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1.5 METODOLOGIA DE PROJETO DE DESIGN DE EMBALAGEM

2.2.6 Materiais

A escolha dos materiais é um passo muito importante no design de embalagens. Para este passo, é levado em consideração que fatores como conservação, proteção, transporte, exibição e entrega sejam possíveis e adequados a um determinado material.

Para proteger seu conteúdo contra fenômenos influenciadores de qualidade e vida útil do produto embalado, é preciso conhecer as condições ideais de acondicionamento, conservação e regulamentação impostas pelos órgãos competentes. Tudo isso devido a cada produto ter suas próprias características físicas e químicas que os deixam suscetíveis à desidratação, decomposição, oxidação e outras condições que alteram o produto embalado (NEGRÃO; CAMARGO, 2008).

Negrão e Camargo (2008, p. 212) enfatizam a escolha do material ser um passo relevante em um projeto de embalagem:

Conhecer as especificações do produto a ser embalado é o ponto de partida para a definição do material que irá compor a embalagem; contudo, não é o ponto final. O material a ser escolhido não deve responder ao projeto apenas em seu aspecto pragmático, mas ainda equacionar uma série de outros requisitos como: custos, impacto ambiental e percepção do consumidor, entre outros.

Calver (2009) defende que as pessoas associam que atributos como qualidade do tipo de material e acabamento usados, agregam à impressão do consumidor sob o produto. Portanto, devido a essa influência na percepção dos consumidores, as empresas devem entender que selecionar os materiais é um pré-requisito do design de embalagens.

Os critérios de escolha de um material para embalagem são funcionalidade, que determina as necessidades de acondicionamento e conservação; produção, determinada pela facilidade de processamento do material e sua viabilidade técnica; comercialização; custos; aspectos mercadológicos, condições de armazenamento e transporte, impacto socioambiental,

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procedência e processamento da matéria-prima, normas e legislação específica. No entanto, na maioria das vezes um material não atende da forma esperada a todos estes critérios, em muitas delas é necessário ocorrer a redução de benefícios em razão de existir outro critério mais importante (NEGRÃO; CAMARGO, 2008).

Os quatro grupos de materiais mais utilizados no mercado de embalagens são: papel e papelão, metal, vidro e plástico.

O papel e o papelão são os materiais mais utilizados na confecção de embalagens no Brasil, tendo como característica importante a biodegradabilidade. Isso faz com que seja altamente recomendado no ponto de vista ecológico. A maioria das embalagens de papel e papelão tem o formato de caixas e cartuchos (Figura 18), possuindo uma variedade de tipos de montagem a partir das planificações (LANDIM et al., 2015).

As embalagens de papelão são muito usadas quando direcionadas a cargas fracionadas, para o transporte de cargas frágeis, pois são mais seguras e previnem danos (NOVAES, 2009). O papelão, produzido dos papéis compostos das fibras de celulose, é mais grosso e resistente que o papel, é ideal para conservar alimentos secos. Geralmente as embalagens feitas de papelão são empregadas para contato direto com alimentos em conjunto com outros materiais como revestimentos de cera, parafina e poliméricos (filmes plásticos), e quando não revestidas são destinadas a produtos sólidos e secos

Figura 18- Embalagens de papelão

Fonte Internet.

As caixas de papel cartão, dependendo do produto a conter, podem receber revestimento de polietileno, cera ou alumínio, para criar uma barreira resistente à umidade e proteger do calor (CALVER, 2009).

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O metal tem muitas variedades, porém os mais utilizados para embalagens são o alumínio, aço e seus derivados como, por exemplo, a folha de flandres, que possui uma camada de estanho em suas faces. Cerca de 80% das embalagens rígidas encontradas no setor alimentício são metálicas (NEGRÃO; CAMARGO, 2008).

O Brasil, que hoje tem destaque no mercado global de alumínio, é o quarto maior produtor de alumina e o quinto na exportação de alumínio primário. Este material, que só começou a ser produzido e comercializado há apenas 150 anos, possui características como leveza, maleabilidade, reciclabilidade, elasticidade, baixa permeabilidade e reatividade à água e ao ar, versatilidade nas formas, resistência à corrosão e em embalagens alimentícias, para retardar à corrosão, recebe aplicação de verniz (NEGRÃO; CAMARGO, 2008).

O aço recebe um revestimento de verniz para aplicação em embalagens alimentícias. Suas principais características e propriedades são a baixa permeabilidade, reciclabilidade, elevada resistência mecânica, dureza e possibilidade de esterilização, resistência à luminosidade, aos solventes e às gorduras, impermeabilidade à umidade e ao oxigênio (NEGRÃO; CAMARGO, 2008).

Durante as guerras napoleônicas, entre os anos de 1803 e 1815, foram desenvolvidas as latas e sua indústria só cresceu. As latas são muito utilizadas para alimentos e bebidas, e podem ser produzidas a partir de vários materiais e por diferentes métodos. O seu tamanho, forma e acabamento podem ter um tremendo impacto sobre as percepções dos consumidores em relação ao produto (CALVER, 2009).

A Figura 19, a baixo, representa algumas das várias embalagens alimentícias feitas de metal.

Figura 19- Embalagens de metal

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O vidro foi descoberto na Mesopotâmia e os primeiros vasos deste material datam de 1500 a.C., segundo o Institute of Packaging britânico. Com o passar dos séculos, o vidro, que é uma combinação de areia, cal, carbonato de sódio e alumina, se tornou o material padrão das garrafas e pode ser moldado em diferentes formas e tamanhos. No entanto, sua fragilidade acaba por torna-lo inadequado para alguns tipos de produtos (CALVER, 2009).

A transparência é uma das principais características dos vidros. Dentre outras características e propriedades deste material estão a baixa permeabilidade e condutibilidade, a resistência a tração e a choques térmicos, reciclabilidade, inércia química, fragilidade e versatilidade de formas e composição. Tais atributos fazem com que este material tenha diversas aplicações no segmento das embalagens, representados pela Figura 20 (NEGRÃO; CAMARGO, 2008).

Figura 20- Embalagens de vidro

Fonte: Internet.

Embalagens, dos tipos tubos e potes, são usados em todos os setores, desde medicamentos a produtos alimentícios. A criação da variedade de tamanhos formatos é afetada por vários fatores que podem determinar se o material utilizado é o vidro ou suporte plástico, e qual tipo de acabamento será aplicado (CALVER, 2009).

O polímero, popularmente conhecido como plástico, é uma molécula sintética gigante, constituída da junção de moléculas menores, representados pela Figura 21. Possui baixo custo de produção, peso reduzido, elevada resistência e versatilidade. Contudo, na questão ambiental, tem o ponto negativo de levar muito tempo para se degradar (NEGRÃO; CAMARGO, 2008).

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Figura 21- Grânulos de polímeros

Fonte: Internet.

Existem vários tipos de polímeros, e por isso foram classificados e agrupados de acordo com suas características, tais critérios usados são a estrutura química, a fusibilidade (comportamento ao serem aquecidos), o comportamento mecânico, a escala de fabricação, o tipo de aplicação, a origem e a forma de degradação. Dentre esta variedade existente hoje no mercado, pode-se destacar o polietileno de alta densidade (PEAD), o polietileno de baixa densidade (PEBD), polipropileno (PP), poliestireno (PS), polietileno tereftalato (PET), policloreto de vinila (PVC) e o policarbonato (PC). É fundamental ter conhecimentos do processo de fabricação para projetar embalagens plásticas, pois deve-se levar em consideração a espessura, os ângulos, a capacidade volumétrica e o peso (NEGRÃO; CAMARGO, 2008).

Existem uma variedade de tamanhos, formas e cores de embalagens plásticas no mercado, a Figura 22 exemplifica esta variedade.

Figura 22- Embalagens plásticas

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Sobre a preocupação com o meio ambiente, devido à grande quantidade de lixo produzido com o descarte das embalagens, Calver (2009, p. 62) defende que “A reciclagem afeta o design de embalagens porque influencia na escolha dos materiais”. Isso porque, o descarte das embalagens vem sendo um grande vilão ao meio ambiente, e, devido a isso, o designer tem adotado uma consciência ambiental ao escolher o material, e tem usado critérios para seus projetos, tais como minimizar uso de materiais, reutilizar embalagens, preferir materiais provenientes de recursos renováveis e optar por materiais recicláveis, reciclados ou incineráveis (NEGRÃO; CAMARGO, 2008).

Merecem cuidado especial as embalagens dos alimentos sujeitos à tele entrega. Uma vez que a comida constante nas embalagens desta espécie de serviço já se encontra pronta para imediato consumo, estes recipientes possuem papel crucial na qualidade do produto armazenado. Neste cenário, o material utilizado nessas embalagens pode fazer toda a diferença.

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