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SUMÁRIO

4. CAPÍTULO I – Aplicação de compostos polifenólicos de Canava lia ensiformis (L.) DC na germinação e na emergência de plantas

4.2 MATERIAL E MÉTODOS 1 Obtenção dos extratos

C. ensiformes (L.) DC. foi semeado no mês de fevereiro de 2012,

no município de Florianópolis, SC (27º 35' 48"S, longitude: 48º 32' 57"W, altitude: 3 m), em vasos cilíndricos de polietileno com 24 cm de altura e 30 cm de diâmetro, contendo 6 kg de composto de resíduos or- gânicos urbanos (sobras e restos de pré-preparo de alimentos, resíduos de podas e de varrição de jardins e cama de roedores).

Aos 72 dias após a semeadura de Canavalia ensiformis (L.) DC., folhas foram retiradas das plantas, reservadas e, posteriormente, secas em estufa com ar forçado a 45ºC. Em seguida, elas foram moídas, pas- sadas em peneira com malha de 2 mm e armazenadas em frascos de vi- dro fechados, no escuro, durante 30 dias. Após esse período, ao material vegetal foi adicionado metanol 80% (1:10, p/v), o qual foi mantido por 48 h sob atmosfera modificada (uma mangueira, conectada ao cilindro de N2 gasoso, foi mantida dois minutos dentro do frasco (um litro), e

depois este fechado, com o objetivo de manutenção de todos os compos- tos da planta), e ao abrigo da luz. Posteriormente, o extrato foi filtrado a vácuo, centrifugado a 4.000 rpm por 10 minutos e o solvente orgânico foi removido sob vácuo à 40°C. O resíduo foi ressuspendido em 250 mL de água destilada e os extratos armazenados a -80ºC até a realização dos ensaios. Foram determinados os teores de compostos polifenólicos totais nos extratos pelo método de Folin-Ciocalteu (SINGLETON & ROSSI, 1965). Os teores de compostos polifenólicos foram calculados com o auxílio de uma curva padrão externa de ácido gálico – Sigma (10 a 50 mg mL-1, r2= 0,99) e expressos em μg de equivalentes de ácido gálico mL-1 (μgEAG mL-1). Os procedimentos para obtenção dos extratos fo- ram realizados seis vezes ao longo do experimento para suprir a neces- sidade de rega das plantas espontâneas com extratos. Além de a metodo- logia utilizada dificultar a fabricação de uma grande quantidade de ex- trato a cada procedimento, buscou-se preservar os compostos dos extra- tos.

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4.2.2 Experimento 1: Teste de Germinação de espontâneas As sementes das espécies de espontâneas Rumex obtusifolius L.,

Sonchus oleraceus L. e Bidens pilosa L. foram coletadas na Estação Ex-

perimental da EPAGRI de Campos Novos (27º40’19”S, 51º22’57”W), no período de janeiro a abril de 2012, e foram armazenadas em vidros hermeticamente fechados a 8º C. As sementes foram desinfectadas com imersão de 2 minutos em hipoclorito de sódio e água (de 2 a 2,5% p/p (massa de soluto presente em 100 g de solução)), seguidos de 3 en- xágues com água destilada. O teste de germinação foi realizado no mês de julho de 2012, no Laboratório de Sementes da UFSC, em câmara de germinação com controle de luminosidade (12 horas claro/escuro) e temperatura de 25ºC±1º C, com duração de 15 dias. Cinquenta sementes de cada espécie foram colocadas em caixas de acrílico, do tipo Gerbox, forradas com papel de germinação embebido com as seguintes concen- trações de extrato de Canavalia ensiformis (L.) DC.: 0,01; 0,05; 0,1 e 0,2 μgEAG mL-1. Para efeitos de comparação, água destilada foi utiliza- da como controle negativo, na razão de 2,5 vezes o peso do papel filtro (FRANÇA et al., 2008; TEIXEIRA et al., 2004). O delineamento expe- rimental utilizado foi inteiramente casualizado com cinco tratamentos (água; e as concentrações de polifenóis no extrato: 0,01; 0,05; 0,1 e 0,2 μgEAG mL-1

) e quatro repetições. Durante o teste de germinação foram realizadas observações diárias, sendo que o extrato e/ou a água foram repostos em 50% do volume inicial (TEIXEIRA et al., 2004) oito dias após o início do teste, em todas as caixas Gerbox, conforme a necessi- dade hídrica. Foram consideradas germinadas as sementes que possuí- ram radícula igual ou superior a um milímetro (AQUILA, 2000). As va- riáveis avaliadas foram percentagem de germinação final em laboratório (GERL) e índice de velocidade de germinação (IVGL), segundo equa- ção de Maguire (1962):

onde Gi representa o número de sementes germinadas no dia i, e

Ni representam o número de dias decorridos até a avaliação Gi.

4.2.3 Experimento 2: Emergência de plântulas

O solo utilizado foi coletado no município de Ituporanga (SC), em área com três anos de plantio direto de cebola, e classificado como

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Cambissolo Húmico Alumínico (EMBRAPA, 2006). O solo foi seco à temperatura ambiente durante uma semana, depois foi passado em pe- neira com malha de 2 mm e armazenado em vasos cilíndricos de polieti- leno com 20 centímetros de altura e 10 centímetros de diâmetro conten- do 1,8 kg. Para cada espécie de espontânea foram semeadas manual- mente 50 sementes por vaso, utilizando-se 50 g de solo para cobrir as sementes.

O delineamento experimental adotado foi: três espécies de plantas espontâneas (Rumex obtusifolius L., Sonchus oleraceus L., Bidens pilo-

sa L.), cinco tratamentos (água, concentrações de extrato de Canavalia ensiformis (L.) DC. 0,01; 0,05; 0,1 e 0,2 μgEAG mL-1) e quatro repeti- ções (vasos) por tratamento. O extrato de C. enfisormis (L.) DC. foi aplicado sobre os vasos (20 mL), a cada dois dias, e água destilada sobre as plantas testemunhas (controle negativo). Durante o experimento a ca- pacidade de campo foi mantida a 60%. Para isso, a cada dois dias foram realizadas pesagens dos vasos. O experimento ficou em casa de vegeta- ção durante 34 dias.

Foram avaliadas a percentagem de germinação em casa de vege- tação (GERCV), calculada a partir das contagens de germinação a cada dois dias; a altura das cinco primeiras plantas emergidas a cada oito di- as, realizada com o auxílio de palito de madeira e régua com 30 cm de comprimento. Ao final do experimento, os vasos foram virados, e cui- dadosamente o solo foi desprendido das raízes das cinco plantas avalia- das, e as raízes e a parte aérea foram separadas. A parte aérea foi arma- zenada em sacos de papel, e estes colocados em estufa de ventilação forçada a 45º C até peso constante, e a sua matéria seca (MSPA) foi de- terminada. As raízes foram armazenadas em frascos com etanol 50% pa- ra posterior avaliação do seu comprimento final (COMPR), volume (VOLR) e diâmetro (DIAR) em equipamento scanner com o software Winrhizo (BOUMA et al., 2000). Em seguida, as raízes foram secas em estufa de ventilação forçada a 45º C até peso constante, e a sua matéria seca (MSR) foi determinada.

4.2.4 Análises Estatísticas

A normalidade dos dados foi testada foi testada pelo método de Kolmogorov-Smirnov. Os dados que apresentaram normalidade foram os das variáveis VOLR de Rumex obtusifolius L., MSPA de Bidens pilo-

sa L.e R. obtusifolius L., IVGL de R. obtusifolius L. e Sonchus olera- ceus L., GERCV de S. oleraceus L., GERL de B. pilosa L. e de S. olera- ceus L. e COMPR de B. pilosa L.. Já os dados de percentagem de ger-

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minação final em laboratório (GERL), índice de velocidade de germina- ção em laboratório (IVGL), percentagem de germinação em casa de ve- getação (GERCV), comprimento de raiz (COMPR), volume de raiz (VOLR), matéria seca de raiz (MSR) e matéria seca de parte aérea (MSPA) foram transformados conforme a tabela 1.

Tabela 1: Fórmulas e variáveis que os dados foram transformados para atin- gir normalidade.

Fórmula Variável Referência

Log (x) IVGL: Bidens pilosa L. GERL: Rumex obtusifolius L. COMPR: Rumex obtusifolius L.

Log (x+1) IVGL: Rumex obtusifolius L. CARVALHO et al., 2002.

√(x+0,5) MSR: Sonchus oleraceus L. TOKURA & NÓ- BREGA, 2006. x2 VOL: Sonchus oleraceus L.

COMPR: Sonchus oleraceus L.

UFMA.

x3 MSR: Rumex obtusifolius L. GERCV: Rumex obtusifolius L. e Bidens pilosa L.

UFMA.

Asen(raiz(x/100)) VOLR: Bidens pilosa L. MSR: Bidens pilosa L. MSPA: Sonchus oleraceus L.

MORAES, et al., 2012.

Os dados foram submetidos à análise de variância e, quando houve efeitos significativos, foi utilizado o teste de comparação de mé- dias Scott Knott (p < 0,05). Para a avaliação do efeito das diferentes concentrações de extrato de Canavalia ensiformis (L.) DC. e água sobre altura das plantas espontâneas em função do tempo utilizou-se o desvio padrão para comparar os dados. Para as classes de diâmetro em relação ao comprimento de raiz, utilizou-se o DMS (diferença mínima significa- tiva), calculada através do teste de Tukey com 5% de significância.

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