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5 PERSPECTIVAS PARA A FORMAÇÃO DE GESTORES DA SEE/PE

5.9 Módulo 9: Tecnologias a Serviço da Educação e Gestão

O módulo IX trata das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) como forma de potencializar a parte administrativa e pedagógica das escolas estaduais. Dividido em quatro temas correspondentes às TICs, o módulo subdivide-se em: TICs na educação e na gestão escolar democrática; contribuição das tecnologias para a melhoria da qualidade do ensino; ética e tecnologias da informação e comunicação como princípios da educação e da gestão escolar democrática; e, tecnologia na educação como política pública em Pernambuco.

No primeiro tema, “TICs na educação e na gestão escolar democrática”, após algumas citações de Kenski (2008)40 sobre o tema, o módulo faz um chamamento aos cursistas e apresenta os seus propósitos, baseados nos princípios que alicerçam a política de modernização da gestão.

É nesse propósito, portanto, que esperamos que você aceite o nosso convite de, nessa fase de sua formação em Gestão Escolar, experimentar a diversidade tecnológica do século XXI, tendo em vista o seu êxito profissional, na gestão, monitoramento, avaliação e educação em valores humanos, visando à implantação de políticas públicas educacionais voltadas para o sucesso dos estudantes, objetivo explícito do Programa de Formação Continuada de Gestores Escolares de Pernambuco (PROGEPE). (PERNAMBUCO, 2012i, p. 7, grifo nosso).

Após apresentar o propósito dessa etapa do curso, é feito um breve histórico e elencados alguns estudos sobre a utilização de computadores em escolas, mostrando que, dentro desse processo da gestão escolar, as TICs devem ser utilizadas de forma crítica e ética “no sentido de instrumentalizar o trabalho administrativo-pedagógico para a efetiva construção e democratização dos conhecimentos, e com intenções de colocar esses conhecimentos como base da formação cidadã” (PERNAMBUCO, 2012i, p. 9).

Ainda nesse tema norteador são apontadas as TICs como mecanismo para democratizar a gestão da escola e o seu relacionamento com os segmentos externos. Nesse

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intuito de aproximação, é sugerido aos cursistas que por meio de um blog a gestão da escola pode alcançar a comunidade mostram as suas vantagens. O módulo considera um blog como o diário da escola virtual, que pode agregar grande visibilidade à gestão democrática, por ser de domínio público, permitindo que outros o acessem e conheçam o processo de construção da história da nossa escola, os processos de aprendizagem, a comunidade escolar, o PPP, eventos, infraestrutura, e tudo mais que se quiser e desejar publicar nele (PERNAMBUCO, 2012i).

O módulo sugere um tutorial para a apresentação dos futuros diretores em reuniões com a comunidade, fazendo uma crítica a slides mal feitos ou mal apresentados, determinando, inclusive, o padrão de apresentações de PowerPoint para os futuros diretores. Em seguida, na abordagem sobre a utilização de e-mails corporativos pelos futuros diretores são apresentadas algumas diretrizes que devem ser seguidas, afim de que se torne hábito alguns procedimentos:

Responder a todos. Se enviarmos uma mensagem a vários destinatários, num grupo de interesses comuns, como é o grupo gestor, o assunto é de interesse comum e as considerações feitas pelos diversos membros da equipe em relação ao assunto da mensagem também são de interesse comum. Assim, no e-mail de gestão da nossa escola, não devemos nos esquecer de orientar todos os participantes do grupo de emails que, ao responderem às mensagens, sempre cliquem em responder a todos;

Nunca enviar ou encaminhar mensagens que não sejam do interesse comum do grupo, que em nosso caso é a Gestão Escolar da nossa escola. Entendendo a escola como instituição social e com o propósito de uma Educação de qualidade social, é certo que muitos assuntos podem ser bem-vindos ao grupo, afinal, a comunidade escolar vai muito além da escola! No entanto, correntes e mensagens envolvidas em interesses e crenças pessoais ou alheios aos do grupo devem ser sempre evitadas;

Ler regularmente as suas mensagens que chegam pelo e-mail. Podemos até estabelecer um período máximo para acesso às mensagens;

Responder às mensagens, não somente para darem conhecimento do seu assunto, mas para interagirem com todos, no sentido de ampliar a discussão também por email (PERNAMBUCO, 2012i, p. 15).

O segundo tema, “contribuição das tecnologias para a melhoria da qualidade do ensino” dá continuidade à temática do módulo anterior, voltando-se para o que as TICs podem contribuir para a aprendizagem. Mostra-se aos cursistas que a internet pode ser uma aliada como uma rica fonte de pesquisas, no entanto, são advertidos alguns cuidados a serem tomados: refinar a pesquisa em sites como o Google; buscar sites confiáveis e evitar plágio na hora de apresentar o que se pesquisou.

O terceiro tema, “ética e tecnologias da informação e comunicação como princípios da educação e da gestão escolar democrática”, faz algumas citações sobre a questão da ética, como também faz um chamamento para que o futuro gestor utilize o computador de forma que seu trabalho seja pautado nos princípios humanísticos.

O quarto tema, “tecnologia na educação como política pública em Pernambuco”, discute o principal objetivo da utilização das tecnologias da informação pela SEE, que abrangeria “além da parte pedagógica, o acompanhamento das informações gerenciais com o uso da informática possibilita a tomada de decisões adequadas para a melhoria nos indicadores educacionais” (PERNAMBUCO, 2012i, p. 37).

Nessa parte do módulo, observamos, mais uma vez a veiculação de propaganda das ações do governo do estado para a educação. São apresentadas como fatos as narrativas governamentais sobre os seguintes programas: Olimpíadas de Jogos Digitais e Educação (OJE), robótica, Escolas-Wifi, Professor Conectado, internet banda larga, PC tabletes para estudantes, Sistema de Informações Educacionais de Pernambuco (SIEPE). Trata-se esta última ação de um dos principais mecanismos de controle do governo do Estado de Pernambuco sobre o trabalho dos gestores escolares: “o SIEPE possibilita à Secretaria de Educação (SE) acompanhar o comportamento dos indicadores educacionais e tomar decisões seguras para a correção de rumos, assegurando o cumprimento das metas de melhoria da qualidade da educação estabelecidas pelo governo” (PERNAMBUCO , 2012i, p. 39 - 40).

O cursista é levado a aceitar o SIEPE, sob a retórica de inclusão digital, como algo que seja bom para a sua atuação como gestor. Assim, afirma o módulo: “O SIEPE corrobora com a inclusão digital e a criação de uma cultura tecnológica, além de uma maior integração entre escola e comunidade, através da disponibilização de um ambiente colaborativo, da implantação de sistema de gestão escolar e do gerenciamento de programas e metas”. (PERNAMBUCO, 2012i, p. 40).

Observamos que, nesses últimos módulos, as políticas de modernização da gestão ficaram mais evidentes no curso. A cada módulo são introduzidos mais elementos que configuram a concepção gerencial da gestão proposta pelo governo estadual. No módulo “Competências e Gestão de Pessoas”, ficará mais notório o direcionamento para práticas empresariais na educação pública.