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LISTA DE ABREVIATURAS

3. REVISÃO DA LITERATURA

3.3. Distúrbios Respiratórios do Sono:

3.3.7. Métodos de avaliação dos Distúrbios Respiratórios do Sono

Os métodos diagnósticos utilizados na avaliação dos distúrbios do sono compreendem avaliação subjetiva, através de escalas e questionários específicos; registros actigráficos ou polissonográficos diurnos ou noturnos (89).

3.3.7.1. Métodos de Avaliação Subjetiva

Entre os métodos de avaliação subjetiva estão os questionários, que podem ser utilizados na rotina clínica para fins diagnósticos, na monitorização da resposta aos tratamentos instituídos, em estudos epidemiológicos e em pesquisa clinica. Alguns deles já são validados para a língua portuguesa. Podem incluir avaliação de aspectos gerais do sono e sua qualidade (como o Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh), aspectos específicos como a sonolência excessiva (como a Escala de Sonolência de Epworth), avaliação de distúrbios específicos (como os DRS) e, ainda, ser utilizados para triagem de distúrbios do sono e da indicação para estudos diagnósticos objetivos (89).

Escala de Sonolência Epworth: questionário que avalia o indício de sonolência

em 8 situações diferentes, num período recente. Para avaliar a probabilidade de cochilar, o indivíduo utiliza uma escala de 0 a 3, onde 0 corresponde a nenhuma e 3 uma grande probabilidade de cochilar (90). Escore total: 24 pontos. Valor maior que 10 indica a presença de sonolência diurna excessiva. Foi validada em nosso meio (91). (Anexo 4)

Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh: avalia a qualidade do sono em

relação ao último mês, combinando informação quantitativa e qualitativa sobre o sono. Composta por 19 questões auto-administradas. Essas questões são agrupadas em 7 componentes, com pesos distribuídos numa escala de 0 a 3. As pontuações desses componentes são somadas para produzirem um escore global, que varia de 0 a 21, onde

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quanto maior a pontuação, pior a qualidade do sono. Também é instrumento validado em nosso meio (92) (93). (Anexo 5)

3.3.7.2. Método de Avaliação Objetiva - Polissonografia

A polissonografia é o registro simultâneo de múltiplas variáveis fisiológicas no sono, sendo que a polissonografia de noite inteira, realizada no laboratório, constitui o método padrão áureo para o diagnóstico dos DRS. A montagem polissonográfica possibilita o registro, em polígrafo, do eletroencefalograma (EEG), eletrooculograma, eletromiografia do mento e membros, medidas do fluxo de ar oronasal, movimento tóraco-abdominal, eletrocardiograma e oximetria de pulso, entre outras variáveis (94) (63).

O estagiamento do sono é estabelecido pelo padrão de ondas cerebrais (eletroencefalograma – EEG), atividade muscular por eletromiograma da região submentoniana e o eletrooculograma, analisados a cada período de 20 ou 30 segundos de registro, que são denominados "épocas" (94) (63).

Alguns dos principais dados apresentados no registro polissonográfico são: duração total de registro, duração total de sono, duração de vigília; eficiência do sono; latência para o início do sono, latência para o sono REM e para os demais estágios do sono; durações (em minutos) e as proporções (percentuais) dos estágios do sono, no tempo total do sono; número total de eventos respiratórios e o IAH por hora de sono; valores da saturação e números de eventos de dessaturação da oxihemoglobina, número total e o índice dos movimentos periódicos de membros inferiores por hora de sono; número total e o índice dos micro-despertares por hora de sono e sua relação com os eventos respiratórios ou os movimentos de pernas; ritmo e frequência cardíaca, presença e contabilização de registros de roncos (89).

A polissonografia de noite inteira, realizada num laboratório especializado, requer o treinamento de técnicos, que atuam durante o exame, monitorando os registros dos sinais transmitidos para um computador. Além disso, requer o treinamento de profissionais,

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aptos a interpretar os exames. Portanto, trata-se de exame complexo, de custo elevado e que ainda pode trazer inconvenientes para os pacientes, como dormir fora do ambiente habitual e a presença dos sensores (80) (11).

Desde 1994, a Academia Americana de Medicina do Sono(12), introduziu o uso de monitores portáteis para diagnosticar SAOS. Os aparelhos de monitorização foram classificados em 4 categorias: tipo 1 - polissonografia de noite inteira, realizada em laboratório, sob supervisão de um técnico; tipo 2 - polissonografia de noite inteira, portátil, realizada sem a supervisão de um técnico; tipo 3 – registro portátil, com no mínimo, 4 de 7 variáveis fisiológicas, incluindo ao menos 2 variáveis respiratórias (fluxo de ar e esforço

respiratório), sinal cardíaco (pulso ou eletrocardiograma) e saturação de

oxihemoglobina(pela oximetria de pulso);tipo 4 – registro portátil, com 1 ou 2 variáveis, incluindo saturação de oxihemoglobina.

Monitorização portátil para o diagnóstico da AOS: a AOS, muitas vezes, é sub

diagnosticada na população geral, pois o diagnóstico é realizado num laboratório específico, através da polissonografia noturna. Por isso, a polissonografia domiciliar, não supervisionada (“registro portátil”), pode ser uma opção viável para avaliar pacientes com suspeita clínica de AOS moderada a grave. Esse método vem sendo usado amplamente em países, como os Estados Unidos da América (13). A avaliação ambulatorial pode ser usada para monitorar o tratamento da AOS, na maioria dos pacientes, quando o acesso à polissonografia de noite inteira é restrito (73).

Dentre os vários tipos de registros portáteis tem-se o Embletta ®, que é um aparelho tipo 2, com vários canais que mensuram o fluxo de ar, através da cânula nasal, conectado a um transdutor de pressão. Esse aparelho estabelece o IAH baseado no tempo de registro, além de detectar o esforço respiratório e abdominal, através de sensores de esforço e de detectar a posição corporal (13). O Embletta ® constitui uma das ferramentas para diagnosticar eventos respiratórios no sono, principalmente nos pacientes com maior chance de ter AOS ou na população com maior prevalência de DRS. O sistema em questão

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é útil para diferenciar os vários tipos de apneias e para obter informações clínicas quanto aos eventos relacionados à posição (14).