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Múltiplas tecnologias utilizadas no Pibid/Biologia/Cesc/Uema

7.1 Docência e tecnologias

7.1.2 Múltiplas tecnologias utilizadas no Pibid/Biologia/Cesc/Uema

Nesta seção, agrupei excertos que visibilizassem as múltiplas tecnologias utilizadas pelos professores supervisores e consideradas como sinônimo de inovação – aspectos apontados tanto nos relatórios quanto nas entrevistas.

Quadro 8 - Múltiplas tecnologias

[...] O grupo encarregado sobre ciclo de vida do mosquito, usou maquetes, o que trabalhou sintomas da doença, apresentação em slide em data show, o que trabalhou a transmissão de doença produziu um vídeo em slide com seus próprios áudios, o de prevenção da doença produziu um jornal

documentário em vídeo e o grupo de dúvidas comuns fizeram uso de cartazes e distribuição de panfletos para repassarem suas informações.

(Relatórios, 2015). A terceira aula foi feita com o uso de projetor multimídia, com imagens ilustrativas. (Relatórios, 2015). Os alunos visitaram o Rio Itapecuru (principal fonte de captação da água utilizada pela população), dois afluentes do rio e residências das zonas

urbanas (Riacho ponte, Bairro Pai Geraldo) e rurais (povoado coités) de

Caxias, durante as visitas foram realizadas entrevistas com os moradores e obtidas fotos e vídeo da atividade. Com as informações obtidas foi produzido um vídeo/documentário com o tema “A Realidade do Consumo de água da cidade de Caxias” com a duração de 27 min e 14 s. O documentário foi apresentado na Semana Nacional de Ciências e

Tecnologia 2014 que ocorre anualmente na Praça Phanteon. (Relatórios,

2015). “Diversas coisas me chamaram atenção, e uma delas foi a tipagem

sanguínea, por exemplo, vídeos gravados no momento da tipagem

sanguínea, a montagem do material genético que é DNA e tudo, isso me chamava atenção, porque era gravado; e, partir das gravações, eles compartilhavam e aí serviam até para os momentos de avaliação que nós realizávamos sempre.” (P.S.H., Entrevista, 2018). “Bom, hoje quase todos os alunos têm celular e têm WhatsApp. Às vezes, os alunos do Pibid montavam um grupo do WhatsApp da disciplina de Biologia. Aí ficava disponível para eles botarem site de pesquisa, colocar

jogos, uma aula em Power Point, em PDF, produzir uma aula. Se

apresentou uma aula de um assunto, aí você disponibiliza no WhatsApp, por meio do Power Point ou PDF, para que o aluno possa visualizar o conteúdo em outros momentos de forma resumida, onde ele estiver e quiser. Então, para fazer a comunicação, aviso, era ótimo.” (P.S.M., Entrevista, 2018). “A gente usava o WhatsApp para ficar lembrando os alunos, fazendo perguntas e colocando-as no grupo para eles responderem e não se desligarem do grupo, mesmo estando em casa.” (C.A., Entrevista, 2018). “A gente usou o WhatsApp para interagir com esse grupo; e se tornou uma ferramenta muito útil para a gente avaliar, para repassar conteúdo para fixação ter um retorno do que os alunos estavam aprendendo, para a gente

entender mais ou menos em que pé que eles estavam e para deixar o grupo junto.” (C.A., Entrevista, 2018). “Leitura, reuniões, planejamento; e com eles eu apresentava, ‘esse bimestre, eu vou trabalhar assunto tal’, aí eles ficavam encarregados de pensar um projeto dentro daquele assunto, entendeu, uma atividade que eles iam lá, eles davam aula Power Point.” (P.S.M., Entrevista, 2018). O objetivo do projeto foi instigar a curiosidade dos alunos do Ensino Médio

para um pensar científico em prol do desenvolvimento social. como resultados das atividades foram produzidos um vídeo documentário, dois

filtros, folders, banner e uma exposição em praça pública. (Relatórios,

2017). O uso do recurso WhatsApp tornou-se uma maneira de motivar a participação de todos. (Relatórios, 2017). Fonte: Elaborado pela autora.

Ao analisar esses excertos, uma das práticas de formação recorrentes que percebi foi a que descrevia o uso de ferramentas digitais como: Data Show, vídeos, maquetes, WhatsApp, slides, produção de vídeo e jornal, bem como documentário em vídeo. Trata-se de ferramentas digitais usadas nas práticas de formação e citadas com frequência nos materiais empíricos.

Quanto a esse aspecto, observo que alguns instrumentos tecnológicos de múltiplas tecnologias, como tablets, smartphones e computadores, já estão mais presentes nas residências brasileiras, fazendo parte principalmente da rotina dos mais novos, como mostram dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2016). Essas informações indicam que, entre os usuários da internet com 10 anos ou mais de idade, 94,6% se conectam via celular, dispositivo que está presente em 92,6% dos 69,3 milhões de domicílios.

Diante desses dados, não se pode ignorar que o uso das tecnologias digitais está presente no cotidiano tanto do aluno quanto do professor – e é claro que não poderia estar distante também da escola. A tecnologia já faz parte da vida das pessoas; nesse sentido, como afirmam Schlemmer e Garrido, as tecnologias digitais “[...] estão sempre presentes, imbricadas nas suas ações, eles vivem e pensam com essas tecnologias.” (2009, p. 246). Ou seja, as pessoas já não existem em um mundo sem o digital; e, por isso, não faz sentido impedir o uso desses elementos tecnológicos em suas rotinas diárias de aprendizagem. Em tal cenário, os alunos recebem informação com rapidez; e, no caso da disciplina de Biologia, o professor pode planejar suas aulas incluindo uso das tecnologias com recursos para auxiliar na compreensão de termos e conceitos que julgam muito complexos na disciplina.

Diante do exposto até aqui, é possível evidenciar que os recursos tecnológicos contemporâneos – neste caso, o uso de WhatsApp, maquetes, vídeos-documentários e Power

Point/Data Show/projetor multimídia – visibilizam as práticas de formação desenvolvidas pelos professores supervisores inseridos no subprojeto de Biologia no Pibid/Cesc/Uema.

Contudo, isso não significa necessariamente que essas práticas sejam inovadoras: tenho tecido essa ideia de que os significados construídos enquanto práticas inovadoras não se dão somente com o uso das ferramentas digitais, uma vez que essas tecnologias não garantem, por si só, o processo ensino-aprendizagem, e nem o de inovação. O que revela o caráter inovador de uma prática de formação será sempre sua capacidade de tensionar os campos e áreas de conhecimento e de trazer algum conhecimentoque nos faça pensar de outros modos, diferentes da forma como pensávamos anteriormente. Então, a inovação não se restringe apenas à questão metodológica e nem à questão das novas tecnologias, pois implica o conhecimento.

Na sequência, discuto outros excertos que anunciam as práticas desenvolvidas no subprojeto do Pibid/Biologia/Cesc/Uema, com ênfase na produção científica.