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4. EFEITO DA INCORPORAÇÃO DA CASCA DE MANDIOCA NO

4.3.2 Matéria fresca da raiz (MFR), matéria seca da raiz (MSR) e matéria

acordo com o teste F, percebe-se que ocorreu interação significativa entre os fatores TS e CS para os parâmetros MFR e MSR. Para MST a CS foi significativa, não houve significância para AP, em relação a NR e IC não houve interação entre os dois fatores, porém TS e CS foram significativos para esses dois parâmetros de maneira independente.

Tabela 5- Efeito do tratamento do solo (TS) e da condição do solo (CS) na MFR (g), MSR (g), MST (g), NR, AP (cm) e IC (%). FV GL QM MFR MSR MST NR¹ AP IC TS 3 113708,33* 11901,48* 35486,67ns 0,50* 0,07ns 231,31* CS 1 1416204,17** 125137,04** 335120,67** 0,94* 0,03ns 975,89** TSxCS 3 158456,94** 9348,15* 45634,00ns 0,13ns 0,04ns 131,47ns Bloco 2 1287,50ns 763,29* 3801,17ns 0,07ns 0,08ns 130,47ns ERRO 14 26794,64 2547,10 17319,88 0,12 0,02 59,06 CV(%) 26,30 24,29 27,00 18,62 13,02 19,14

**: significativo a 1% pelo teste F *: significativo a 5% pelo teste F ns: não significativo

1

: transformado em (x+0,5)0,5

4.3.2 Matéria fresca da raiz (MFR), matéria seca da raiz (MSR) e matéria seca total (MST)

De acordo com teste de Tukey a 5% pode-se afirmar que: a MFR na CS I os tratamentos M100 e FM foram superiores a TEST, não diferindo de M50. O tratamento M50 não diferiu da TEST. Na CS NI o trata mento M50 foi superior a testemunha e não diferiu de M100 e FM. Os tratamentos M100 e FM não diferiram da TEST (Figura 14-A). Para a MSR na CS I o tratamento M100 foi superior a testemunha, não diferindo de M50 e FM. Os tratamentos M50 e FM foram semelhantes a TEST. Na CS NI o tratamentos M50 foi superior a TEST não diferindo de M100 e FM, M100 e FM semelhantes a TEST (Figura 14-B). Percebe-se que M100 proporcionou os maiores acúmulos de MFR e MSR, embora não tenha diferido de M50 e FM na CS I, podendo ser utilizado como método alternativo para solos nessa condição, Amorim et al (2005) controlaram a podridão radicular incorporando 200g kg-¹

de CM no solo e ainda perceberam o estimulo no crescimento radicular. Veras (2009) não recomenda a incorporação de CM inferior a 100g kg-¹ de solo, pois constataram que não houve redução do efeito da fusariose em quiabo, nessas condições. Por outro lado Ferreira et al (2012) conseguiram, com 60g kg-¹ de CM, controlar fusariose no maracujá. Nota-se que a CS NI foi superior a I para ambos os parâmetros MFR, MSR e MST (Figuras 14-A, B e C), devido a fertilidade que se encontrava o solo da área experimental, proporcionando um bom desenvolvimento do sistema radicular e mostrando também que o patógeno nessa condição proporciona uma maior interferência no sistema radicular da cultura.

Figura 14 – Efeito do TS e da CS na MFR: (A), MSR: (B) e MST: (C).¹

Um outro ponto a ser considerado é a presença de antagonistas e saprófitos como Trichoderma sp e Rhizopus sp (Figura 15). Nos tratamentos com CM foi proporcionado a bioestabilização do resíduo (C/N de 24:1), sendo um material que contém mais fibra, conforme verificado por Veras (2009). Fenille; Souza (1999) ressaltam que uma C/N elevada proporciona uma ação mais prolongada do que o tratamento com fungicida e favorece o aumento de antagonistas. Esse mesmo efeito foi conseguido por Costa et al (2000), através do uso de compostos bioativos, que controlaram P. cinnamomi em abacateiro e que aumentaram em 38% suas raízes e por Görgen et al (2009) que obtiveram o controle do mofo branco da soja com Trichoderma sp na palhada de Brachiaria ruziziensis.

Figura 15 – Trichoderma sp: (A) e Rhizopus sp: (B) encontrados em solos com incorporação de CM

4.3.3 Número de raízes (NR) e índice de colheita (IC)

As Figuras 16A-E mostram os sintomas da podridão em raízes jovens e adultas principalmente na TEST em que a incidência foi maior (55,56%), influenciando no NR, semelhantes aos descritos por Fukuda; Otsubo (2003); Poltronieri et al (2001). No rei-solamento a colônia apresentou um aspecto semelhante ao do irei-solamento inicial, apresentando estruturas de resistência (clamidósporos) e as assexuadas (esporângios) (Figuras 16F-H).

Figura 16 – Podridão radicular: Podridão em raízes jovens: (A); podridão em raízes maduras:(B-D) e re-isolamento do patógeno: aspecto da colônia (E), clamidóspors (G) e esporângios (H).

De acordo com teste de Tukey a 5% pode-se afirmar em relação ao NR: o tratamento M100 foi superior a testemunha não diferindo de M50 e FM. Os tratamentos M50 e FM não diferiram da TEST, entretanto quando não se realiza a incorporação ou tratamento das manivas a redução do NR em relação ao tratamento com maior incorporação de CM foi de 60%. Apesar de não haver diferença significativa entre os tratamentos com CM e o FM sobre a podridão radicular, esse resíduo passa ser uma alternativa viável no controle da podridão atuando na supressão biótica e abiótica de patógenos habitantes do solo, com mais eficiência em relação aos fungicidas. (Figura 17-A)

Na condição do solo I o NR foi 56% menor do que o NI, influenciado pela fertilidade do solo, que apresentou teores de potássio no valor de 2,3 mmolc.dm-³ considerado médio e de 76,0 mmolc.dm-³ para o cálcio, considerado muito alto no solo (TRANI; CARRIJO, 2007). Silva (2011) explica que doses de cálcio 25% e 50% acima da recomendada contribuiu para uma incidência de Phytophthora nicotinae em 50%, conforme observado no tratamento I. Por

outro lado, na condição NI houve um incremento no NR devido a fertilidade do solo. Outra explicação está na relação C/N de 24:1 do resíduo utilizado, que proporcionou a atividade microbiana do solo, favorecendo antagonistas como Trichodrema sp. ou liberando nutrientes para as raízes (Costa et 2000; Görgen et al (2009) (Figura 17-B)

Figura 17 – Efeito do tratamento de solo (TS): A e da condição do solo (CS) : B , no NR²

²Colunas com a mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%

O índice de colheita (IC) expressa a razão da quantidade de matéria seca da raiz e a matéria seca total Nesse experimento o IC teve uma correlação positiva com MSR (r=0.70**), conforme Figura 17-A.

Observa-se que o tratamento CM50 foi o que mostrou o maior IC superando em 43,09% a testemunha não tratada, isso ocorre como explicado anteriormente. Trata-se dos efeitos da CM sobre o desenvolvimento radicular. Esse resultado reflete na MSR, pois os

tratamentos que obtiveram os maiores IC, a planta transportou os fotoassimilados para as raízes (Figura 18-A).

Nota-se na Figura 18-B, que as condições do solo tiveram comportamento diferentes em relação a fertilidade do solo, provocado pelo alto nível de cálcio, encontrado na análise de solo ser considerado muito alto, de acordo com Trani; Carrijo (2007) e dessa maneira pode ter interferido no IC na condição de solo infestado. Silva (2011) afirma isso em seu experimento quando aplica de 25% a 50% acima da recomendação de cálcio, contribuindo para incremento da incidência da doença em citros. Na condição não infestada, o comportamento foi diferente pois os teores de cálcio não foram limitantes para o aumento do IC que foi de 43,09% a mais do que o solo sob infestação.

Figura 18 – Efeito do TS (A) e da CS (B) no IC³

(A)

(B)

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