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4.2.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Trata-se de um estudo de tendência temporal com um corte transversal, realizado no ano de 2011, e comparado aos precedentes, realizados nos anos de 2001 e 2005, para avaliação da anemia, da desnutrição e da obesidade.

4.2.2 CÁLCULO DA AMOSTRA

A amostra foi calculada com base no número de crianças regularmente matriculadas em período integral nas 25 creches do Distrito Leste de Belo Horizonte - MG, de acordo com os anos avaliados (2001, 2005 e 2011). Para o cálculo da amostra, empregaram-se os seguintes valores de referência para estimativa da anemia nas crianças: prevalência da anemia estimada em 30%, precisão de 5%, intervalo de confiança de 90% e um acréscimo de 20% para compensar possíveis perdas. Dessa forma, o N amostral calculado foi de 165 crianças. Para a realização desse cálculo, empregou-se o software EPI-INFO versão 6.042.

A seleção das crianças foi feita por meio de sorteio, utilizando o programa Excel 2003. Considerou-se o número de crianças matriculadas em cada creche. As crianças ausentes, no dia da avaliação, foram substituídas por crianças do mesmo gênero e da mesma faixa etária, subsequentes no Diário de Classe das creches.

4.2.3 COLETA DE DADOS

Os pesquisadores coletaram os dados com o auxílio de estagiários participantes da pesquisa. Para a coleta de 2011, selecionaram-se estagiários do curso de Nutrição da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC Minas e bolsistas de iniciação científica dos cursos de Nutrição e de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A coleta dos dados foi realizada de agosto a dezembro de 2011. Inicialmente, foram colhidos dados de identificação como nome, gênero, idade. Em sequência, realizaram-se a avaliação antropométrica de peso e de estatura das crianças e a avaliação bioquímica para dosagem de hemoglobina capilar, conforme descritas abaixo. Posteriormente, os dados da avaliação bioquímica foram avaliados e as fichas de encaminhamento das crianças aos centros de saúde de referência do Distrito Sanitário Leste foram montadas e entregues aos pais das crianças.

Para a avaliação dos dados socioeconômicos e maternos, os pais e os responsáveis pelas crianças preencheram os questionários solicitados (APÊNDICE 3). Os pais que não compareceram, no dia do preenchimento dos questionários, foram entrevistados por telefone. Alguns questionários foram encaminhados para os domicílios das crianças e devolvidos para a creche.

4.2.4 AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA

A nutricionista do estudo realizou a aferição do peso e da estatura das crianças com o auxílio dos estagiários mencionados. Para a aferição, empregaram-se os critérios estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde3.

Para a obtenção do peso corporal, as crianças usavam o mínimo de roupas possível. As crianças menores de 24 meses foram pesadas no colo da estagiária. Depois, o peso da estagiária era descontado do peso total. Verificou-se o peso em balança digital, eletrônica, com capacidade para 150kg e com divisão de 100g. O comprimento das crianças menores de 24 meses foi medido pelo

antropômetro (modelo Altura Exata). As crianças com idade superior a 24 meses foram medidas em pé e descalças, após adaptação do antropômetro para estadiômetro3,4.

O estado nutricional foi avaliado por meio dos índices peso por idade (P/I), peso por estatura (P/E), estatura por idade (E/I) e índice de massa corporal por idade (IMC/I). A categorização da criança foi definida como eutrofia, para as crianças com medidas entre +2 e -2 z-score, desnutrição, para medidas inferiores a -2 z-score, e obesidade, para medidas iguais ou superiores a +2 z-score (OMS, 2006)12. As curvas de crescimento da OMS (2006)5 foram utilizadas como referência por meio do programa WHO Anthro versão 3.0.1.6.

4.2.5 AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA

Para avaliação da anemia, colheu-se amostra de sangue em microcuvetas descartáveis por punção capilar. A concentração de hemoglobina é medida por meio do fotômetro portátil (hemoglobinômetro) da marca Hemocue®. Esse equipamento usado para dosagem da hemoglobina vem sendo recomendado para estudos populacionais devido à utilização de pequeno volume sanguíneo (20 μL). Assim, o equipamento constitui uma técnica menos invasiva. Consideraram- se anêmicas as crianças com idade entre 6 e 60 meses com hemoglobina inferior a 11,0 g/dL e as crianças com idade superior a 60 meses com hemoglobina inferior a 11,5 g/dL (WHO, 2001)7.

4.2.6 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO

Os critérios de inclusão das crianças no estudo foram: a permanência nas creches em período integral e a assinatura pelos pais do TCLE. Já os critérios de exclusão foram: a presença de manifestações clínicas de doença aguda (diarréia,

febre, vômitos, etc.) no dia da avaliação, bem como crianças com idade menor do que seis meses, diante do ponto de corte estabelecido para definição de anemia.

4.2.7 ANÁLISES ESTATÍSTICAS

As análises estatísticas realizadas para a tendência da anemia, da desnutrição e da obesidade foram o Teste Qui-Quadrado e, quando necessário, o Teste Exato de Fischer8. Para as associações significativas, foram calculadas as respectivas razões de chances (OR - Odds Ratio). Para selecionar os fatores que influenciaram no estado nutricional das crianças, foi aplicado o método Stepwise9. Esse método é um dos mais utilizados para seleção de variáveis no contexto de análise de regressão. O método Stepwise pode ser considerado uma mescla dos métodos Backward e Forward. Para o método Foward, utilizou-se uma análise univariada por meio do Teste Exato de Fisher. Adotou-se um nível de significância de 25% para esse método. As variáveis selecionadas pelo método Foward entraram na Regressão Multinominal Logística Multivariada10,11. Nessa etapa,

aplicou-se o método Backward. Para esse método, adotou-se um nível de 5% de significância. O software utilizado foi o R versão 2.15.3.12

4.2.8 ASPECTOS ÉTICOS

O estudo recebeu aprovação da Câmara Departamental do Departamento de Pediatria e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais – COEP, nos anos estudados, conforme Parecer ETIC 123/00, ETIC 273/04 e 602/10 (ANEXOS 1, 2, 3).

O estudo também recebeu aprovação da Secretaria Municipal de Educação por meio de carta favorável à execução do trabalho (ANEXO 4). Além disso, foram adotadas condutas para esclarecimentos aos pais ou responsáveis pelas crianças sobre os objetivos da pesquisa. Se os pais concordassem em participar

do trabalho, precisavam apresentar uma autorização por escrito. Os dados de identificação da criança foram mantidos em sigilo. Os responsáveis pelas crianças tiveram acesso aos resultados dos exames e, quando necessário, receberam encaminhamento ao centro de saúde de referência.

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