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MATERIAIS E MÉTODOS

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3 CAPITULO I CARACTERIZAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA

3.4 MATERIAIS E MÉTODOS

A bacia hidrográfica Palmares-Ribeirão do Saco está localizada na região sul do Estado do Rio de Janeiro, e é parte integrante da bacia hidrográfica do Rio Paraíba do Sul. A região é conhecida como Médio Paraíba do Sul e se encontra entre as coordenadas 22º 30’ 33” e 22º 22’ 53” (Sul) e 43º 30’ 15” e 43° 20’ 50” (Oeste) (Figura 4).

Figura 4. Localização geográfica da bacia hidrográfica Palmares-Ribeirão do Saco na cidade de Paty do Alferes e Miguel Pereira-RJ.

3.1.1 Relevo, Base Planimétrica e Características da Rede de Drenagem da Bacia

Com base na intensidade de desnivelamento e grau de dissecação das feições do relevo, Ceddia (2000) individualizou quatro feições geomorfológicas distintas: colinas dissecadas; colinas suaves; degraus e serras reafeiçoados e degraus escarpados. O relevo da região se caracteriza pelos Domínios de Serras, Depressões Colinosas e Zonas de Alinhamentos. O primeiro situa-se ao sudeste, com orientação geral de NE/SW e altitudes entre 800 a 1200m. As depressões colinosas do Córrego do Saco/ Rio Ubá estão localizadas na porção central apresentando orientação geral de NE/SW, com altitude de 450 a 700m. O domínio de degraus reafeiçoados e colinas dissecadas da zona de alinhamento ocorrem no norte e noroeste do município de Paty do Alferes (EMBRAPA, 1998).

A Figura 5 apresenta o mapa de curvas de nível e rios da bacia obtido a partir da digitalização de duas cartas planialtimétricas, na escala de 1:50.000, geradas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísitca), edição de 1972, e com projeção UTM (Universal Transverse Mercator). O Datum utilizado foi o vertical Ibituba-SC e Datum horizontal Córrego Alegre-MG, correspondentes à Miguel Pereira SF-23-Z-B-I-3 e à Vassouras SF-23-Z-A-III-4..

Figura 5. Curvas de nível e hidrografia da bacia hidrográfica Palmares-Ribeirão do Saco. A partir do mapa das curvas de nível da bacia hidrográfica Palmares-Ribeirão do Saco operações no programa ArcGIS foram utilizadas, possibilitando a elaboração do mapa das classes de altitude e também o Modelo Digital de Elevação.

Para caracterização dos cursos d’água foi utilizado o mapa de hidrografia, tendo como principais cursos d’água na bacia o ribeirão do Saco e o rio Ubá, que fornecem água para as cidades de Miguel Pereira e Paty do Alferes. De acordo com a CEDAE (Companhia Estadual de Água e Esgoto), a água captada na estação de tratamento de Paty do Alferes apresenta ótima qualidade, sendo considerada uma das melhores no Estado. Além de abastecimento público, existe na bacia o uso de água para irrigação e dessedentação animal.

Para definir as ordens de drenagem foi usada a metodologia de Strahler (1952), com base nos canais provenientes de nascentes, definidos como de primeira ordem, dando início a uma lógica em que os canais de segunda ordem são formados pela junção de dois canais de primeira ordem, os de terceira ordem pela junção de dois de segunda ordem e assim sucessivamente. A bacia hidrográfica Palmares-Ribeirão do Saco é classificada como de quinta ordem. A Curva hipsométrica foi elaborada pela multiplicação do ponto médio das diversas cotas e a área acumulada em Km2 das cotas.

A área objeto de estudo foi definida devido à disponibilidade de mapa de solos semidetalhado da área, elaborado pela EMBRAPA-Solos, analisando as características de relevo, dos solos, da vegetação e uso da terra.

3.2.1 Caracterização Climática

A caracterização climática foi realizada a partir de série histórica de dados coletados na estação agrometeorológica de Avelar, pertencente à PESAGRO-RIO, compreendendo o período de 1971 a 2009. A estação (Figura 6) está localizada nas coordenadas 22° 21' S e 43° 25' O, a uma altitude de 507 m.

Figura 6. Estação agrometeorológica de Avelar – PESAGRO- RJ.

De posse dos dados da estação meteorológica foi possível classificar o clima predominante na área da bacia hidrográfica em Cw (Temperado com chuvas de verão), segundo Köppen. A Figura 7 apresenta o comportamento das temperaturas médias, mínimas e máximas ao longo do ano na região. Constata-se uma variação de 12 ºC (junho a agosto) a 30 ºC (janeiro a março), sendo a região caracterizada por apresentar uma amplitude térmica média praticamente constante ao longo do ano.

Figura 7. Temperatura mínima média e temperatura máxima média mensal dos anos de 1986 a 2008.

A precipitação pluviométrica varia de 1.100 a 1.700 mm anuais, sendo em média, os meses de janeiro e dezembro os mais chuvosos (em torno de 220 mm) e julho e agosto, os mais secos (em torno de 19,8 mm) (Figura 8).

Figura 8. Precipitação média mensal no período de 1986 a 2008. 3.3.1 Solos

A Figura 9 apresenta o mapa de solos da região, elaborado pela EMBRAPA-Solos, com base em levantamento semidetalhado de solos na escala de 1:20.000 (Ceddia, 2000). O mapa foi adquirido no formato “shapefille” e importado para o ambiente de SIG no ArcGIS (ESRI, 2006). Cada unidade de mapeamento foi reclassificada até o segundo nível categórico (subordem) de acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos.

A microbacia é composta por Latossolos, nas áreas mais altas; Argissolos e Cambissolos, nas encostas de transição entre as maiores e as menores altitudes; e nas partes mais baixas há predomínio de Cambissolo, Argissolo e principalmente Gleissolo (Figura 9).

Figura 9. Mapa de solos da bacia hidrográfica Palmares-Ribeirão do Saco (Embrapa Solos, 2000).

Segundo Lumbreras et al. (1998), as principais classes de solos na área são: Latossolo Vermelho-Escuro (LE); Latossolo Vermelho-Escuro pouco profundo e câmbico (LE pp e LEc); Latossolo Vermelho-Amarelo (LV); Latossolo Vermelho-Amarelo podzólico e câmbico (LVp e LVc); Latossolo Amarelo (LA); Podzólico Vermelho-Escuro (PE); Podzólico Vermelho-Amarelo (PV); Podzólico Vermelho-Amarelo latossólico (PVl); Podzólico Vermelho-Amarelo câmbico (PVc); Podzólico Vermelho-Amarelo fase terraço (PV); Cambissolo substrato gnaisse e migmatito (C); Cambissolo e Cambissolo glêico substrato sedimentos colúvio-aluvionares (C e Cg); Glei Húmico e Pouco Húmico (GP e GH); Solo Litólico (R). Ainda segundo Lumbreras et al. (1998), a grande diversidade de solos na região reflete a grande variabilidade da paisagem, onde se verificou a presença expressiva de solos integrados, entre Latossolos, Podzólicos e Cambissolos. Em geral, eles são argilosos (de baixa atividade), bem drenados, de baixa fertilidade natural, com variada espessura do sólum e elevada suscetibilidade à erosão, principalmente em função do relevo muito movimentado. 3.4.1 Cobertura Vegetal

Segundo Nasser (2008), a região está inserida no domínio da Floresta Ombrófila Densa, que revestia toda a área da Serra do Mar, desde o nível do mar até altitudes acima de 1.500 metros. Atualmente, a vegetação de floresta reveste os trechos de maior declividade das formações da Serra do Mar. Nas regiões menos acidentadas cedeu lugar a monoculturas, com destaque para plantações de café, cana-de-açúcar e olerícolas. Com o declínio da agricultura, as áreas agrícolas foram substituídas por pastagens e capoeiras, e em determinados locais houve certa regeneração da floresta original com plantas de menor porte (Nasser, 2008).

Segundo a EMBRAPA (1998), as florestas são ocupadas por vegetação secundária em diversos estágios de regeneração, em que as florestas são fragmentadas e perturbadas com muitas plantas originárias de rebrota, indicando exploração seletiva de madeira ou uso agrícola anterior. A vegetação predominante é de floresta tropical subperenifólia em regiões de serra acima de 750m de altitude e de vegetação sucaducifólia no restante da área. Em 1997, a cobertura do solo era composta por: 68,2% de pastagens, 13,5% de florestas, 4,8% de capoeiras, 4,4 de eucaliptos, 3,4% culturas de ciclo curto e 5,7% áreas urbanas.

Na Figura 10 é possível verificar aspectos da vegetação, no Vale do Córrego Maravilha. As áreas mais baixas, próximas ao córrego, são ocupadas por plantações e construções, as encostas por vegetação mais densa, e a região intermediaria, entre as encostas e o curso do córrego, por pastagens e plantações.

Figura 10. Vista do vale formado pelo Córrego Maravilha, apresentando os aspectos da vegetação e relevo.

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