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masculino 4 a 50 anos licenciatura Director de Departamento

No documento As assembleias de escola em discurso directo (páginas 138-167)

Representação autárquica nas Assembleias de Escola

A representação autárquica do concelho é feita por dois funcionários da câmara (Chefe de Departamento e Chefe de Divisão de Educação) e por dois representantes de juntas de freguesia. No caso dos funcionários da câmara, um faz-se representar nas Escolas Básicas do 2º e 3º ciclo, agrupamentos verticais e Escolas Secundárias e o outro faz-se representar nos agrupamentos horizontais e Escolas Básicas do 1º ciclo. No caso das juntas de freguesia, esta representação faz-se sentir “no caso de ... numa EBI e no caso de ..., numa EB2,3”.

Esta representação, segundo o entrevistado, não tem sido fácil na medida em que as actividades da câmara nem sempre são compatíveis com as reuniões das assembleias de escola, o que resulta numa ausência de representação autárquica nas assembleias de escola. Como nos diz o entrevistado “há já algum tempo que venho a faltar a algumas assembleias de escola, porque não tenho forma de estar presente e porque tenho outras actividades e tenho sempre coisas da câmara que não permitem estar nas reuniões às horas que estão marcadas...” logo “quando eu falto a câmara não está representada”.

Por outro lado, caracteriza esta participação como “uma participação simbólica...”, no sentido em que “nós (autarquia) estamos representados, mas não há envolvimento político nesta questão...”. Esta falta de envolvimento político deve-se, no entender do entrevistado, ao facto de: “politicamente, ... não é uma questão que seja prioritária ... que o executivo veja grande questão no envolvimento com

as assembleias de escola ...” e sublinha “esta questão, em termos políticos, é uma questão à qual a câmara não dá grande importância”.

Considera ainda que a existência deste novo órgão não veio alterar os moldes em que os contactos com as escolas sempre foram feitos. Na sua opinião: “não é necessário haver uma assembleia de escola ... não é por haver uma assembleia de escola que se estabelecem relações ... e mais do que isso, as relações, na maior parte dos casos, são estabelecidas, por nós, com os directores das escolas e não com os presidentes da assembleia de escola...”. Assim sendo, os contactos com as escolas continuam a passar “sempre por nós...não pelo facto de estarmos na assembleia de escola, mas porque já anteriormente o faziam ... passam por mim e pela minha colega, como já passavam anteriormente,... pela relação pessoal que nós temos, neste caso eu com as EB2,3 e Escolas Secundárias e ela com as Escolas Básicas do 1º ciclo”.

Política da autarquia em matéria educativa

No que respeita à política educativa da autarquia, o entrevistado considera, antes de mais, que esta "depende muito do político que está à frente e da sensibilidade que ele tem". Considerando o caso concreto desta Câmara Municipal, lembra que “o anterior presidente da câmara era um anterior professor primário e inspector geral do ensino e era uma pessoa que ... todas as questões que tinham que ver com a educação, interessava-se directamente por elas e envolvia-se de uma forma muito grande...todas estas coisas eram questões que eram tratadas de uma determinada forma. Agora quando aparece uma equipa ... que tem uma forma de estar diferente...,basta ser uma equipa mais economicista, que diz: «já gastámos x, não temos nada que gastar ... isto é da competência dos outros...». É uma alteração de política ...”.

"Com efeito", sublinha, “todos os anos fazíamos uma reunião com os conselhos directivos das escolas e com os anteriores directores, no início do ano, para definir como é que ia ser o nosso relacionamento durante esse ano lectivo, nomeadamente em relação às escolas primárias... questões sobre despesas de expediente e limpezas, auxiliares..., com os 2º e 3º ciclos, questões relacionadas com os transportes”, actualmente, "os executivos camarários não sentem esta questão como uma questão muito pertinente, como uma questão muito importante... como uma questão politicamente vantajosa ... porque a escola é uma entidade regulada por um organismo da administração central ...".

Na sua opinião, “para que os políticos sintam isto de uma forma mais intensa, independentemente, de haver um ou outro que está mais sensível, era preciso que houvesse mais competências nas mãos das autarquias e sentirem que a sua é

importante ou é determinante”, considerando ainda que " diz muito pouco às autarquias aquilo que se passa dentro das escolas ...".

Funcionamento da Assembleia Aspectos formais

No que respeita aos aspectos formais do funcionamento da assembleia, o entrevistado refere que "tem havido uma evolução positiva ao nível do que são as convocatórias e da informação dos assuntos a tratar nas reuniões...", sendo que "há ordem de trabalhos prévia e há envio dessa ordem de trabalhos e da documentação das matérias que vão ser tratadas nessa reunião". Quanto aos horários das reuniões das assembleias de escola, refere que "as assembleias de escola são todas ao fim do dia entre as 18.00 e as 19.00 ... no fim de dia de trabalho".

Relações internas

O bom funcionamento das reuniões encontra-se associado, na opinião do entrevistado, à boa relação e articulação existente entre o presidente do conselho executivo e o presidente da assembleia de escola. Como nos diz: "normalmente, as reuniões são bem preparadas e funcionam bem...nomeadamente no que respeita à articulação entre o presidente da assembleia de escola e o presidente do conselho executivo; existe em todas elas (reuniões das assembleias) uma boa relação ... não existem problemas de antagonismos nem coisas que possam a vir a provocar um mau funcionamento da reunião".

No que respeita à participação dos diferentes membros na assembleia, o entrevistado considera, antes de mais, que esta participação está relacionada com o tipo de assuntos que são tratados nas reuniões da assembleia. Desta forma, refere que "os assuntos na maior parte dos casos são assuntos específicos do funcionamento das escolas" e que "são discutidos e tratados entre os professores, a que os outros assistem com maior ou menor interesse, com maior ou menor grau de participação". Continua dizendo que "as pessoas sentem que os problemas são problemas das escolas, não são problemas deles ... um pouco idêntico com o que se passa com os representantes da autarquia".

No seu entender, "a forma como as pessoas se envolvem é limitada..." e "não sentem aquilo como seu ... aquilo é uma entidade exterior...".

Fazendo referência, concretamente, à participação dos pais e dos alunos, considera que os primeiros "estão mais participativos", apercebendo-se, no entanto, que esse aumento de participação "não leva a que os pais sintam mais os problemas e haja

cada vez mais pais envolvidos nas associações de pais"; quanto aos alunos, estes "são muito passivos ... colocam questões muito fortes ou muito individualistas, ou muito egoístas, ... andam lá a discutir os seus problemas ... ou vão discutir questões que têm a ver com a associação de estudantes e não têm uma visão de conjunto".

Ainda no que se refere às relações internas no seio das assembleias de escola, o entrevistado sublinha que as confrontações existentes se geram, essencialmente, entre o grupo de pessoal docente. Na sua opinião, "as listas são de diferentes grupos e depois subsistem nas assembleias de escola... sob a forma de discussões que se podem tornar mais azedas...". Este tipo de confrontação entre o grupo de pessoal docente leva a que os outros membros sejam colocados (mais uma vez) de lado, no sentido em que "nesta guerra quem vem de fora fica a assistir, não percebe".

O papel da assembleia

No que diz respeito ao papel da assembleia, o entrevistado considera que esta tem pouco poder de decisão, na medida em que os assuntos já vêm delineados do conselho pedagógico. Exemplifica dizendo: “o problema é que o projecto educativo vai à assembleia depois de ter sido elaborado na escola e ter sido aprovado no conselho pedagógico” e “quando chega à assembleia é um dado assente, que aquele é o projecto da escola”. Desta forma, continua: “as pessoas pensam ... «quem somos nós para pôr em causa uma coisa que foi feita por tanta gente e envolveu tantas pessoas»”. Com efeito, “ na maior parte das situações, as entidades de fora da escola, na assembleia, aprovam o projecto que lhes é colocado em cima da mesa... pode haver às vezes uma pequena alteração ou acrescento, mas na maior parte dos casos aprovam porque a postura é muito esta: «já tanta gente discutiu, viu, analisou, como é que vamos ser nós, agora, que não vamos estar envolvidos no dia-a-dia do trabalho da escola, estar a modificar»”.

Balanço sobre a aplicação do Decreto-Lei 115-A/98

De uma forma geral, o balanço que o entrevistado faz da aplicação do Decreto-Lei 115-A/98, é positivo. Considera, no entanto, que “as questões essenciais do funcionamento das escolas continuam a ser controladas pelo ministério da educação e continuam a ser controladas por uma entidade que trata lá isto tudo e que não está presente". No seu entender, “este é um processo demorado” que terá melhores resultados quando a comunidade local tiver uma maior “capacidade de intervenção, de falar, de discutir”. É, neste contexto que surgem os conselhos

locais de educação, que, na sua opinião, podem “servir de um certo motor para criar uma consciência diferente... em questões de definição da rede, de intervenção junto das famílias...”.

Referindo-se, concretamente, ao processo gerado nas escolas e agrupamentos, considera que a situação que colocou mais problemas foi a criação dos agrupamentos verticais, na medida em que "nesta história dos agrupamentos verticais, o problema foi o envolvimento do 1º ciclo com os 2º e 3º ciclos” . No seu entender, "os professores do 1º ciclo estavam habituados a ter a sua conta própria e geriam o dinheiro e agora não podem fazer isto, agora têm que ir ao conselho executivo do agrupamento dizer que precisam disto e precisam daquilo ... e então isto tem vindo a criar um conjunto de problemas ...as pessoas tinham liberdade para comprar o que queriam e agora quem está no conselho executivo questiona: «quer isto para quê?». E esta relação tem vindo a colocar problemas".

6.2. Síntese do painel B

Caracterização do grupo

Total de elementos Género Idade Habilitações Função na Autarquia

2 2 - masculino 1 - 41 a 50 anos 1 - 51 a 60 anos

2 - 12º ano 2 - Vereador

Representação das Autarquias nas Assembleias de Escola

Compareceram à entrevista dois autarcas, vereadores de Câmaras. Num dos casos o vereador é o único representante da autarquia e, por isso, membro de três Assembleias - agrupamento horizontal, EB2,3 e escola secundária - o segundo somente integra a Assembleia de uma EBI/agrupamento vertical, alternando a sua presença com uma técnica da Câmara, para que, como disse o próprio, não se falte.

Funcionamento da Assembleia Aspectos formais

Ambos os presentes referiram que, através de um ofício, são sempre avisados antecipadamente das reuniões da Assembleia, recebendo juntamente, não só a informação de quais os seus objectivos e assuntos a tratar, como também a documentação necessária.

Um dos representantes informou que as reuniões da Assembleia de que faz parte se realizam, por sistema, por volta das 18.00h, tendo o outro informado, com um certo tom de crítica, que, no caso das Assembleias que integra, todas elas se realizam, apenas por conveniência dos professores, cerca das 16.00h.

Funções e utilidade

No discurso dos dois entrevistados é visível um sentimento positivo em relação à utilidade da Assembleia, nomeadamente no que se refere à existência de um maior contacto entre as escolas e as autarquias (e população que estas representam), à possibilidade de uma maior democraticidade no governo da escola e, devido à diversidade de perspectivas/actores que ela agrega, a um potencial aumento da qualidade da educação. Como referiram: "antes já havia a ligação da autarquia à

escola, através do Conselho Pedagógico, mas a ideia de uma Assembleia de Escola é positiva. Quanto mais entidades, quanto mais pessoas, mais factores, ligados à parte educação, a pronunciarem-se sobre educação, mais propostas de acções, ideias, críticas e resoluções. Trabalhamos muito em conjunto e funciona... isto é, tem pernas para funcionar; a Assembleia é um órgão efectivamente útil... pelo menos é um areópago onde toda a gente tem assento... será bom a manutenção de um órgão como esse, porque é uma aprendizagem da democracia, sem dúvida nenhuma!".

Neste sentido, é possível identificar uma única e abrangente representação sobre a Assembleia, a qual se constitui, também, como alguma fonte de desilusão (e de desistência de participação):

A Assembleia como local de debate alargado e de procura de soluções para os problemas da educação. Embora os depoimentos dos dois entrevistados apontem para esta mesma representação da Assembleia, enquanto um dos vereadores acentua, sobretudo, a vertente dos problemas da escola, o outro, com uma postura mais abrangente, de território, acentua, preponderantemente, a necessidade de discussão e resolução dos problemas locais da educação. Como disse este último: "esta questão da Assembleia tem nexo, tem senso... as escolas ficam com mais contacto com a sociedade, com os pais... não só com professores e alunos, mas com todo um conjunto de entidades que constituem um factor importante para o desenvolvimento da educação local". No entanto, na prática, a discussão, em ambas as vertentes, parece limitada, pouco participada e, por isto e pela ausência de recursos, pouco eficaz. Como expressaram os presentes: "não tem sido uma instância de discussão e de decisão... para já faltam parceiros... qualquer solução que seja adoptada, não é uma solução com consenso comum... não é um trabalho tão produtivo; os pais debatem os assuntos e fazem críticas no café ou na esquina da rua, quando temos um local próprio para os debatermos; os assuntos demasiado importantes e as soluções que poderiam sair dali - mecanismos de combate à própria exclusão, por exemplo - poderiam ser ali tratados de forma muito mais séria, muito mais correcta, com soluções muito mais próximas, do que através de iniciativas privadas; a ideia da Assembleia de Escola é óptima: todos juntos para resolver os problemas... excelente... agora vamos ver em que contexto... entre a Assembleia ser um alvo de solicitações à autarquia, e mesmo com boas relações entre o presidente e a autarquia, a Assembleia não cumpre a função de resolver os problemas locais da educação, não funciona assim... nós ainda não atingimos esse objectivo que está atribuído à Assembleia, ainda não chegámos lá... ainda não conseguimos o quorum a nível da Assembleia; falta a participação dos pais e falta o conjunto de entidades da comunidade local... e a comunidade não está preparada

para a aceitar [a Assembleia]; é mais uma reunião, são mais ideias óptimas... mas como é que nós pomos isto na prática?!; não interessa debater certos problemas, porque já se sabe que não há recursos para os resolver".

Relações internas

De acordo com os depoimentos dos entrevistados, a participação que as escolas (professores, pessoal não docente e pais) querem que a autarquia tenha nelas é a que se refere à satisfação dos pedidos que lhe são feitos, aproveitando as Assembleias para dar voz a esses pedidos/exigências. Como disse um dos autarcas: "a nossa participação na Assembleia, em 98, limitava-se apenas a... corpo presente... íamos para lá ouvirmos os subsídios que a escola queria... o que é que precisava... e conseguíamos votar... agora invertemos um pouco esta situação e queremos fazer sentir a toda a Assembleia que nós estamos ali é para participar... para os problemas irem para cima da mesa e cada um... a parceria tem que desenvolver respostas para cada um fazer a sua parte... estão sempre a pedir... umas pedem por necessidade, mesmo... outras já é por hábito; a autarquia ali tem uma função importante no apoio logístico, nalgum apoio administrativo, nalgum apoio até mesmo educativo - materiais, autocarros - mas acho que a participação havia de ser de carácter de uma outra forma...".

Ao mesmo tempo, conforme as suas declarações, os presentes parecem considerar que, devido ao seu reduzido número, bem como ao reduzido (ou inexistente) número de representantes da comunidade local, têm pouca força na Assembleia, estando essa força concentrada, sobretudo, nos professores que, ainda por cima e contra o que eles acham correcto, não facilitam a participação dos outros elementos. Como referiram: "um representante da autarquia naquela panóplia toda de representantes, para já é o alvo e depois é só um... e ainda há muito espírito corporativo...; as Assembleias de Escola, como é que são marcadas? Para que horas? Como são a maioria, os senhores professores marcam [as reuniões] para os seus horários, independentemente de saberem que um empresário, ou alguém que até poderia participar, não possa estar presente... eu não me repugna ter muitos ou poucos professores... eu acho é que os membros têm que mudar a atitude... Cria logo um anticorpo!".

Assim, quer o sentimento de que as escolas só querem a presença da autarquia nas Assembleias para dar resposta aos seus inúmeros pedidos, quer o isolamento e pouca força que os entrevistados consideram ter nas reuniões, contribuem, ao que tudo indica, para um decréscimo (ou desistência) da sua participação e para a existência de alguma tensão nas suas relações com as escolas. Por sua vez, tudo se agrava, como parece, quando os recursos da autarquia, na opinião dos

entrevistados, são reduzidos e quando o Ministério da Educação, transferindo competências para as autarquias, não as dota do necessário orçamento. Como referiram os próprios: "que ganhamos nós em pôr os problemas [da educação local] em Assembleia de Escola, se a própria escola também está limitada nas suas acções?!; quando se vai para uma Assembleia com estes dados todos [falta de recursos e, ao mesmo tempo, transferência de competências do M.E. para as autarquias], é óbvio que as Assembleias não podem correr bem... porque, por um lado exigem... eu cheguei a ter ultimatos... e por outro, nós sabemos que não podemos; o mal está a partir de cima... As relações do M.E.... do Estado com as autarquias estão anquilosadas há muito tempo... entrou-se numa fase de braço de ferro e... [isso mina também as relações com as escolas]". Foi ainda referido como obstáculo a uma melhor relação, a mobilidade docente: "a mobilidade dos professores dificulta as relações, porque os novos não percebem os constrangimentos da autarquia e pedem desmedidamente... não estão identificados com os costumes da terra e isso não traz o senso de comunidade... não estão despertos para os problemas da sociedade onde estão inseridos".

Apesar destas tensões e limitações, um dos autarcas referiu que se considera membro da escola e que, dentro das suas possibilidades, a autarquia participa e dá ("conhecemos o Plano de Actividades, somos parte integrante da escola... com boa vontade, temos um excelente relacionamento... Falta a continuidade destas acções... É essa a dificuldade... nós damos o nosso apoio, mas estamos limitados... a sobrecarga é grande e não podemos ir mais longe!"), referindo o outro autarca que, talvez pela maior experiência que a escola secundária e a EB2,3 têm em gerir assembleias e, também, pelo facto de ele conhecer, de há muito, os presidentes das respectivas Comissões Executivas, mantém uma melhor relação com estas escolas do que com o agrupamento horizontal.

Quanto aos restantes membros da Assembleia, foi salientada a pouca participação, ou ausência, em todas as escolas, dos pais e de outros elementos da comunidade, a qual é impeditiva de um melhor funcionamento da mesma: "a pouca participação dos pais deriva das suas ocupações, dos seus hobbies, da falta de hábito do povo português em participar nas coisas... Também são 3 ou 4 e assim as coisas não podem funcionar... Às vezes também há uma intromissão dos professores na formação e composição das Associações de Pais; a autarquia e, a montante, os pais, numa reunião da Assembleia é que ligam aos verdadeiros problemas... os outros [membros] passam um bocado ao lado... Mas os pais preferem ignorar os problemas do que enfrentá-los!; os outros membros da comunidade não se sentem motivados e não participam na gestão da escola".

Relações com outros órgãos

Nada foi, em concreto, referido pelos entrevistados relativamente a este assunto. No entanto, uma vez que um dos autarcas salientou ter uma melhor relação com as escolas onde os presidentes dos Conselhos Executivos são, como disse, "seus amigos de outras guerras, acrescentando que aí há uma ajuda mútua e as coisas são discutidas a outro nível", tudo leva a crer que, mais do que em Assembleia de Escola, ele trata os assuntos (e entende que assim deve ser) com o Conselho Executivo.

Balanço sobre a aplicação do Decreto-Lei 115-A/98

Apesar dos entrevistados reconhecerem, como já foi referido relativamente à Assembleia, bastantes virtualidades no modelo, consideram, como disseram, que a "sua implantação se complica" devido ao excesso e indefinição de competências atribuídas à autarquia, à falta de meios para lhes dar resposta, à falta de participação das pessoas e, finalmente, à excessiva mobilidade docente.

Foi ainda referido por um dos autarcas que, caso existisse o Conselho Local de

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