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Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Odontologia, pelo o ofício nº 095/2002 (Anexo 1).

Para este estudo foram utilizadas 45 superfícies vestibulares ou linguais de primeiros e segundos molares decíduos esfoliados, armazenados em água destilada, em estoque na Disciplina de Odontopediatria do Departamento de Clínica Infantil da Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. Ao exame com lupa, estes dentes não apresentavam manchas, trincas, lesões de cárie ou anomalias de estrutura que pudessem comprometer os resultados.

Os dentes foram seccionados no sentido mésio-distal com discos de carburundum e as superfícies vestibular/lingual foram incluídas em blocos de resina acrílica para facilitar a manipulação, e divididos em 3 grupos de acordo com o tipo de preparo cavitário a ser realizado por meio de uma ponta diamantada, do sistema de abrasão a ar e do laser Er:YAG. Todas as cavidades foram preparadas em esmalte em forma de canaleta no sentido mésio-distal com um comprimento de 2 mm (Figura 1). Previamente ao preparo cavitário foi realizado profilaxia das superfícies dentárias com taça de borracha e pedra pomes.

No grupo I foram realizadas cavidades com pontas diamantadas n° 2137F (KG Sorensen) em turbina de alta-rotação sob refrigeração.

Os dentes do grupo II foram submetidos ao corte por abrasão a ar, utilizando um aparelho Prep-Star (Danville Engineering) com pressão de ar comprimido regulada para 80 psi, ponta ativa com 80° de angulação, pó de óxido de alumínio com granulação de 27 µm e 0,38 mm de diâmetro interno e posicionada a 2 mm de distância da superfície do esmalte, com tempo de desgaste de 15 segundos. Esse preparo foi realizado dentro de uma caixa fechada com sistema de aspiração com objetivo de proteger o operador da aspiração do pó de óxido de alumínio (Figura 2). A padronização dos preparos dos grupos I e II foi obtida através de um dispositivo confeccionado especialmente para esta pesquisa de forma a manter uma distância constante entre o dente e a ponta diamantada e o aparelho de abrasão (Figuras 3 e 4).

Os dentes do grupo III foram submetidos à irradiação laser Er:YAG, modelo Kavo Key Laser 2 (Kavo Co. Biberach – Alemanha) com intensidade de

energia de 250mJ, 3 Hz de freqüência e tempo de aplicação de 20 segundos. A irradiação foi realizada com refrigeração constante e contínua, e a regulagem do fluxo de água ajustada para 5mL/min. Para a confecção dos preparos, a caneta do laser (contra-ângulo laser 2051) foi fixada num dispositivo que permitiu a padronização da distância focal em 12mm, e no conjunto um segundo dispositivo permitiu a fixação do dente e a movimentação do dente no sentido mésio-distal (Figuras 5 e 6). Todos os procedimentos com o laser foram realizados seguindo rigorosamente as normas de segurança.

Todos os preparos cavitários foram condicionados com ácido fosfórico a 37% sob forma de gel durante 15 segundos, lavadas durante 20 segundos, tendo sido removido o excesso de umidade com papel absorvente. A seguir, foi utilizado o adesivo Single Bond (3M) em duas camadas consecutivas, seguida de leve secagem e fotopolimerização durante 20 segundos utilizando fonte de luz halógena (OPTILUX 500 – Kerr Company, Alemanha) e posteriormente, foram restauradas com resina composta (FiltekMR Flow) e em seguida foram fotopolimerizadas durante 40 segundos.

Após a fotopolimerização, os espécimes foram mantidos em estufa à 37°C por uma semana e então submetidos à ciclagem térmica automática (Ética Equipamentos Científicos Ltda.) em banhos alternados de água, às temperaturas de 55°C± 2ºC e 55°C ±.2ºC, com 3 segundos de tempo de transferência dos dentes entre os banhos, totalizando 500 ciclos. Posteriormente, foram isolados com esmalte cosmético, exceto numa faixa de 1 a 2 mm ao redor do preparo cavitário, e foram colocados em fucsina básica à 0,5% pelo período de 24 horas para que o corante penetrasse na interface dente/restauração. Decorrido este período, os espécimes foram lavados em água corrente por 10 minutos para eliminação do excesso de corante, e foram deixados para secar durante 6 horas em temperatura ambiente, para que o corante pudesse se fixar às estruturas dentárias.

Os espécimes foram então seccionados ao meio por um disco de diamante (Isomet 1000, Buehler, Lake Bluff, IL, USA) e de uma das metades, foi feita uma nova secção de 1 mm de espessura, que foi lixado em lixas d’água de granulações diferentes (400, 500 e 600) e então mediu-se a microinfiltração em

microscópio óptico (AXIOSKOP – ZEISS, JENA, D – 07740, Germany) ligado à uma câmera de vídeo com 10 X de aumento (T,-1270, JVC, Tokyo 55473, Japan). As imagens obtidas foram transmitidas a um computador utilizando um software KF300 que permitiu avaliar em mm a profundidade de penetração do corante.

Posteriormente, alguns destes espécimes após serem mantidos em dissecador por uma semana foram preparados para análise em microscopia eletrônica de varredura (MEV).

As amostras foram cobertas com uma camada de 25-30nm de espessura de ouro por 120s (Bastec SCD 050 Sputter Coater) e a análise feita sob microscopia eletrônica de varredura (JEOL JSM – T33OA), por meio de fotomicrografias obtidas com um aumento de 50X (Figuras 7,8 e 9).

Sobre cada fotomicrografia foi fixada uma folha de papel para traçado cefalométrico (CGA – International Inc.) e com uma lapiseira (Pentel 129 A3 DX) com grafite 0,3mm (Pentel) foram traçadas os pontos e as linhas selecionados no preparo conforme descrito na Figura 10.

Os traçados obtidos foram posicionados sobre uma mesa digitalizadora (TLP 1212 – Kurta) e os pontos foram digitados com auxílio do programa DFPlus, versão 6.5, 1995 (Dentofacial Software Inc.) que determinou as medidas de largura, profundidade, ângulo oclusal, cervical e de abertura dos preparos. Tanto os traçados como a digitação foi realizada por um mesmo examinador, previamente calibrado e os valores foram registrados e transferidos para o programa SPSS for Windows, versão 8.0 (SPSS Inc., 1997).

Figura 4 – Sistema de abrasão a ar em posição para desgaste do dente (observar lâmina de vidro que determina a distância do aparelho ao dente em 2 mm.

Figura 2- Caixa com sistema de aspiração de pó para preparo do grupo de dentes do sistema de abrasão a ar

Figura 1: Corpo de prova incluído em bloco de resina acrílica com a canaleta preparada

Figura 5 – Dispostivo para padronização da posição do aparelho de laser e manutenção da distância focal em 12 mm.

Figura 6 – Aplicação do laser sob refrigeração.

Figura 3- Alta rotação posicionado para corte do dente.

Figura 8: Grupo II - Sistema de abrasão a ar – 50X Figura 7: Grupo I - Ponta diamantada – 50X

Figura 10: Papel de acetato com os pontos que foram digitados, e distâncias calculadas.

ls: limite superior da cavidade

lo: linha oclusal – linha que tangencia a parede oclusal da cavidade lc: linha cervical - linha que tangencia a parede cervical da cavidade b: ponto mais profundo da cavidade

ic: intersecção das linhas ls e lc - resulta no ângulo cervical (Âc ) io: intersecção das linhas ls e lo - resulta no ângulo oclusal (Âo) Aa: intersecção de lc com lo – resulta no ângulo de abertura l: distância entre o ponto ic e io (corresponde à largura da cavidade) p: profundidade do corte - distância do ponto b à linha ls

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