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MÉTODOS Esta pesquisa, de carácter exploratória e transversal, foi aprovada

No documento FLAVIANA CAMARGO AVERNA VILELA (páginas 49-54)

pelo Comitê de Ética sob número 0017/2005 (Anexo1).

Para coleta de dados foi selecionado, como local, a Unidade Básica

de Saúde, mais especificamente as seis Unidades Básicas de Saúde da Família de São Paulo, das regiões Leste e Sudeste, que contam com o serviço fonoaudiológico.

Os sujeitos desta pesquisa foram os fonoaudiólogos responsáveis pelo serviço prestado em todas essas Unidades, que implantaram o Programa de Atenção à Pessoa Portadora de Deficiência do Município de São Paulo. Dos nove fonoaudiólogos, três não participaram desta pesquisa: dois, por terem ingressado no programa há menos de três meses, e por isso não tinham estruturado o funcionamento do serviço e estavam, naquele momento, conhecendo a demanda e analisando o território; e o terceiro, por ser a própria pesquisadora deste trabalho. Assim, foram seis os sujeitos desta pesquisa, todos com experiência no atendimento em promoção da saúde, em média de seis (mínima) a sete anos (máxima).

O instrumento utilizado nesta pesquisa foi a entrevista, com o objetivo de levantar os princípios e métodos utilizados nas ações e a postura do profissional da saúde, no caso, o fonoaudiólogo.

As entrevistas com cada fonoaudiólogo, individualmente, não tiveram um tempo de duração preestabelecido e foram realizadas de forma semi- aberta, conduzida por quatro questões: 1.“Explique o funcionamento do

usuário e as ações que você oferece ao usuário com demanda de voz”; 2.“E quando chega um usuário com uma demanda de voz que não cabe nas ações preestabelecidas (por exemplo: se chega um usuário cuja necessidade não está contemplada nesse funcionamento) o que você faz?; 3.“O que você entende por promoção da saúde?; 4.“Das ações que você detalhou onde você visualiza o trabalho com promoção da saúde?”

Sempre que necessário foi solicitado o detalhamento do que era falado. Como procedimento de coleta de dados, inicialmente foi realizada uma entrevista piloto com o intuito de adequar a forma de conduzir a entrevista. Depois da análise dessa fase, os ajustes em relação ao tempo de realização e forma de condução da pesquisadora, no momento da entrevista, foram considerados e iniciada a coleta de dados propriamente dita.

As entrevistas foram registradas em gravador W-813, com a utilização de fitas BASF FS-60, depois da entrega do termo de livre consentimento (Anexo II) para leitura e ciência quanto à participação nesta pesquisa. A seguir foram realizadas as entrevistas com cada fonoaudiólogo.

A transcrição das entrevistas (Anexo III) foi realizada logo após a realização das mesmas. A seguir, para facilitar o entendimento do leitor, e posterior análise, os elementos redundantes e os estereótipos de apoio foram retirados.

A análise dos dados priorizou a atuação fonoaudiológica nas instituições, desde a entrada do usuário até as ações que oferecem, com destaque aos conceitos de promoção da saúde citados pelos entrevistados.

Após a leitura das entrevistas, para auxiliar na visualização e compreensão por parte do leitor, sobre o funcionamento dos serviços fonoaudiológicos analisados, de cada serviço foi feito um fluxograma descritor, ou seja, um registro que contou com notações gráficas, baseado na proposta de FRANCO (2003). Assim, foram elaborados seis fluxogramas, cada um representando um fonoaudiólogo entrevistado, apresentado pela letra F, seguida dos números de 1 a 6.

As ações desenvolvidas pelos entrevistados foram grafadas em forma de retângulos e ligadas por flechas que conduzem o leitor para a visualização do caminho do usuário no serviço. Três cores diferentes foram utilizadas: verde, rosa e amarelo. As ações grafadas na cor verde são aquelas desenvolvidas habitualmente pelo fonoaudiólogo na Unidade; a cor rosa corresponde àquelas criadas a partir de uma necessidade do usuário, que não eram contempladas pelo serviço; e por último, na cor amarela, as ações realizadas por outros profissionais da mesma Unidade ou em outras Instituições, para as quais o fonoaudiólogo também encaminha, dependendo da demanda do usuário.

Esses fluxogramas procuraram desenhar o caminho do usuário no serviço fonoaudiológico e, assim, registrar as diversas variações do mesmo, de acordo com a demanda da comunidade local, da flexibilidade do profissional em oferecer e buscar satisfazê-lo.

Os resultados foram discutidos considerando o fluxo do usuário nos seis serviços.

Após várias leituras do material coletado, com base na literatura que destaca o que vem a ser um trabalho de atenção integral à saúde e apoiado na recorrência de alguns aspectos presentes no discurso dos entrevistados, foram criadas categorias desses aspectos mais relevantes, a saber: trabalhar em equipe; olhar para a demanda da população local; utilizar recursos da Unidade e comunidade e realizar parcerias intersetoriais; potencializar a escuta e o vínculo com o usuário, para auxiliá-lo a ser responsável por sua saúde e autocuidado; flexibilidade do profissional para criar ações a partir das necessidades do usuário; conceituar promoção da saúde.

Os resultados e a discussão foram baseados nos fluxogramas descritores, acrescidos da análise dessas categorias, confrontados com a literatura.

Finalizando, numa última leitura buscou-se a definição do que vem a ser promoção da saúde, na opinião dos entrevistados, mais uma vez em confronto com a literatura, contrapondo o que o fonoaudiólogo pensa e o que desenvolve, na prática, sobre esse assunto.

Optou-se por, num primeiro momento, apresentar, no capítulo de Resultados, o fluxograma descritor de cada entrevistado, seguido de explicação de como funciona seu serviço na Unidade de Saúde. Para ilustrar, alguns recortes das falas dos entrevistados foram trazidos e identificados ao final pelo número da(s) linha(s), apresentado entre parênteses, correspondente à transcrição apresentada ao final desta dissertação (Anexo III).

Na seqüência (capítulo de discussão), serão analisadas as seis categorias referidas anteriormente, finalizadas pela conceituação do termo promoção da saúde.

4. RESULTADOS

No documento FLAVIANA CAMARGO AVERNA VILELA (páginas 49-54)