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CAPITULO III – DINÂMICA PARA EFETIVAÇÃO DO SUAS NOS

Foto 09 Marco central do município de Matos Costa

da realidade nacional, pois segundo a PNAS/2004, quase 65% da população rural concentram-se nos municípios de pequeno porte.

Importante também destacar a redução populacional do município, segundo a estimativa do IBGE/Censo/07 de 7,37%, 140 pessoas.

Pensar a política social significa pensar nos municípios pequenos e com significativa população rural. Também é preciso entender os territórios cada um com configurações diferentes. Pensar o CRAS rural nos municípios de até 20.000 habitantes, onde a população rural é significativa, é um desafio para todos os envolvidos na efetivação da política.

Foto 09 – Marco central do município de Matos Costa

Matos Costa, começou o seu processo de colonização a partir da construção da estrada-de-ferro São Paulo-Rio Grande do Sul, concluída em 1910. Os primeiros colonizadores foram migrantes caboclos vindos de Porto Amazonas, no Paraná, que se instalaram na localidade chamada São João dos Pobres. O distrito se emancipou de Porto União em 23 de abril de 1962, quando recebeu o nome de Matos Costa, uma homenagem ao capitão João Teixeira de Matos Costa, morto durante a Guerra do Contestado.

A tabela 11 identifica que o município de Matos Costa possui 236 famílias sobrevivendo em 2003 de uma renda per capita de R$ 90,00 e 235 recebem o auxílio financeiro do Bolsa Família e BPC (2007). O total de benefícios chega a

Tabela 11

Matos Costa: população urbana e rural agregada pela renda per capita mensal e benefícios recebidos 10ª Região do meio-oeste catarinenese.

população/renda

per capita renda até R$

180,00 renda até R$ 90,00 famílias per capita até r$ 90,00 (A)

benefício x família com per

capita até R$ 90,00 população % R$ % % % % PBF BPC Total (B) B/A % total 3.204 100 156,85 100 2.221 69,3 1.121 35,0 236 29,6 203 32 235 99,5 rural 1.954 60,9 149,87 95,58 1.580 80,9 885 45,3 186 39,7 urbano 1.250 39,1 195,50 124,68 641 51,3 236 18,9 50 15,2

Fonte: Sobre Renda da população: Diagnóstico da Exclusão Social em SC – “Mapa da Fome”- Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social, Urbano e Meio Ambiente 2003.

Fonte: Sobre Benefícios: Informação sobre beneficiários recolhida nos municípios – 2007.

observar os dados dos demais municípios da 10ª SDR, percebe-se que os números não apresentam grandes alterações, pois como já visto, esta é uma região que apresenta indicadores sociais baixíssimos.

Outro indicador relevante nessa realidade é a redução populacional que ocorreu segundo o IBGE/Censo/07 na ordem de 12,30%, 386 pessoas.

O que impede em alguns municípios pesquisados que um número maior de famílias receba o benefício, é a defasagem do Cadastro Único. A mobilização nos territórios pesquisados é percebida na ausência de campanhas que cheguem a todos os habitantes, não só aos da sede, mas, àqueles que residem no interior, aonde as informações não chegam, ou se chegam não são compreendidas. O Cadastro Único do governo federal reúne informações sobre os lares com renda per

capita de R$ 120,00, mas, não são todas as prefeituras que estão priorizando esta ação.

A economia do município de Matos Costa está centrada no campo, mais precisamente na criação de gado de corte, com a presença de grandes latifundiários, aqui denominados “fazendeiros”. Seu desenvolvimento esteve atrelado a essa realidade e a falta de oportunidade de trabalho justifica o percentual de pessoas pobres. Hoje, a situação da economia começa e ser alterada com a utilização de grande parte deste território para reflorestamento de pinus americano.

Calmon foi um povoado que teve seu iníio ao redor da Estação Ferroviária, e recebeu este nome devido ao Engenheiro que se chamava Miguel Calmon Dupin de Almeida, responsável pela construção da Estação (estação construída em 1908, inaugurada pelo Presidente Afonso Pena).

A vila foi povoada por habitantes de origem portuguesa que emigraram do município de Curitibanos, e os trabalhadores da construção da estrada férrea, alguns europeus de origem polonesa, e mais tarde imigrantes italianos, japoneses e alemães. A história do município está vinculada à Guerra do Contestado. Calmon foi palco de várias batalhas e chacinas ocorridas durante a Campanha do Contestado, e está ligado a um acordo firmado pelo Governo Brasileiro, no fim do Século XIX, com a empresa multinacional chamada Lumber, que se dedicava à exploração de madeira, com sede em Três Barras – SC. A Lumber implantava serrarias nos arredores de Calmon, Canoinhas e outras cidades que começavam a se expandir.

Essa expansão se vê reafirmada no fato de Calmon já ter sido um distrito que possuía aproximadamente 5.000 habitantes, com a presença no município de um hospital, campo de aviação, grandes armazéns e clubes de serviços.

No ano de 1.962, Porto União deu origem ao município de Matos Costa, tendo como distrito o povoado de Calmon, que somente em 09 de janeiro de 1.992, teve sua emancipação político-administrativa.

Calmon tem sua economia baseada na agricultura, onde se destaca a produção de milho, feijão, tomate e alho; pecuária (gado de corte e produção de ovos); além da exploração da erva-mate e madeira (pinus e eucaliptus). Destaca-se na extração de madeira e a produção agropecuária que era expressiva, por possuir um relevo bastante acidentado, com o solo em grande parte pedregoso, prestando- se para o reflorestamento, que é feito por indústrias madeireiras de municípios vizinhos.

O município de Calmon apresenta a menor renda per capita em relação aos demais municípios estudados, e 1.617 pessoas vivendo de uma renda per capita inferior a R$ 90,00 em 2003. Já com relação aos benefícios repassados, apenas 69,5% da população está sendo coberta. É urgente que se busque a ampliação de cobertura, uma vez que, segundo a estimativa do IBGE/Censo/07, houve aumento populacional na ordem de 25,22%, totalizando 4.012 habitantes. Esses números justificam a ampliação de cobertura de benefícios para os indivíduos que se encontram à margem da sociedade e com suas necessidades básicas não sendo atendidas. A política pública nessa realidade deve-se pautar em reformas assentadas no avanço do controle social e da gestão democrática capaz de universalizar a cidadania e um padrão básico de inclusão.

Tabela 12

Calmon: população urbana e rural agregada pela renda per capita mensal e benefícios recebidos 10ª Região do meio-oeste catarinenese.

população/renda

per capita renda até R$

180,00 renda até R$ 90,00 famílias per capita até R$ 90,00 (A)

benefício x família com per

capita até R$ 90,00 população % R$ % % % % PBF 26 BPC 27 total (B) B/A % total 3.467 100 114,97 100 2.812 81,1 1.617 46,6 322 39,8 190 34 224 69,5 rural 2.075 59,8 82,32 71,60 1.719 82,8 1.024 49,3 208 44,1 urbano 1.392 40,1 127,59 110,97 1.093 78,5 593 42,6 114 33,7

Fonte: Sobre Renda da população: Diagnóstico da Exclusão Social em SC – “Mapa da Fome”- Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social, Urbano e Meio Ambiente 2003.

Fonte: Sobre Benefícios: Informação sobre beneficiários recolhida nos municípios – 2007.

Obs: Segundo estimativa do IBGE, Censo de 2007, a população do município é de 4.012 habitantes.

Foto 10 – Igreja Católica referência em Calmon

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