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6. Resultados

6.1 Perfil dos POIEs inovadores

6.1.1 Mapeamento das práticas

O mapeamento dos dados resultantes do questionário on-line constituiu uma série de informações que colaboram para concebermos os POIEs como produtores de conhecimento. Por meio dessa análise, foi possível investigar suas concepções epistemológicas e pedagógicas acerca das

suas metodologias de trabalho. Os educadores que participaram desse questionário on-line foram 7 POIEs indicados pela SME como inovadores e 24 que não foram indicados. O questionário foi enviado aos dois grupos de POIEs que responderam voluntariamente às questões propostas. Cabe destacar que os 7 POIEs indicados responderam o questionário por completo. Contudo, em algumas questões, observa-se a não totalidade de respostas nos dados enviados pelos POIEs do grupo dos não indicados.

Com relação à escolha dos recursos utilizados pelos POIEs para suas ações e formação, 100% utiliza-se do computador. Essa escolha talvez se dê porque as aplicações nas formações desses professores são por meio do computador. Além disso, muitas aplicações são com o uso da internet e acontecem nos horários de trabalho do professor, seja na sua UE ou na DRE. Outra parte opta pelo acesso aos aparelhos móveis e excepcionalmente por tablets. Uma curiosidade sobre esses dados é o fato de que apesar da existência de projetos de expansão para uso dos tablets na escola, eles são pouco explorados por esses educadores. Observa-se ainda que a familiarização com a popularização dos aparelhos móveis tipo smartphones permitiu maior aderência às aplicações com a internet. Essa aderência sugere a criação de aplicativos educativos específicos para esse tipo de dispositivo.

A busca crescente por formação continuada é pauta das políticas públicas na SME e nessa investigação ficou evidente a necessidade de ampliação e customização dos cursos oferecidos. As formações oferecidas pela SME ainda não suprem as necessidades dos educadores, o que justifica a busca de formações fora do espaço escolar. Apensa 3,3% dos POIEs considera suficiente o número de encontros formativos nos curso sobre linguagem de programação. Há uma forte demanda por aprendizagem sobre linguagem de programação, em especial, sobre o recurso Scracth.

Dentre as DREs que oferecem formação continuada e que merecem destaque, encontram-se as de São Mateus e Freguesia do Ó. Os POIEs entrevistados informaram que suas DREs oferecem formação complementar sobre linguagem de programação e outros recursos midiáticos e

computacionais. O mapa das escolas participantes nesse trabalho podem ser consultado no link: https://www.google.com/maps/d/viewer?mid=1DmCOKx2EVP7XaDru7-BbLSxrfT8

Um dos apontamentos dos educadores entrevistados individualmente revela que há muitos recursos a serem utilizados com os alunos e que esse excesso parece mais atrapalhar do que ajudar. Sobre isso Valente (1999) coloca a necessidade de “enxugar” no sentido de diminuir os recursos que possuem função semelhante e substituí-los por recursos com funções diferenciadas de acordo com as necessidades dos alunos, o que “enxugaria” o excesso de recursos “ociosos”.

Observa-se a partir do resultado do questionário on-line, que há diferença de ações com relação ao registro entre os POIEs que se destacam e os que ainda não dominam bem os percursos no Scratch.

Cerca da metade dos educadores aponta que planejam a avaliação com o Scratch baseada em algum tipo de apontadores (subentende-se que utilizem as rubricas ou similares em conceitos: insatisfatório, satisfatório e plenamente satisfatório) ao final das produções. Já os educadores indicados como referência nas produções em Scratch realizam seus registros de maneira diversificada, considerando avaliação no decorrer do percurso através de diálogos, exposições das produções e uma pequena parte com rubricas.

Com relação aos educadores referência, o hábito de exposição das produções e registros é realizado por todo. Há pastas com as produções dos alunos nos computadores e que podem ser consultados por todos. Além disso, os alunos monitores são fortes aliados no direcionamento para localização destas informações pelos alunos menores.

A questão das exposições das rubricas é bastante recorrente, mesmo entre os POIEs referência. Alguns apontaram a impossibilidade de impressão dos apontadores como motivo para não exposição no momento da visita in loco, o que demonstra a cultura do impresso como forma de expor seus trabalhos, uma afirmação intimamente ligada ao apontamento das necessidades do apoio da direção como dificuldade para o trabalho, já que o gestor não autoriza a impressão.

Mesmo com um número expressivo de educadores voluntários afirmando utilizar-se das rubricas, ainda não houve totalidade de porcentagem dessa apropriação, mesmo entre os POIEs referência. Entre os que utilizam as rubricas segue a afirmativa de construção de acordo com as orientações de Cesar Nunes. Contudo, esses educadores utilizam as rubricas em conjunto com outra forma de registro comparativo.

Há uma quantidade expressiva de educadores que utiliza o Scratch com dúvidas sobre suas ações. A falta de domínio do recurso costuma ser acompanhada por testes das ações antes da sua aplicação.

A motivação por aprender pode ser observada tanto por educandos quanto educadores. O foco do aprendizado ainda mantém forte aspecto voltado ao recurso e contexto de aprendizagem da linguagem de programação em si. Já os educadores entrevistados in loco primam pelo desenvolvimento de conceitos como percepção criativa, aprendizagem coletiva de qualidades que ampliam-se em grupo. Nessa direção, considera-se como um dos princípios da criação do Scratch desenvolver o olhar produtivo da criatividade e a compreensão de um sistema de linguagem que transmite informações, na intenção de formar pessoas culturalmente ativas no futuro e não programadores.

Sobre a percepção dos educadores que responderam abertamente, com relação as suas expectativas pessoais sobre o recurso Scratch, uma porcentagem mediana opta por diminuir a ansiedade com relação à aprendizagem que espera de seus educandos. Eles consideram uma percepção de aprendizagem processual e gradativa e, observam a necessidade de se aprofundar em uma área de conhecimento que não pertence a sua área específica de formação. Diante deste resultado, um fato curioso nos leva a refletir por que uma grande quantidade de educadores não demonstra amplitude de reconhecimento dessa necessidade.

Diferentemente das percepções dos POIEs referência, que nas ações com o Scratch citam a importância do desenvolvimento das habilidades lógico-matemáticas e consideram primordiais a

aprendizagem das concepções de grupo e o desenvolvimento da criatividade, os POIEs não indicados priorizam apenas o desenvolvimento da habilidade lógico-matemáticas, não considerando os demais componentes curriculares em suas potencialidades.

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