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Os métodos e técnicas utilizadas abaixo apresentadas são na sua maioria de natureza qualitativa, sendo que a abordagem quantitativa foi utilizada sobretudo para a análise estatística.

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Assim, ao longo deste projeto foram privilegiadas técnicas como: a observação direta e participante, a conversa informal, o inquérito por questionário, a entrevista semiestruturada, a análise documental (análise de documentos e pesquisas bibliográficas) e as notas de diário de bordo. A sua utilização foi transversal a todo o projeto complementando-se em função das necessidades metodológicas. Numa fase inicial possibilitaram o conhecimento da instituição e do fenómeno em estudo contribuindo para a construção de um diagnóstico de necessidades adequado à realidade. Posteriormente as diferentes técnicas possibilitaram a adequação da intervenção e na fase final permitiram identificar o impacto da intervenção.

A escolha do método de colheita de dados deve ser feita em função do que se pretende investigar, devendo por isso haver um conhecimento prévio de todos os instrumentos acessíveis.

As técnicas podem ser definidas como “um instrumento de trabalho que viabiliza a realização de uma pesquisa, um modo de se conseguir a efectivação do conjunto de operações em que consiste o método, com vista à verificação empírica” (Pardal & Correia, 1995, p. 48).

A análise documental foi transversal a todo o projeto e na fase inicial contribuiu para a caraterização da instituição e fundamentação teórica da temática. É uma técnica de recolha e verificação de dados que complementa informações obtidas por outras técnicas e que permite o acesso a fontes de informação pertinentes, tornando-se deste modo o primeiro passo para a obtenção de informação. Como defende Moreira (2007, p. 153) “O uso da informação disponível, qualquer que seja o seu carácter documental é praticamente indispensável em investigação social”. A análise da informação é praticamente simultânea à sua recolha, o que pressupõe uma reflexão sistemática sobre os documentos que vão sendo recolhidos e selecionados. Só através do levantamento, análise e reflexão destes documentos me foi permitido realizar uma contextualização mais detalhada e fundamentada da instituição e da temática em estudo, nomeadamente sobre as questões que envolvem os enfermeiros e a sua atuação no aleitamento materno.

Também a observação direta e participante decorreram ao longo de todo o período na instituição e numa fase inicial permitiram uma aproximação aos utentes no seu contexto. Segundo Iturra (1986, p. 149) esta é uma estratégia de recolha de dados que pressupõe “ […] o envolvimento directo do investigador com o grupo social que estuda dentro dos parâmetros das próprias normas do grupo.” O contato estabelecido através da observação participante permitiu ter acesso a informações privilegiadas e criar uma relação de proximidade e de confiança. Este método permitiu ainda a possibilidade de captar no momento os comportamentos, acontecimentos e a veracidade dos mesmos e as dificuldades visto que não recorre a pessoas ou a documentos escritos, ainda que este método

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seja complementado com outros. Em relação à observação participante, Moreira (2007) define que a mesma, na intervenção social e num sentido restrito, assenta, por um lado, na busca de realismo, e, por outro lado, na reconstrução de significados em que o investigador junta à sua perceção o ponto de vista do público-alvo.

O caráter informal associado a esta técnica permitiu a colocação de várias questões que respondiam a anseios pessoais, perceber algumas dificuldades e interesses e ainda a confirmação de informação obtida através de outras técnicas como a análise documental e as conversas informais.

As conversas informais revelaram-se um excelente instrumento de pesquisa, pois possibilitaram a obtenção de informações importantes para o diagnóstico de necessidades/ interesses. Este método permitiu um melhor conhecimento dos atores sociais bem como uma maior proximidade com determinantes socioculturais do contexto em estudo. Foram importantes numa primeira fase para o levantamento de necessidades e numa segunda fase como um complemento na apreciação das atividades implementadas.

O diário de bordo revelou-se um excelente aliado, no sentido em que nele se descreveu tudo o que se passou no decorrer da investigação. Permitiu registar de uma forma sistemática todas as informações, observações, ideias, estratégias e reflexões. No fundo, o diário de bordo é, um relato escrito de tudo o que o investigador experiencia no decorrer do projeto (Bogdan& Biklen, 1994).

Foi ainda utilizado o inquérito por questionário e para Fortin (1999, p. 249), “ é um dos métodos de colheita de dados que necessita das respostas escritas a um conjunto de questões por parte dos sujeitos”.

O questionário consiste num conjunto de questões elaboradas, que são apresentadas a uma conjunto de pessoas inquiridas, relativas à sua situação social, profissional ou familiar, às suas opiniões, à sua atitude em relação a opções ou a questões humanas e/ou sociais, às suas expetativas, ao seu nível de conhecimentos ou de consciência de um fenómeno ou problema, ou ainda sobre qualquer outro ponto de interesse dos investigadores (Quivy & Campenhoudt, 1998). Uma das grandes vantagens é privilegiar o anonimato facilitando a capacidade resposta, que verbalmente poderia causar alguns constrangimentos. O inquérito por questionário foi utilizado e aplicado ao longo de todo o processo de intervenção e na fase inicial com o intuito de recolher as informações necessárias ao diagnóstico de necessidades, na fase de implementação como apreciação em relação às atividades

desenvolvidas permitindo deste modo um feed back e na fase final como avaliação do projeto. Optei

pela utilização de questionários semiestruturados uma vez que tinha questões abertas, fechadas e semiabertas.

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Como instrumento de colheita de dados, foi ainda utilizada a entrevista semiestruturada. Permite a obtenção de informações ricas e diversificadas, caracterizando-se, por uma lado, pela relação direta que se estabelece entre o investigador e o participante e, por outro, pela fraca diretividade exercida pelo investigador (Quivy & Campenhoudt, 1998).

Segundo Fortin (1999, p. 247), a entrevista semiestruturada é “aquela em que a formulação e a sequência das questões não são predeterminadas, mas deixadas à descrição do entrevistador”, ou seja, não é necessário haver uma ordem ou forma de colocar as questões, havendo, no entanto, um guião com as principais linhas orientadoras dos temas a abordar.

Numa fase inicial do projeto foi aplicada uma entrevista semiestruturada à acompanhante na instituição (Apêndice 1), no sentido de perceber quais as expectativas iniciais relativamente ao projeto e de que forma se iria conduzir a dinamização do mesmo. Na fase final possibilitou avaliar a intervenção do projeto em jeito de balanço, com as devidas alterações efetuadas ao longo do tempo, bem como da sua apreciação geral (Apêndice 2). Permitiu uma interação entre o entrevistado e o entrevistador, criando um ambiente de empatia e facilitando o aparecimento de informações espontaneamente, bem como captação de tensões e perspetivas individuais.

Após a aplicação dos questionários e da entrevista foi necessário proceder à sua análise. A análise de conteúdo é uma das técnicas mais comuns nas ciências sociais e segundo Bardin (2009, p. 33) “é um conjunto de técnicas de análise das comunicações”. Pretendeu-se com a aplicação deste técnica compreender criticamente o conteúdo das informações, uma melhor interpretação e compreensão dos discursos mas também articulá- los entre si identificando pontos em comum ou pontos de divergência.

Foram ainda utilizados registos fotográficos das atividades elaboradas que perpetuaram a participação dos utentes.

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