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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.3. Ensaios Mecânicos

4.3.5 Microscopia óptica

4.3.5.2 Microscopia óptica após ensaios de dobramento ao ar

4.3.6.1.1 Mapas de orientação cristalográfica

Para as análises de EBSD após os ensaios de dobramento mecânico, escolheu-se estudar a microestrutura das amostras referentes ao 2° e ao 3° conjunto de aços submetidos ao dobramento mecânico de 30°, pois além de essa escolha auxiliar na busca de uma comparação mais efetiva devido ao contraste entre esses conjuntos em termos de tensão de Von Mises e deformação plástica equivalente, também era esperado que para esse grau mais severo do ângulo de dobramento, os efeitos microestruturais após a conformação mecânica fossem mais evidentes.

Para determinação das orientações cristalográficas ao longo dos Índices de Miller (hkl), A Figura 85 seguinte foi utilizada para a construção do triângulo estereográfico padrão dos cristais cúbicos (Figura 86), sabendo-se que o plano escolhido pelo software Tango para a representação das direções nas análises de EBSD foi o <001>.

Para os aços a seguir, estão plotados os mapas de orientação cristalográfica com a respectivo triângulo esterográfico padrão utilizado pelo software Tango nas análises de EBSD (Figura 87).

a

b

Alongamento dos grãos

Para todas as Figuras de (88 a 92), (a) refere-se à superfície externa da amostra antes do dobramento; (b) refere-se à região ao longo da espessura antes do dobramento e (c) refere-se à região ao longo da espessura após o dobramento. A ordem dos seguintes aços obedeceu aos valores crescentes de efeito springback: ARC_LC200, PEUG_P220, PEUG_BH220, Docol_DL800, ARC_DP780, sendo que os 3 primeiros pertencem ao 2° conjunto e os 2 últimos pertencem ao 3° conjunto de aços.

Figura 85. Projeção estereográfica padrão 100 de um cristal cúbico. O plano 100 é considerado normal ao plano do papel. Em (a): representação de uma célula unitária cúbica no interior da projeção. Em (b): a projeção contém as direções cristalográficas básicas

(a) (b) Fonte: Hill (1982)

Figura 86. Triângulo estereográfico básico (110)-(111)-(100) para cristais cúbicos com relação ao pólo <100>

Para as Figuras (88 a 92) a seguir, considerar o seguinte triângulo estereográfico:

Figura 87. Triângulo estereográfico básico obtido pelo software Tango nas análises de EBSD. Os Índices de Miller foram transformados em cores RGB. As cores representam a direção normal à superfície da amostra

Fonte: Produção própria do autor

Figura 88. Mapa de orientação cristalográfica para o aço ARC_LC200. (a) e (b) Superfície externa e região ao longo da espessura respectivamente antes do ensaio de dobramento. (c) região ao longo da espessura após o dobramento a 30°

Fonte: Produção própria do autor

a b c

Figura 89. Mapa de orientação cristalográfica para o aço PEUG_P220. (a) e (b) Superfície externa e região ao longo da espessura respectivamente antes do ensaio de dobramento. (c) região ao longo da espessura após o dobramento a 30°

Fonte: Produção própria do autor

Figura 90. Mapa de orientação cristalográfica para o aço PEUG_BH220. (a) e (b) Superfície externa e região ao longo da espessura respectivamente antes do ensaio de dobramento. (c) região ao longo da espessura após o dobramento a 30°

Fonte: Produção própria do autor

Figura 91. Mapa de orientação cristalográfica para o aço Docol_DL800. (a) e (b) Superfície externa e região ao longo da espessura respectivamente antes do ensaio de dobramento. (c) região ao longo da espessura após o dobramento a 30°

Fonte: Produção própria do autor

a b c a b c a b c 200 µm 100 µm 100 µm 200 µm 100 µm 100 µm 200 µm 100 µm 100 µm

Figura 92. Mapa de orientação cristalográfica para o aço ARC_DP780. (a) e (b) superfície externa e região ao longo da espessura respectivamente antes do ensaio de dobramento. (c) região ao longo da espessura após o dobramento a 30°

Fonte: Produção própria do autor

Análise das microestruturas antes dos ensaios de dobramento ao ar:

Com base nas letras (a) e (b) das Figuras 88 à 92, nota-se que para os aços do 2° conjunto, suas microestruturas referentes à superfície externa das amostras, tem predominância dos grãos voltados para a direção [111], (cor predominante: azul), e as microestruturas referentes à superfície ao longo da espessura tem predominância dos grãos migrando pelo vetor que vai da direção [001] à [101], (cores predominantes: vermelho e verde).

No caso dos aços do 3° conjunto, as microestruturas referentes à superfície externa apresentam grãos predominantemente migrando pelo vetor que vai da direção [001] à [111], (cores predominantes: vermelho e azul), e as microestruturas referentes à região ao longo da espessura mostram grãos migrando pelo vetor que vai da direção [001] à [101], (cores predominantes: vermelho e verde).

Análise das microestruturas após os ensaios de dobramento ao ar:

Com base na letra (c) das Figuras 88 à 92, foram feitas as seguintes análises da microestrutura na região ao longo da espessura. Observa-se que tanto para os aços do 2° conjunto como para os do 3° conjunto, a orientação preferencial é seguindo o vetor da direção [101] à [111], (cores predominantes: azul e verde). Ou seja, os grãos parecem estar se deslocando da região de coloração verde [101] para a azul [111]. Tal resultado é compatível

a b c

com o descrito pela literatura, na qual está descrito que a direção [111] costuma ser a preferencial de deslizamento dos grãos que passaram por deformação nos metais CCC.

Nos metais CCC laminados, sabe-se que o modo mais comum de deformação é o deslizamento ao longo do plano <110> e direção [111], ou seja: <110>[111]. Portanto, nos metais CCC as direções de deslizamento [111] são as predominantes, mas pode haver alguma dificuldade em se ordenar já que as tensões de cisalhamento críticas são muito próximas para os planos <110> <112> e <123> (WENK, 1985).

Ao analisar a forma dos grãos, observa-se que o único aço com alterações significativas na forma foi o Docol_DL800 do 3° conjunto, no qual os grãos se mostraram bem mais alongados na direção de laminação após os ensaios mecânicos. Já os demais aços analisados não mostraram grandes alterações na forma dos grãos.

Verifica-se também que o tamanho dos grãos referente aos aços do 3° conjunto são bem menores que os do 2° conjunto, mostrando uma microestrutura mais refinada, o que já era esperado devido à maior resistência mecânica do 3° conjunto.