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CAPÍTULO 4 – APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.6. Estratégias de marketing para o combate a sazonalidade no PNAB

4.6.2. Marca e posicionamento do PNAB

A marca exerce uma grande influência sobre o mercado na escolha de um determinado destino e tem um papel fundamental no respetivo posicionamento no mercado turístico. A marca do PNAB está representada pelo logótipo representado na figura 33.

Figura 33 – Logótipo que representa a marca do PNAB

Fonte:www.facebook.com/Parque-Nacional-do-Arquipélago-de-Bazaruto-104064859801607/?fref=ts

Um dos principais objetivos da criação do PNAB foi a proteção dos dugongos e a marca do destino é também representada pelo dugongo. A escolha deste animal como a marca

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do destino deve-se, em parte, à origem da criação do parque. Com efeito, o parque possui uma elevada população de dugongos face ao panorama nacional e internacional e este é um animal em vias de extinção a nível mundial.

A sigla A.N.A.C. identificada na marca, refere-se à Administração Nacional de Áreas de Conservação, que é o órgão responsável pela gestão das áreas de conservação no país, no caso específico do PNAB trabalha em coordenação com o Ministério do Turismo, pois este local, para além de ser uma área de conservação é também destinada ao desenvolvimento do turismo.

Este logótipo reflete em parte a caraterística principal do destino, mas de acordo com Kapferer (2008), uma das facetas representadas no seu prisma é a Reflexão, que diz que a marca deve refletir as diferentes imagens criadas pelos clientes quando abordadas pelo destino. Em relação ao PNAB, os consumidores têm duas perceções sobre o destino, embora não muito divergentes, por um lado que é um local destinado à prática do turismo de sol e mar e, por outro, que a imagem do destino está mais associada à área de conservação e esta é muito bem refletida no logótipo utilizado no PNAB.

O destino, além de passar a imagem de área de conservação pretende também transmitir a ideia de área destinada a turismo de sol e mar. Portanto, em relação ao turismo classe alta, seria importante rever o logótipo, de modo a permitir a transmissão de uma mensagem mais abrangente do destino.

4.6.3 Propostas estratégicas para redução da sazonalidade

Depois de analisar os resultados da pesquisa, foram propostas algumas ações estratégicas para reduzir a sazonalidade como a segmentação, diversificação e

estratégia de especialização flexível de Poon

Segmentação – os principais mercados emissores de turistas para o PNAB são os mesmos que identificados como emissores estratégicos para Moçambique pelo PEDTM (2004), ou seja, África do Sul, Portugal, EUA, Inglaterra e Itália, com exceção da Alemanha, que não é um mercado muito relevante no PNAB, e a Itália que teve uma participação muito baixa na amostra utilizada na pesquisa (3.8%).

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A França não foi identificada como país estratégico, mas teve a mesma participação dos inquiridos que os EUA e Moçambique com 10,1%. E existem alguns países que o PEDTM (2004) não identifica, nem como mercados emissores com foco secundário, mas que se evidenciaram ao longo da pesquisa. Portanto, com esta divergência de dados, sugere-se que o destino Bazaruto deve diversificar o seu mercado, considerando algumas propostas como o mercado doméstico, por se ter verificado uma considerável participação deste segmento a partir dos dados dos inquéritos.

Para além de Moçambique, o destino poderia direcionar as suas ações de

marketing para os mercados francês, australiano e holandês (países atualmente

não identificados como emissores para Moçambique, mas com forte incidência no PNAB), mas igualmente o Zimbabwiano (identificado como mercado de foco secundário para Moçambique e que poderia ser primário para o PNAB).

Diversificação – o PNAB é rico em recursos turísticos naturais, mas para que o destino se torne mais atrativo é importante que invista numa série de atividades que possam melhorar a experiência turística dos visitantes. No PNAB é possível desenvolver uma série de atividades que foram mencionadas no quadro 8, que são maioritariamente compostas por desportos náuticos, mas se tivermos em conta as atividades propostas pelos turistas, o destino devia investir um pouco mais em pacotes com uma grande vertente cultural (p. ex. manifestações folclóricas e calendário de eventos de gastronomia local); o golf também foi mencionado como atividade alternativa e, por fim, explorar mais a flora e a fauna existente no destino.

Especialização flexível de Poon – é uma proposta que o destino deve considerar para desenvolver as suas estratégias, tomando em consideração a dinâmica atual do mercado turístico. Segundo Evans, Campbell & Stonehouse (2003), esta é uma estratégia de inovação que prevê o new tourism, que é flexível, segmentado, personalizado para as necessidades do turista. Ainda no mesmo âmbito, Tribe (2010), propõe à substituição do old tourism que era caraterizado pelos 4S (Static, Single, Simple and Safe) para o new tourism caracterizado por 4D (Dynamic, Diverse, Difficult and Dangerous).

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Portanto, as estratégias de marketing do PNAB não devem estar alheias a estas tendências do turismo. O destino deve incidir as suas estratégias tomando em consideração as características do new tourism (4D), pois o turismo é um fenómeno dinâmico que, está inserido num mercado altamente competitivo, onde as características da procura estão em constante mudança, o consumidor é cada vez mais exigente e tem uma variedade de opções de oferta de produto turístico, em diferentes destinos. Devido a estas características, os mercados têm mais dificuldade em atrair um elevado número de potenciais consumidores, o que torna o mercado turístico cada vez mais perigoso. Para suprir a estas caraterísticas, é necessário que o destino direcione as suas estratégias de marketing olhando sempre para as características do produto turístico e dos potenciais consumidores.