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Capítulo III – Macro Contexto de natureza concetual

4.4. Realização da prática profissional na presente época desportiva

4.4.5. Exposição e calendarização

4.4.5.4. Método utilizado para monitorização da carga

4.4.5.4.1. Escala de esforço percebido (Escala CR10 Rating of perceived Exertion)

Foi um método muito utilizado para controlar e perceber o estado dos futebolistas ao longo da época desportiva. O procedimento da avaliação do esforço percebido, foi através da classificação esforço percebido (Escala CR10 Rating of perceived Exertion; Borg, 1985). Um método que utiliza a variação entre 0 (pouco intenso) a 10 (extremamente intenso), no qual é calculado através da multiplicação da taxa de esforço percebido pela duração do treino (Foster et al., 2001; Haddad et al., 2017).

Quadro 7 – Classificação do esforço percebido (Escala CR10 Rating of perceived Exertion; Borg,

1985)

Classificação Descrição

0 Nada

0,5 Muito, muito fraco

1 Muito Fraco 2 Fraco (leve) 3 Moderado 4 Algo Forte 5 Forte 6 7 Muito Forte 8

9 Muito, Muito Forte

10 Máximo

É um método versátil, simples e barato, apresentando associação com a FC, concentrações de lactato e com o consumo de oxigénio. Alternativa e complemento aos métodos de avaliação baseados na FC (Quadro 7). Uma versão modificada RPE de 10 pontos, em que há alterações diferenciadas em cada nível de pontuação. Cada nível tem zonas específicas de FC Máx ou regime de trabalho, em função da classificação do RPE.

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Quadro 8 - Relação da % Fc max, % Fc Max repouso, com a classificação das escalas de

perceção de esforço (adaptado Pollock et al., 2007)

% Fc Máx % Fc Máx Repouso CR10 (0–10) RPE (6-20) Intensidade Regime

< 35 < 30 < 2 < 10 Muito Fraca Recuperação

35-59 30-49 3-4 10-12 Fraca Capacidade Aeróbia 60-79 50-74 5-6 13-14 Moderada 80-89 75-84 7-8 15-16 Forte Potência Aeróbia 90-95 > 85 9 17-18 Muito Forte > 95 > 90 10 >18 Máxima Capacidade e Potencia Anaeróbia

Segundo Rebelo (2016), a Session-RPE pode ser uma alternativa e uma opção para monitorização da carga de treino. É importante que o feedback transmitido pelo futebolista, seja verdadeiro e responsável, porque durante a avaliação, um simples desleixo ou resposta inconsciente, pode influenciar negativamente os resultados obtidos. É importante que os futebolistas respondam de forma consciente, porque além de ser importante para a equipa técnica, é ainda mais importante para os futebolistas. Deve-se realçar a consciencialização e responsabilidade para este tipo de métodos de avaliação, seja Session-RPE ou VAS. Quanto ao momento da aplicação é importante minimizar uma eventual sobrevalorização do último esforço do exercício de treino, e não a valorização do esforço total do treino. Por conseguinte, é fundamental aplicar o questionário cerca de 30 minutos após o término da sessão de treino, altura em que os futebolistas já realizaram atividades de retorno à calma (Fanchini et al., 2015).

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Quadro 9 – Cálculo final da escala de perceção de esfoço

Microciclo Avaliação média do

RPE CR10 Volume do treino (minutos) Carga Segunda 7 60 420 Terça 0 0 0 Quarta 8 90 720 Quinta 7 75 525 Sexta 6 75 450 Sábado 5 60 300 Domingo (Jogo) 6 90 540 Total 2955

No quadro 8, estão descritos os valores recolhidos durante um microciclo do mês de abril, faltando poucas jornadas para terminar o campeonato. Os dados foram analisados através do programa SPSS Statistics, com uma análise estatística descritiva. A classificação do RPE CR10 do microciclo (5,54 ± 2,63), com uma duração (64,29 ± 30,88 minutos).

Quadro 10 – Classificação da escala de perceção de esforço ao longo do microciclo Dia do Microciclo Classificação do RPE CR 10

(Média ± Desvio Padrão)

Segunda-Feira 7,16 ± 1,28

Terça-Feira (Folga) Sem Classificação

Quarta-Feira 7,80 ± 1,04

Quinta-Feira 7,12 ± 1,48

Sexta-Feira 5,96 ± 1,72

Sábado 4,89 ± 1,69

Domingo (Jogo)* 5,88 ± 4,57

*futebolistas que não foram convocados para o jogo, tiveram 0 na classificação do RPE CR.10.

A quantificação da carga de treino foi calculada da seguinte forma: Volume x RPE CR10). A carga total do microciclo foi de 2955 (422 ± 226,23). Índice de

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monotonia foi calculado da seguinte forma: carga média / desvio padrão, (422 / 226,23 = 1,87), ou seja, o índice de monotonia deste microciclo foi de 1,87. Por fim, e para saber o índice de solicitação total impostas aos futebolistas, foi calculado da seguinte forma: Índice monotonia x carga total, (1,87 x 2955 = 5525,85), ou seja, os futebolista estiveram presentes a uma exigência de esforço aproximado de 5526.

Quadro 11 – Valores do esforço total do microciclo

Este método foi o mais utilizado ao longo da época para controlar o monitorizar a carga de treino dos futebolistas, principalmente nas últimas semanas de trabalho. Um método que permitiu perceber a perceção do esforço e perceber se o nosso trabalho de equipa técnica, respetivamente ao controlo de carga de treino, estava e ser bem gerida e adaptada às capacidades dos futebolistas

4.4.5.4.2. Escalas Visuais Analógicas-Training Load (VAS-TL) O método de avaliação que pode ser utilizado de forma fácil e sensível ao efeito da posição do jogador e da capacidade física individual sobre o esforço percebido após o exercício de treino. Resultados obtidos de forma de quantificação global, como durante o microciclo.

Figura 38 - Escala Visuais Analógicas-Training Load (VAS-TL).

Tal como a estrutura do questionário do Session-RPE, este método utiliza uma escala VAS onde é utilizada a variação entre 0 (pouco intenso) a 10 (extremamente intenso). O futebolista não tem acesso à visualização dos

0 Pouco intenso

10 extremamente

intenso.

Carga Total do microciclo 2955

Índice de Monotonia 1,87

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números da escala, são omissos. O resultado numérico da resposta é medido posteriormente pelo avaliador, através de uma régua (medida a distância em que resposta se encontra). Do ponto 0 ao ponto 10, tem uma distância de 10 centímetros, onde a resposta do futebolista é através do cruzamento do traço nesta mesma linha de 10 centímetros. A quantificação final é determinada a partir da multiplicação do score obtido na escala VAS pela duração total em minutos da sessão de treino ou em jogo. Ao longo da época desportiva foi aplicado o VAS com as seguintes questões: “Como classificas o teu esforço ao longo da semana de treino?”; “Como classificas o teu esforço no final do treino?”; “Fisicamente, como classificas o teu esforço?”; “Mentalmente, como classificas o teu esforço?”.

A aplicação do VAS, tal como o Session-RPE, foi aplicado cerca de 30 minutos após o término da sessão de treino, altura em que os futebolistas já realizaram atividades de retorno à calma (Fanchini, Ferraresi, et al., 2015). Os dados foram analisados através do programa SPSS Statistics, com uma análise exploratória dos dados obtidos durante a avaliação.

Quadro 12 – Questões do VAS e a respetiva classificação (média ± DP)

Questão do VAS Classificação (Média ± Desvio Padrão) “Como classificas o teu esforço no

final do treino?

7,43 ± 1,50

“Como classificas o teu esforço ao longo da semana de treino?”

7,05 ± 1,52

“Fisicamente, como classificas o teu esforço?”

6,10 ± 1,91

“Mentalmente, como classificas o teu esforço?”

5,16 ± 2,92

Curiosamente, quando aplicado o método de avaliação da perceção de esforço, o esforço percebido era superior, após um jogo ou quando o próximo jogo era de

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elevada exigência, podendo concluir, que o efeito mental poderá ter grande influência nas classificações da escala de esforço percebido.