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Materiais utilizados na atividade de Coavaliação

Parte II – Estudo de Caso: A Coavaliação nas disciplinas de História e de

A. Materiais utilizados na atividade de Coavaliação

Os materiais que utilizamos no nosso estudo de caso dizem respeito às matrizes, aos testes de avaliação e aos descritores de correção construídos para cada época de avaliação, coincidentes com a prática da atividade de Coavaliação. Como será possível compreender aquando da descrição e utilidade de cada um deles, estes foram os materiais a partir dos quais pudemos implementar a nossa metodologia. Para além destes, também fazem parte as grelhas de correção dos respetivos instrumentos de avaliação e as grelhas de Coavaliação, sendo que estas últimas cumprem também a função de instrumento de recolha de dados do nosso trabalho de relatório final. Respeitando a ordem pela qual aqui enunciamos os materiais iremos, então, abordar o seu processo de elaboração e a sua utilidade, quer na atividade de Coavaliação, quer no

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processo de ensino-aprendizagem desenvolvido na disciplina de História e na disciplina de Geografia.

Relativamente à matriz do teste de avaliação utilizada nas disciplinas de História e de Geografia, cujos exemplares se podem consultar em anexo (por exemplo, Anexo 1A e Anexo 5A, respetivamente), é necessário desde já clarificar que o formato e os diversos componentes que a constituem foram determinados pelos Grupos Disciplinares de ambas as disciplinas. No entanto, e como se pode constatar, a matriz utilizada na disciplina de História e a matriz utilizada na disciplina de Geografia apresentam uma estruturação muito semelhante, visto que resultou de uma proposta que o nosso núcleo de estágio elaborou e apresentou aos respetivos Grupos Disciplinares. As nossas propostas, depois de aceites e reajustadas, foram implementadas não só nas turmas de 10º ano de escolaridade, tituladas pelas Orientadoras Cooperantes do estágio pedagógico de História e de Geografia, mas também nos restantes níveis do Ensino Secundário (11º ano e 12º ano no caso da disciplina de História A e 11º ano no caso da disciplina de Geografia A).

Este documento é constituído, no caso da matriz da disciplina de História, pelos domínios/indicadores a desenvolver no respetivo instrumento de avaliação que os alunos terão de realizar; por uma tabela que organiza os conteúdos a avaliar, relacionando-os com os domínios/indicadores anteriormente apresentados, com as cotações de cada questão do teste de avaliação e, ainda, com o tipo de item que será utilizado em cada conteúdo temático a avaliar. Esta matriz comporta ainda os critérios de correção que foram tidos em conta no momento da avaliação do trabalho realizado pelos alunos, neste instrumento de avaliação. É necessário referir que, enquanto os domínios/indicadores e toda a informação que consta da tabela esquematizadora do teste de avaliação advém da gestão que o professor faz do currículo da disciplina de História, os critérios de correção foram discutidos com os discentes, logo no início do ano letivo, no sentido de determinarmos critérios justos e adequados ao processo de ensino- aprendizagem desenvolvido em sala de aula. Desta forma, os alunos têm conhecimento dos aspetos em que serão avaliados, bem como da ponderação percentual atribuída a cada um deles, não só nos testes de avaliação mas também em todos os instrumentos de trabalho realizados. Esclarece-se que os critérios de correção, que figuram na matriz de cada teste de avaliação, foram determinados por consenso entre os docentes envolvidos no processo de ensino-aprendizagem da disciplina de História e da disciplina de Geografia e os discentes da Turma W.

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Claro está que o objetivo da matriz do teste de avaliação é, essencialmente, informar e capacitar o aluno para o momento de avaliação a que será submetido, visto que só reunindo estas condições é que procedemos a uma avaliação das aprendizagens de forma rigorosa e equilibrada. Desta forma, este instrumento de trabalho era fornecido aos discentes na semana anterior à realização do teste de avaliação, através de um formato digital enviado para o correio eletrónico da Turma W (espaço privilegiado de comunicação com os alunos e com o Conselho de Turma). Na aula seguinte ao envio deste instrumento de trabalho procedíamos à sua análise, no sentido de esclarecermos as dúvidas dos discentes e alertarmos, uma vez mais, para a importância dos critérios de correção que, neste caso, seriam aplicados ao teste de avaliação.

Mantendo esta mesma utilidade na disciplina de Geografia, a estrutura da matriz do teste de avaliação nesta disciplina apenas se modifica no que diz respeito aos critérios de correção. Em Geografia este instrumento de trabalho é composto pelos objetivos a atingir no teste de avaliação e pela tabela esquematizadora, que organiza os conteúdos temáticos a avaliar, relacionando-os com os objetivos a atingir, com as cotações de cada questão do teste de avaliação e, ainda, com o tipo de item que será utilizado em cada conteúdo temático a avaliar, nos mesmos moldes que anteriormente descrevemos. O facto dos critérios de correção não constarem na matriz do teste de avaliação prende-se com uma opção do Grupo Disciplinar de Geografia que preferiu fornecê-los aos discentes, de todos os níveis de ensino, num documento autónomo no início do ano letivo. Ressalvamos, por fim, que o teor da matriz do teste de avaliação era alterado em função do conteúdo programático, no caso da disciplina de História, e o conteúdo temático, no caso da disciplina de Geografia, que se pretendia avaliar no instrumento de avaliação aplicado.8

No que diz respeito aos testes de avaliação, enquanto material utilizado na atividade de Coavaliação, estes figuram nos anexos do nosso trabalho para situar o exercício prático no conteúdo programático de cada disciplina. Importa-nos referir acerca dos mesmos que a sua elaboração, à semelhança do que aconteceu com as matrizes dos testes de avaliação e com os descritores de correção dos testes de avaliação, resultou de um trabalho cooperativo do núcleo de estágio de História e de Geografia, da Escola Secundária Inês de Castro, no ano letivo 2012/2013.

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Como exemplo desta nossa afirmação podem ser consultados os Anexos 1A, 2A, 3A e 4A, no caso da disciplina de História, e os Anexos 5A, 6A e 7A, no caso da disciplina de Geografia.

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Elaborar estes testes de avaliação teve por base um exercício de reflexão por parte de todos os docentes envolvidos no processo de ensino-aprendizagem de cada disciplina, pois este instrumento de avaliação, como qualquer atividade avaliativa, deve espelhar as estratégias de aprendizagem desenvolvidas nas aulas, os conteúdos programáticos explorados e os conhecimentos que os alunos adquiriram. Este exercício de reflexão vai ao encontro do processo de autorregulação que o professor deve executar sempre que promove uma atividade de avaliação. Conforme abordamos nos capítulos iniciais deste trabalho, a regulação da atividade do professor executa-se através das avaliações obtidas pelos alunos, mas também nestas oportunidades em que o docente é confrontado com a necessidade de sistematizar parte do processo de ensino- aprendizagem desenvolvido na sua disciplina. Ou seja, ao conceber um instrumento de avaliação o docente analisa o processo de ensino-aprendizagem desenvolvido com os alunos, seleciona os aspetos que considera relevantes para incluí-los no instrumento de avaliação e, desta forma, obtém um feedback de como a sua planificação e execução dos conteúdos temáticos foram, ou não, adequadamente desenvolvidos em sala de aula. Em relação à estruturação dos testes de avaliação, esta caracteriza-se por ser diversificada e consoante o conteúdo programático sobre o qual se pretende proceder à avaliação das aprendizagens adquiridas. No caso da disciplina de História os instrumentos de avaliação eram compostos, normalmente, por dois ou três grupos de questões que totalizavam, no máximo, seis questões em cada teste de avaliação. O tipo de item utilizado com maior frequência variava entre as questões de resposta restrita e as questões de resposta longa, sendo raras as ocasiões em que surgiram grupos de associação/correspondência e/ou de verdadeiro e falso, fruto da especificidade da disciplina, bem como da metodologia utilizada em História.9

Para a disciplina de Geografia os instrumentos de avaliação (Anexos 5B, 6B e 7B) apresentavam, normalmente, quatro a seis grupos de questões, cujos tipos de item utilizados visavam as questões de escolha múltipla, de resposta curta, restrita e, ainda, extensa. Por vezes elaborávamos também itens de resposta de verdadeiro e falso. Estes grupos de questões eram, na sua grande maioria, acompanhados de recursos cartográficos, iconográficos, escritos e gráficos. Para ambas as disciplinas tínhamos o cuidado de inserir recursos semelhantes aos trabalhados em sala de aula, no sentido de

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haver uma verdadeira correspondência entre o processo de ensino-aprendizagem e a avaliação, para que esta se torne mais fiável. Aliás, em qualquer instrumento de avaliação das aprendizagens um documento neutro ou meramente ilustrativo não se revela benéfico, tal como acontece na prática quotidiana de sala de aula.

No que respeita aos descritores de correção dos testes de avaliação a sua existência justifica-se pelo facto de se revelarem pertinentes e facilitadores no momento da correção dos referidos instrumentos em sala de aula. O facto de delimitarem, com nitidez, os conteúdos programáticos abordados no teste de avaliação permite que os alunos, de um modo mais eficaz identifiquem os conhecimentos que deviam ter visado no instrumento de avaliação e também percecionem que nesses descritores de correção se encontram os conteúdos substantivos da disciplina no que toca ao conteúdo programático em questão. A pertinência destes descritores de correção é reconhecida, principalmente, nas questões de resposta aberta.

A sua elaboração teve sempre em conta os indicadores de aprendizagem abordados na sala de aula; os domínios/indicadores, no caso da disciplina de História, e os objetivos a atingir, no caso da disciplina de Geografia, expressos nas matrizes correspondentes aos testes de avaliação; e também a turma para a qual o instrumento de avaliação foi concebido. Isto porque os critérios de avaliação das disciplinas podem ser iguais para as diferentes turmas que frequentam o mesmo ano de escolaridade, mas o mesmo não acontece com os descritores de correção porque as turmas que realizam os instrumentos de avaliação não são as mesmas. Neste caso os descritores de correção dos testes de avaliação que construímos10 tiveram em conta as necessidades específicas e o processo de ensino-aprendizagem de História e de Geografia da Turma W.

Resta-nos, ainda, abordar as grelhas de correção dos testes de avaliação, bem como as grelhas de Coavaliação dos testes de avaliação. Acerca destes materiais utilizados na atividade de Coavaliação, que desempenharam também o papel de instrumentos de recolha de dados da nossa investigação importa referir que adotamos a mesma estrutura para ambas as grelhas, e para ambas as disciplinas, no sentido de facilitar a leitura e o confronto dos resultados. No que concerne às grelhas de correção

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Como exemplo desta nossa afirmação podem ser consultados os Anexos 1C, 2C, 3C e 4C, no caso da disciplina de História, e os Anexos 5C, 6C e 7C, no caso da disciplina de Geografia.

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dos testes de avaliação, os resultados apresentados são fruto do método de correção dos testes de avaliação que passamos a explicar seguidamente.

Dado que a História e a Geografia não são ciências exatas, adotamos como metodologia de correção a mesma questão ser corrigida, em todos os testes, pelos quatro elementos do núcleo de estágio, ou seja, os três estagiários de História e de Geografia e a respetiva Orientadora Cooperante, para que fosse possível a comparação de resultados obtidos, visto que todos possuíam os mesmos descritores de correção dos testes de avaliação. Após a correção, que se realizava em grupo, procedíamos à comparação de resultados e, de forma a agilizar o processo, se existisse unanimidade na pontuação atribuída considerávamo-la válida. Caso isso não se verificasse a resposta do discente era novamente interpretada e, em conjunto, fazíamos uma comparação com os descritores de correção, sendo salientado por cada interveniente/corretor os descritores contemplados e pontuados. Desta forma, a classificação atribuída, nestes casos, surgia por consenso.

As grelhas de Coavaliação dos testes de avaliação surgem do preenchimento que foi feito, em sala de aula, das pontuações atribuídas pelos próprios alunos às suas respostas. Este aspeto será explicado de forma mais consistente no próximo subcapítulo, no qual teremos a oportunidade de descrever a prática da atividade de Coavaliação no ensino de História e de Geografia. Através da análise das grelhas de Coavaliação dos testes de avaliação11 será possível, também, verificarmos a evolução do desempenho dos alunos neste exercício de avaliação e regulação das aprendizagens.

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As grelhas de Coavaliação dos testes de avaliação de História estão disponíveis nos Anexos 1E, 2E, 3E e 4E, enquanto as grelhas de Coavaliação dos testes de avaliação de Geografia figuram nos Anexos 5E, 6E e 7E.

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