau de conceituação que o respondente tem acerca do assunto sob investigação (Günther, 2003).

3.2.4 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS

Para analisar os itens do questionário estruturado fechado, foram criados quatro constructos (gestão, manutenção, ambiente e cliente) utilizando a média de seus itens respectivamente. Neste modelo atribui-se um valor de (1) para “Sim” e um valor de (2) para “Não”cada resposta a partir do qual é calculada a média para cada item, baseando-se na frequência das respostas. Técnicas de estatística não-paramétrica foram aplicadas para testar as hipóteses e obter as conclusões com embasamento estatístico.

3. LIMITAÇÕES DA PESQUISA

Possíveis limitações ocorreram em função do raso mergulho nas etapas dos processos, devido à vulnerabilidade da situação atual (mudanças na gestão), possibilitando apenas a aplicação de um questionário quantitativo respondido pelo gestor do processo gerando acesso restrito às informações qualitativas. Não contribuíram com a pesquisa processos novos,

processos não priorizados (Design Thinking) e outros processos que não foram julgados relevantes.

A sugestão para as pesquisas futuras será delimitado quando houver um melhor entendimento dos processos por parte dos gestores possibilitando, assim, a aplicação de um questionário qualitativo que permita uma coleta impírica da percepção dos processos.

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