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Métodos científicos

No documento GERSON JOÃO VALERETTO (páginas 81-85)

3 METODOLOGIA

3.3 Procedimentos metodológicos

3.3.1 Métodos científicos

certas proposições evidentes, princípios ou axiomas, para, em seguida, prosseguir por dedução ou indução, em virtude das exigências unicamente lógicas e racionais (CERVO; BERVIAN, 1983).

O método científico, por sua vez, tem a função de ajudar a descobrir a realidade dos fatos. Os fatos, ao serem descobertos, devem guiar o uso do método.

O método é apenas um meio de acesso; só a inteligência e a reflexão descobrem o que os fatos realmente são (CERVO; BERVIAN, 1983).

A utilização dos métodos científicos caracteriza a ciência, embora seu uso não seja exclusividade dela. Portanto, não há ciência sem o emprego de métodos científicos: em todas as pesquisas científicas é necessária a escolha de alguns desses métodos (RICHARDSON et al, 1999).

3.3.1 Métodos científicos

O método pode ser definido como “o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que [...] permite alcançar o objetivo, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista” (LAKATOS; MARCONI, 1991, p. 83).

Conforme Richardson et al (1999, p. 70), “[...] método científico [...] consiste em delimitar um problema, realizar observações e interpretá-las com base nas relações encontradas, fundamentando-se, se possível, nas teorias existentes”.

Os métodos podem ser subdivididos em dois tipos: de abordagem e de procedimentos. Os métodos de abordagem caracterizam-se por apresentarem abordagens mais amplas e grau de abstração mais elevado dos fenômenos da natureza e da sociedade. Os de procedimentos seriam etapas mais concretas da investigação, com finalidade mais restrita em termos de explicação geral dos fenômenos e menos abstrata (LAKATOS; MARCONI, 1991).

Segundo Lakatos e Marconi (1991), os tipos que compõem o conjunto de métodos científicos de abordagem são: o indutivo, o dedutivo, o hipotético-dedutivo e o dialético. Esses métodos estão definidos sinteticamente no quadro 9, denominado “Métodos Científicos de abordagem”.

Métodos Definições de acordo com:

(GIL, 1995), (SILVA; MENEZES, 2001), (CERVO; BERVIAN, 1983) e (LAKATOS;

MARCONI, 1991)

Indutivo

É um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida nas partes examinadas. O objetivo dos argumentos é levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais se basearam.

Dedutivo Parte das teorias e leis, na maioria das vezes prediz a ocorrência dos fenômenos particulares (conexão descendente).

Hipotético-dedutivo

Parte de um problema, formulam-se as hipóteses para expressar as dificuldades do problema, de onde se deduzem consequências que deverão ser testadas ou falseadas.

Dialético Divide-se em quatro leis fundamentais:

a) Ação recíproca, unidade polar ou “tudo se relaciona”.

b) Mudança dialética, negação da negação ou “tudo se transforma”.

c) Passagem da quantidade à qualidade ou mudança qualitativa.

d) Interpenetração dos contrários, contradição ou luta dos contrários.

QUADRO 9 - Métodos científicos de abordagem

Fonte: o autor (2010)

Neste trabalho, foi utilizado o método dedutivo, que segue um raciocínio lógico com o uso da dedução para concluir sobre determinada(s) premissa(s) e assim considera “se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão deve ser verdadeira. Toda informação ou conteúdo fatual da conclusão já estava, pelo menos implicitamente, nas premissas“ (Lakatos; Marconi, 1991, p. 92).

De acordo com Richardson et al (1999, p. 37), “aplicando o método dedutivo, o cientista avança no conhecimento de um fato sobre a questão pesquisada à compreensão do porquê desse fato”. Portanto, esse método permite detectar as similaridades e divergências dos conteúdos que tratam de temáticas tributárias contidos nas ementas das universidades que são objeto de análise deste estudo.

Essas similaridades e divergências podem ser deduzidas quando feita a comparação das características comuns entre as propostas de conteúdos. Assim, as conclusões se dão por meio da dedução obtida por comparação.

Em uma pesquisa, os métodos científicos de abordagem se complementam com os métodos científicos de procedimento. Os tipos que compõem o conjunto de métodos científicos de procedimento, na concepção de Lakatos e Marconi (1991), são: histórico, comparativo, monográfico, estatístico, tipológico, funcionalista, estruturalista, além de métodos e quadro de referência. Esses métodos estão

definidos sinteticamente no quadro 10, denominado de “Métodos Científicos de Procedimento”.

Métodos

Definições de acordo com:

(GIL, 1995), (SILVA; MENEZES, 2001), (CERVO; BERVIAN, 1983) e (LAKATOS; MARCONI, 1991)

Histórico Parte do princípio de que as atuais formas de vida social, as instituições e os costumes têm origem no passado. É importante pesquisar suas raízes para compreender sua natureza e função.

Comparativo

Estuda as semelhanças e diferenças entre diversos tipos de grupos, sociedades ou povos. Contribui para uma melhor compreensão do comportamento humano comparando similitudes e explica as divergências.

Monográfico

Parte do princípio de que qualquer caso que se estude em profundidade pode ser considerado representativo de muitos outros ou até de todos os casos semelhantes. Consiste no estudo de determinados indivíduos, profissões, condições, instituições, grupos ou comunidades, com finalidade de obter generalizações.

Estatístico

Os processos estatísticos permitem obter, de conjuntos complexos, representações simples e constatar se essas verificações simplificadas têm relações entre si. Assim, o método estatístico significa redução de fenômenos sociológicos, políticos, econômicos etc. a termos quantitativos e à manipulação estatística, que permite comprovar as relações dos fenômenos entre si, e obter generalizações sobre sua natureza, ocorrência ou significado.

Tipológico

Ao comparar fenômenos sociais complexos, o pesquisador cria tipos ou modelos ideais, construídos a partir da análise de aspectos essenciais do fenômeno. A característica principal do tipo ideal é não existir na realidade, mas servir de modelo para a análise e compreensão de casos concretos, realmente existentes.

Funcionalista

É mais um método de interpretação do que de investigação. Considerando que a sociedade é formada por partes, cada parte é mais bem entendida quando se compreendem as funções que desempenham no todo. O método funcionalista estuda a sociedade do ponto de vista da função de suas unidades, isto é, como um sistema organizado de atividades.

Estruturalista

Parte da investigação de um fenômeno concreto, eleva-se a seguir ao nível abstrato por intermédio da constituição de um modelo que represente o objeto de estudo retornando por fim ao concreto, dessa vez como uma realidade estruturada e relacionada com a experiência do sujeito social.

Método e quadro de referências

Muitas vezes são utilizados vários métodos de procedimento em conjunto, com a finalidade de obter vários enfoques do objeto de estudo.

Quadro de referência pode ser compreendido como uma totalidade que abrange dada teoria e a metodologia específica dessa teoria.

QUADRO 10 - Métodos científicos de procedimento

Fonte: o autor (2010)

Nesta pesquisa, foram utilizados dois métodos de procedimento: o comparativo e o estatístico.

O método comparativo consiste em investigar fenômenos ou fatos e explicá-los segundo suas semelhanças e diferenças. Normalmente esse método aborda duas séries de natureza análoga, tomadas de meios sociais ou de outra área do

saber, a fim de detectar o que é comum a ambos. Pode ser utilizado em todas as fases e níveis de investigação. Em um estudo descritivo, pode averiguar a analogia entre ou analisar os elementos de uma estrutura (LAKATOS; MARCONI, 1991, p.

107).

O estudo comparativo possibilita ao pesquisador descobrir regularidades, perceber deslocamentos e transformações, além de permitir a construção de modelos e tipologias, identificando continuidades e descontinuidades, semelhanças e diferenças, esclarecendo as determinações generalizadas que regem os fenômenos sociais (SCHNEIDER; SCHMITT, 1998).

O uso do método de procedimento comparativo, neste estudo, justifica-se por permitir que sejam realizadas comparações as quais possibilitem verificar similitudes e explicar divergências. Isso porque se ocupa com a explicação dos fenômenos, propiciando análise do dado concreto e deduzindo dele os elementos constantes, abstratos e gerais (LAKATOS; MARCONI, 1991).

Neste contexto, a utilização do procedimento comparativo possibilita que os conteúdos das ementas das disciplinas referentes a temáticas tributárias possam ser comparados com os conteúdos das propostas em estudo, de forma que se estabeleçam as semelhanças e diferenças entre eles.

Para a análise e interpretação dos dados, foi feito o uso do método estatístico, que é composto por um conjunto de técnicas e procedimentos embasados em teorias sistemáticas, de forma a obter, organizar, sintetizar, analisar e apresentar dados de fatos e fenômenos. Esse método lança mão de problemas ou de suas soluções (MARTINS, 2002).

Entre o conjunto de técnicas e procedimentos, foi utilizada a Estatística Descritiva, que possibilita a análise dos dados por meio da verificação das frequências, das medidas de tendência central e medidas de dispersão para cada variável isoladamente. Assim, com a utilização da Estatística Descritiva podem os dados brutos ser reduzidos a categorias ou classes para facilitar a visualização das características da distribuição de frequência formada pelos dados de pesquisa (MARTINS, 2002).

No documento GERSON JOÃO VALERETTO (páginas 81-85)