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maior tenderá a ser a receita obtida Não obstante, o modelo apenas explica 18,1% da

variação total dos dados, o que demonstra um decréscimo na qualidade do modelo quando comparado com o modelo testado no período anterior, o que limita a extrapolação deste

45 modelo para outros casos, sendo que através de outros métodos de regressão os valores não melhoraram.

Tabela 9 – Resumo dos modelos de Abril a Setembro

Tabela 10 – Variáveis excluídas de Abril a Setembro

Model Beta In t Sig. Partial Correlation Collinearity Statistics Tolerance

1 Preço Médio ,249b 3,55

7 ,000 ,256 ,927

a. Dependent Variable: Receita

b. Predictors in the Model: (Constant), Taxa de Ocupação

Tabela 11 – Análise da variância (ANOVA) de Abril a Setembro

Model Sum of Squares Df Mean Square F Sig.

1 Regression 491680613,892 1 491680613,892 25,378 ,000b Residual 3506677149,95 7 181 19373906,906 Total 3998357763,85 0 182 2 Regression 721979374,731 2 360989687,366 19,832 ,000c Residual 3276378389,11 8 180 18202102,162

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Total 3998357763,85

0 182

a. Dependent Variable: Receita; b. Predictors: (Constant), Taxa de Ocupação; c. Predictors: (Constant), Taxa de Ocupação, Preço Médio

Tabela 12 – Coeficientes de Abril a Setembro

Model Unstandardized Coefficients Standardized

Coefficients T Sig. B Std. Error Beta 1 (Constant) 4775,834 2155,524 2,216 ,028 Taxa de Ocupação 123,513 24,518 ,351 5,038 ,000 2 (Constant) -2108,460 2847,999 -,740 ,460 Taxa de Ocupação 99,739 24,687 ,283 4,040 ,000 Preço Médio 100,605 28,284 ,249 3,557 ,000

a. Dependent Variable: Receita

De um modo global podemos concluir que, quer a taxa de ocupação, quer o valor do preço médio têm um peso significativo na variação da receita em ambos os períodos, sendo muito mais expressivo no período entre Outubro e Março. Apesar da maior preponderância da variável taxa de ocupação em ambos os períodos, o valor do preço médio também se revela importante para explicar a variação da receita, sendo que no período entre Abril e Setembro as duas variáveis têm um peso relativamente aproximado.

No período entre Outubro e Março, o modelo de regressão permite-nos concluir que 81,7 % da variação da receita se deveu ao valor do preço médio e à taxa de ocupação, no entanto entre Abril e Setembro apenas 18,1% da variação se deve a estas duas variáveis. Deste modo, apesar do valor do preço médio e da taxa de ocupação deterem um peso significativo na receita obtida, o modelo é pouco explicativo, ao contrário do que verificamos no período entre Outubro e Março.

47 Neste sentindo, devem ser ponderadas outras variáveis que possam explicar maior percentagem da variação da receita obtida no período entre Abril e Setembro, contudo não as pudemos aplicar por dificuldade de acesso a esses dados.

Concluímos com o presente estudo que os preços influenciaram a receita de alojamento mas de uma forma bastante mais proeminente no período de Outubro a Março. Tal pode justificar-se pelo facto de os clientes se deslocarem, nesta altura, normalmente a custo das empresas, o que torna mais fácil a negociação do preço de venda. No mesmo sentido, Baye (2006) defende que os serviços que compõem uma parcela relativamente pequena dos orçamentos dos consumidores tendem a ser mais inelásticos comparativamente com os que compõe uma parcela considerável.

Paralelamente, este é considerado o período de procura mais alta na entidade de acolhimento, uma vez que esta tem como público-alvo clientes de negócios. Não é portanto de surpreender que nesta altura sejam aplicados preços mais elevados pois tal como Mata (2013) apontou, os hotéis normalmente aplicam preços mais elevados no período de procura mais alta por se encontrarem no limite da sua capacidade.

Sendo a concorrência maior neste período, os clientes acabam por dar mais importância a outros fatores que não o preço, uma vez que o cliente em negócios atribui menor importância ao preço que o cliente de férias, tendo em conta que este último geralmente financia a sua estadia com o seu orçamento.

A subida de preços fez-se acompanhar de uma subida na receita de alojamento, não se verificando o que Nagle e Hogan (2006) alertaram, isto é, que o aumento do preço se pode acompanhar numa descida nos lucros. Por outro lado, Church e Ware (2000) concluíram que, independentemente do preço, haverão sempre preferências que diferem entre os clientes, embora o aumento do preço a longo prazo faça com que a procura diminua ao longo do tempo, pelo que a política de preços deve ser moderada.

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Conclusão

O presente relatório teve como fundamento a descrição do estágio curricular realizado. Naturalmente, explanou-se, ao nível da sua descrição, o conjunto de atividades desenvolvidas e subsequentes competências adquiridas. Neste sentido, e tendo em conta o departamento em que fomos alocados e a atividade a ele inerente, considerou-se pertinente um esclarecimento e abordagem mais específicos acerca das estratégias de preços aplicadas na indústria hoteleira e a relação existente entre o preço praticado e a receita de alojamento.

A receita de alojamento num hotel é controlada, essencialmente, pelo departamento de

Revenue Management, cujo foco primordial é a maximização da receita obtida a partir de

um determinado conjunto de recursos, com os quais pudemos contactar ao longo do período de estágio. A fixação de preços na forma ótima revela-se, deste modo, uma das principais funções inerentes ao supracitado departamento, o que justificou também o nosso foco na questão das estratégias de preços. Através do contacto com a realidade prática, percebemos que a decisão relativa aos preços a aplicar se revela tarefa complexa, uma vez que a entidade de acolhimento procurava aumentar o seu lucro e ao mesmo tempo criar valor para os seus clientes, tomando em consideração a quantia que estes estariam dispostos a pagar pelo serviço.

Com efeito, pudemos constatar ao longo do estágio, e congruentemente com a aquilo que a literatura revela, a inequívoca importância das supracitadas estratégias, as quais resultam num modo de extrair maior excedente do cliente, sendo que, tal como se verificou no estudo realizado, o preço praticado na prestação de serviço de alojamento influencia de forma significativa a sua receita.

O estudo aqui apresentado permitiu-nos perceber a relação que efetivamente existe entre o preço médio, a taxa de ocupação e a receita de alojamento. Em ambos os períodos em estudo – de Outubro a Março e de Abril a Setembro – os preços influenciaram proporcionalmente a receita de alojamento. No entanto, considerar apenas as variáveis preço e taxa de ocupação poderá ter sido insuficiente, uma vez que, tal como Fick e Ritchie (1991) apontaram, existem outros fatores que influenciam os clientes no momento de optar por um serviço, nomeadamente a qualidade, pois quanto maior é esta última,

49 maior poderá ser o preço aplicado e, desta forma, maior poderá ser a receita de alojamento. Assim sendo, seria vantajosa a realização de um estudo que ponderasse outras variáveis que possam explicar o comportamento da receita de alojamento, o que, num estudo desta modesta envergadura, não foi possível enquadrar.

Uma outra limitação apontada prendeu-se com a dificuldade em encontrar trabalhos cujo objeto de estudo seja semelhante ao do presente relatório, isto é, as estratégias de preços, usando as mesmas variáveis aqui estudadas.

O estágio, enquanto contacto próximo com a realidade laboral, alertou-nos para o facto de que, em alguns mercados, um gestor pode realmente fazer melhor do que o preço único de monopólio, através, nomeadamente, da discriminação de preços, peak-load pricing ou outras estratégias de preços que sejam potenciadoras de lucro. No caso da entidade de acolhimento, procede-se à segmentação de mercado e consequente discriminação de preços, aplicando diferentes preços a diferentes clientes, como Hooley et al. (2008) sugerem, sendo a segmentação feita através do motivo da viagem, entre aqueles que viajam em negócios ou em lazer, inserindo-se num dos métodos mais apontados por McCabe (2009). A escolha de preços é ainda aplicada em conformidade com o estado da procura, o que revela a prática de peak-load pricing.

Sob o ponto de vista analítico-reflexivo, a referência ao estágio curricular é, em primeira instância, uma menção ao contexto que possibilitou tamanha experiência, o Sheraton Porto Hotel & Spa. Com efeito, esta entidade foi potenciadora de um conjunto diverso de aprendizagens, quer formais, quer informais, possibilitando uma aquisição contínua de novas competências, contribuindo exponencialmente para aquilo que se considera ser concretização pessoal e profissional. O início do estágio marcava a oportunidade de colocar em prática os conhecimentos adquiridos ao longo do percurso académico, bem como o primeiro contacto direto com a Economia, pelo que tal percurso exigiu constante reflexão, onde houve lugar a desafios, mas também a concretizações, num contínuo processo de edificação da nossa identidade profissional.

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