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M-Macbeth – Determinação dos fatores de harmonização de escala

Capítulo 4 – Desenvolvimento do modelo de avaliação do desempenho funcional

4.3 Fase de Avaliação (Modelo Funcional)

4.3.6 M-Macbeth – Determinação dos fatores de harmonização de escala

Com base na metodologia Macbeth irão ser determinados os fatores de harmonização de cada competência funcional (CF) em cada área funcional (AF).

Nas sessões de facilitação desenvolvidas com o grupo de atores, foi obtido o consenso na definição em cada competência e área funcional de dois pontos fixos em cada escala (intervalo de escala), ou seja, dos níveis fictícios de referência de desempenho “mínimo aceitável” e “excelente”, necessários para efetuar a ponderação de cada competência, segundo cada área funcional. No Quadro 4 apresentam-se estes níveis para a área funcional AF01 (Direção Técnica) e competência funcional CF01-2. Liderança e Direção.

Quadro 4. Níveis fictícios de referência (“mínimo aceitável” e “excelente”) na

competência CF01-2. Liderança e Direção (AF01 – Direção Técnica).

Nível máximo ou Bom (Desempenho Excelente) Nível mínimo ou Neutro (Desempenho Aceitável)

AF01 (DTc) AF01 (DTc)

Dirige as diferentes atividades de forma adequada e lidera a equipa com empenho [, mantendo uma postura de escuta ativa e de motivação ]; supervisa e controla a execução das atividades, garantindo eficácia e eficiência; e colabora de forma adequada na determinação da política estratégica e financeira da Instituição.

Dirige as diferentes atividades de forma adequada e lidera a equipa com empenho; supervisa e controla a execução das atividades, garantindo eficácia e eficiência; e colabora de forma adequada na determinação da política estratégica e financeira da Instituição.

Fonte: Thomaz (2014).

Com os níveis de referência fictícios definidos para todas as competências funcionais em todas as áreas funcionais, foi possível passar à determinação dos fatores de harmonização de escala das competências.

Com o apoio do software M-Macbeth, o facilitador apresenta o procedimento ao grupo, fornecendo uma folha onde se encontram as competências dessa área funcional e respetivas definições dos níveis fictícios de referência “mínimo aceitável” e “excelente” e ainda a escala semântica Macbeth de diferença de atratividade, conforme mostrado na Figura 19.

AMITEI

CF01-1 - Relações Interpessoais com Familiares

dos Utentes CF01-2 - Liderança e Direção CF01-3 - Resolução de Problemas e Tomada de Decisão CF01-4 - Planeamento e Coordenação CF01-5 - Organização Funcional e Execução CF01-6 - Conhecimento Técnico e Prático e Investigação

Comunica de forma adequada [ e transmite confiança ] aos familiares dos utentes, respeitando a individualidade destes.

Dirige as diferentes atividades de forma adequada e lidera a equipa com empenho [, mantendo uma postura de escuta ativa e de motivação ]; supervisa e controla a execução das atividades, garantindo eficácia e eficiência; e colabora de forma adequada na determinação da política estratégica e financeira da Instituição.

Resolve problemas, com oportunidade e de forma adequada, coloca a solução em prática, assumindo a responsabilidade pela decisão tomada, no âmbito do seu perfil funcional [, sendo capaz de delegar tarefas, de forma adequada e com supervisão, mantendo a responsabilidade das ações/decisões por eles tomadas (AF01) ].

[ Planeia, em termos gerais, ] coordena e avalia as atividades de acordo com a planificação efetuada, de uma forma técnica e funcionalmente adequada.

Organiza as atividades do serviço de acordo com o Plano Estratégico da Instituição [, ordenando e dispondo adequadamente os meios para a sua execução, de forma a alcançar os objetivos propostos ] e executa com empenho e iniciativa as atividades planificadas, cumprindo a legislação e diretivas aplicáveis, no âmbito do seu perfil funcional.

[ Estuda e investiga de forma a manter-se constantemente atualizado, ] compreende os conceitos-chave e situações alvo e a sua relação (saber) e aplica-os (saber-fazer) de forma correta, adequada e com rigor profissional, no âmbito do seu perfil funcional.

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Comunica de forma adequada com os familiares dos utentes, respeitando a individualidade destes.

Dirige as diferentes atividades de forma adequada e lidera a equipa com empenho; supervisa e controla a execução das atividades, garantindo eficácia e eficiência; e colabora de forma adequada na determinação da política estratégica e financeira da Instituição.

Resolve problemas, com oportunidade e de forma adequada, e coloca a solução em prática, assumindo a responsabilidade pela decisão tomada, no âmbito do seu perfil funcional.

Coordena e avalia as atividades de acordo com a planificação efetuada, de uma forma técnica e funcionalmente adequada.

Organiza as atividades do serviço de acordo com o Plano Estratégico da Instituição e executa com empenho e iniciativa as atividades planificadas, cumprindo a legislação e diretivas aplicáveis, no âmbito do seu perfil funcional.

Compreende os conceitos- chave e situações alvo e a sua relação (saber) e aplica-os (saber-fazer) de forma correta, adequada e com rigor profissional, no âmbito do seu perfil funcional.

AF01 - DTc - Direção Técnica

COMPETÊNCIAS FUNCIONAIS - CFxx-x - NÍVEIS FICTÍCIOS DE REFERÊNCIA

Figura 19. Níveis fictícios de referência para a AF01 – Direção Técnica.

Com base nessa informação e considerando, agora, que: (i) todas as competências, para a área funcional em análise, se encontram no nível fictício de referência “mínimo aceitável”; e (ii) só se pode mexer numa única competência; questiona-se o grupo sobre qual a competência que consideram com o intervalo (salto) mais relevante ao passar de “mínimo aceitável” para “excelente”. De salientar que o grupo se deve manter focado nos intervalos e não na designação (‘nome’) das competências. Após escolhida pelo grupo a competência com o intervalo mais relevante, este é questionado sobre qual a diferença de atratividade, na escala semântica Macbeth, que considera existir entre esses dois níveis fictícios de referência.

O procedimento prossegue até que se tenha respondido à coluna [tudo inf.], do lado direito da matriz de julgamentos, para todas as competências. De seguida, são efetuados os procedimentos necessários à garantia de consistência das respostas e determinado o primeiro histograma de pesos. O grupo é então submetido a um questionamento que irá verificar se os valores obtidos para os pesos das competências são compreendidos e o seu significado entendido. Desta discussão poderão os valores obtidos serem ajustados dentro dos limites permitidos, face à apreciação semântica efetuada, ou poderá efetuar-se uma nova apreciação na matriz, caso o ajuste se situe fora dos limites permitidos. No final, obtém-se o consenso do grupo para um conjunto de valores finais para os fatores de harmonização de escala (pesos) das competências.

Na Figura 20 mostra-se o procedimento para a área AF01 – Direção Técnica.

Figura 20. M-Macbeth. Determinação dos fatores de harmonização de escala para a

Área Funcional AF01 – Direção Técnica. Fonte: Adaptado de Thomaz (2014).

Os conjuntos de fatores de harmonização de escala obtidos para as diversas áreas funcionais foram também objeto de discussão com o grupo, para a sua validação e interpretação no modelo e para a sua consistência conceptual entre as diferentes áreas funcionais, tendo sido obtido o consenso do grupo.

Com base nestes dados já é possível uma avaliação global funcional, ou seja, que considere as competências funcionais aplicáveis à área funcional em questão.

No entanto, para uma análise das avaliações globais de desempenho, não chega somente a avaliação funcional, pois esta não reflete a avaliação do desempenho pretendida, ou seja, pretende-se que a avaliação seja global, incluindo as competências do modelo funcional, mas também as do modelo transversal.

Para isso, torna-se necessário, considerando que estes dois modelos foram desenvolvidos em 2 momentos, obter os fatores que permitam integrar estes dois modelos, transversal e funcional, num só, coerente com uma avaliação global do desempenho.