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3.3 MÉTODOS

3.3.2 Métodos empregados nos concretos

3.3.2.1 Procedimento de mistura dos materiais na produção dos concretos

A mistura do concreto foi realizada em um misturador de concreto tipo planetária orbital da marca CUMFLOW, com capacidade nominal de 280 litros, apresentada na Figura 36, em ambiente de laboratório.

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Figura 36 – Misturador empregado para produção de concreto.

Fonte: Próprio autor.

A sequência de introdução dos materiais no misturador e o tempo de amassamento do concreto obedeceram à seguinte ordem:

 primeiramente, com o misturador parado e previamente umedecido foram adicionados os agregados graúdo e miúdo e parte da água;

 após um minuto de movimentação, seguida de parada do misturador, foi introduzido o cimento.

 após o misturador entrar em movimento, por três minutos, foi adicionado o restante da água, deixando somente uma pequena quantidade para retirar o aditivo adsorvido na superfície interna do Becker. O aditivo superplastificante foi adicionado diretamente no concreto, com o misturador em movimento, durante o início do segundo minuto de amassamento do concreto;

 foram efetuadas paradas intermediárias durante à mistura para retirar agregados e finos impregnados no fundo do misturador;

 a mistura do concreto teve duração de 12 min. Após o término da mistura, foi verificado a autoadensabilidade do concreto por meio de ensaios que avaliam habilidade passante, preenchimento e estabilidade e, também, determinada a massa específica do concreto. Em seguida, foram preenchidas as fôrmas sem a necessidade de adensar o concreto com vibrador, a fim de obter corpos de prova para os ensaios de caracterização do concreto no estado endurecido. A seguir, têm-se algumas etapas da produção do concreto.

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Figura 37 – Etapas da produção do concreto: (a) pesagem dos materiais; (b) mistura dos materiais no misturador de concreto; (c) determinação da massa específica.

Fonte: Próprio autor.

3.3.2.2 Avaliação da autoadensabilidade dos concretos

Para avaliação da autoadensabilidade dos concretos autoadensáveis foram empregados os ensaios de espalhamento pelo cone de Abrams, T500, Anel J, funilV, caixa L, caixa U e coluna de segregação. Os procedimentos, bem como o cálculo dos parâmetros desses ensaios estão detalhadamente descritos no item 2.7.2 do capitulo 2 desta tese. A seguir, tem-se uma síntese dos ensaios empregados para avaliar a autoadensabilidade dos concretos.

a) Espalhamento pelo Cone de Abrams (Slump Flow Test)

Mediu-se o espalhamento do concreto, em duas direções perpendiculares conforme as prescrições da norma NBR 15823-2 (2010). Esse ensaio foi executado após 15 min da adição da água na mistura. A seguir, na Figura 38, ilustra-se a determinação do espalhamento do concreto.

Figura 38 – Determinação do espalhamento do concreto.

Fonte: Próprio autor.

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b) Espalhamento pelo T500 (T500 Slump Flow Test)

O ensaio de T500 é uma forma de avaliar a viscosidade plástica aparente do concreto. Mede- se, então, o tempo que a mistura leva para se espalhar 500 mm conforme as prescrições da norma NBR 15823-2 (2010). Esse ensaio foi executado após 20 min da adição da água na mistura

c) Anel J

O ensaio de Anel - J avalia a habilidade passante do concreto autoadensável. O seu aparato de ensaio é semelhante ao do ensaio de espalhamento (slump-flow), todavia com a inclusão do Anel J. De acordo com ABNT NBR 14823 – 3 (2010), o procedimento de execução do ensaio do Anel J se assemelha ao do ensaio de espalhamento, o qual consiste em obter a diferença do espalhamento médio do concreto sem o anel e com anel, sendo dado em milímetros. Esse ensaio foi executado após 25 min da adição da água na mistura. A seguir, na Figura 39, ilustra-se o ensaio de Anel J.

Figura 39 – Determinação da habilidade passante do concreto por meio do Anel J.

Fonte: Próprio autor.

d) Funil V (V-Funnel Test)

O ensaio serve para medir a fluidez ou viscosidade plástica aparente do concreto. Portanto, mediu-se o tempo necessário para que 12 litros de material pudesse fluir através do funil, conforme as orientações da norma NBR 15823-5 (2010). Esse ensaio foi executado após 30 min da adição da água na mistura do concreto. A seguir, na Figura 40, está ilustrado a determinação da viscosidade plástica aparente pelo ensaio do funil V.

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Figura 40 – Determinação da viscosidade plástica aparente por meio do ensaio de funilV.

Fonte: Próprio autor.

e) Caixa em L (L-Box Test)

Este ensaio mede a habilidade de preenchimento do concreto simultaneamente com a sua habilidade de passar por obstáculos, permanecendo coeso. Mediu-se então as alturas H1 e H2 após o escoamento. O valor obtido foi a razão entre H2 e H1 que deve se situar entre 0,8 a 1,0. Este ensaio foi executado conforme NBR 15823-4 (2010), no instante 32 min após a adição da água na mistura do concreto. A seguir, na Figura 41, está apresentada a determinação da habilidade passante do concreto por meio do ensaio de caixa L.

Figura 41 – Determinação da habilidade passante do concreto por meio do ensaio de caixa L.

Fonte: Próprio autor.

f) Caixa em U (U-Box)

Este ensaio avalia a capacidade do CAA passar através da armadura por meio de uma simulação com barras da armadura, estreitamente espaçadas. O ensaio consiste em preencher com concreto de um lado do aparato em forma de U e, em seguida, após abertura da comporta verificar a

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habilidade passante desse concreto. Para isso, mede-se alturas R1 e R2 de cada coluna do aparato U e faz-se a diferença dessas alturas, que não deve ultrapassar 30 mm. Esse ensaio foi executado conforme a recomendação da EFNARC (2005), no instante 34 min após a adição de água na mistura. A seguir, na Figura 42, está ilustrada a determinação da habilidade passante do concreto por meio do ensaio de caixa U.

Figura 42 – Determinação da habilidade passante do concreto por meio do ensaio de caixa U.

Fonte: Próprio autor.

g) Coluna de segregação

A resistência à segregação é definida pela diferença percentual entre a quantidade de agregado graúdo retida da base e do topo da coluna de segregação. Este ensaio foi executado conforme a prescrições da norma ABNT NBR 15823-6 (2010), no instante 40 min após a adição de água na mistura. Cabe destacar que a coluna de segregação foi preenchida com concreto no instante que se executava o ensaio de T500. Isto foi necessário, pelo fato do ensaio de coluna de segregação exigir o descanso de 20min do concreto na coluna. A seguir, na Figura 43, está ilustrado o ensaio de resistência à segregação.

Figura 43 – Determinação da resistência à segregação do concreto por meio do ensaio de coluna de segregação: (a) coluna de segregação preenchida com concreto; (b) retirada da argamassa; (c) redução

do excesso de água na superfície dos agregados; (d) pesagem dos agregados.

Fonte: Próprio autor.

81 3.3.2.3 Caracterização reológica dos concretos

Quanto aos parâmetros reológicos dos concretos, foram obtidos os parâmetros de tensão de escoamento e viscosidade plástica por meio de equações matemáticas propostas por Sedran e De Larrard (1999), as quais estão apresentadas nas Equações 18 e 19. Estas equações foram adotadas por dois motivos principais: pela necessidade do emprego de parâmetros de autoadensabilidade do concreto e por se tratar de modelos matemáticos consolidados no meio científico.

3.3.2.4 Caracterização no estado endurecido

No estado endurecido, procedeu-se à caracterização mecânica somente dos concretos por meio de resultados de resistência à compressão e de módulo de elasticidade estático aos 28 dias de idade. O ensaio de resistência à compressão seguiu as orientações da ABNT NBR 5739 (1994), enquanto o ensaio de módulo de elasticidade seguiu as orientações da ABNT NBR 8522 (2008). Adotou-se corpos de prova cilíndricos de dimensões 10 cmx20 cm, os quais foram submetidos à cura úmida até o dia do ensaio. Em seguida, as bases desses corpos de prova foram retificadas com disco diamantado, tornando as bases regulares, e, assim, os corpos de prova ficaram aptos para serem submetidos aos ensaios mecânicos.

Quanto à execução dos ensaios, foram destinados 3 corpos de provas para resistência à compressão e 3 corpos de prova para módulo de elasticidade. A seguir, na Figura 44, está ilustrada a determinação das propriedades mecânicas de resistência à compressão e módulo de elasticidade, por meio de uma prensa EMIC DL30000, no Laboratório de Ensaio de Materiais da Universidade de Brasília.

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Figura 44 – Determinação das propriedades mecânicas do concreto. (a) Resistência à Compressão; (b) Módulo de Elasticidade.

Fonte: Próprio autor.