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Existe uma tendência de classificar uma rede social da mesma maneira do que uma mídia social ou digital. Quando se pensa em rede social, é quase automático relacionar o termo com comunidades digitais como Facebook, Twitter, Instagram, entre outros. Todavia, essa é apenas uma das possíveis vertentes de uma rede social. Segundo Altermann (2010), “Uma rede social é um grupo de pessoas que têm algum nível de relação ou interesse mútuo”. Dessa maneira, qualquer grupo social com interesse em comum e que interajam entre si pode ser uma rede social, um grupo de amigos num parque pode ser uma rede social, assim como um grupo de conversa em um aplicativo de mensagens.

Essa tendência em reduzir o significado de rede social unicamente ao meio digital tende a aparecer inclusive em dicionários. Segundo o Dicionário Aurélio (2014), rede social é: “conjunto de relações e intercâmbios entre indivíduos, grupos ou organizações que partilham interesses, que funcionam em sua maioria através de plataformas da Internet.”. O Aurélio deixa claro que rede social é um conjunto de relações entre pessoas que compartilham de interesses, e frisa que isso ocorre principalmente por plataformas da internet, mas mesmo assim, explica como uma rede social pode ser mais ampla do que apenas na internet.

Portanto, delimitamos a rede social como um fenômeno que ocorre também fora da internet, e a mídia social, um acontecimento único da rede mundial de computadores. Apesar de o conceito de mídia social ser relativamente novo, pode-se encontrar a explicação para seu poder de disseminação de informação em uma época mais remota. Castells (1999) define cinco pontos os principais motivos pelos quais a internet tem uma rápida aceitação, em um esquema que o autor definiu como Paradigma da Tecnologia da Informação. O primeiro ponto é a relação dessa tecnologia com a informação. Se antes, informações agiam sobre as tecnologias, agora, com a internet, a tecnologia age sobre a informação. A maneira como a nova tecnologia penetra nas vidas das pessoas é o segundo ponto. Uma vez que a informação é essencial para a vivência humana, a possibilidade da tecnologia influir

sobre a informação, ela moldará novos hábitos. O terceiro ponto refere-se a capacidade da estrutura de se adaptar às novas formas de interação, mesmo que essas não sejam previsíveis. A flexibilidade é o quarto ponto. Como afirma Castells (1999, p.109) “Não apenas os processos são reversíveis, mas organizações e instituições podem ser modificadas, e até mesmo fundamentalmente alteradas, pela reorganização de seus componentes” O autor, todavia, frisa que essa liberdade de flexibilização pode ser maléfica, tornando-se uma força repressiva. Por último, como quinto ponto, o que o autor define como “crescente convergência de tecnologias específicas para um sistema altamente integrado”, nesse ponto, Castells explica que tecnologias ultrapassadas não podem ser desassociadas de inovações. O novo não pode viver sem o antigo, tudo evolui de forma conjunta.

Sabendo, então, o porque da fácil adesão que a internet provoca, e, portanto, o motivo de mídias sociais nascerem, crescerem e evoluírem de forma tão rápida, devemos entender a que essa rápida adesão levou, no que se refere a suas implicações no modo como as pessoas se comunicam e se expressam.

Um dos pontos a serem levados em consideração quando falamos em comunicação e mídias sociais, é o fenômeno conhecido como autocomunicação das massas. Para Molina, esse é um conceito fundamental quando a internet e a comunicação são objeto de estudo.

O conceito de autocomunicação em massa refere-se a capacidades dos sujeitos de interagirem entre eles mesmos e formar redes de comunicação que possibilitem compartilhar informações e está atrelada ao alcance de uma audiência global, como ao colocar um vídeo no YouTube, a criação de um blog ou até mesmo o envio de um e-mail a diversos destinatários. (MOLINA, 2013, P.10)

Ainda para a autora, a autocomunicação das massas permite a qualquer pessoa organizar seu espaço, criar sua mensagem e disseminar para outras pessoas, aumentando assim seu poder e autonomia. Esse é um claro exemplo de como as mídias sociais influem nas relações de poder. Ora, se antes uma marca era quem detinha o direito a mensagem, e cabia unicamente ao consumidor ouvi-lá e acatá-la ou não, hoje, esse mesmo consumidor tem direito a uma resposta instantânea, que pode ser ouvida, compartilhada e discutida com outros consumidores. Isso influencia diretamente na lógica da comunicação entre marca e

consumidor. Para exemplificar, utiliza-se o exemplo da maior mídia social da atualidade:

o Facebook e outras redes de relacionamento social facilitam uma forma específica de interação social online, criando uma teia em constante expansão de relacionamentos sociais caracterizados por graus variáveis de familiaridade e profundidade e pelo intercâmbio de informação – mensagens, fotos, últimas notícias etc. – que podem estar disponíveis para outras pessoas com vários níveis de restrição (THOMPSOM, APUD MOLINA, 2013, p. 11)

Portanto, entende-se que, com as mídias sociais, muda-se a forma de pensar e comunicar, uma vez a internet democratizou o acesso à informação, e, também, de opinião. Independentemente da mídia, podendo ser Facebook, Instagram, YouTube, Twitter, Linkedin, entre outras, cabe ao profissional da comunicação entender suas particularidades e aplicações, uma vez que, se usadas corretamente, as mídias sociais poderão impactar de maneira muito positiva qualquer marca. Assim, Cruz (2010, apud, Fonseca; Gaudêncio; Lacerda) afirma que, apesar de suas diferenças de lógica, público e concepção, as finalidades das mídias sociais, no fim, serão as mesmas: gerar interação através de suas redes virtuais.

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