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4 A CORRELAÇÃO DOS PARQUES NACIONAIS COM O PIB PER CAPITA E O

4.2 Materiais e métodos

4.2.1 Dados dos Parques Nacionais

Os valores referentes aos Parques Nacionais brasileiros, tanto do tamanho da área, quanto do número, foram retirados de uma base de dados de estudos anteriores8, os quais foram compilados e elaborados a partir do site do Instituto Chico Mendes da Biodiversidade – ICMBio e do Cadastro Nacional de Unidades de Conservação - CNUC. Apesar dos mesmos estarem incutidos na legislação em 1934, o primeiro parque criado foi em 1937 e, portanto há dados a partir desse ano.

Ao longo do tempo houve decretos que modificaram o tamanho dos Parna, mudanças muitas vezes conturbadas e com déficits de dados, portanto, os valores das áreas são referentes até a data presente (2012). Como não tiveram criações anuais de parques, fez-se uma soma acumulativa, ou seja, se no ano de 1937 houve a criação de apenas um parque e no ano de 1938 não houve nenhum, o valor de 1937 será igual ao de 1938. Porém se em 1939 dois novos parques foram decretados, somou-se a área desses dois novos parques com o valor anterior, o valor de 1938, e assim por diante. Com relação ao número de parques, realizou-se a soma dos Parna existentes de cinco em cinco anos.

4.2.2 Estimadores de desenvolvimento

As informações referentes ao PIB per capita foram selecionados da base de dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – Ipea, o qual é uma fundação pública federal vinculada à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Tais dados estão disponíveis na página virtual do Ipea data, no setor de macroeconomia, no item temas - Contas Nacionais – Ipea. A série foi estimada utilizando-se o PIB nominal e a população residente em primeiro de julho de 2009 e para 2010 os resultados preliminares foram estimados a partir das Contas Nacionais Trimestrais - Referência 2000.

Os valores do PIB per capita estão disponibilizados desde 1900, todavia, como os dados dos Parna são referentes a 1937, os valores selecionados são datados congruentes aos parques.

Tanto a escolha do PIB per capita quanto dos IDH foram motivados pelo grande uso dos mesmos nas diversas áreas do conhecimento, principalmente no que norteia as políticas públicas. Ademais esses dados são relevantes para uma análise do crescimento de uma

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determinada região e, apesar das críticas, ainda são fortes indicadores. De acordo Kassenboehmer e Schmidt (2011), estão longe de ser claro que os pesquisadores realmente serão capazes de explorar o potencial teórico no trabalho prático no que diz respeito à elaboração de um conjunto mais amplo de indicadores que possibilitem transmitir informação adicional importante. Para eles as imperfeições dos dados reais são um problema para a elaboração de novos indicadores.

O IDH, embora seja um índice inovador, não desprezou a importância do PIB per capita como uma medida que auxilia na análise do desenvolvimento, seu diferencial foi que acrescentou outras informações relevantes (educação e longevidade) para o bem-estar do indivíduo, atribuindo-lhes pesos iguais (NEUMAYER, 2001). De forma simplificada o IDH é mensurado da seguinte forma: é realizada uma transformação logarítmica do componente rendimento, descontando-se os rendimentos mais elevados, devido à suposta utilidade marginais decrescentes. Em conseguinte o componente educacional sofre ajustes da variável, em que consiste em dois terços da taxa de adultos alfabetizados entre todos os adultos e um terço da taxa de escolarização do primeiro, segundo e terceiro nível de escolaridade bruta em percentagem. O componente longevidade é medido pela esperança de vida ao nascer em anos. Para cada variável há um valor de máximo e mínimo definido.

Até 1994, os valores mínimos e máximos não foram absolutamente fixos, porém derivados dos valores mínimos e máximos alcançados em todo o mundo em cada ano. Depois a metodologia foi alterada e os valores mínimo e máximo se fixaram em termos absolutos. Uma vez que os valores máximos são escolhidos, de tal modo que eles são mais elevados ou igual ao valor real que um país pode alcançar, o índice de cada país, para cada variável, se situa entre zero e um. Assim, os países são ranqueados conforme o seu valor, e quanto mais próximo de um melhor. Segundo o RDH de 2011 o Brasil assume a 84º posição, com o índice de 0,718.

Os índices dos IDH foram selecionados dos RDH anuais, disponíveis no site do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD. Apesar do IDH ter sido iniciado em 1990, fez-se um estudo para os países que haviam os conhecimentos pertinentes divulgados (PIB per capita, taxa de escolaridade e longevidade) desde o ano de 1975, e esses foram publicados nos relatórios. Os dados mais antigos estão disponíveis na série de cinco em cinco anos, portanto, a partir de 2000 em que as informações são anuais, foi feita uma média aritmética de cinco em cinco anos, a fim de ser possível a análise dos dados. Não obstante, houve uma redução do tamanho amostral.

4.2.3 Análise dos dados

Como essa pesquisa foi exploratória e se buscou realçar as discussões diante da relação entre as variáveis, então foi feito para o estudo do grau de relacionamento entre as variáveis uma análise de correlação simples.

Devido ao fato dos Parna terem dados somente a partir de 1937 o tamanho da amostra foi pequeno. Para as áreas dos parques somaram-se 75 dados; idem para o PIB per capita. Para o IDH e para o número de parques foram oito dados de cada um. Isso resultou na análise de 166 dados. De modo que foi analisada primeiramente a área dos parques nacionais com o PIB per capita (variáveis x, y) e depois o IDH com o número de parques (variáveis a, b).

Tanto as tabelas, quanto as análises de correlação foram realizadas no programa

Microsoft Office Excel 2007 e no software E Views 4. O método utilizado foi o Coeficiente de

Correlação Linear de Pearson, também conhecido como Coeficiente de Correlação do Momento Produto (Eq. 1).

Em que:

ρ = coeficiente de correlação para a população normal bivariada, e varia entre –1 e +1; COV = covariância;

μ = média aritmética; σ = desvio padrão;

E = esperança matemática