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DIVERSIDADE DA ICTIOFAUNA DO RIO GRAMAME, BACIA DO RIO GRAMAME, PARAÍBA

2. MATERIAL E MÉTODOS 1 Local e período de coletas

Os espécimes foram capturados de abril de 2010 a dezembro de 2011, contemplando as estações de chuva e estiagem da região. Foram estabelecidos dez pontos de amostragem ao longo do Rio Gramame, sendo cinco pontos situados a montante do reservatório, distribuídos entre os municípios de Alhandra e Pedras de Fogo e cinco pontos a jusante do reservatório do Rio Gramame, situados entre os municípios de João Pessoa e Conde, no estado da Paraíba (Fig. 1, 2 e 3, descritas na Área de Estudo).

Para a captura dos espécimes foi utilizado a rede de espera (malhas de 15 a 35 mm entre nós adjacentes), tarrafa, covos e gererê, como também, alguns espécimes foram adquiridos por pescadores das comunidades ribeirinhas, visando uma maior representação da diversidade de espécies da ictiofauna ao longo do Rio Gramame.

Após as coletas, os exemplares foram etiquetados, acondicionados em sacos plásticos com gelo em caixa térmica e transportados para o Laboratório de Ecologia Aquática (LABEA) do DSE/CCEN/UFPB, e em seguida, realizada as análises laboratoriais.

Durante o período chuvoso de 2010, as coletas foram realizadas a montante e a jusante do reservatório do Rio Gramame, nos meses de abril, junho, julho e agosto e durante o período de estiagem, nos meses de setembro, outubro, novembro e dezembro.

Em 2011, a montante do reservatório durante o período de chuva, as coletas foram realizadas entre os meses de fevereiro e abril, e no período de estiagem, ocorreram entre os meses de julho a dezembro. Neste mesmo ano, as coletas a jusante do reservatório, ocorreram no período chuvoso, entre os meses de abril e julho, e na estiagem, nos meses de fevereiro, agosto, setembro e novembro, contemplando as estações de estiagem e chuva da região estudada (Fig. 5, descrita na área de estudo).

Os parâmetros limnológicos da água dos ambientes analisados, tais como, temperatura da água (ºC), oxigênio dissolvido (mg/L), pH, condutividade elétrica (μScm-1) e salinidade (%0) foram determinados através de sonda multiparâmetros, como

forma de analisar a existência ou não de interações significativas entre a composição da ictiofauna e aspectos ambientais.

2.2. Triagem e identificação taxonômica

No laboratório, os exemplares passaram por uma triagem e, posteriormente, foram fixados em formol a 10% e conservados em álcool a 75%. Em seguida, foram selecionados representantes testemunhos de cada espécie para a catalogação na Coleção Ictiológica do DSE/CCEN/UFPB, que receberam a seguinte numeração no catálogo: UFPB 7318 a 7332.

As espécies ícticas foram identificadas utilizando chaves taxonômicas descritas na literatura (BRITISKI et al., 1984; MENEZES; FIGUEIREDO, 1980; FIGUEIREDO; MENEZES, 1978,1980; VARI, 1991; PLOEG, 1991; GOMES-FILHO, 1999). Assim como, em colaboração com pesquisadores da Coleção Ictiológica do DSE/CCEN/UFPB.

2.2.1. Análise dos dados

2.2.1.1. Composição da ictiofauna ao longo do Rio Gramame

A composição da ictiofauna foi conhecida após a identificação taxonômica das espécies e, em seguida, foi determinada a abundância relativa (%) dos indivíduos capturados nos pontos de coleta amostrados a montante e a jusante do reservatório, durante as estações de chuva e estiagem da região analisada.

2.2.1.2. Diversidade ecológica

A diversidade ictiológica foi estimada a partir do índice de Shannon (1949), o qual está relacionado diretamente com a estabilidade da comunidade e inversamente com o grau de alteração dos ecossistemas. De acordo com Pinto-Coelho (2000), o índice de Shannon (H´), reflete dois atributos básicos: o número e a equitatividade de espécies, assumindo que todos os indivíduos são amostrados aleatoriamente, e que todas as espécies estão representadas na amostra. Assim, quando H´>3,0: a diversidade é considerada alta; entre 3,0 e 2,0: representa uma diversidade média; entre 2,0 e 1,0: diversidade baixa e < 1,0, a diversidade é muito baixa. O índice de Shannon (H´) é determinado de acordo com a equação:

Onde:

n = n° de indivíduos de cada espécie; N= n° total de indivíduos.

A uniformidade entre as espécies “equitabilidade” foi calculada usando-se o índice de equitabilidade de Simpson (HAMMER et al., 2003). O índice estabelece uma relação direta com a diversidade e demonstra a riqueza de espécies presentes através da distribuição dos indivíduos nas espécies. Este índice pode variar entre 0 e 1, de modo que, quanto mais próximo de 1, maior é a uniformidade da abundância dos indivíduos entre as espécies (PINTO-COELHO, 2000), sendo determinado de acordo com a seguinte equação:

J = H’/In(S) Onde,

S= n° de espécies por coleta; H’= Índice de Shannon.

A riqueza de espécies foi determinada a partir da sua abundância relativa nos pontos amostrados e de acordo com a sazonalidade da região. Para descrever a riqueza de espécies entre as unidades amostrais no ambiente estudado, realizou-se a curva do coletor a partir da estimativa de riqueza de Chao 1, o qual se baseia na abundância dos espécimes

por espécies presentes na área de estudo (COLWELL, 2004), sendo calculado a partir do Software Primer 6.1.6, de acordo com a equação:

Chao 1= Sobs+ (a2/2b),

Onde,

Sobs = número de espécies observado

a = é o número de espécies representadas por apenas um espécime (Singletons) b = é o número de espécies representado por exatamente dois espécimes (Doubletons).

2.2.2. Análises estatísticas dos dados

 Teste de diferença entre as médias de diversidade

As diferenças entre as médias dos índices de diversidade entre as áreas e entre os pontos amostrados foram calculadas utilizando-se o teste-t para amostras independentes quando os dados apresentaram distribuição normal, e teste de Mann-whitney quando a normalidade dos dados não foi verificada.

 Análise de Cluster

Foram realizadas análises de cluster utilizando o método das distâncias mínimas de Ward, para determinar a maior similaridade (ou menor distância) entre os pontos de coleta em cada estação do ano (chuva e estiagem) (HAMMER et al., 2009), determinado através do software R (R. Development Core Team 2012).

 Análise de correspondência canônica (CCA)

A análise de correspondência canônica (CCA) foi efetuada utilizando-se os dados de abundância das espécies para cada uma das áreas por estação do ano, bem como, método de coleta, com o intuito de verificar a relação das espécies com as áreas estudadas, sendo determinado através do software CANOCO Version 4.5 (2002).