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Material Informativo entregue aos participantes e familiares e folha de

No documento Dissertação de Mestrado Ana Rita Dias Costa (páginas 151-159)

Material Informativo entregue aos participantes e familiares e folha de registo de estratégias para os familiares

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Défice Cognitivo Ligeiro – Uma abordagem geral para utentes e

família

O que é a memória?

A memória é uma função cerebral complexa, ligada a várias áreas da cognição, integrada numa vasta rede de neurónios (NUNES, 2008). As nossas memórias são criadas através de um processo sequencial:

1º)Recepção (captação/contacto com os estímulos sensoriais);

2º)Codificação (organização e processamento da informação); 3º)Consolidação (armazenamento da informação); 4º)Recuperação (evocação, recordação da informação). (NUNES, 2008)

Existem vários tipos de memória:

Memória de trabalho: retém a informação durante segundos a minutos (memória a curto prazo);

Memória a longo prazo: integra novas memórias, com memórias antigas. Esta pode ser episódica (referente a acontecimentos datados no tempo e no espaço, p.ex. a data e local do casamento) ou semântica (conhecimentos específicos adquiridos ao longo do tempo, p.ex. como fazer um bolo).

(NUNES, 2008)

O que é o Défice Cognitivo Ligeiro?

O envelhecimento saudável pressupõe algumas alterações físicas e algum declínio cognitivo. Entre as alterações normais ao envelhecimento saudável e o envelhecimento patológico, existe uma fronteira, designada de Défice Cognitivo Ligeiro (DCL).

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Envelhecimento

Saudável

O DCL pode ser definido como uma demência inicial, sendo a sintomato

• Como se caracteriza o DCL? o A pessoa refere q pessoa (familiar/com o A pessoa apresent escolaridade e idade o As restantes funçõe o A pessoa não tem a

de vida diárias. o A pessoa não tem si

Fatores de Risco e Epidemiologia: Existem alguns fatores de risco que entre eles: historial de traumas cer obesidade, diabetes mellitus, baixo depressão.

Aproximadamente 12% das pessoa 3 a 4 vezes maior probabilidade estudos longitudinais, entre 10 a 1 período de um ano (PETERSEN pessoas saudáveis evoluem entre desenvolve demência em 3 a 6 ano Estes números justificam a necess DCL e das suas famílias.

Possibilidades de Intervenção: A evolução do DCL para demê

DCL

Demência

omo uma zona de transição entre o envelhecimento saud intomatologia mais comum os défices (perdas) de memó

a o DCL?

refere queixas de memória, que são comprovadas p iliar/companheiro).

apresenta um défice de memória objetivo, atendend e e idade, capaz de ser medido por testes neuropsicológi s funções cognitivas mantêm-se inalteradas.

ão tem alterações significativas na execução das suas at

ão tem sinais/sintomas de demência.

(PETERSE iologia:

risco que parecem aumentar a probabilidade de desenvo umas cerebrais, baixo nível de escolaridade, hipertensão us, baixos níveis de atividade física, social e mental e his

s pessoas com mais de 70 anos têm DCL, sendo que apr bilidade de desenvolver Doença de Alzheimer. Segund re 10 a 15% dos indivíduos com DCL desenvolvem dem RSEN et. al., cit. por SIMON e RIBEIRO, 2011: p.95), e m entre 1 a 2% ao ano. A maioria dos indivíduos c

a 6 anos (TROYER et. al, 2008: p.66).

necessidade de uma intervenção precoce junto das pess

ra demência proporcionando melhora significa

mência

ento saudável e a e memória.

vadas por outra

tendendo à sua psicológicos. s atividades (PETERSEN, 2004) desenvolver DCL, ertensão arterial, ntal e historial de que apresentam Segundo alguns em demência no ), enquanto ivíduos com DCL

das pessoas com

155 acarreta perdas na autonomia dos

indivíduos, aumento dos encargos da saúde e maior dependência para as famílias, por isso é fundamental intervir precocemente.

O DCL não pode ser curado, mas os seus efeitos podem ser atrasados. A abordagem a este problema pode ser combinada, contemplando uma vertente farmacológica, com medicamentos específicos para a memória e para o controlo de alguns fatores de risco e uma abordagem cognitiva, através de reabilitação neuropsicológica.

A estimulação cognitiva “objetiva capacitar pacientes e familiares a conviver, lidar, contornar, reduzir e superar deficiências cognitivas, emocionais e sociais,

qualidade de vida” (Nomura cit. por SIMON e RIBEIRO, 2011: p.95).

A estimulação cognitiva envolve aspetos cognitivos, emocionais, comportamentais e relacionais e engloba um conjunto de estratégias. A utilização destas técnicas ao longo de um programa de intervenção específico e, posteriormente, no domicílio contribuem para a orientação do doente e para a melhoria das funções executivas, da linguagem e da memória. A melhoria destas funções, ou pelo menos a sua manutenção, aumenta a performance do doente nas suas atividades de vida diárias e permite que ele se mantenha autónomo por mais tempo, diminuindo a sobrecarga dos cuidadores e/ou família e facilitando a sua interação social.

Estas intervenções visam a adaptação do utente às suas novas limitações, sendo a participação e envolvimento da família fundamental em todo o processo!

Bibliografia utilizada:

ARGIMON, I.I.L. – “Aspectos Cognitivos em Idosos”. Avaliação Psicológica. Brasil, 2006, Nº5(2). 243-245p.

• KURZ, A.; POHL, C.; RAMSENTHALER and SORG, C. – “Cognitive rehabilitation in patients with mild cognitive impairment”. [Em linha]. International Journal of Geriatric Psychiatry. 24. [s.n.]: [s.l.], 2009. p.163-168. [Consult. em 04.01.2012]. Disponível em: WWW:< http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18636436 >.

• NUNES, Belinda – “Memória_ Funcionamento, perturbações e treino”. Porto: Lidel, 2008. 340p. ISBN 978-972-757-513-8.

• PETERSEN, R.C. – “Mild cognitive impairment as a diagnostic entity”. [Em linha]. Journal of Internal Medicine 2004; 256. Blackwell Publishing Ltd: [s.l.], 2004. p.183–194. [Consult. em 04.01.2012]. Disponível em: WWW:<

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15324362>.

• SIMON, Sharon Sanz e RIBEIRO, Marilda Pierro de Oliveira – “Comprometimento cognitivo leve e reabilitação neuropsicológica: uma revisão bibliográfica”. [Em linha]. Revista de Psicologia. Vol. 20. Nº1. [s.n.]: São Paulo, 2011. p. 93-122. [Consult. em 19.10.2011]. Disponível em: WWW:< http://revistas.pucsp.br/index.php/psicorevista/article/viewFile/6795/4918 >.

• TROYER, A. et. al. – “Changing everyday memory behaviour in amnestic mild cognitive impairment: A randomised controlled trial”. [Em linha]. Neuropsychological Rehabilitation. 18. Psychology Press: [s.l.], 2008. p.65-88. [Consult. em 04.01.2012]. Disponível em:

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WWW:<http.web.ebscohost.comehostpdfviewerpdfviewervid=11&hid=21&sid=52da4fa1-bdd9-48c6-ae82- 477ab8fcfd3f%40sessionmgr113.>

157 Data Estratégia de compensação de memória implementada Aspetos positivos observados Dificuldades observadas

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No documento Dissertação de Mestrado Ana Rita Dias Costa (páginas 151-159)