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Apesar de o autor afirmar que o clareamento dentário é um procedimento seguro baseado nos resultados por ele obtido muitas controvérsias são observadas em relação aos efeitos adversos produzidos nos tecidos dentários, principalmente no esmalte que é o tecido mais mineralizado do corpo humano tendo em sua composição 37,4% de cálcio e 18,3% de fósforo80. Essa composição altamente inorgânica confere ao esmalte a característica de ser particularmente vulnerável a desmineralização em ambientes ácidos87.

Estudo mostra que os agentes clareadores causam uma desmineralização da estrutura do esmalte, mas que esta é equivalente ou menor do que alguns procedimentos rotineiros de consultório, como a profilaxia e o condicionamento ácido do esmalte. Essa desmineralização é compensada pela exposição à saliva e pela posterior formação de fluorapatita71.

Covington et al.22 afirmam que não há alterações dos radicais livres na composição da superfície do esmalte.

Hunsaker et al.52 estudando os efeitos de sete agentes clareadores caseiros relataram que não houve grandes mudanças na estrutura dos dentes ou em materiais restauradores comuns.

Haywood et al.50 baseados nas suas observações não relataram diferenças na textura da superfície entre as espécies de esmalte tratadas e as de controle.

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* Física – História dos Raios X. Disponível: www.geocities.com\capenaveral/7754/raio- x.htm - Acessado 11\12\2006

Covington et al.22 relataram que o esmalte tratado com agente de peróxido de carbamida de baixo pH mostra uma indiferente erosão superficial sob microscopia eletrônica de varredura. Se o pH do agente clareador caseiro for menor do que cinco, há o potencial para dissolução da dentina e possível sensibilidade dentária.83

Goldstein e Kiremidjian-Schumacher45 concluíram que o clareamento com peróxido de hidrogênio a 30% causa grande mudança estrutural na dentina e esmalte em dentes de ratos.

Reações de radicais livres, gerados pelo peróxido de hidrogênio, não são específicas e podem potencialmente reagir com estruturas orgânicas. Investigações prévias sugerem que esta reação pode levar a ruptura da matriz orgânica do esmalte. O esmalte tem mostrado comportar-se como uma membrana permeável a pequenos íons, após procedimentos de clareamento com peróxido de hidrogênio, devido à degradação e diluição da matriz do esmalte77.

Strassler et al.83 examinando os efeitos adversos do peróxido de carbamida têm mostrado resultados conflitantes e tem focalizado primariamente os danos superficiais para o esmalte. Estes estudos “in vitro” não levam em consideração a remineralização em que pode ocorrer nestes locais depois da exposição à saliva humana.

Haywood51 publicou um artigo de revisão literária e afirma que apesar do mecanismo de ação dos agentes clareadores não serem totalmente conhecidos, os agentes oxidantes removem matéria orgânica sem dissolver a matriz de esmalte desde que não se utilize o produto continuamente por um longo período.

Feinman34, Powell e Bales68 concluíram que as soluções de clareamento não penetram no esmalte e dentina intactos; a exatidão desses métodos usados ainda é questionada.

Seale e Wilson76 concluíram que quanto mais a solução estiver em contato com a superfície do esmalte, maior a profundidade da penetração e maior a quantidade da solução penetrada.

No clareamento com peróxido de hidrogênio em concentrações que variam entre 30 e 35% não há mudanças químicas e estruturais nos radicais do esmalte e dentina, porém os radicais livres gerados pelo peróxido de hidrogênio podem reagir provocando a diluição da matriz do esmalte, ou seja, aumentando a sua porosidade superficial15.

McCracken e Haywood59 mensuraram “in vitro” a quantidade de cálcio perdido pelo esmalte humano exposto ao peróxido de carbamida a 10%, água deionizada e refrigerante à base de cola. A espectrofotometria de Absorção Atômica, método de mensuração utilizado, mostrou os seguintes resultados com relação à perda de cálcio observadas na Quadro 2.

Quadro 2 – Perdas do elemento cálcio

Peróxido de carbamida 10% (I) 1.061 µg\mm2 Refrigerante a base de cola (II) 1.253 µg\mm2

Água deonizada (III) 0.259 µg\mm2

Os raios X são utilizados, na área médica, em radiografias visando o estudo da estrutura óssea e de outros órgãos, devido ao seu alto poder penetrante. Estes raios, inicialmente considerados misteriosos por Röentgen e por isso a denominação do nome de raios X trouxeram grandes aplicações em várias áreas. São utilizados também em tratamentos de lesões malignas, por radioterapia, bem como são usados na detecção de falhas estruturais em materiais como aço, concreto, entre outros. Na microeletrônica, a radiação de raios X se torna essencial para o desenvolvimento das chamadas nano-estruturas, atualmente em moda. No meio científico os raios X são utilizados em diversas áreas com várias finalidades, entre elas na cristalografia, onde se estuda a estrutura interna dos materiais por meio da difração dos raios X23.

Análises de Absorção de infravermelho ou difração de raios X tem tornado técnicas populares para examinar tecidos dentários ou materiais35, 31 e 42.

Oltu e Gürgan63 avaliaram,

“O efeito do agente clareador à base de peróxido de carbamida com dois tipos de agentes clareadores encontrados no mercado (Opalescence® e Nite White®) com três diferentes concentrações (10, 16 e 35%) na estrutura do esmalte. Quarenta terceiros molares humanos foram seccionados em lâminas de esmalte e divididos em quatro grupos. Os espécimes do primeiro e segundo grupo foram submetidos a peróxido de carbamida a 10% e 16% por um período de oito horas por dia durante seis semanas. O terceiro e o quinto grupo foram aplicados peróxido de carbamida a 35% por 30 minutos por dia durante quatro dias, conforme as recomendações do fabricante. O quarto grupo foi utilizado como grupo controle e foi mantido em saliva artificial durante todo período do teste. Ao término do tratamento os espécimes foram examinados por espectroscopia por absorção de infravermelho e por análise por difração de raios X. Pela análise de difração de raios X, são observados no grupo controle os picos característicos da hidroxapatita e fluorapatita. Nos grupos onde foram aplicados agentes clareadores mostrou picos similares aos picos do grupo controle. As alturas dos picos específicos foram diferentes no 35,50 e 370. Picos da apatita mostraram desvios e estes desvios foram maiores na hidroxapatita do que na fluorapatita. O resultado da análise da difração de raios X está de acordo com a análise de infravermelho. Os picos da apatita no 576-605 cm-1 para todos os grupos na análise de espectroscopia de absorção de infravermelho foram similares aos picos vistos na análise de difração de raios X, ou seja, PO4, CO3, hidrocarbono, apatita mostraram desvios dos picos, por causa disto pode implicar em mudanças da composição inorgânica do esmalte.

Os resultados que o peróxido de carbamida a 10% e 16% não mostraram efeitos na estrutura do esmalte, enquanto o peróxido de carbamida a 35% afetou a estrutura. O uso de pequenas concentrações de peróxido de carbamida (10%-16%) é recomendado, já concentrações acima (35%) devem ser evitadas para que não ocorram mudanças no esmalte.”

Cimilli e Pameijer19 avaliaram,

“O efeito de dois agentes clareadores à base de peróxido de carbamida disponível comercialmente (Opalescence e Nite-White), nas concentrações de 10, 15 e 16% na superfície do esmalte. Foi utilizada uma amostra de 110 dentes humanos, tratados durante 5 a 10 dias por um período de seis horas por dia. As mensurações foram realizadas por meio de espectrofotometria e difração de raios X após o teste de microdureza Vickers. Após a análise estatística, concluíram que com a análise de espectrofotometria e difração de raios X na superfície do esmalte houve uma mudança de hidroxapatita para ortofosfato de cálcio para todos os grupos, exceto para o Opalescence a 10% e que houve uma diferença estatisticamente significante entre o grupo tratado e o não tratado para o teste de microdureza. Também constataram a perda de cálcio de superfícies de esmalte clareadas com clareadores à base de peróxido de carbamida nas concentrações 10%, 15% e 16% aplicadas há seis horas por dia durante cinco e dez dias, utilizando três formas de mensurações: Espectroscopia de Absorção de Infravermelho, Espectroscopia de Infravermelho com Transformada de Fourrier e Espectroscopia de Difração de raios X. “

Pugh et al.69

“Avaliaram o efeito do peróxido de hidrogênio no esmalte em dentes humanos, testando a microdureza, alteração pulpar e a sua morfologia, obtida pela análise química de espectroscopia eletrônica. Utilizaram o agente clareador Colgate Platinum Professional Overnight Whitening System® (Colgate Oral Pharmaceuticals, Inc., Canton. MA, USA) (peróxido de carbamida a 10% equivalente a 3,5% de peróxido de hidrogênio) expondo o elemento dentário em três períodos - 30 minutos, 4 horas e 7 horas e concluíram que o peróxido de hidrogênio não afeta a morfologia do esmalte ou a microdureza e há uma recuperação da polpa, pois o peróxido de hidrogênio não inibe as enzimas do tecido pulpar, normalizando a sensibilidade dos dentes.”

O efeito de dois materiais clareadores no esmalte dentário foi avaliado por espectroscopia vibracional. O esmalte de molares humanos foi seccionado paralelamente a junção cemento esmalte, polidos e tratados unilateralmente com agentes clareadores contendo peróxido de hidrogênio a 38% (Opalescence Xtra Boost) ou com peróxido de carbamida a 20% (Opalescence PF 20%). Depois da inclusão da amostra nos agentes clareadores, as estruturas cristalinas e moleculares foram analisadas por espalhamento Raman e mostraram uma atenuação na espectroscopia. Nenhuma diferença foi observada entre o esmalte clareado e o não clareado com os dois diferentes agentes, no qual não apresentaram nenhuma significância estrutural ou química na mudança da apatita do esmalte esperado no clareamento93.

3 PROPOSIÇÃO

É propósito nesse trabalho avaliar o esmalte dentário em dentes pré-molares humanos, “in vitro”, submetidos a aplicação do agente clareador exógeno (Colgate® Simply White), utilizando:

x sistema radiográfico digital direto, por meio da densidade óptica, verificando a possibilidade da perda mineral;

x a difração de raios X, para verificar se houve ou não mudança estrutural.

4 MATERIAL E MÉTODO

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