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Módulo versus estruturas dos telhados

No documento Aquecedor solar de água integrado ao telhado (páginas 137-152)

3.8 PROJETO DO AQUECEDOR SOLAR

3.8.2 Módulo versus estruturas dos telhados

3.8.2.1Telhados com telhas cerâmica portuguesa e romana

Há uma variedade de modelos de telhas cerâmicas no mercado as quais possuem diferentes formatos e dimensões. Este foi um dos fatores que mereceu atenção especial no processo de projeto, pois a adequação dos módulos de forma integrada à parte interna do telhado estava totalmente condicionada às particularidades da estrutura de madeira que suporta os diversos tipos de telhas. Embora a NBR 15310 (2009) estabeleça valores de tolerância para telhas cerâmicas que podem variar em mais ou menos 2% nas dimensões da largura de fabricação, comprimento de fabricação e posição do pino ou furo de amarração, não é raro encontrar peças à venda as quais não obedecem esta regra, assim como bibliografias onde também não há padronização de medidas dos modelos existentes. Por esta questão resolveu-se limitar o estudo às telhas cerâmicas portuguesa e romana, uma vez que esses dois modelos possuem dimensões e formatos bastante similares. Saber antecipadamente as informações e particularidades da telha com a qual se pretende trabalhar, é importante para prever o ripamento de madeira que vai suportá-la, pois é necessário estabelecer no sentido longitudinal do telhado a galga média de acordo com a mesma.

Para chegar-se a um tamanho de módulo que se adequasse às possibilidades de espaçamentos, reuniu-se informações sobre as telhas encontradas destes modelos e trabalhou-se com uma média entre as galgas possíveis conforme seus comprimentos para que o módulo pudesse se adequar ao espaço das ripas empregadas. A tabela com os dados sobre as telhas cerâmicas encontra-se no Capítulo 2 – no item 2.1.5.1.1. A Figura 77, mostra a galga média encontrada de 33 cm e como se dá a inserção do módulo entre as ripas.

Figura 77 - Posição do módulo na estrutura de telhado com galga média de 33cm (cm).

Fonte: Elaborada pela autora

Para exemplificar as situações de inserção do módulo entre ripas foi utilizada a telha portuguesa, onde o exemplar utilizado para estudo possuía 40 cm de comprimento (um dos menores, sendo o menor comprimento de telha encontrado de 39 cm) ficando a galga média definida em 33 cm. Conseguiu-se encaixar o módulo entre as ripas que comportariam 5 telhas tomando o cuidado para que tanto na parte superior, como na inferior o comprimento da algeroz ficasse com a mesma proporção, que no caso foi de 20 cm. É importante mencionar que o afastamento mínimo usual entre terças de 1,50 m também foi um fator influenciável na definição do comprimento do módulo.

No sentido transversal, dimensionou-se o módulo para ser encaixado entre o espaçamento usual de 50 a 60 cm entre caibros, que é o mínimo utilizado normalmente, para seções de 5 x 6 cm, tendo seu topo coincidindo com a altura final das telhas. As bitolas utilizadas nos caibros podem variar sem que haja alteração do posicionamento do módulo. As variações de medidas das larguras das telhas influenciam no acabamento em algeroz nas laterais e para que fiquem proporcionais e com tamanho de calha no mínimo igual ao do canal da telha (para garantir o bom escoamento da água da chuva), é necessário prever o posicionamento do módulo na estrutura de madeira, fazendo a paginação da configuração das telhas mediante projeto, sabendo de antemão seu modelo e dimensões. Na lateral direita do módulo, utiliza-se meia telha como acabamento antes da algeroz. A Figura 78 mostra o corte transversal.

Figura 78 - Corte transversal do módulo na estrutura de telhado (cm).

Fonte: Elaborada pela autora.

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As cantoneiras que seguram os módulos e fazem a fixação do mesmo nos caibros, possuem graduações para o parafuso e consideram a largura baseada no espaçamento entre caibros de 60 cm, podendo ser cortado seu excedente, no caso deste espaçamento ser menor.

A Figura 79 mostra os módulos fixos na estrutura dos caibros, com interrupção das ripas no espaço ocupado por eles

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Figura 79 - Fixação dos módulos nos caibros do telhado (cm).

Fonte: Elaborada pela autora.

A Figura 80 apresenta a configuração final do telhado com todos os seus componentes.

Figura 80 - Planta baixa do telhado com a configuração final.

Fonte: Elaborada pela autora.

A disposição dos módulos permite que se formem calhas entre estes, nas laterais e na parte superior, o que auxilia no escoamento da água da chuva. Também o duto de limpeza que sai da parte inferior dos módulos, escondida no forro, deságua na calha geral.

3.8.2.2 Telhados com telhas de fibrocimento

Nesta proposta trabalhou-se com o modelo de telha do tipo ondulada de 6 mm, porém, o aquecedor pode ser inserido em qualquer outro modelo, já que este tipo de telhas, ao contrário das cerâmicas, possui medidas de largura e comprimento rigorosamente padronizadas e a altura e design destas não influencia em sua inserção.

Figura 81 - Posição do módulo no sentido longitudinal das telhas (cm).

Fonte: Elaborada pela autora.

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O módulo foi desenvolvido para se adequar ao espaço das medidas fixas de largura e de comprimento econômico de 1,83cm, por ser o maior utilizando apenas dois apoios, como pode-se ver na Figura 81.

Trabalhou-se com a situação do maior recobrimento de 20 cm (pior situação) recomendado pelo fabricante para o caso de inclinações menores, onde para posicioná-lo, deixou-se um espaço de 2 cm da telha da parte inferior, e assim, o acabamento na calha de algeroz ficou com 11 cm na parte superior do aquecedor, e de 22 cm na parte inferior, para que fique no mesmo alinhamento das telhas laterais que se sobrepõem à fiada de telhas que segue abaixo do módulo.

Os modelos de telhas de fibrocimento possuem variadas dimensões em relação ao seu comprimento, porém, possuem apenas duas dimensões em relação à largura, de 90 cm ou 110cm e portanto, o projeto foi trabalhado para se inserir nestas medidas.

3.8.2.2.1 Módulo integrado às telhas com L 110 cm

Os módulos inseridos na largura de 110 cm, são centralizados entre duas telhas e espaçados 12 cm para que haja proporção entre os acabamentos em algeroz de aproximadamente 15 cm nas laterais, como mostra a Figura 82. Em caso de necessidade de sobrepor a última onda das telhas na telha vizinha, é possível diminuir o espaço entre módulos para adequar-se à nova largura.

Figura 82 - Posição do módulo no sentido transversal das telhas (cm).

Fonte: Elaborada pela autora.

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Os suportes que fixam os módulos na estrutura de madeira (Figura 83), são dispostos no sentido longitudinal para serem fixados nas terças, já que este tipo de telhado não necessita de caibros e ripas. Têm o comprimento total de 175 cm (podendo ser recortado o excedente), pois são feitos para serem encaixados em um espaço fixo entre terças de 163 cm ou 169 cm que é o utilizado para as telhas de 183 cm de comprimento, de acordo com os recobrimentos necessários de 20 cm ou 14 cm respectivamente. Também possuem graduações para fixação dos parafusos.

Figura 83 - Fixação dos módulos nas terças (cm).

Fonte: Elaborada pela autora.

A configuração final dos módulos e seus acabamentos inseridos no telhado é vista na Figura 84, onde pode-se ver as calhas entre estes, nas laterais e na parte superior e os dutos de limpeza que deságuam na calha geral.

Figura 84 - Planta baixa do telhado com a configuração final (cm).

Fonte: Elaborada pela autora.

3.8.2.2.2 Módulo integrado às telhas com L 90 cm

A Figura 85 mostra que neste caso, os módulos inseridos na largura de 90 cm são centralizados entre duas telhas de L 90 cm e o único espaço entre estes é o da espessura dos suportes. O acabamento em algeroz nas laterais possui 12,5 cm.

Figura 85 - Posição dos módulos no sentido transversal das telhas (cm).

Fonte: Elaborada pela autora.

A Figura 86 mostra a disposição dos módulos juntos, fixados nas terças e a Figura 87 mostra a composição final do telhado para essa largura de telha.

Figura 86 - Fixação dos módulos nas terças.

Figura 87 - Planta baixa do telhado com a configuração final (cm).

Fonte: Elaborada pela autora.

3.9 DETALHAMENTO DO PROJETO

No documento Aquecedor solar de água integrado ao telhado (páginas 137-152)