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infinitamente diferenci´avel. Geralmente, esta primeira condic¸˜ao ´e relaxada

para C0k(ωα) para algum k > 0, viabilizando a utilizac¸˜ao de func¸˜oes de forma

convencionais de elementos finitos como base inicial para enriquecimento (DUARTE; BABU ˇSKA; ODEN, 2000).

Por consequˆencia, ∑Nα =1ϕα(xxx) = 1, ∀ xxx ∈ Ω, ou seja, a soma dos valo-

res das func¸˜oes ϕα ´e igual `a unidade em qualquer ponto contido em Ω. Al´em

disso, visto que a colec¸˜ao de suportes {supp ϕα} ´e localmente finita, ou seja,

todo ponto xxx ∈ Ω pertence a um n´umero finito de elementos de {supp ϕα}.

Em outras palavras, todo subconjunto compacto de Ω intercepta somente um

n´umero finito de nuvens. Assim, como ϕα|xxx6= 0 para somente alguns α,

segue que o somat´orio ∑ ϕα ´e finito em todo ponto xxx. Portanto, o conjunto

{ϕα}, α = 1, ..., N, ´e dito ser uma partic¸˜ao da unidade subordinada `a cober-

tura ℑN (ODEN; REDDY, 1976), no sentido de que supp ϕα ⊂ ωα para todo

α .

Deve-se notar que as func¸˜oes lagrangeanas convencionais de elemen-

tos finitos constituem uma classe de partic¸˜ao da unidade C00(ωα) e podem

ser usadas para implementac¸˜oes em GFEM como apresentado por Barros, Proenc¸a e Barcellos (2004) e Torres e Mendonc¸a (2010a).

3.3 M´etodo generalizado de elementos finitos - conceituac¸˜ao

Sabe-se que polinˆomios seccionalmente cont´ınuos s˜ao bastante appro- priados para aproximar func¸˜oes suaves mas n˜ao s˜ao adequados para aproxi- mar func¸˜oes n˜ao suaves, tornando necess´ario um refinamento local de malha (SZAB ´O; BABU ˇSKA, 2011). Isto pode conduzir `a convergˆencia ´otima mas pode envolver um grande n´umero de est´agios de refinamento e muitos graus de liberdade para atingir uma precis˜ao espec´ıfica.

Uma opc¸˜ao mais eficiente consiste em generalizar o MEF abando- nando as func¸˜oes seccionalmente polinomiais. Isto ´e feito aplicando-se um refinamento alg´ebrico ao espac¸o de aproximac¸˜ao. Todavia, a incorporac¸˜ao de func¸˜oes, polinomiais ou n˜ao, deve respeitar restric¸˜oes de regularidade global. A primeira generalizac¸˜ao de MEF convenional se deu por meio do

M´etodo de Partic¸˜ao da Unidade (MPU) (MELENK; BABU ˇSKA, 1996), no qual

um subespac¸oVMPU ´e constru´ıdo como

VMPU:=V

h+ η

α ∈Λ

ϕα (3.4)

em queVh ´e o subespac¸o formado pelas func¸˜oes de forma convencionais de

pendente do problema) e Λ⊂ {1, ..., Nenr} define o subconjunto de func¸˜oes partic¸˜oes da unidade refinadas algebricamente pela func¸˜ao η.

O M´etodo Generalizado de Elementos Finitos - MGEF (do inglˆes, Ge-

neralized Finite Element Method- GFEM), apresentado em Oden, Duarte e

Zienkiewicz (1998) ´e um m´etodo h´ıbrido que combina o M´etodo de Nuvens

hp (do inglˆes, hp-Clouds Method) (DUARTE, 1996) (DUARTE; ODEN, 1996)

e a forma convencional do M´etodo de Elementos Finitos. Nesta instˆancia, considera-se a func¸˜ao de forma de cada n´o como uma PU, sobre a qual se pode aplicar enriquecimento, `a maneira do M´etodo de Nuvens hp. Cada nu- vem pode receber enriquecimento independentemente, de forma que diferen- tes func¸˜oes podem ser usadas como enriquecimento em diferentes porc¸˜oes do dom´ınio.

O MGEF foi estabelecido em Duarte, Babuˇska e Oden (2000), Strou- boulis, Babuˇska e Copps (2000), e Strouboulis, Babuˇska e Copps (2001), e em sua abordagem utiliza-se o conceito do M´etodo de Elementos Fini- tos de Partic¸˜ao da Unidade (do inglˆes, Partition of Unity Finite Element

Method- PUFEM) (BABU ˇSKA; CALOZ; OSBORN, 1994), (MELENK, 1995), (ME-

LENK; BABU ˇSKA, 1996), (BABU ˇSKA; MELENK, 1997). Esta estrat´egia leva em considerac¸˜ao a id´eia de se adicionar refinamentos hier´arquicos a um conjunto de func¸˜oes associadas a elementos finitos que satisfac¸am os requisitos de uma Partic¸˜ao da Unidade (PU). Este procedimento permite, portanto, construir subespac¸os mais ricos para aproximac¸˜ao de soluc¸˜oes de equac¸˜oes diferen- ciais parciais.

O MGEF favorece um esquema simples e efetivo para se adaptar func¸˜oes de aproximac¸˜ao para cada tipo de problema em an´alise. Em sua forma convencional, uma malha de elementos finitos ´e criada para se executar as seguintes operac¸˜oes: (a) definir partic¸˜oes da unidade localmente nos ele- mentos usando-se coordenadas intr´ınsecas como, por exemplo, as func¸˜oes la- grangeanas; e (b) facilitar a integrac¸˜ao num´erica. Finalmente, as func¸˜oes PU s˜ao enriquecidas externamente (com a adic¸˜ao de novas vari´aveis inc´ognitas),

como no m´etodo de nuvens hp (DUARTE, 1996), por func¸˜oes definidas em

coordenadas globais, aspecto este que ´e respons´avel, em grande parte, pela eficiˆencia do m´etodo.

O MGEF convencional emprega as func¸˜oes de forma do MEF para de- finir as nuvens e suas PU e, assim, reduzir o custo computacional em relac¸˜ao ao hp-Cloud e demais m´etodos sem malha. Todavia, tem-se reduzida a conti-

nuidade a C0(Ω).

O enriquecimento permite a aplicac¸˜ao de certos tipos de informac¸˜oes que reflitam o conhecimento pr´evio sobre a soluc¸˜ao do problema de valor no

3.3 M´etodo generalizado de elementos finitos - conceituac¸˜ao 47

contorno, tal como func¸˜oes singulares resultantes de expans˜oes assint´oticas locais da soluc¸˜ao exata nas proximidades de um ponto. A capacidade de aproximac¸˜ao inerente `as func¸˜oes de enriquecimento ´e inclu´ıda no espac¸o de func¸˜oes de aproximac¸˜ao do m´etodo mantendo a mesma estrutura dos c´odigos de elementos finitos.

Usualmente, as func¸˜oes de enriquecimento s˜ao polinomiais, mas func¸˜oes especiais podem ser usadas para fornecer resultados mais acurados e implementac¸˜oes mais robustas, uma vez que ´e poss´ıvel usar bases n˜ao- polinomiais compactamente suportadas para ampliar o subespac¸o de soluc¸˜ao. Estas func¸˜oes podem ser constru´ıdas a partir do conhecimento pr´evio de express˜oes anal´ıticas que reflitam a natureza da soluc¸˜ao exata do problema.

Uma diversidade de fenˆomenos tem sido analisados com ˆexito empregando-se o MGEF tais como a an´alise de propagac¸˜ao de fraturas (BELYTSCHKO; BLACK, 1999) (DUARTE et al., 2001) e materiais com micro-

trincas (STROUBOULIS; BABU ˇSKA; COPPS, 2001) e vazios (STROUBOULIS;

ZHANG; BABU ˇSKA, 2003). O MGEF foi tamb´em utilizado para se cons- truir func¸˜oes de aproximac¸˜ao arbitrariamente suaves adequadas para a

manipulac¸˜ao de condic¸˜oes de contorno de elevada regularidade (DUARTE;

KIM; QUARESMA, 2006).

Strouboulis et al. (2006) abordaram o problema de estimac¸˜ao de erro a

posterioriusando func¸˜oes handbook baseadas em malhas, geradas a partir de

subdom´ınios canˆonicos contendo caracter´ısticas microesctruturais, como en- riquecimentos para materiais com muitos vazios. Barros, Barcellos e Duarte (2007) apresentaram um procedimento para estimac¸˜ao de erro a posteriori e an´alise p-adaptativa usando func¸˜oes PU cont´ınuas.

O’Hara, Duarte e Eason (2009) desenvolveram uma estrat´egia na qual o enriquecimento ´e gerado pela superposic¸˜ao de um problema de valor no contorno localizado numa regi˜ao de elevado gradiente, cuja soluc¸˜ao ´e iterati- vamente compatibilizada via penalizac¸˜ao com a soluc¸˜ao do problema global. Formulac¸˜oes cont´ınuas para placas laminadas anisotr´opicas foram implemen-

tadas para as hip´oteses de Kirchhoff-Love (BARCELLOS; MENDONC¸ A; DUARTE,

2009) e Reissner-Mindlin (MENDONC¸ A; BARCELLOS; TORRES, 2011). Procedi-

mentos para se definir subespac¸os de aproximac¸˜ao enriquecidos para cascas laminadas e tratamento do fenˆomeno de camada limite foram apresentados em Garcia, Fancello e Mendonc¸a (2009). Um formulac¸˜ao para placas lami- nadas anisotr´opicas com sensores e atuadores piezel´etricos foi desenvolvida e implementada por Torres e Mendonc¸a (2010a), e verificada com a soluc¸˜ao

anal´ıtica para o problema (TORRES; MENDONC¸ A, 2010b) com a avalic¸˜ao de ta-

inc´ognitas, conforme Torres, Mendonc¸a e Barcellos (2011).