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Os experimentos de secagem foram realizados com ar atmosférico aquecido e amendoins, parte comestível da planta Arachis hipogae L., os quais foram coletados, padronizados e preparados, conforme descritos a seguir.

Capítulo 3 – Materiais e Métodos 42

3.1.1 Amendoins (Arachis hypogae L.)

A condução dos testes experimentais foi realizada com amendoins (Arachis

hipogae L.) os quais são de grande interesse técnico-científico, principalmente, devido ao fato

de apresentarem características bem distintas de outras espécies de sementes que apresentam capa protetora. O mesmo é formado por uma mistura heterogêneo em que a semente e os tegumentos apresentam diferentes composições e higroscopia.

A partir da análise da revisão bibliográfica, constata-se a necessidade de busca de informações sobre o processo de secagem deste tipo de partícula quando submetida em um secador de convecção forçada. Assim sendo, os testes foram realizados com amendoins da variedade tatu e o critério de escolha baseou-se na sua predominância de plantio no Brasil, sendo o Estado de São Paulo o maior produtor desta variedade. Além disto, esta variedade apresenta vagens com três ou quatro sementes, permitindo desta maneira, uma padronização do tamanho das amostras, bem como a extração de grãos localizados entre duas partículas visando facilitar e melhorar a sua padronização.

Para tanto, todas as amostras foram coletadas manualmente, bem como preparadas e selecionadas a fim de padronizá-las.

3.1.2 Coleta e Padronização das Amostras

Diante das dificuldades encontradas em se conduzir testes de secagem com materiais coletados diretamente do solo, visto a não uniformização dos mesmos quanto ao seu tamanho, tem-se neste item os procedimentos realizados para a coleta, preparação e padronização do material utilizado.

O amendoim (Arachis hipogae L.) foi fornecido pela indústria alimentícia “Cealista Xangô Ltda.”, localizada no município de Fernando Prestes, no estado de São Paulo.

As plantas foram coletados no campo com o auxílio de uma pá, acondicionadas em recipiente plástico e transportadas para o Centro de Secagem de Sementes e Pastas do DEQ/UFSCar.

As amostras permaneceram no recipiente mencionado por mais cinco dias para que adquirissem o estado de maturidade fisiológica. Este procedimento foi adotado de forma a garantir a condição de maturidade fisiológica, conforme relatado por Passos et al. (1987). Durante este período, as plantas foram regadas com água com o intuito de manter as condições de campo.

Na Figura 3.1 (a) tem-se a visão geral da plantação na região e na Figura 3.1 (b) o local de onde foi aleatoriamente coletado o material.

(a) (b)

Figura 3.1: Visão geral da plantação na região de Fernando Prestes – SP (a), momento da coleta das amostras do amendoim diretamente da lavoura (b).

Após o período de cinco dias os amendoins foram manualmente separados da planta e limpos. Esta limpeza envolve a retirada do excesso de terra e de frutos danificados (PASSOS, et al. 1987).

Para que os experimentos de secagem fossem conduzidos dentro de um padrão de tamanho, forma e peso de amostras, todas as partes do amendoim foram selecionadas de acordo com as pré-determinadas dimensões, as quais foram verificadas com auxílio de um

paquímetro (OMET INOX), com precisão de 5x10-5m. Em seguida as amostras foram pesadas

em balança analítica digital, GEHAKA, modelo BG 440, de precisão de 10-4 kg. As amostras

que apresentaram pesos e tamanhos muitos distintos foram eliminadas e, assim, seguiu-se a preparação do sistema composto (fruto) o qual foi aberto em subsistemas (pericarpo, semente com endocarpo e semente sem o endocarpo).

Capítulo 3 – Materiais e Métodos 44

3.1.3 Preparação do Sistema Composto e Subsistemas do Amendoim

Devido ao fato de se considerar o amendoim como sendo um sistema composto formado por subsistemas que apresentam diferentes composições e higroscopia, decidiu-se conduzir os testes de secagem com cada parte deste sistema composto separando-o em subsistemas ou partes. Esta decisão foi tomada com o intuito de conhecer melhor os fenômenos envolvidos no processo de secagem convectiva que ocorrem em cada parte e em seguida avaliar a relação das mesmas com o sistema composto tendo como meta a preservação das qualidades físicas e fisiológicas das sementes para fins agrícolas.

Para avaliar a relação de dependência do sistema composto com os subsistemas ou partes, foram conduzidos experimentos com cada parte do amendoim separadamente. O sistema composto em estudo refere-se ao fruto (neste caso a vagem com as sementes no seu interior), enquanto que como subsistemas são considerados o pericarpo (somente a casca sem as sementes no interior), à semente com endocarpo (película vermelha) e à semente sem o endocarpo.

Para a condução dos testes foram utilizados frutos que apresentavam quatro sementes. O critério de escolha do tamanho dos frutos foi baseado na razão L/D (comprimento/diâmetro) e no número de Reynolds de partícula dentro do domínio de escoamento laminar, de forma a evitar o arraste da partícula que poderá ocorrer no escoamento turbulento. Além disto, com escoamento laminar as garantias experimentais do são atendidas. Deve-se lembrar que o escoamento sobre cilindros é considerado como laminar

para os números de Reynolds inferiores a aproximadamente 5x105.

As sementes com ou sem endocarpo utilizadas, foram selecionadas de acordo com suas posições dentro do fruto. A Figura 3.2 mostra um esquema de um fruto aberto com as respectivas posições das sementes.

Foram escolhidas as sementes que localizavam-se nas posições dois ou três de cada fruto selecionado contendo quatro sementes. A retirada do endocarpo da semente foi realizada manualmente, sem auxílio de utensílio para que as mesmas não se danificassem durante a remoção desta barreira.

Figura 3.2: Esquema do fruto do amendoim aberto com as respectivas posições das sementes.

Para os testes realizados com o pericarpo isolado, os frutos foram abertos apenas em uma de suas partes com o auxílio de uma lâmina para a extração das sementes do seu interior. Este procedimento foi cuidadosamente realizado e, em seguida, o pericarpo foi novamente fechado.

Após os procedimentos de coleta e padronização das diferentes partes, as mesmas foram armazenadas separadamente em sacos plásticos vedados e mantidas sob refrigeração em geladeira, conforme o recomendado por Moreira et al. (2005), durante o período de desenvolvimento das etapas dos experimentos de secagem em secador de convecção forçada.

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